Folha do Norte: Suplemento, Arte, Literatura - 1948

' .. 1 rot.HA DO NORTE' Domingo; 1 dê ã -gosto dê 1948 1 ______________ ________.,.,.,.,..________ ____ -- -:::---------::;-,--,------•-.v_-_,,....,.;...____ -:-_--- --~---------...;;J DONACORNÉLIA Uma História DeAfflôr DIRiTOk PAULO MARANHAG < • • ---ASTE-!f SUPIMÉMENTO-"i.-1TERA=TUM ORIENTAÇÃO OI . F. PAULO MENDES COLABORA.DORES : - Alvaro Lins, Atons« ·Rocha, Almeida Fischer. Alj>honsus de Guima• rães Filho, Augusto,r' ~red.erico Scbmidt, Aurelio .BJJarq,se de Holandi Benedito i\lunes, Bruno de .Mene-ses'. C-arlos Drnmmond de .Al'ld.r.ade, Uanby Cr:uz. . . ;Cecilia Meiréles, {Jécll l\'.leir'a, C1éo Bernardo, Cyr.o dos Avij.ÓS, Carlos Eduardo, Oan.iêl ,Coêllio ft Sé>uu. F. Pa.ulo !\'fendes, :F.ema, n.do F«-r.eira. .de :Loarula, Ga– til>ahli ,Br.asU, Haroldo Mamnhã.o; J,óalo Conde, Levy Hall de Molll'a, Lêdo Ivo, fosê Lin11 do •n,ê.r,o. .João ~endes, Marques R-ebêlo. ,Mãri·o· FaustiJno. ManneJ. Bandeira, Max Ma!1ffns, Maria J:ulieta .Drummond. Mn~lo Mendes. Orland.o Bit.ar. Otto.MaJSia.. Cat1)eastt$, .Pa.ulo Plinlo, Abreu R. de Souz.a .Moura; Roger .'Bas• Jide.. Riharnar ,de .ffl4}1J-l"a, Ruy Coutu,ho., Buy Gui• lherme ~ata, Ser.gio Miilel Su1iana Levy e Wlt• SOD 1\tar.tiins, . ' NôTAS LITERAR·IAS, Cans::iâo pe, o palavreado FERNANDO SABINO , eomigo mesmo, . terJteJ t rába- inút)l de um processo qual,- · · 1har. Q·ue tivesse, nã.o era' da l ta l ,.._ (Copy1·ight E. s. 1. com exclusivldade nara, 1 ,a F'OLHA q-uer, eu evan·· va os · o ,ü.s .v mihha conta. Ouvir·"' dizer,. · • 00 NORTE. neste Estado) . .. e ficava a ,observar Dona - ,1ue ela ·quase não .saía. Do · Cornélia <discretamente. A tavam suas deeisões sem desagi adável, era preeis,o cor- serviço para casa, da casa clàridarle da janela ree0.r;t;ava discussão. Na verdade, o cbe- Lar aquela estupidez -pela raiz. para o serviço. Sill;l, devia ser. cora nitidé.z -a sua figura apil- fe e.ra ela. Então resoh1l .me Os -outro$ podiam perceber, o bem ·triste, Trabalhava o dia eaca ao tr.a!balho mon~teno 1cec0lher à -in.sig'!lificãncla de qµe é que ha-y,eriam de pen- todo para .se manter, não ~– de conferlE balancétes. O.enfe- meus c-onhecimer:itos e humil- sar? E me via mais despres- nha um sé momento de ale– ria. ,~onfEiria, os V-astos e ..cô: dem.ente me submeti ta.mb -êm ,ti,gi~@ ainda ,do que jã era, gria, dê distràção. Ceitada, -modbs .peitos subindo e .des• à .sua orientação. Cheguei ridic,ularizado, os · funcioná- .como era ridículo aquele pen• cendo ao rítmo da res1;1iracão, .mesmo à confiar-lhe -as mi- rios i-ití \'.lo de mlrn, ·se cotu- teado extr-avagante; a bêca,– como se guisessein engulir o nhas difrcutci.ades, uma tarde cando aos cochlchos, me apon• a., linhas pintadas. Tudo por sol que se afundava nó ito 1 em que nos vimos a sós. Fa• ta.ndQ. ' ll).inha -causa. Pob.re I)onâ rizon.te . lá a.trás. De vez: -'.!m !-ei-lh:e que conhecia pouco do Sob qualquer .pretexto, .!.â Cornélia! Cheguei a me sen• · quando ela descansava um sepvi_ço, ainda não ap·anhara vlnh_a _Dona~C.ornéli~J pe.rgun• tre -culpado d-e- t amanha tPis• pouco, alongava O olhar pel.a bem por que •os casos mais tar isso é mais aqlill0, puxar teza. Ti-v~ vo~tade de eon• janela. Fi-êstal/'.a .sentido no simples iam.se complica.ndo· conversa. Até em cinema, .~â versar com· ela., tão sézinha, piano tocado ·pela .moç.à à.a _gradativame~te, â .medida que me ,.talara uma vez, um filme sem ninguém. · ., casa em íxente, sacudia a ca- pa~avam P,e1as- diversa.s séc- mi;Iti;i 'bom. embora um pou- Mas, lnesperadamen,t.e, Do~ be.çà co;ino se dissesse: "Mtp.- ções -competentes. _ ])ava-ma co triste. Mas me -fí:zer.a de na Cornélia levat:itou os olhos, to_ .mal, mu-itó ,m.al ". Hasvi,a ganas de resolver togo, e evi- duro, não dera cer,da n.ão: e dando comigo,-à observ~-la, án.os ,.,mha açompallha.n-tlo dentemente isso ia de encoo- . - - '.Si m deve ser um fiÍtne se -desfez num· ·s.orriso, cen:– -esses t?Stnd..os, desde que a tro a suas ~boas normas bu- m.w.t.o 'bom·. A senho.ra 3ã eon- 'furulida, feliz, largando a -ca• moça; a1tão menina amda, rocr.áticas. . . f.e.riu o ,l)a1an~i.e de novein- neta., -O peite subiu e -desceu entrou para o Com;.exvatórie: Dón1il Coméli.a n1e m1nistr.ou bro, Dena G:Qr.ziéiia?. mais ainda; Um funcionário "'N,a. Spna,ta eia -é bea, m-as. na I,on.gas ,e mmneiosas ,explic_,ê- l!1u até j~ temia 11-er-m.e .a qãt.llquer percebeu alguma hiéfic:a é um -desastre" - ç.ões. ~lav.a ,1.n~a yoz meio .sós eom ,ela. "Vai ver que ,eoísa, _me pareceu .mesmo .que afirmaWI 'ª toda iruitante. E v.elada. icomo ~Ôem :eol~iia um ,estou inventando coitas, -pén• cochichavam lá atrás. Nam eoir..opor.a'tVa tão :sévcera criti- :segl:lêdb, Esti:anhe1 a v.-0z, mas .sa:v:a, quande 1sso acontecia. assomo de raiva ·atirei a rosa ea ~e.gaon:o ,gue an_tenru.a . .:Ie agradeci de ,coração as e1C\Jl)'l.l- Mas bastava ~m olhai' dela à' eesta de.papétS! música, 'já estudara :&olfêjo '.cações, e fui como pod!ia em- para me convencer do ooll- - D.on.a 00-.r,nélia! ,,,. numa lon;6nqua meninice. pp.rrando a _pap1?lada p:ara a trário. Não, as int~nções de ·Minha voz .salili mais aJta -C·omo. trabalhava a Dona fr~nte. Dona Cornêiia eram ~ndis- dQ que eµ esperava, gritada Conn~ila! lidji ,se 9 exp~dí- __ farçaveís. Ela sé, ,fin:gía ,de quase. Xetlo -mundo ergueu a -e~e da secção ·qàe éhe.lio não o·Oo-- distrafda. trabalhanilo, - mas cabeça. Dona Cornélia véio vai ,para ,diante -é únicamente Um dia comecei a: reparar não est-av;a, via~se 'benf pelo aí.é mini, solicit-a. .meio em.o~ - .por >ca.usa da falta qUj:! ela está· _qtte· @s @lhos de Dona ·C@r- arfar. dos peitos que -não ,esta-. cion.ada~ 1 nr,m.<i >D.UÇ ..\O A. SOCIOUl– &IA .DAS SftCAS - 1.,opes de Anittade - 1lldilira · A N~ite lMB- fàzen.do . Sim, Oo1Ja' ÇornêHa. né~ia costumavam -se fixar va.. - Dena Cornélia - fui t''<!• .realidade que examina, apre - me f$ falta. ,As v.eies ergo _!\nSJstentemente l,IJ"r mim., lá _ Por qu~ a senhora fica lando :._ a s.enh.or.a... a s~• ciando as . regiões do !1;1r- a c.:rb.eça. e · dando c.om · o luJ?ar de sua mesa, O que seria? se'l"/'Ípre ~té m~ tà:rde, Do-na nh-or.a ... deste em suas repercussoes varlo, junto à ' ianela, <nã_o ~i Pas~ava a m.ão pela -cara, -meio corn.élia? _ ~1'.sei per.gurítal'- . A.-, setthora, " quê? Ncão sa,– econômicas, sociais, geográfi-· por <l);,le me vem cert? mã:.: -estra~hand? a~uilo, -olhava-a um .:dia.. · 'ibia ,o que dizer. Sentia-me cas e :i,0lítjcas, estudande as estar; fico pensando que não tambem: intx:1gad_o. El~ se , _ o senhor pod~ p,récísar rldíeulô, fei:t-o idiota, ,a muJ.her condições de vida ~as ,popttJa~ :deiti-a t~.r ·feito o qu~ fiz. Sem confundia, b~lxando os o1hl..s. d.e alguma coisa, s~u ·Reber- à piinlía írentê, espera,nrü>.·, ~.eaba d.e ser ·lan~a:do, :p.-e-la ções norde~tin::i:g •e apon.fflndo Dooa Cornélia a secçãó fiea No ;~ptantQ, tõda "\'.eZ -que -e11 , t-a. T.odos p.rese.nclavam a )Cena, Edit.ôr.a A · -I'J:oite, · mn Jii'l'O r:iminhos. oblet'ivo-s para o ~ - ,:sem jeito, esqui.sita, não vai erguia os meus, âay;~. c0~ .eia Dês,se -<i~a em diante p.àsslili ooin -cert-eza sabiam d.e .tu• 4e. ~st:r-éja destinade a . o'bt<'!r luciona1nento -a.os pró.blen,.as .P,;ra <l:ian~ n,ao.. Engraçado, me observando. Aa11jli;i Jã me .a .se:r O pri:meírco a sair, do, do·nossG pcátillif~ :u.in, a .a't.eni:.ão em foco. é ,que- jã me havia acostuma- punha- nervoso. N:4io o1ih.-ci __ oOo __ A senhora ·aeseJa atguA ex.cepc'i:on-ai_. '.T-a-ata-se de "ln- "Introdução à So.ciologia .a0 ã -presença dela, ape- mais: Pazia-tne de preeeupa~ A:;, Clilisas estavam nesse. :pé, .ma eoisa'? - .falei afina1, nu·m tr-oduçãa à Soc.úi>1o,gi~ -das das Sêcas" re_presenl,a rl·ec,ert.o :sar ·_de tu.~?• do, roendo as unhas, eemo :s-e ;quandp .encontrei a rosa em -desa'bafo. Sêc;rs'', -de auteria 'à.e 1,opes um novo marco para a socio- Hà:vJa .41as em que. me dei- pr oblemas bem _graves me láb- c.i,ma -dá minlta mesa, ao .che- Ficou esgr.açado, me -:leu ~e An-dr.ade. Esle liwe, 'his- loiri,i brasileit.a, e o l)r.ofesisf,)r .xaya _:fíea.r ~epójs ·de e'nc~tir.a::e,• s?rvesse~ . - pen~ando np 'i-r~- .gar um dia à secção. Tiv.e de repente uma v.ontade b.~s– tôtia .das s&as •·no mterier tio GHl..etto Freyre, 1.3refaéiaooG .do o ·e~_ped.ien~e. eritre-gue à- tí~o .que , eu estava era ta• logo uma sensação de n 1 ·at.. tá ·de tit, 1tà :niirth'a afli~'ão. b~ffl~e mas!ileim. tes~.1- ç, v_ohim~1_-.~ o· ,pr1m~o a :sa- :impi:edfsa neêessi.dade d_e zendo . p·apel de .idiota. estar, ·AquiJo e1à Dôna Cor- DGna Cornélia se Ae.smaneholi nba ,0 . enc- ,iquecfm.el !oo da sQ,clo- I~entar ~~J1np~rta-nêta ex,eep- 1_ -c0nclillir' alguma ~01s_a da pa- ~ ho1:a de s~1r Dona C·er- ·n:élia,, só poàill, ser. ~ã esta- num .oorrho ll'leio forçado, :iJ. 4 fugi~ brasileira ceom !a fw.'Çáo c1onal .~este h ·vt·o que revcla f)e1aqa , espalha-d;t à rpinha nélla ' v1:1ha ass11;ar' -o -13ont'G, 'Va el~ trabalhando comp ,guém garga'lhou no fu.nd -o e.!~ de um asrun,to .até ,ent,ão mex- uma. ~ona . até oentâ{) des~- 1',r,e,n,t.e;: :pona -~ C;ornélia. ta-m- u~ so~z: 1 s0. ~?.~? amável: .q~etn não ,quer -nada. Agora .sala. A raiv.a 'me.v,0ltou.-maiof ~Grx'Ui~, e qae ~ ·ag-0ra ccJi:,. ~hec1oa aos estudo.s espeCJa- b&n71iieava, nao era como os Ate ~fg1:1,1~h&-, seu R<mer-- der.a -para cliiegar mais cedo, ainda, nd,o,.e~ se~ vadad~ii'-05 epn- llzados de Bras.il <m.1!3-'os ~Ge aihda bem a c.am ~- t,>. • . aa-tes -de t,odo mundo. Naque• - O SJque'ira - verffiqu~f'l' lo.mm clenlifJ-cGS; em um en- 1,!VROS_ NOVO.S p.am' ha_ n ã~ tocpu já estavam E t11 s: ia, ·mwto apri:m.a- ~ "1J.a. io 'f.)ont-0 ain!Ja , nem de 1·elabce. iD.escarado. êle $• .sai:G .f/jllle · JGT.ne.ce 11-ma ma• NOS -ES'J:.ADOS UNll)OS no m~Jil da ;-ua. Serviço nã'o da, ?S peitos en9rm.es abr1n:do tôr,a ;11'er.:te• . Aquilo também ha-via de ver a gratilicaçã<> g~' dr:> nord-este br,as!le.iro • Durante_ os 'três-• ,prime1- d-o.r.rhla ":1ª sua mesa, Q seu camrnho .?Qfuo ._iio'."i.s gigantes- 'já ,passavca ·dos Íimites. EnÓlú- no fim do mês• · ii.iwi~.em;á1,1el à compr.ee: ta-s'ãó ros. meses de 1948, .for~ :!an- neabarulo ela i~ íiscirlizar Q cos faróis. Nao, ali tín'ha me de -cor~en.,1, chamei-a: - Uai, :seu · lkiberro,, m.::s :i.lo.s gr.,arule/S i,mble-ma-s n:aêio- çados . 110s . 'Estarl-o~ 'IJ:Udos ,d;is ~utrps. In_veJand,o sua ef.i- coisa. - ~-oi .a senhora quem b~ ll'.oi o senhor que me clJ.a• na.is .. 2.458 livros novos. m ~duin.dn - ci&ICJ:!l:; eu pensa:va e.m pedir- _.Aquelas mesu~as, aquelas ,to.1,1 ess:) -i·.osa aqui l'.la -me- mou.• ,. ·.,1nrooduçãtt fi S~1ol-o,g1a se nessa grande .soma o'hra .lhe a 11.~uda, ver se ela afinal a_tenções nijo er-am, à iôa, n:ão.' .sa? Fui 1·etrueando estab':u1ada~ .das -Séc.as" -A ,um .livl"G r.eati- ôe todos os gênei·os. Esse to- me .édsi.nai,a. alguma coisà. E depois • ficar me olhaoo·é ,o D<>na Cernélia, se perturbou mente. sem n.em ,pe,nsar; · :zaíi-o àent.r.:o ,de normas •eien• tal representa um aumento Mas nada falava, com medo tem.Po ,todo, por causà de ,quê"! 11.1m p.011e0, baixou o olhar: - 'Ch'amci .sim. Chamei por~ 1:Uicas ~e v.iisam re\\Í'e:lar II de 404 livros sô·bre @ :Primeu-0 tle ,g,ul$rar a linha de c.on - ~t 1 ª. pessivel que Dona Cor- - •E ' par.a O senhor. . • ,O que a senhor,a 1tão 'tira os ~'r,d;áde, ,:itrãs de ;pesquisa~. -trimestre.· de 1947. • dut31.. .ç1ue traç:i~a a mim mes- ne ia· · · · · · ,sen'hor g.osta àe ros~s? , .oilhos de .mim, lá de su,a me- es-1.iu .~os, i11"1iestiga:ções, ,anfil.i . Em março, por exemplo. mo: nu'l}-ca permitir maiores •Era. A~guns dias mais -ta:r- -O senhor gosta de rosãsl sa.. Pensei ~ue deseja-sse. ai:. .ses e wserwapoos (11tte :fi,x,am, apareceram 732. obras inédl.- inth~1idades, p.r..e~isàv.a ~e dar, d~ r~;P!I>l:ei cóni · apreensãl!l Quem se perturbou desta. v.ez gurua cois~ -êle:iitoo- ae ,um plan-o ir-r.epre- -tas e . 158 . ree.dições. .At.guns ao r.t•spei!e .ali ~.entro. P.0:11.C 3 ,que ~ :mecha grisalha · esta,va ;f1:Ji e.u, não soµbe o que '<ii- Fiq·uei .espa,ntad@ -c-om :t· ensí11elmente .socioló-gica, o . da~os interessantes: .,Jor~m co~ve~sa e. ~'lito t.t:ab-aiha _ ha:J:iilidasamente :eamuflada zer. . . min-ba .coragem. E11earci-a drama tias cal!Úc.ulas. editados 111 volumes 'de i•c• ass 1 ll:t p;ent1•f1c.avam os ,enten- ·.de?a-ixp de um :r1en1eado és- ,- A pr1meir,a .gue a rs;jie1- com fumleza, meio -desori.e~• O autor, que é o mais jl'• tão; 39 b'iografias; 9 livros 'SÕ· didó$..,; ~isito. Positivamente o as- ra deu - continuou eia - tatfo -por dentro, sentindo ve.m .socio1logo brasileiro, ser• bre músi6.a:· '23 · sobre · .:irlJt>-s :um -dià, coptudo, ven,::endo -pectQ- de Dona CornéJi~ ia-"Se Plimtei-a no dia em -que .o profundan1ent-e ·a minha pró– ve-se c;Iêsse tema para focali, plãsllicas e 53 de poesia e dr.i- meus escr.(1_pulo_s; ousei i)edir m@d.ifica •ndo: já não usava senhor entrou para ·c-ã... p:i,Ja impiedade. Dona Corné• "!:lU' ainda .outros -aspeclos d<!_ roa. ' sua ·opiniªo ~ôbre um - cas,o ,aquelas 1:_çupas es.cutas, .meio .E Dona Co:tAé1ia :o.usqu sor- lia -se fizei:a lívida, -de ·repen• , 1 . qualquer. Já notara que uni.·a .sur,radas, era agora ,um vesti- rjr, embevecida. AtFaa_palhaào, · te. Os ólhos' dela já cheios êle ITINERÁRIO DE UMA p , Q.ES! A pequena ,ue:cl:1-a de 'Cabelos {!19 ae .seda estam.pado, vistoso, e-ncerrei a cenversa com .uma l~grtmas -er.r.a~ õa pill:Jà ,cj-e ( ,,. ,. - · 1 teúp9~~ente_ grisalhos e.- 0 Até ª· merenda de 'tTirt p.eda- _pe. :rgun.ta gua1('Uer c o,n.ce, rnen- processos para ·a -cesta onde ...,onc:-usao da .a pagina) busto m~'ãestoso e imponefÍie Çl!I de- pão com g-0iabai1a e te a.0 sex,viço. , a r-asa -murchav-a. da ces'ta gil.an! te. Tem~s nele u.m g,r,t!,- 1>1es pitoresco. Esse t; o ritmo infundiam grande res1)eito duas - bail:1-anas vinl!.r. agora Dona Cornélia f@'i-se assen:. pa.,:;a º~ ,cari~e· 1:u-e l"O~ava de . :ar:ti.sta. d1!>s que ~ao~.iO :em que se deser,,vo1~•e a fiia ggnt,rg ua repartição. ",'(oàos m_etida ,nµma bolsa d._e • l?.u.i.o... 'tal:, toda trê:pidamente., os nas maos . 11-ervosas, em cuna extra« <de '1am ,sim~les ~ôg;, imesia. :Qu.ando ·t>Jdo am-ea-ça .se · compene'g"avam ã sua prc- e,le~nte, ,e,m -vez _do costu-·, p~os' 'funcionf\rio~ já esta- ~a nesa., N"'ae ·sé atrev'ia -a ta~ .de :f@rremas uma po~s1a- que . suom~rgit, ·quando o. -esph'i- -sença, -fingindo trabalhar, aoa- ~e~.o guardanapo. ·Ii: as ama- v.am c'hegando. . · l ar nada. -R-esolveu voltar pa– s~ra o ton0m:atop.áica. 9 a!·;: to se sente 1:evado por -um ,cl'i- • · ,bthtlades -para c :em1.go tedo- Pús-me. 10.go ·a trabalhar, ra o ·seu 1uga:r, ·reunin'.do tõ– :se .fazer princ1_pa1men~ "!..Hna ma a1ueinaló:r10, inter"7-ém 0 ~e, ,'; .r~s_pei~, •~oo -do M·a• br..av~~- ~,o tra-zer ,algum P'<"l; pai-~ qu~ ni:ngµ:é;m ·-per,cebesse .das as sua,s "fõ~s num lon,- • !i!l,.,"'Uagem cn>máti-ca tle e~ee- poeta c0m :Gbservaçix:s qtH! J.or , ~ 9.tt as . duas ':modas'\ da pel C!JUe 'IHl -assinasse·, ela se alguma coisa. Nin~m per- '$> hausto que lhe lnfl'Óu ·& leme, ,efeito. . Linguagem pGr -depositam -o [e1tor eief ter,r.a uarleia de• Pôrto A1eg'!'e e da <:n;r~ndo levava· :pµdicª'meri'te ceb:esse! Cóm:o se :h-o.uv.csse peit.o <:orno um 'b.alãG. La:r.g0~ assin} dizer l'v'Glup'tuári:a, ~0is '.fir,n1e. N-ão iro.p.orta: dai a .e.ama de <lol:l~a:l.o f>ires. Sã.o ª ma? . -espa'lm:ada _à .Peitaria, mesm-o alguma c0isá a ~~- . resolutament-e o -cari.mbo n :i :se sente que ela :flui quase pouco @ prog·etará, d.e ,no-.:·0, pecas dcli:ci'Ó'Sas. e ent<1o ,eu .PIW'ha reparo ·nas ~b<e-r1 G'.0mo era possível uma mesa, deu mesmo 'l:lma -c-arhn- 10omo uin.a sensação fmc:a. ne clima alucinatório ante- N,ão hlí como s~pavar este unhas 11 :i.gorosamente· pintad.is estupidez daquelas, meu Deus? bada s~.t111 ,querer, '".ar,quive• S-el>ia facllim:o deswhrir r'ior. -~U aquêJe v.erso :em t.al p0e- ele vermclho. O que serã g·ue A rosa ·s&bre a m.esa me m- se", numa 1:ô1ha •de J)ap-e1 ·e :in.Uimelt:áveis v:ersos ca,oazes Tai11ez ·não -par, e.ça jus-to 51 ª· ~la ·é -rl3$ qilte se x.ecu-sa..'11. -ela pretendia l()Qm semellla,n- comodava, fazia nla1. Afirstet-a .:fol,se assentar, .sob o ollra!"- &e l;)l'GIV'a-1o. O "Noturno de êsse alucina-tório, já gue se por ll'ICapacidade de pen:etr-ã- tes luxos? com a mã·o. Nsem que tivesse 'dos ,cQlegas. Bel-o Hor'izo:nte" começa -o:r!ll fala de· um poeta com0 'Má- l.â!i, ou. se amam totahn.ente : Lá _de :s11a mesa, -dia a dia de :pedia- ao Secretário que -Volt-ei a trabalhar, tenla.ntll! -e$ll'e:: "'a'l:l:ara:vll±ra de milba1,•s rio de Andrade.. -Contudo, a Pergue, -em cada ·poe.rna 'Õ.e os :0 lli.~res, <ie Dona ·C-01·1\-élsi<½ me ·mudasse de sec.ção. A~sm, · ~q:ue~r o ~~cidente <i_esagra– de 1brilhos ,vidrilbos», E é só •exclama'Ção com que iníc;ia a Márlo de Aruirad~ :o ,al.égieo ~nats insist~n~- Çbeg,t}ei a é ~ ue não po'día con'tin"uar. ~ <la~ã Abai~va a •caber.a '() seg'1lir -o cw:so do -po:ema oara sát ira "O 3•.ebanho" - "01~ ! se ;lílil:eJ.,cla a'o J?ifur-esço, -::-on- pensar em me mudar para -Ousei le\>an1:ar os ól'tros e maJS q.ue 'P'Odia, prooi::u:'-a11-d1J .recolhl!l' outres -como êstes: minhas alucinações!" - n-J:~ iu~de~-se l'ealidáde e it.. r,,.a- 0 eatto _ãn.gulo• cla sala, . sob óbserYâ-la, q:u:ase· -com curlo- s:ntir-m.e ,calmo, mas na·, r-ea- "B@rbulham bulhand0 e tn -e apenas episódica, sign,ifiéa., lidarle, 'vjsível e iov.isível. Do ª alegacan de que havia mais sidade. Cóitada afinal a. vida hdade seu:tlndo-tne ápen.-rs ,mnrniií,ri0s ,churrjantes. antes do mais. a sua :revoita que resulta uc;ia · expr.essão luz ~i. Fingia 1'.lâ'O vê-.la, ·, es- pará e'la devia 1 ser b~ tr1s'te. miser.á:vel e m.enstn1.oso. ô.e Nas bolsas br.an -das lari;as e a -sua impossibilidade de que nã~ permite qu~lq11er re- 00nd1 ª 0 r,osto atrás da pape- Sem uma i;om,panbeií:â. uma r.epen.~ perceb1 . que .Dqna das enseadas lânguidas ...". -aceitar a realidade. tal conYo peuso. .Êl~ eSC"l:e:veµ u1n ' aia: lad!I, como se '\!stiv.esse E:$cré- amiga, inorand0 -s~zinhá co.rn Co=el~ se -a.pro ,umava. Ain- Não'"' raro atinge a poesia se apresenta. E .os home:ns, "'li,u bailo - em poemas, muJ- vend~. I:in~ossh,.el. Os Õ!hos os -piüs ... Teria pais? Senti d_~ berq não a rn:it.ara.,. ela se Jll".ais forte por .-meio de iroa- tais -couro :se apres.enta~n. ticolo:r::ido!". E eSCiiéV(eu so- de Dona Cornélia me bw.-ca• vO'ntade de sabe;r_ .tr-rit-ei-me afaS t ava d'e no:v,o, -0:eixandG gens semelhantes .a esta·:, ",\s Poeta sobretudo, e po-eia de br:etudo esta oon-fis,,âo ~iue " 1 · :am, v.ia~ os à l'l'\1nha ~~nte, • ___________ de l?~sagem um 1.>apel soore estrêlas acerd.adas enchem rle ex.J!)ressão 1 nuitas vezes clir:ta pode te.pr ,esentar 'um pai10'!'a- angu:orosos, defrétidos n/a- a m.z~ha mesa_. 'I'om~i-o tem·~~ .Ahs! ... ecoantes O ar''. ou -e ch:ocante,, não fugiu nunca ma de sua poesia: gu:e1a· ·e.ar.a balofa; não me ESQUEMA. . . r~amen'te ·"e li. :flra re~uerí• ainda: "O .silêncio fresco dl'S· aos àr.:r,ebatam.entos. Antes, deixavam em paz. Eu, o dia Conclusão da Ult. l)'ág. . 1 nte.n.to assi;i1atl,o e selad-o <le pen-ca das árvGres". l:magens parecia afeiçoá-los_ "E' q11~ sou poeta inteiro cpm aquela preocupa- gou-se a a1udir ao clima_ ~lais per'feita .Cêllformidatle c-0n1 QS· m1aterial,izadas -e t.Gdavia é<;- Em certo sentido, sua -poe- E na.. bana.lillade larga, dos ção na cabeça, a atenção se tarde, o -prete:-."'to fpi a Uusão <lis:oQsitivos legais. Dona Cor– pirj{Ua4s como as ·que. m.ais ~ sia será :i:ima rapsódía, como fmcus ca?ltos dispersando, era iniitiL O ser- do latex, c~.mo se sabe. lVIauá nélia. muito rt>,speitosá-me~it-e. :fer~m.. Quase ·evanescentes . "Macu-naima", Terra e ·bo• Fwu'!ir-se-ã.o de mãos .dailas viço se acumulava à n1i:nha f@i ao ponto de' falar na ''má vi·11ha pór meu interm6dto Outro exemplo: "Há neve :!e iuem brasileh'Ds se inse1·~rü, a.iegtias e tristuta's, b~ns e frente, e os olhos não se -de.s- indole'' .dos colon,;,s e, na,- i.is • re·q11t!1·er do Sr. Secretárt0 -.sua 4>erfW'nes· no •ar". a·ominam mesmo seus versos. , Iina.{es, vi'an,do de :mi1l'I, · _insistentes, cinaçã,o d!) a.rtc"arrato, c-0mo tr.nnster~-ttcla pal'a outra se~- E ' 'interessante vei·i!fi{:ar Poucos poetas terão explora• Tõdas as co1s:as finitas os !OUtros p-Qdià'm a'l;é ieparíir. cansl'is ti(,'> abiH:!0.011'Q ela i'nd'.às- · ç.âç . t»mo tais irnagens se reve- d-0 c-om tantã habilidade t~- Em r-0iúlas ~la.das so1>r1:na- A'.íinal, papel ridículo estou tria e da a.gtJ-c,1:tl,tura na A:lria• A,i;lsquel · uisf1',lrçadám.e:u\e la~ com a11ota!; <3.es de ,;i:u- mas do nosso folclôre. Vej4- (tutJP.ls"'. íazendo ..... pensava. Situl!t'ão zô.nia. ,... 'Cõn'ti.núa li'a 3:~ pá~ .) ,.

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