Folha do Norte: Suplemento, Arte, Literatura - 1948

• • - __.,~BmflORTt1i --:--- -- _,.;.-- -----------~--- ...... ~ --------------------------- .... oeta e ....------------..:~-1,· _ . .,.... iverte • . D-IRETOfi ' de Jção Cabràl, ,qu~ ordena seus • 1 jogos sâbios numa (Continuação da 1.ª pag.) ' ·ao poêfa, na circunstancia dlS cinquentenário d'e sua mor- . te: ' il PAUi.O MARANHÃO _--AB'l'B~l SUPLEME.NTO I LIT~RATU~ • ORIENTAÇÃO ,_, D! -F. PAULO ME~DES • COLA.BO &'A:DORES : - Alvaro Lins, Alons~ Rocha, Almeida· Fischer. Alpho~us de Guima,. rães. Filho, j\ugusto Frederico Schmidt, Aurelio Buarque de Holanda, Benedito Nunes, Bruno de M~neses, Carlos Drummo1ld de Andrade, Canby CrtrG, Cecllfa Meireles, C~cll Meira. C1êo Rerria~do, Cyro dós AnJos. Carlos Eduardo, ()aníel Coêlho de Souza.. F. Paulo M~ndes, Feru..ando f erreir:i. de ·Loan.da, Ga.– tibaldl Bhsll, Harol~~ Mal'anhão, _João Conde, Levy . Hall de Moura, Lêdo (vo, José Lins do Rêgo. João Mendes, Marques Rebêlo, Mário Faustino, Man11el Bandeira, Max, Martins, Maria. Julieta Drummorid, ~a.tifo Mend~s, Orlando Bitar, Ot~ 1'1aria Carpeaus, "P~ulo Plitlio1 Abreu R. de Souza ~loura, R.oger Bas• tid~; Ribamar de Moura, Ruy Coutinho. •Ruy Gui– lherme Ba~ta. Sergio ~Iillet, Sultana Levy e Wil• iSOll ºMartilis. • NOTAS LITERARIAS tJLTJHAS EDIÇ.õES . ~ , > • •to peq\i'eno rei de Benga– ~ ia''.: ml!is um s,1,tgestivo ro– , _mance cra Coleç~çí :t,,'{enina e Moça, :pará {IS jove-us de 10 -à - . ~ ' 16 anos, a, fnica .no genero e;-xisfe-nte no Brasil. ":Damião. . . . , . l!ltmosfera iSenta: de qualquer localismo, qualquer circuns– tancia li.ístórica•ou ec•ól6gica. Os mesmos Bandéira e Joa- • qui-m Cardos)), que por vezes se detêm amorosamente a cantar aspectos do ' Reci'fe, . já!,) superam nesse canto ,a s'Im• ples ..,.isão "imed.íata. A terra natat fiea ~endo ponto · ·lfe pa11tic!a para uma viage1n aoii países da geografia interior. Assim são ·os pern!!mbuca– nos. O nôvo livro de Bandei:tà é mais tµria demonstrà-ção de certo poder ..:. diabólico? an– gélico:? - que· o poeta leva consigo, para utifizá-Io nas . ' . . ~ ' . situaççíes da vida cotidiana / em que menô's poderiamos contan" 91_;>m a il·rupção àêsse po-der. Assim, \:ejamos por e~½mJi>lO o caso do individuo ~ qu_e m;.ora ' num· edifício de . . i apartamentos, éom um _p.átio,, taterno q~ a Prefeitura ou o - const.tutôr se descurou de cal• ç,ar. Moradc,res do edüiélo, co– meçam. a d~s,;>ejar nesse ,páfi.o o li:x,o•p.õmfstico. Vem a chu– va,, e ,<: letrit.os acumulados se . ' . ,., tránsformam em ·lama pútri– $ia. Que t;izer, diante d'a imu,nd'icie? A "recl.µnaçã.o aos poderes .pti))lt~s e en1 g~r-a1 d.e . eteito duvidoso. Leva,s<? uma .nota 'ào. jornal. e na'tia. Restà o,,cónsôlo de ~izer pa:.. lavrões s-em endereço. mas o lix& ,c.9uttyn1a- em-nestàndq o ar, ·e os' olho.s' sofre.m ctom • aquelá vis~o depfciráv_el Af cessam os. p_1>dei·es de imagi– nação e invenç_ão dô fudfii• duo comüm. para - ;,ur.gir .o - , - , ,. ,!' . .p_oder d~ voetà;. que antes: '1:e ' mais n'ar;fa ·'ti..ra do át.o1eiro ·duas palâv.ras- ~iéaà -:..-~lar~.. ma e l~gamar - , e faz. de . ~ tµrla sujeira, tim poema: . ,Um poeta já sexa:genãrio-, que não tem outra -9pú'ação Senão viver de seu salário Na sua limpa solidão.•• Não são apenas o~ olhos, é a propria solidãp do poeta ql.le se vê assim manchada. ·Ele quer uma soli<ião limpa, sôb.re um pátio limpo. E sua maneira de teclamar essa limpeza essencial à sua vida é a de compôr Um ·poema rei• vindicatório, endéreçando-o a quem de ãiteito: ô prefeito da cidade. -E se s. excia. não ouve a reclamação do poeta, o -sucessor de s. excia. acaba• rá por óuví-la. Limpa-se o pãtio, e êsse beneticlo píibli• co se fica aevendo, não--a um v,et'ªador, a um jornalista, a um fiscal da munieip"alidade mas a um Poeta modernis- fu. - • De poen1::i-i; gue tais é fetto Mafoá do l\h;lungo. V'1rsos <lê c 1 rc1-n1i:tancia, intitula-os ó po-eta. Mas ql.!e é. circuns– tancia, nes.te pa,rtic 1 Jlar de versos? Se s-e in·corpora à poesia, deixa dé ser cir.cuns– far!cià. · Arte de transfigurar as- c.ircunstancias, poderia– mos rotular a poesia. A cir• c.-unstáncia. é sempre poetizá– vel, e isso nos foi Q-1ostraào até ao .cansa-ç.o pelos .grande$ poetas de todos os tempos. sempre que un1 preconceito discrilúinatério nã.o- lhes tra– vou o surto li:rico. Abrem Cl livr:o · os- "jogos 9tH>másticos", especiali<iade bandeirian a, e-m que o poeta fãz sua poesia correr os ca- a, Inglaterra; parca :ª ·Eutopa, No· Mundo • minhos de sua am"izade. Lfra coloquial, t°irando alimento seja das ~gestões qUe o no– me .pi:~rio jâ con:te~a, seja de outtas que insbife à ima• · gfuação pa.rticul'a.1 do poeta: Estamos a um centim,,etro do trocadilho; mas, que € o ,tro• cadilho se não um 'recurso poético que se degradou? R·etnis de ses émotions, N 'a.ya.nt gMdé des pass'ii>llS Que de la force et de ta ruse, Le poéte à, present s'a-muse:.. O- po;eta se diverte - éo~o 'Verlaine, que também pagou tributo à circunstancia, em E1 >igra.mm ,es, ' Inveetlves, Bi– bfio-Sonets, ioligidos na edi– ção Plêiade, das Poesi.as Com-pletas; como o própr,io Beaudélaire de P-oemes Divers, na mesma c-oleção. E gµar– dou, no divertimento as qua– lidades essenciais. d·o se.u lh,is- ·r r • . • mo a serio: a ternura, a graça Não· te posso dar flor nem " . .. . (knjo-, folha oq galho• Sim. Folha e não será de ál~ [tno ou tilla ~ Folha ao mato, mas cheiros~ " - [de resina. Lê:VaJido à tua gló,:ia umà [,gob ·de orvalho. . . V ' A Ji nota mais s~.nsivel nes" ses jogos" ê, i ,or.ém , o se-n;.. timentQ: familiar, tão intenso em Bandeira, e que êle dis.. tribulu com os amigos, ao lJJ.e faltar o acon-cbego de rair4 e irmãos. Uma fibra intima: do poeta sustenta a frãgtl brincadeira. São ver-sos tei– tos com absoluta ausêf)cia de pretensão, salv:o a de mar:.~ car um afeto, no · a~bí.entc, limitado e cordial de -uma casa que êle frequente. De_ u-ma dessas casas sei que seus moradores fizeram emoldu– rar o original aut6gralo. E -os meninos e meninas que Ban– deira sau<fou ao nascerem ,;e. -rão, quando grandes. essa carinhosa lembrança do poe• •ta debrucado sôbre berços. a . . trazer-lhes a primeira visita da -poesia: triste, a' ironia. ,Com fgual é:to· mil\lo dé foi-ma, que não se. confunde com virtuosismo, ppis êste se com_praz· em ven– cer a dificuldade para mos– tr-ar que a venceu: ao passo Susana na.sc.éll que, no verso .de Bandeira, o Na segunda-feira. J-e~to.r em: geral não percebe E eu, que sou Ba.ndein, o :;;alto n1ortal, to'do entregt14- Embanderel eu à emoção que êle sus•tità. A9" , Esta La.11& inteira: si;n1, .neste Keats: Sus,Ana.t A thing, of beaufy is a joy. Fôr ever, Keats e:-...1>rimla. 1\-Jas êle próprio senti~ Quanto essa alegria dói. Citei o exemplo -verlainea• no.,.. .e- é .grato encontrar a es– trofe que ·Bandeira consagra De ••• - Não foi brlneatleira: l\ilnlto a nrlle sofreu. Grilava à enfermeira: Sus.Anat o pai n,e escolheu U1n noJne que ' cheira, (Continúa 1'ª 3.ª . pag., o lêp-»oso", blogra,fia d'o Padre Oamfão de Veuste:r, por Jonh ·Far,r<t'lli. 2.• edi~o. Tl:a4ução .çle Mârla . llelena · e Al-ceu A– rrror<oso Lim,a. Plieía-cio de. HugJ:r -Waipole. "M;erbdor de f1tisões" ... romance · de Fré-deric Watêeman, filnla,do pela Me– t i;crcóm ~Iark Gable e llebo– rah..Jeen' e em .e~ihição no Rio e São Paulo. Tradução -de ·Walàeni:tr Torres: "·A educa• ção St)XUaÍ", pelo Padre Al– varf, Ne_gro:monte. .5.ª ·edição, Sér-re · de Obras· Educativas. "Ca1rtos•da Angústia", paemas– de Adalgisa Nery. "A .elêtrici– õade ao alcan·ce de,.to.õns". por Joseph R. Lunt e William T. \Vyinan. Belo volume de 583 pág_inas é 375 ilustraçõés. Trn– clução. do engeuh-eiro Alvaro -d.e Paiva. Abre11. O melhor li• vro s.6bre efetricidade nt'áfica. até hoje publicado no Brasil. livros.. vistas., no ltio, pelo edi– tor José Olympio, ,pelo dire• tor da Coleção Documentos Bra.sileíros. Olávlo '.l'arquinTo de Sousa, e . pelos escritores José. Lins cfo Rego e- Gastãti Cruls, causaram a mais fo1·te impressão, sendo por eles -consideradas v -e r d a. d e i r ;is obras-primas no genero. De– ve-se deS(acat' que o ilustra– dor de '!$obr,ados e Mucarn– bos" acaba de ser convidado pelo cpnnecido cinemalogra– fista português 'Leitão de , Barros para ser o seu cola– borador. cómo pin'tor; · no fil– me em·.pi-eirara. sobre a vida de -eastro A1ves. Tambén1 que.será o colaborador do es– critor . Gilberto Freyre .n:o •~'fi}llêl" dràmá:tico e ·folclori– co "C:i,betelra", ai:ncla em pro– jeto ou esboço, corq. n1úsica d~ Vil-a I,,obos. O livro "In- 1tleses no Br.asil". ele· Gilberto Freyre, a ser publicado brev,e, terá ilustracões, notaveis p~ la originaiid.ade de tr-qços e ·c!e técnica, cle.ntro das suge~tões ri,. autor: ::is da r> i o tor!l Rosa Maria de Barros Carvalho, há pouco che~ada de P.a1·is, onde foi di~·cin1ila do f{l'l'llQSO pintor francés Fernand Le.ger. Nes·• sas. 11t1stracões. a vitotios,, pintora• revela um dos aspec– tos · pouco conhecido do seu surpi ·eenden.le talenf.o artisti– co. Será- a. sua- estréia no f!.ê– nero e uma estréia triunfa~. Entl'e as i1•1slracões oara ''So– blavos, e l.\iiuca.J'nbos" -por Lu:a Cat·do~o •Ayre,c:. figura min1:– ciosa nla nta 1:>itore~~a""cte um sobrado ,nnti 11.o do Rio de Ja– neiro. segundo dados fo111eci– dos ao esci·itol' Gilberl.o Fre:v– re pela viuv::i· Joaquiin Nabu– <'o. agora falecid.> e nor i::ua :filha. a esc1itor·a Cat·ol ina Na– buco. e~sinar aos ingleses ~s vá:lo– ies da tradição·.católica:· e· mo; narqu_ista e ensinar aos eui·o– p:-e11s, o~. valores- da tradiçã<!_ clássicà·. Suspeitaram afgo de (Continuação da 1.ª pag.) às pall\Vl'llS 9u abandonapdO• :--– ás .sem piedade quando incoi'• rigívelmente de!ot1na:Ías ~e– io abuso do fraseado. l,IVROS JLUSTRADOS O ilusti:ador das novas eât– ções de ' 1 'Sobrados e Mucam– bos" (em 2 volumes) e "Nor– deste", elo, escritor Gilberto Freyre; que já tem Jivr-os ilus– traÔQS por êficero ·nias, Lura J'a·rdifu. Manue'l. Bandeirn., Cánqido Portinarl. .Santa. Rn• sa, lJarlos Leão, sera o já :ipestre da arte do desenho; da i>intúi:a e da ilustração que é Lula Cardoso Ayres. -A:ltuma~ das ilustrações po.r ele já fei– tas para o primeiro daqueles A-P,os:i.çào- De El.iot . ' esnobis·mO' de cosmopolita ria teoria, elíotiana ' de: um "bltilé''. de um ·«c·QI:Pl:!S';. de "iande" literatura de to<;Ios , os séculos e nações, íor.mal).do um,a u.ni– da<le extra-tem,p.eral, D~lmo-– re Schv. •ar.tz acha °Ellot, o ·"in• ternational hero", mais ·Íll· . 'te1,na:cional db . que . extrà– t~mporal. Com isso a crítica destru-tiva pretende ace.rtàr o . . cenh;o da questã~: pl)rtence ' ' . . ' ""l' t a , P11oom-a p.o,esizy. ae "" JO ao "bl.uk' 'º inv11ri~""'el da litera-· tu1·a universal aó lado das obras-°Qrimas d~ todos- os tempos. Será possí.vel ui'~q admitir a pergwita, aléga11do-se q~e os contem,:>o.tâneos nãa. têm competência para julgar de· ma41eira tão definitiva. Mas outros descobririam nessa atitude algo de 'cov.ardià. Pe– lo menos é admissível éxa– ,ninar se a poesia de Eliot ial;is!az ao.s suprem.os "stan– lards" que êle mesmo esta·– ,e.leceu. Um "clál,si:c.o", diua Eliot n.a sua. conferência sô– bre Virgílio, é r-eeonhecido· (Cônclusá'.O da ta. pâg.) p~la matuti~11,de d p esplt'ito, !oi multo criticado nos últi- n)ateriaUsia acredita na ma- doll hábitos, da língua. e da w-os teru.i;,os; tampén1 l.lag11e.la téria. não encontl'ará em Eliot posição l iterária, Quer dizer regwetable" com,o a citada a religião .e sim apenas•a som- , ·- a definição na literatw·a geaj;~ qire c9nínnde o anglo- bra estéticà dela. Mas. .por- uni< 1 er.sal - um clá,ssi~o é u1u · católico Eliot com o pseudo- .mais absurdo.<; gue. sejnm os fenômeno ctepuscular. E êsse "re.v.ie 'W" de Leavis niqguén:í ârgtui'ientos.·de \Víntel'S, a sua :fenômeno veri:f1ea1·-se-ia, no des;pel'ceberá uma ponta iiô- a.rgumel:}f1ação atinge utn séculó XX, · num poeta de nica. Ain da -.se con1preend~ a ponto neur.ológlco. E' :relat.l.- ori:getl) ap:1e.rica'l}a? torno da representa:~ão pa:_ri- v;rmente fácil atacaT a pos.iA A -p.pssibilidade do parado– si_e1ilse de "l\1urders i-tt the eão iqe.ologica de Eliot, mas ::fo não pode ser, de antemão, Catlie~al'-♦ os· apiiiusos de êsse ataque só se torn-ará excluída: porgrie a .América oposieiio dos .cham.,idos pro.- realmente vitorioso guando _ 0 moderna -é contemporânea (e gi;essisms: condenando, .em. crítico consegue veriihiar majs do gue isso) da. Europa "After Strange Gods-''. todo consequê-r:\cüis n-a ·poesia- de crepuscular. Outro ~ande o pehsa-mento moderito• co.mo Elic,t~ incoei·ência poética. americano anglicizado,. Henry bc,t'êtico, defendendo teses Fôi o amei-iciano .John Cro- Jam,es, se-we de e~emplo. que· são elas mesnJas b:eréti- \Ve Jtanson qi.te jâ. dizia as. Jl!as êle não lf.oi um revolu– eas- do wonto de \rista da t.ra - coisas mais incis.ivas a res- · -cipnátio. O próprio Élio:t e a • (\ição cristã, .Eliot fo1'fleéeu peito., ;V.Um artigo que se cha- , •a_pare;n~ ~on,t1:adi_çli<, • cl'é: ·· ier irmas al'ma.s preciosas · ao,:; ma, . sfunt~ça;J::ivameµt~. •'-'FJi~ revolucionado· a .1~teraetura ao seus iyjm.igo~ ideo~t:és:" 'Jã Inorganic Muses". Esse Eliot, ~esmo em .q~: êle p:r:etendeu se ·c-o'l'.llp.l'~ende que um con- ae ferrenlia d.i.s0iplina lite- b~ai· à traà1çao a v1da mo.• serv~or como Yv.or W:in- rária, de impecável harmonia dernii. Talvez nenhum ameri• es11óbes. Os .êntusiasi.Í\os e1n poética _ seria incoe;;ente1 .cá-no legítimo •fôsse capaz• dé ter,s, conservador fo1~çado, A sus-peita .rião é nova. No !al :titíide: · Tampott<ló .um aliás, tan1pouco gosta de iníci o. zombaram bast ante 1 n ~l.es . Para -tanto se· pre·c1sa- Eliott quen.1. pretende acredi• do honiem .nascido ~tre ós va de um anglo-am~icano. E ta,r nas realiclades espit,it~1ais silos e chaminés. às marg:en s pode se··ac:i;escent:i.r que nem da mes ;1.ua .maneira co1no o do 1'4i~o:uri, 0 qual toi ·para bastava a transfotrr1ação elo e::<,pl'essão. ••o que eu dizia era SÍfi1ples, direto, e procu– rava cfebalde em 1ninha mu– lher. concisão ·e clareza. Usar americari'o ·em inglês in!!UlM"; foi 1 p1;eciso.,.vo.ltar às tradições q_ue ainda ligaram a . ilha ao Continente europeu. Nesta. ·sentido Eliot foi coerentíssi– mo tornando-se anglo-eatóli• co. /· Hã nisso. sem dúvida. ipais 1.un paradoxo: l)orgue de· ponto (\e vista da· ortedo.,:ia o próprio anglo-cat.o.lícismo é ' }leresja. Eliot, o gi,ande ini- migo das heresias. é mesrno herétic.o: "Orthodoxy is my doxy; heterocl.oxy is anotber man~ do,,;;y". Mas- en1 q:ie ten,po teria sido mais neces• sáriá a voz t1-0 herético do . , que neste -te1npo da unifo;:-– micladé? Até p11ecisamos• de herk-licos, em face das unani– midades pro-elioti°anas. Ague– •Ja definiç.ão eliotiana, dia>Jé– tica, d}l· poesia, não defin.e decerto tô.da a poesia. de to– dos os temtios. rvias heresia hã.o é· atitude meramente ne'– ctati.va . Assi.m como a 011to- .,. . úox_ia se forroou, afirn1ando– se contra as heresias. assim a heresia supõe a existência, até o· vigor da ortodoxin. Const!tuem JJm par insepará– vel, em equilíbrio dialético. F. a síntese.? A poesia hão oferece sí:ntese. Pelo m.enos O!!S épocas de transij;ãO dia– lética como foi a de Donne e ·co1no• é a nossa. a poesia não chega alé,m. de organizar eq,µilíbrio.s de e s t r u t 1 r a rífuµca, e~ptessões perfertas; unutáve.is , da~· contrá<;Iições temporais., Eliot criou-se pa– ra o nosso ' temP.o. E' o E>o:rt– Í)e d.o nos~ 1.êropo. Ce!e.brá..Jo ~ou co:t;ldená-lo com.o revolucionário ou· como clássico sjgníficaria ouvir apenas uma das, 'duas séries de harmonias na sua músiea dialética. -Mas isso é 1l)es1uo fraqueza <le• contemporâneos. Só quero e!;tá,,surd-0 a tôdas as harn1onias· do· l':i'onne des– t~ século é anti-eliótiano; a.hte•dil.liViano; CaeUs, dessel'vido pelo a9Uêle vocabulário, vasto, próprio autor, que n·ão d:;:ixa c]leiQ de ciladas, não me se• passar , ocasiã-c,, para .l;IU.:i':si• ria ;possível". cáélo de- fracasso, e pelos O abismo q_ue existe· entre seus· ouhtos -romances, co,n os à• pal;ivrá falada · e à escti- quais sust:ent;a mal a ::-on,pa• ta, João Valério também o r!}\;ãO, é lpn1!;é qe ser u1n li– sé'nfé. Cadã · véx que ret9ma vro mo:rl'o. · Anima-n u .n fô• o -seu rotl)ance histórico sôbre 1e-go in_tenso. À.penas o pre– os caetés cai µo artificiai. taÇ:o,:1sta· é p:ilido de n,ai~ ao corq ódio de si me'Smo;a.o re- lado de co,m-parsas delineados l.i~ar- ~ e:oçper.iê.ncia direta d~ com traçqs v_!goroses. Quan– i,ua vid:l> quótidiana, readqui- ta v-i(la· ém Padre· Atan~io, 1:e a 'naturá,jidáde, d i;fetor da Sem~na; no tabe- Luís dá Silva também usg !ião Mh•anda •Nazm-é. no as dl1aS linguagens: Escreveu fa'r-macêuticÔ ~eves. no , mi– dnzêiitos sonet.os, oue . dcs- tômano NicolaÚ Varejão, e pxeza. .:: faz artigos de enco~ em tõàas aquela&, palestras in– roenda. -pomposos e vazios, concludentes, torti:tosas, e:beoias sem se envergonhar disto. O de desvios e disparates! Co– q,ue acha' detestável, é usar mo aquela cidadezinha do in~ na con:v_ersação a.ir !rases-fei- ter.ior alago.ano . rcl1eté tõaas tas- de estilo literário. /'Essas as cidadezinhas do mundo. - coisas a gen·te diz no jo,1·n·a1 e, ao mesn10 tem»o, Cl._o)llo e u~nhuma ,pessôâ mediana.- de:ve ç-011dens.at a e"'j.stência mente sensata liga impoi;tân- estagli.adà de mil 'pêrdidos eia a elas. Mas na sala de luga1;ejos do Brasil. Tàlv<>,z jantar, fum:i.nclo . · de p.ernas seja o único 11~o de Graoi– tran~adas, , é falta de yergó- l_iano feito corti a intenc;:i.o nba". de· pintar ambientes; nos ou- A língua escrita, c·onven-. tt·os; o a1nbiente emana das cional 'e ..,azia, quer sair da pe,sonagens com·& q·ue à re• let.ra de fôrma ·· e i,mpor-se velia --do . auto.r,, $é Caetéir,. e-m às pessôas vivas, forçando-as muitos pontos lembr1,1 •;onqg~ a separarem-se da realidade tos com lc~Jturas e tailiez à:té e a participa1·em de um i.:on- . com modêlos, já anu'.'l::ia o luio estilístico. o· heró.i ;:Io romancista das viqa·s fal-O_a.s conto À TESTEI\IUNJ;I.A. fa- e dos ges.tos murchos, do9 lava como tôda a gente, n1.as quartos sem ar e das ruas "o juiz lhe traduzia a p,r,osa sem hoxizoi,te. Anuncia tam– vulga-r nu.1na linguagem a:r- bêm o virt~se do estilo. de caica, , pomp.osa e errada". Só espan1:Qsa 'st).uràn_pa. /li.. car– um a.nalfab.eto como Fabiano ta anônima pela qual Ad:rião invej8' às.. pessôas cultas, Teixe:iril. vem a saber da in- , ' simbolizadas por seu Tbo1nãs fidelidade da 1nulhei: é. um da bo\a1ide.ira, a sua capffidá- dos pontos. altos do ro.n1a11- de de, enfilei:t'ar palavras ce} conté1n uma. resumida compridas .e arrev-esadas, Luís histó-:ria intjma de que.na , da SUva 9deia e.ssas pala.vt :\s a es.<1reveu; sua carolice, suas q~le• o ,afastam ::-d~ Qutros· •mi- ~ J:im.itaçJies intelectuais,, s:ua-s seráveis, e cam:eça a antitJl~ atitudes p9Ííticas: evOca o ti,zar· c::o.m Julião·· Tavares t1e~ ambiente qtte A-orna pc;> s.si– los- clicnês q1;1e êste usa. vel e a detern1ina · ' e r~ve1a o estilo brutal e sêCQ. in- tanrbé_ín np aut::rr ~ -Q l'OJnan~ cisi..vo e prop·ositadaniente cé- a fo1·ça ao mesmo te-mpo vul~r de Gr"ciliano Ramos corrosiva e construtora de n).ost);a que, êle partilha da 1:1ma ü·onia corÍgêrJi-ta , v'~lada– aosiedaqt ' com que seus p1·0- n1ás at:i-oz:- tago11istas procuram rec·ondu- Le,io São Berri.à'l'd'ó µela Z!l' os meios de ex::pt•essão ' à tercei'l:a. vez.: e cacia Ve'./: li.co · S;'ua · finalidade primitiva, de• ro-ats ·subjuga'do. ):'atllo Honó• volvendo seu sentido inicial'- (eontinüa na 3."' pãg.~

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