Folha do Norte: Suplemento, Arte, Literatura - 1948

' . ' ' 1 - - .a OJRET-01! ... , PAUi.O MARANHÃO ~--Att'l'----:E I SlJPlEfAENTO-LtffRA-TORJI, ORl'ENTAÇAO º' ·--------J • COLABOBADOltES : - Alvaro Lins. Atonsli •ocha. Almeida Fischer. Alphonsus de G.uima– ries Finto, Aug,usto Freaerlco ·Schniidt, Aurelio Buarque de Holanda, Benedito Nunes, Bruno de Meneses, ,Oarlos Drummond de Andrade, Canbil' Cru•t, Oectuà Meireles. Cépl Meira. Cléo Bernardo, Cyro dos Anjos, Carlos Eiluardo, Dan1cl--Coêlho de Souza. F , Pa.ulo Mendes, Femando Ferreira de Loanda, Ga, ribaldi Brasil, llar~ldo Ma1'anh~. Joio ~nde. t,evy Hall de M~ Lêdo Ivo, .José -1.ms do tigo, foâl) Mffllies. Mai,ques Rebêlo. •Mário f'attsUJJ·o, Ma.nuel Bandeira, Ma'!: •Mntins. Maria .Julieta Drummontl, Mnrito 3f~ilea, ONand:o Bilar, Otto Maria Caiveau~. Pa-ulo Pltilio, Abreu lt. de Souza Moura. Jwger Bas– tiile. Rlbamar ,ae Mnma, nu.,- Coutinho. Roy Gul• lhenne Barata. Ser.rio Millet, Sulbna LeTY -e Wll– SO.D Martins. ...... NOTAS LITERÂRIAS • ClTragedias tle ~ha-kes• pca-re Em ma 1 gníJica traciu– ção, em prosa e verso, de poeta Oliveira Ribeiro Neto, · da Academia Paulista de .Le– tras, f0i agora publieallo, pela livtarlà Mar.titts Editor.a, d·e São Paulo, um volume. de tresentas -e tantas páginas, · <»nte.ndo as tti6 famosas tra– . gedias · de Shakespeare: ''Ro• m:eu e Julieta", "Hamlet. e "'.MM&eth". Recrudesce, de tempos .a ~mpO'S, 'O interêsse pelas obras teatrais de Shakespeare, tan,t(J; no Brasil eomo em outros pai– ses do mundo. .N-os Estados Unidos a a-dora'Çâo p'Or Sha– kespea~ oscila p:ara .1uals <ru -par--& menOlj, m-as não .tlesa– p-ar~ee- Em. il'03/lo pais. o lnterokse pela -obra sbat.es• peal'éana, somente -conhecida :até bem pouco .te-mpo ..p.~as <:l,asses m-ais culta:s, cresceu bastante ~ a cencen> aç.ão do "'R•m.-l'et" pelo ~P.9 oo T,e;,i-• tro dl> E-studan'te cdo Brasit, ·O ,poeta paulista Oliv:ê°ira ~;. ~o Neto, na tr,adttção que fez das famosas <Cciaçães de S-hak.,es_peare, ir.eaiJ .iz.GU 'llffi wer– &dcit'O traibaiho -de~. va·– l0rizan-do1 assim. ,gtandemen– t~ a presente edição JM·m1ei• ra das .mais importa'nte-s lrrt– g_ê'dias ,qo .~rande escr.R-or tt':a• tta'l '1~:glês . · ·* A 'llwatura ,in_g,les::i .:-1,• tr-e as dau ·:giuerra.:s - É ~err-1 - m~ntê ,hm>ertanle ·(i! esoo<l'o. .da aiter.a-tur.a ,mglesa. ef.ltre as ,dlfas ,ga-en:ai;; -s-Gbrettrd-o , :,,0r– ~ se \t®na inàispel'ldv,eJ a ·.a-11ãl-fSt? -~ heranç'a ,tl'eixr.:da ;p'rll:o-s :e'S'Crl'tor-e-s tl'e Jl9ô0, tle'S :tJ'ln! •rieeJ'aram ,aep-ois sd-e '1-l. e ~e:ste-s, :aos <que.. St111g_i-ram de– !Pru.t -dll :Yegmrda ,guenra. F 0j , lJ!)N.!Sllindo_ m!ste s.ell't'l~o .que , !EI P-t<cff. B .• '!Ffar ,E,v»:ns E$'cre– veu ·s:éll -nui,1o!la "tt·aba\no, ~!En– ,:'lish Lltêra\ure Betw.~~n 'l'l, e IV~i:s", '008 liparecl'tl:o cem I.,an– ,dres, em edição 'd-e Me-t-hrren A'PÕS explicar o -ciclo iite!'á- 1,'il) ae 1'900 e !Sua 'orie1~taçi\o, B . lfor ~a-ns ~nldtsa di'$lm• :lamen'te "E. M. Forster" Jamt':s J eyt:e, l{wcleY➔ D. 'FI . La– wren®. Virgínia w~oif, Y·ea– -ts, E1i'ot• e oútros mais. A o:trra de cada um d'êles e sit1ra-d~, ;no pa'norama gera\ a f.in, de poder ser •ciev'idamen-te a~:i:i– latida '3 infiliuência que n,•:c– beu e a lqU'e exeYcetl. 't:J1n pe– qt.te 'JJ.-0 ca11>1tulG é co\Ysag-rado à "gera'Ção moderna➔'. * "Estwirio", Ntovela lle 6ohn Pud:ney - Há dez ~'tH>l': surgiu a primeira nove'la do poel¾l e 'C0'11TISta -John Pnd• lflCY. S0.rne!nte agora, apn•·c– ce a sua ·se·gunda rrovela,''Es– td-cy", edita.da e:m Lo.ndres, por '''IJ.'he Bodiey-Head Lld!'. :&s-e l ivro é tlb~ de se-n$ihi– ll~d.e e imaginaç'ã~, 1ora do ........,.,,. .. '11' t.emn.G. lTláS d e'tl- :pri:a Inglaterra, e vem n·os mGS.trar como ,ge p.ode criav -uma fábala a p,r.opósito -d'e u -ma figura conhecida -apenas por C~tait,. * Bomance BrasHl,iro T:i'a• duzido Na Ingla~ - f}u◄ blroado pelo editor C;i.ssel, .;ob o titulo de "The Bonf1:re·•, fo.t lan~da. recehtemente, em Londres, -a wailação du ri,mance "A F•o.gueii;-a"., de .autoria do esccito.r brasilei– ro, Cecilio -'· Carneir.o. adi– tado no .Bnsil, pela Livraria J:osé Olvmp-io. * "Jt-da Gr~., - Ern 0dição · da Liv.r:u-ia do Gl0bb, acába de àpa;recer .a :tradução w.asilelra do Jivl'o "Ronda Grotesca... de Aldu-s Hu:rlq . Sátira à sociedade i~ésa no qtle -diz r.espeito .a-0 -seu úa– .dicion-âlismo, •'.R~da -4r,O:tes– •Ca", ,qu-e é um -e.tos prim~s rom:a.n~ do gr,ande escritor de ''Cootrapontd", l az parte da ·Cole.cá@ N:e-hei da Edi'.too-a gaucha. * -.Os Miu&iiH lia Cúen:a. - Na C:O'let-ã-e "Imag;ens .ela ~oca•'. .a 'Eldi'to-r,a '" A N0ci!te'"' ~ro-_gra.mo,u 1:1m li,vro q·ue, lançadO' ,a pouco na ¼'rança já: atin~iu 60 ~d1:cões. Trata.– se· de ~•Les secrets de -la -~uer• re':, ,de ::Raymond Carflier, .e foc:tliv.a em su1,1s }'lá.gmas o -drama da Alen1anlr.L O .au– tor :serv-iu-s.e ;pa:i;a 'isso odes– ·tiep:o'!men-t{)s p-resta"dos 'l'IO tri • bun:a1 d.e Nitreru11ierg, de d.hl– r.i'O's in~.;,s ifé ;p-ersorraJidaéles nazistas, e do :e-stu.do ·mi,rruéioso da arte estl'at-égiaa .a~ ffi:l!l!er. ~• '.Um 1fv.ro que r,evela, fite panto, ,por ·assim dizer · "pes– soal", 'OS ôbcl:es f!a~s. :Iig,u– ra!l'c!IO comn 'i'i: g.LH '-a ·centr«i1 ·d-o lli.;v,r@~ o "Fuehre'r" Adolf ffi. tler. A ·crítica m'llndial sali.e:ntoa l!(Uc êste é t1--m ·livro difea-ente sbli>t'e a gne1·1-a, baseado e:11 novos métodos de critica e exame. e gue realm-ente ·!}{'-e• je.ta nav,as luzes sêbre o m'aior ·drama dest-e séctrlci. A tra'duç-ão é .de Lê"do }vo. * Jl'a-ulkner -em Portn::-uês - ;Em ·ed'iç-ã'o IP.E acaba ele aparec·er a -pri-,nerra tradU· çl~ l!>r-as-ileir-a êle mn .roman- 1 e~ .à:e .'.W'ilia:m Faulk11er, ~on- si-derado um dos maiores es– eri'tores norte-all,lcri'<:an-os do momento.r• ''!Sa11tnári-a~•. que fo'i cuidadOS'a·mente traduzi- . do por Ligi-a Jungueira Smi– th, -é apo-nta'do pela critica como o melhor romance de Fattl:kner. * "0 1\1.nnllo e. a Vtda'' - Acaba de al)aret:er, em e11-f– dadosa editâo das Ii-.mãõs Pongettt o livrP de reflexões "'é Mttndo e a ~da.., de auto– i-1:i <le. -.A1ex.atniile Passos. ,PI'). tte-se 1~ c:om a-grado e in– te-rêsse '&site livrn d~ 1·efl~• •• - • 1 Récorçlando as leituras de .sua iltrància, tíi;s$e Renan,: "0 úico livio ie'.\l'e que a11.- (C.:>pyrlght j:.s.I., aava em minhas, mãos era_ ~ •. , ) õ ~ .: CECILIA MEIRELES ' c;oln exduslvidade pan a l'OLHA 1l0 NORTE, .nesie ~ado) "'Telêmac-0·" e mesn}G assHn que essas tr•ês palavras "ri• ,vão acenando os ,\ldjet'ii'~S numa cediç.ão em que · tião fi◄ tm[cal! e ·haTmoniesas'' retra• de acõrdo com a s11a razao ;gurava o episódio de E-tiCa- tava:m m.eU~or a,. iil;la do ;Jllle estereotipada. "Um salto me• ris, - de m~o C!!U' só mais .quaisquer out~ d~cr-i;çôes lancóLico!"' diria algU!!i dê•' tarde vbn . a, conb.e,cer -ess 33 , copiosas, ailílda q'l:le fiéis, mas les, -sacudindo a cabeçá. Não duas ou três #ginas a<!mirá- .desprovidas dêsse fino encan• pode ser. Os salto!' são gran~ veis. Tiv-e a sorte de não ver to musical e sentime-ntal. des ou -pequenos, alt,os ou a al'.ltigl3idade senão atravé.s Decerto, nãq se , ·encontra baixos, certos ou errados... -do Telêrnac-0 e o, . Ar-istot)oo. um Renan a ca-da ~asso, e Foge.lhes, aquele sentid-o. :f! Aí foi que apr>en:d1 a- ar~ de n:ão se.tá sua expet1ência re• ~i.ntura com ''traços monns • pinta 7 a n~turew- c~m _tr.aç~~ péti<l~ riem ,seqi.rer en:tend~a - d-e qu~ fáloa ,ftetian. Por~ moraJs. Ate 1.865, , na? 1ma~ . por tôda a gen,te. mas é ro:ut• que o ~ltó não é ~penas o nava a ilha ,Se Qu10 senao to mais coinum de que se iqip1flsot o movimento, a vol• por estas t1,ês palavras ~te 'ifuágina 8 - existência de e.ri- ta ~ in-1'obilid.ade: vai ,no~ i;al- • Fenelon~ ~'a , l~ha de. Quí.o, an-ças poéticas. Nãó fô~e a to a criatura, e-oro, tedos 0s af:rtunfllia pátria de IiC01~e- eorropção ·frequente, -càusada fnvisiveis atributos -do mo– ro . _Ess~ três J?ªl~vras. b~r- pelo adulto jã embr.:utec1do, mento em que sal~, ff:um ~o.n1osas ~ r1t~1Cl!!l, pai.a- d:ever-se-ill espc-rar mesmo salto "melancóiícó" vai já ;c1am-me uma _pintura com- d,a tnfãncla u111na p.o.esla 'llb- uma, f<irça .emocional, .como p~eta-; e. emb__or.a Hom~1:o so'ltda. lt bas-tante não se ser na -eswutura da d&nç4 nao ten.-lia ... nascido e,m Ql!to, surdi>, e ter-se a gt-aça de Passam os tempos, Stl;>Õe• embora n~o 'tenh,a nasc~o priv.ar eom os peq11enin·os, se que"os homel}S j~ iiprende- ,.,talve~ em part-e alg,uma. ~las p'!U.'.a se. o.o-lhetiem e,çpT-essôes, ram tudo, e, quando se pte-s– \.me repz,esentav~-m ..melhor a inquiehtções, ,explicaçi>es que ta bem ai-enção, v-ê-s,e que :t3ela -e agora .tao ~e~gra~da perténcem ao ,mURcio do so• mn saíra-m do lugar. OU ea• -. ilha . r,reg:i, que todos -os ' nll'G e con~m. uma -profU.nda minharam tão ar~:taibmen- an1ontóad~. ~~ pequenas tra- no.vi« ade., uma súbita pene- te ·coma se a/cada dois passos ços mater 13 is · . tra~ão, u~ ,tlív:ino p~d-er de para a tr.ente não lhes fõ~• Essa passagem de Renan é nascimento. se ~ível deixar de acres- P,reciosá, por v-ários motivos.. Certa meattt-a ~erg.untou- centa:r wn para :trás. Tôitas M<>s°tr,a-nos o único livro que .me um di.i.,.por que Deus nãa as -0oisas jã for.am explica– acompanhava sua adolescên• f'a-zia iu :v-or.fs a~ues. T-àl .Pe,E_• àas, de tantas :maneiras que cia como leitura -amen:a. P.e.r• g:ant:a, que par,eee -a prt•nci.- 1â se pensou na 'bela hipõte– mite-,µ,os ootnpreen-del' i;aa pio urna futilidade. .simpl;s se da :eyo1ução eonstante da a,prenqiµge:r.n d.a antiguidade pretex,tó:.-pai:a 'fà'lar, e-nv.-0'1-via,. h-.a_mani'âa-de. M:a.s os bom.~ e da ~ográfia a'través , &e no. en :tan.to . wna ~orada '3ndam numa vag,arosa hélice uma léll:ura :poetica. Rev,e- pT-eocupa~ão da -pequena 4!0U- lnmnib.. Tudo :tem ,de ser no– la-nos u valor des!ja lei- temylaciora . d;l pa'isagem, q_ue vam~te re:~tido, -inter-mi• tura · na f-p r m a ç ã o •des ô instinte dé ·eõr .so:1.ici-tava a náYeftn-e:l'.fte rep·etido. que um ,estilista q-1;1e declara ter :uma , outta ·-0:raem de comb'.i- cada ,geração parece ter sal~ -a prendido a "pintar a nat:.t~ naçõeS; ante .a mofíotonia do do, isenta e w,ginal. dire• reza com traços mor a-is". E verde. mmen'tl!! ·das_ 'Ofi.cinas mais ai~a n0s fa,z ient'ir a im,~or. U num po'ema de -certo m~- nôv.as da rui.tureza. lân:cia ,;da· {1nguag~m fl(Í;r.ida nino esla "!rase ~~~~ãveI: "dt?i Assim, ,em cada. f&a~.ão dos atijstas. quando J,.os d!z um 'sa1to ·melaooó!l<:-il". apat,.ecem as mesm:as per,guu- dessa r,~orda'ção. fixada com @ allj-etí~G ,eosl-uma, aliás , tas, os m~M deba~, a tanta clar.e.za -em sua. 1:r.emó;•- s.er o mstxrun1ento -dl'.I ,pl'Gd-í- mesma fukat1.qtrllidade. De ria apenas pel@ rn U-ag.re d'es- gi'o poético infà.mi_L ,P.re :Cis:\• nov,0 se qu~ saber o que é tas tr_ês J. )alav:r.as : "a-f-ox<lutta- 1n-eate ;p0,r,que por !SSé ,e.ami- a arte. pam que .serve .a ·al'l~ da pátria, de Homero''. R-e• nho a cclau~a foge -à qu:alifi• d.e onde vem, ·se é cúmulo lie .cordaç~ qµe durou áté 1005, -'Cação ci>n'\"ienci-etnal ,e revela • .saúde MI sittt1nn:a -dl! n:en,3. qu_ai:ul"G;:Ren"t\n iã era bomem. a .sua s~s~çã"O. tã~ rdi;fer-ei,. ire,; ~ , n -aulas de 't.iter.a~ca, mad,uro-- e consagnado ·nu_t.for. te da dos adultos. Mas V:,êm de P4)étiea., de Estética Jlés• Nem, falto. .a• .êsse v.atiõso éOS kenrendos· pr,~es eMn suscitam e ~, endr.am . m,. trecho o comentário iíi.ttal de. os sem la:pis v.eun~fuM e i(IÕes. C9'mo ,se esüv.e~os l'HJ . primeiro dia do mundo, com todos os problemas por dls– cu{lf' e esclare'Cer•.. • " A.o fim de eert.o tempo, é um grainde té.dio, tanto ter dé explicar. Isso é que deve cansar os homens, e íazê-los envelhecer ~ · mon:er, É co;no quem. está. de conversa, con– tinuando uma conversa, e podia ir até o fim. Mas vem, chegando gente, vem che• g.ando gente. e é preciso ,;.01.. • • • tar ~o pnne1p10-. Pequeno c.onsôl i» é ver g:ue a .arte; nrais dG que nós, r .e– sifu ~ tantas perguntas e discussões, e, como as be1as estátuas mantém seu rosto V O imóvel e ex posto, sem agra- vo ~elas expressões 9-ue lhe queiram descobrir. Que enrêdos nascem ao lon– gi, da vida, par,a que tanto ignoremos.. os adultos. quan• do, em c:rlança tudo adivinhá· vamus, sentiamos, penetrá• v-amos? Perdemos a4uela pur2za que é claridade, aquela .soli• não que é transpar-ência1 · O fato -de ,que cri~~, loucos, selvagens e p,oetas sejam .castas congêneres r.ea • finna essa situação de ~u– reza. e líbérdade em que cada um a seu mc,do, e sempre di• versamen~ -são capazes to• -dos êl.~ de imaginar e con• tar o mun.do . , , ' Enti,e :files, o aduitG normal -é um sk de ~a~ão fria, i;&i.i• damente instalado ·em reacio• cínios .nem sempre verdadei• ros, mas decerto necessários para -o equillbrio ge'ra1. vas mos -admitir -essa -neeessi<la• -de, màS l~v.a.nci.o em conta que sua -exis'tên.cia se justifi• ea para corrigir os impulsos dem:aitiados de .sonho. ~n:1; no entanto, prqcur.ar extin• guI-J~ Um mundo só de loU• ces. de selngens, ue ·crianças ou 4e poetas, p;o(it ser que fôsse. insu_pçl'tãve1. Mas um m1ttnllo $Ó ~e adultos nc>r• mais; senhores! Que munil<> 'Ser.ia ~? quem o 4>Gde im;a. ·g.imll'? A ma-riem -da tragédia... c ~rí'.tica de Anouilh · .(Corrolu-são ;l'la i:ª .p!g.. ) ,(Contm~ -éla la. pi..r:) sua escravidãG a-o dcmiinio da nas ma:s lGnigroi nortes ~= ~– carne, sê,nia, adquire a -consc1en.e1a Um dos asi,ec:tos :cb:·oeant~ de ptlmileg'iai!a. !Em,po'l,.da, 'l'J&r da· obra do sr. (>ct~;vi-o de isso me'Smo, o p-ró;prlo au'tor, ·Faria, ;ttlriia a ia~Jlttide do 11tue 1J]lartici,p:a, eoon .um en~u• panor~-ma ·em :que e1a .se de- siasmo só exp'.licãve1 do -crla• ·senro1a, é o -f:tto de a ·sua 'hu- dor dia:n'te da J>'et:fei-ç,ào 'lia manidade· já a-parecer aqui- .criatura. da sua grandeza e nboada de recursos sufic-ie11- •lntocabilrdade: '"Não s:erá 'êl<\, les que. :4'he asseguram a exis- -i,oré,m,. êle. Bra11co Barrns, 'tência deniro de um pad~·.ão A:J.i\le ;11ão tem :medo de nacila 'de c,ol<liOOI'-tD .e despreocupa- ,rtem .de njn~ém, e desaf ia a ,pões. Haja ,~.ista o exemplo 'O,pmiio de todos, ~le que ain– •de '!seu~• Fernandes. Adrninis- dâ não capitulou diante ·da trador de uma fazenda no in- '!raqueza -da oarne e sabe -que terior elo pais trans-porta•se '!!Ião c~ituh\1.á. êle que apren– com a famffi'a paa:a 0 Ri-ó :il.e deu rem S-ão -P,au'lo, que, na ... .. ,., . Janeiro. Nem a mudan,ea de luta contra ,o- pecaoo - esse meio. nem os per-calço.s ria- ·«agui1hão da m.otte., - é pre• tuv~ris à nova .adaptaoã·o, !:e -cis•o '"resistir até o st1-n:gue". refletem na h~,enia orça• êle de cujas m.ã,as :ainda não ment'ãria -dti -fa;r:n,aic;i . sa'i-u, c~Nsci:e:ntemente., r.en "hw:11 !E- · 0 seu" F-er-nanl!les si5 1aai., mov.i,meif<lto :Ciltle oca's1ona:sse consegtiit1 '3 felicidade '!lbsel-u• mal aos oo'tr,0s, nãco s&'~ -:e.e ta, por<;J:u"ê, pai:ra:nda sç:'b a ca- a -<íu-rv,a-r a cabeca".. beca -da sua gente, postava-se 'Mas .faI>ta a êsse Bl·llnco o demônio da .carne, que n'ão Bai•,r0s. tãe peupado :pelos d'o1·nH: inem periii'oa . E pélo r.1a1es- do omunclQ. a ,ma11ca (!tos :c-01:po virgem de Va11da, o n.oss0s d:ias. tlle não se de• e-spícito d-0 treva tn&goari"a bruça- um só inst.'l.1);te ~a -:.oti– p'a-ra seim>re a veThi'ce do templaQi'c:, da m'isÍ?'ria lll'.U1'U3 · lionra-do ve11.dedor ae av.es . na gerada pelos desajusta- Nãj) e sem esttan:heza que mentes eoon'&mie0s. fonte, lembranças ,de -fe:llciãade t,u- • ❖ sada-, êsse passado 'é .s1m'bo- lizado PJ.')r ~m 'Vélh~ 1tutom6- •-vel. rugar casuatl ila11(14el-cs m-omemtcs SUtJI'.emoJi, fielinl~n~ -:te .con~erv.ado: em 'tõrno daS 1'-Gi!las -d-o carro ji crescem ~s trepadeiras. Ê um s(roi.)o-le· como-V.ê'll}'te.. Mas - tre'l)'a'd-ei• ' xas em tôrno das rO'das de un1 automóvel ta,m'bém ê J'dêia -n,bsurda, quase ,numor.ísti.ut ; tão ab~-urda como a morte de Eurídice, a escolha de E'ré• éleric e o "Nã-0" de A,nti-~oth1. O J!lada tr-ágico de A,nouill'l é à b:. -mr.do . 0 .Fa~o •-t!'âgico ,de A11aú,il'h ,é .aibsu't'dQ, C'IB sentido h'e:e· lta<n-o, por,que n,ã-o m-ain--tf.'?sta n ecessidailes e sim apeu-as ve• Jci:d,a-tt-es; niro é 'º F,.ido q.1;1e ''a– pa,reoe no m-H:Q, e esim l~aitia• Eli .,,elas ,c,i.uai's se ·apaü,.o.n;a > ,., - ({<tl·a:se ~im1:1li11,neamen•t~ r. ao aco:m,l)-anh0, em cada no,V'a tam'bém, de desês,pêro e ]'le• liViro do sr. Octávio de Fa- cado. Se não conse:gt1e hàbi– tia. o s-eu afastamento da pri- lidade p ara a realizatã.:i ,~a mi-iiva análise do mundo ·bur- sua ~arefa de salva,do1· de nl– guês. E a sua a}i)roxirnação mas, p·or que a ca1•i'<!la:'!e, q1,1e evidente de um exame 1ninu- é oú.tra fa,ce de Deus, 11â'o cia-so da ar.religiosidade da ocupa lugar n0 se1.1 apostó1a.,.1, é'_poca c◊ntem:l)'or.ãnea·. do ? obsta1élt-e sabê-las -deca-l:das ~ f,racas:? Pabc.ões liricas, toca• · das de im~~uidad-e, (lflle :-ie diluem. como chegaram:, sç:b- 1-eiptíci.ament-e. ' De Vancla aio da ll1e t1ca iitna -~,l,UC-tl saudade, or.l.g.inãtta, 'tà1vez, ,pela sua m0rtc ·ei:n p}ena mo• ci:clade e lis véspe ra!; aa estra– da -dà sa1vagão. E' im')fossíve-1 uma incursão -a~rc<:Sssada por êsse -yasto m'Undo dos romanc-es d-o ~r . OctàvJ.o d-e Faria. 'A v:is1io pan-or'Jl:mlca que ~le n~s ·of~– rece é s~i:npi;e íalsa-, :pois, pa• ra com,preend:ê-lo, 't01·1ra~sê bn,pérativo um estuâ'a acu!'a• d-0 cfle ca:da uma das sua$ per– sonagens. Sentir.lhes os an– seios e situá-las nos lror1:zG'.'l• tes e1n que se deba'tem e so– fu-em. A si,ngala'l' personalit;Iade Bem estl'anba a marca-d-a liti"ade arbit1'ãria. reflex,o da v:eleidades arbib:-ir'ia-s do.'i 1-i– ,di,iniiuGS .q-ul! se julgam livt·es e na verãade não _passam ·!\~ j0gu,etes ~e ,o pr.5simo nr.a• sG ,e1imh1::1 . Como bl!ln~oi assim êles são - no Sl'}nfido mais -alto da paiavra, na ~eu• \ i do ,de teoria do riso de B~·· gson - cômicos. As peças ~ Ano•'1h não r-essuscitam ma, sim .parodiam 0 mito. A liberdade .dêsses indi'w• duos, é, rigorosam~1,te 'C" I.IR– forme a teoria de Hegel. ih1~ :itótia~ liberdade -para. .!'S •!•JJ-as bar.as ,d.e uma ',repr -ese:nt.açã :c:, ie-atr.a7l. iUm teati,o ~ssi,m não pade (nem quér-ia) 'Su:tl'b,:o,li– g;ar sihtircoes hlst6rjcas: a ➔ ..... ,,,. ~, ., ,._ .,.. .,, ..n111t,1,gor,i,e , ,.e ..,..,1i)U\.oa•i . .. ·e, p~u-eo ~l'e~~o -·<la "aitésis- 1(-Contmua nà. Sa. :p~.) P~r ,que isentá-,lo dos pr.ob~ ~– .mas -et'@ll~ll!ioos 01ue, ~-os dias cor-ventes, são pi:oblemas d~ tôdas .as 1"!,~~~ cria't ~ir.as .? Est as o~erv,aÇÕês nao li' 1'C• tendem realizar. um est~d.?– :mesroa su,pe1isicial, da Tr.l.J;:e– •d i3 Bu,r~esa. Represe:~t-,1.:\\l me-ras at:10:taçõ·es. lo:r.n-a<las .ao sai0â-r de uma p.r.i.mei>ra le:it11- r-a· em ,que o e'l'ltusiasn,·o ·e.1n• oota a possibilichde de l\'~ j tti7,0 crítico cu:id"<rdoso, e ;;.~e mesi:no, desa.-pai,1t-0nad-o. Pà4'ª on<!le segui1.'li a hit,ma– ni:ciad'e do stt. ·ó<itáttie de li'a• 1,i:a, a-guilll~da pelo ·deses• 'j)êro e ro~ada ·,pelas ,('lo.m:l's ·do m-undo? Ncem n1es1no -e autor ,podel'à re$ onid.er. Ela no enta;ntõ, C'amiNl~,a~ã ' 1· pã~a a seu des.ti.no . rea· 1z11ti• de Btane-e B'a'l:,ros, homem- :li)el'Sonalà-dade de Bra:nc-o B~r– espírito, ·em tôrtl.o do qua1 se i-os. R'aiã.o não faltava ao ,·e• movem to-das as detnais per- lho avô, quai1do, por vez-es sonagens de OS RENEGA- v-árias, procurou chatn,ar o DOS, converte-se num rttiS• neto à l"ealida'de, arrancaudo– tico. 11m místico pari que-tn o dêsse mutd-0 fictício •.:!m o uni:vellSG àeve ser hal>ita- que se acastelara. 1v1undo ~ãó eJ<:clusitr:t- dt,s puros, a·os co)).traditério que jamais lne i'macU1ados. Daci a .sua conv.er - darã a s~.g-'ilrança da sua 't.o-r– ·são em ju:lgador imp@:'lite"tite, tale.za Não fôssen1 as. <:o-l'lt~.a– atri l!>uindá-se , as q-ualidad-es <li,§'é-es da vida, de ·onde v1tia de u'm torte- e l!e \ltl'I ~ttia; a irà~\2,ez41 · dê:sse m~tnt, l:!l;i.--n..,,..;i.J:à...d..._seu , .~s\:mo, IJtaaco diante de li a1'\da e de Pode-se afir.mar que, a1a obra J.iterãrla d'o sr. Octàvill de taril\, .iião existem :per'lG• nagens secu,i:l'dârias. <ll 1~om';)1n ai apa1,ece ·em \{>da a sua .i;íl~– nitude moral e ·e$'pitit:L:'\'1 ! do-se na ,anglistl~ e 4,1'lce1'l.€J.a do sécu,le e ~nt1,~buipd0, por outr-o .]atlo. par-a a r eali-2:açã<, ple&a de ·o ctâvi-<ii de Fa-ria como ·remanciSta. A ,práin'll.~tra e-s:per,-anrça ;ped§fá const:ittti.\' mera b íipóte-se, mas, ·felizin~l':. – 'te, a -se,gu-nda. }4 te"tl'caráa u11J'la ' .. ~lêndida ,afh-ma\iy:a

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