Folha do Norte: Suplemento, Arte, Literatura - 1948

i ~ __ , Doming9. 20' deJuào .de 1948 ------------- ~:... ... .. . ' ,\1,-----· _FOLHA DO.NORTE 5 9!'ª,f'tl~ ----· ' No seu livro sobre Beetho- explicar o fenô111eno da repe1·– v e n. Emmanuel Buenzod cussão da obra de Bach. Pel:i exainina as possibilidades 'de sua qualidade musical não po– J·epercussão, sobre ô l;lomen1 deríamos expliçá-lo, pois. tsto :moderno, · da obr.a de Bach, escapa de todo à pete:epção dó MURILLO MENDES nrundo "natural", e ::;alução pela grandeza do espírito ·qu~ iniÜo". Trazida por quem, ott por que? Pela infância, 'pelo. espírito, .. matemát-íco, e pela experiência da morte._Moz~t quase gue ao nascer j~ escre• "\>ia inúsi'ca. · Uma testemupha de, sua vida de'elarou gue êle possuía as maiores aptidões pai;a a matemática. (Einstein, depois de longos calculas, con– cluiu que Moz;}rt ,é o músico que mais se apr-0xima: do id~• al inatemático). ·E nun1a car• ta dirigida a seu pai, conta sua e:,;:.p·eriencia 'da morte "essa pérfeita e .verd?deira,ami~ d:o I-Ioipem'" cuja imagem lhe_era familiar desde cedó, Mozart 1norre corrigindo sua pi;ópria n1issa fúnebre. Sua vida é ·a Moza1·t e Beetl;lo:ven, conclu- homem con1um. . indo que a pahna caberá ao E' v•erdade.. que Palestrina e últin10. Colocando-se nuina Vitoria atil1gi:ram també1n un1 posição sen1elhante à de Ro- alto gráu de religiosidacle ~ main Rollan. êle acha que o mas a obra dêsses dois gran– •aator de "Fidélio" age de des mestres da 1núsica ainda ma neira fortissima sôbre o não teve a difusão alcançada espirito do homem moder- · pela do autor da "Paixão se• no, po:is encarnou seu próp1·io gundo S. Mateus". ' (Qo1>y't:i1ht E. . s. ~ coiµ. e~clusividade para a FOl;HA l)O • . 'NORTE, neste Estado) . ; . ' . ,:, .;, . . ines1uo ,·;.!pr ~ ,corilo q11alida- qU~· êle e1., , .:! na, dimensão dl~ ele musicai'--, que uma sinfo• :fícii - a da sdlidão - 'ai é ni.1 de .Mo~-~rt ·ou de Haydn. que·. êle rompe coní• o mundo Beethoven ·é o homem dos e recebe U:ma ferça maior que co:1fJit'os. N.êssé plano êle é a agressividade a uoção. inigualável; aí êle fica sozi~ Por que - co:no escrcYet1 nho na música. Beethoven é lTnan1uno - ~ós preéi.s: . .. 'lOS um criador altamente éxcitan- de unção, e ·>ão <'e c'!ia!qt..icc? . 1e e nervoso, co1no de re~o•. Becthove:1 venceu o con.Hito, .a.firma suas leis próprias. Con• ciliação pe{o .. :onhec~1nento da l)ivindade, ten1a dá al.e• g1·ia já agora extensiva 'a to• dos os ·sêres:·:não ê em:vão que é1n algumas. passagér~ desses quartetos · pi?rsisten1 .motivos melóàicos:: da "1-ona Sínfonia". H-01nen1-he,.,' : ssa a prescin– dir dos• cei1ái·ios excepcionais: hon1em-heroi na d-:i.1plicídade do sofrin:.en to refinado. c-011f;ito ➔i- E no seu belo livro sobre a Qualquer c.oisa ern que Be- talvez e.m gráu me~or, e ,traz a solução - êsse poe• Ri ,rejo Wagner. r:-" {111;.. ' :· ~o-npa ,·ável - e, ..Do~ Juan" de Mozart, pu- ethoven toéa recebe logo a J)licado em plena guerra marca de um espírito l,)Odero• p1·im(JJ:osa edição àa Livraria so. lvlas é possível .que o que da U·1iversidade ele Fribur- n1ais tenha contr1buido para ,go, Suíça, 1942 - Pierre J ean a glória e popularidade 1e Jouve deala.ra que é de Bach Beethoven sejan1 justan1en– e de lviozart que a aln1a mo- te... · • · d"?feitos. O gigan– <l erna espera essa liberta- tismo das propor·ções, os de– ção. Segundo ele. Beethoven senvolvL-nentos excessiyos, ~ ,rne:rgulna-nos no niundo da o famoso "reflexo outonal" "rei: ponsabilid:1.de ", e inter- que o faz aparentar, às vezes, vén1 "para que o pecado seja a Chopill - excita1n a adnü- A m:úsicá de Beethoven é adágio qo quarteto OP. 132 - un1 fortíssimo ·estilnulante dos "Canto :!.e açãc, de graçar ele nervos, p0$Ui uma consider.:1- u:n ·con~'alescen-te à Divõ-, - . vel ,{OFÇa de ataque. e diante · ,J e". Nesse, " ""' outro~ cnuu·– dela ,'ivc ' ·muítas vezes a sen- tetos finais - OP. 127. OP. -131, sação de me achar numa to.u- OP. 13:3·, OP. 1.35; - Beethoven r ada. Salvo raras cxeeções, acha-se tão perto de nós, começa logo agredindo. qua·nto Bach ou Mozart. Aqui me coloco em op.c~ição a Pier– r.e Jean Jouve, que vê (ou por outr,a, Óuve: .. ) em Bee• thoven, o hÓmem dÕ passado e da nostalgia. ·Não há 11ada mais atual d,) que êsscs quar– tetos. Observa-se· um Cúllfli– fo cie forças obscuras, mas obtein-se a pacificação espe– rada. Rompimento· ·com o lviozart já c01neça· J;>acifi– cando: ult.rapassou o tii:ã, Da– vid contra Golias. Mal se es– J?o~a o 'lall ~g.ro " in.icil')l, jà distinguimos o esquen1à <'.ia vitória. E' vérdade que n1ui– tas éríticas descobriram o de– n1onis1no mozarteano (priaci- , · vitór'ia da derrota. Porque a ptópria :vi.tória dos prin1eiros anos não lhe. pertenceu - e sin1, a seu pai. venc:ido p ~la confiança·•. t·ação quase universal. Quanto ·a Mozart. al-ranca-nos Dificilmente se poderá con– dêsse mundo, e quer que nós vencer ao homem co1num •– vamos "silleurs". E 1·emata: e Jnesmo a cei•tos entendidos "Or roinpre avec ce m.onde, en1 múi;ica - que, no pu1·0 tout en y combattat1t, c'est plano da obra de arte. un1,:i sans doute ce que nous avons sinfonia d,;, Beethoven tem o ~ O con,posi.tor Tcha ik-ovsl,y escreveu que não toleme •> terceir., período da obra de Beethoven. Tenhl': f?ara mim e cómrg.o 11>e:1,1sa al,gutna gente bôa - que êsse é'- jus– ta1neute o p eríodo decisi~ 1 ~ da criação beethoveneana. Al · é pahnente em "Don Ju-an", nos Concc1'tos K:. 466 e 4.11, no fi– nal da Sinfonia n. 40, etc.). Não nego. que êle exista: per– cebo-o claramente, naquelas· e en1 muita~ o·~tras composi- ~ -xxx- J.Iozart é o músico de Kier• kegaard; o homem das ruptU• ras contínuas, da ruptura CQn'l. Regina ôlsen, ruptura co1n o n1eio dinamarquês, con1 a Igxeja oficial, homein da so.. Jidão heróica. "Escuta: Como êle se atira· •à vida múltipla é diversa, escuta o a.pêlo do prazer, os transpor.tes do de• jeso, escu-ta a embriagué'I: tri• unfal do gô: "'; escuta sua fu– g.i louca; êle se ultrapassa a si mesmo, e.ada vez mais rá• pido, cada vez. ma·is indoma.. vel; escuta a e:xigencia í:lesen• freada , da paixão, escuta a· respiração do amor, es,cu• ta o murmúrio da tentação . .• escuta! escuta o "Don Juan'~ de Mozart!" ções. Mas -repito - quando,.se i accom plir. nous h 4:m l'l' e:; mndernes". .,} avanca nn universo 1uozartea – no, já se sape que a solução pacificadora está contida "ab • No tocante a Bach, o poe1,a não detalha seus 1notivos. mas fica1nos sabendo que êl~ lhe ntribue o papel suprerno nes. sa grande obra .de libertação pela música. Estamos de acor– do. lúcidos, nünuclosos can1afêus. _ • . res reeolhidos, a figa, o ca-. Mal me lembro· do resto - da R' AP.TQ ' _ f DO CORAL lnnga, o caclí.orrinho, a bor- prof.usáo de prata e cristal, 'bole ta, o perfil... E o bro- dos an.éis pai•tidos, das Iàm- _. che a;bstrato, o esquema da padas apagàdas, dos leques rosa, a lembrança da anê,no- ini'.tteis. Ali estava o coral na (Conclusão da 1.ª página) na· aberta no fundo do n1ar... sua secular nudez, lí1npído e E o an tiquário, não sei por intacto, liso CQll'lO a noite sem dos, Po•r êsses bosque.s, por çavan1 êste matiz do' coral. qu~ toma atitudes humildes sonhos. Não s·e fatigava com êsses jardins, cujos céus são . E tudo está muito l011ge, en- de que1n me vai pedir descul- 0 dei,:;ate é interessante, so- esculturas. Era simplesmente de água, por ~nde, em lugar volvido e1,11 val,$as, co1·tinas de ~s ... Uina senhora muito o coi·al: a maté1'ia formada de pássaros, desl!sa111 revoa- borlas, velas acêsas formando rica, de vez em.. quando muda· b retudo se nos coioca1:mos d · d · ·te · · den.tro das águas e apresen- as e pe1xes. no1 s 1n·ea1s. de 1uania... As pessôas mui- nesse plano espiritual de ro,n- tada alí com a .naturalidade Tudo isto misturado a lei- Amores ricos de segrêdo são to ricas podem sustentar E' sobretudo en1 ''Don Juan» que se e¾prime 'l experiência da morte, corno nas sona'tas de piano, nos•"''Divertimcntos" .e na "Fl~uta mâgica" a eX'pe• riência .da infància, e nas "Sinfonias" a e:~periência ma– temática. pime!'lto con 1 0 mundo <"tro•it de uma flor que desabroéha turas: olhos por dentro dos v.aga'rosos e tímidos . Não se m~itas manias ... Chegou a en y combattant") à procura e, por clesabr'Ochar, exibe seu vidros dos esca:fandi:os · estende logo a mão, com pre- vez do coral.,. , de uma li.be :rtação; abstendo- veludo. sua sêdà, seu aroma barcos deitados eni rochedos, potência e ·avidez. Ne1n. se Havia, natur,almente, o ala- nos natur~lme11te de qualquer e sua forma . Assim era o CQ• deixa~do que o oceano sus- declara logo êsse vago cres- do baile mitológico dos ca– .idéia de ~orneio, campe·onato, ral. E un1 jpalheiro n1atemá- penda em suas cordas e• en1 cer do sonho. Por isso, per,- mafêus ... Havia chuveiros de hierarquias de valores. Não se tico ou navegador tivera o seus mastros, co1no um bor- dia me,us pa5?os e·m redor d? crisólltos.,. Havia... M,as a trata de saber qual é O maior engenho de armá-lo e1n has- dado de trepadeiras, as for- coral, 1a e vinha co~ ele so idéia da flôr _ que é mais t.es finíssimas de um outro n1ações marinhas que os en1- na lembrança, co!'ls1derando que a flôr _ tinha si"o ar- ou o menor dos 3 músicos: tra- b d · · d ·1 1· 'f ' " que o te1npo escurecera e an eiram; o mundo, que os ca_ a tranqu1 o a Jo al'quepa- - rebatada. O itesenho aberto ta-se de saber qual dos 3 po- tornara invisível. como um homens não recor dam, e onde rec1a sustentar com sua gota no céu com seus ramos hirtos d erá i.,'ljudar melhor a curar objeto náutico; esquema de o cílio dos infusórios come- de água eterna a eterna f)éta- sustentand,o as luzes do firn 1a. as feridas do inquieto ho- bússola ou de r.osa dos ven- ça a traçar o indecifrável ara- la de cada hast__e. DE:vo ter mento, _ jazia no museu de mem moderno, cuja alma tos, inspirado na &;eometri'a bêsco ~a vida. . . sonbacfo com ele: 11:ien~o. uma colecionadora, Pel::i pri- sangra tanto como seu corpo. das anêmonas abertàs. e cOtll E, finalmente, a vocação. oc1:1pando . o centro do ceu, 1r- mei,ra vez, na nlinha irnagina- Não creio que possa haver um aljôfar no 1neio ,íle ~cac;J.p-Para a sf12,tese. o. ~osto da i:ad1ando para todos. os lados ção, a lembrança de cada al– uma solução coletiva, pois ca- haste, como pequen:is semiln- co::i.centraçao. O lmnt~. A_s- - · o meu amor s~bmdo e111 jôfar t omou um feitio díscre- . •d 1 tes do mar. sin1 era coral. Esquele~ ar- poemas pelo oUI'o 1mpercept1- to de lá,g.dma. õa, pesspa !'Cillit~ indivi ua • · _ _ . . oitrário da rosa: pito hastes, vel, como um• gageíro por n1as- 1ni'Hte, e por . formas ctiversas. . :X:ú!=1o ~Sl;o norie1 de~cle .t;i prl.- c·orn: :;;_ua pétafa é~a. cuja trQJ; co;m.o um, divino trapez.is- FQ<i. quando .o. .,1>e.as.11mento · '.E' ir.strutivo no,tar que. num raeu;o d,1.a. E pelo numero de louçan1a nem a poeira do a:n- ta coiocador de estrêlas no co1neçou a dizer: " Tudo isto ·mundo que perdeu quase por vezes que voltei por ali, e pe- tiquário conseguia ofuscar. O firmamento . . são c;nlpas minhas". Deixei-o con1pleto o senso ·da i::eLigiosi- lo meu modo de olhar para o ~Tão do aljõfar dizia mar e Assim, depois de .tanto so- falar à vontade. Para aiém <lade, a influência de úm mú- coral tã.o discreto, comecei a dizia orvalho. E pairava · so- nhar e suspirar, decido-me a do pensamento, guardo razõ.es síco religioso como Bach au- Pensar que a11cdava enamora- bre o conj unto a mão do ou- proci.u:ar o antiquário dono e mais tranquilas. Á quem per– :menta progressivamente, dia :i rada; e, con 1 os instrumentos ·rives, com o seu con1passo : a senhor da prenda que é a mi- tencerá o coral, jam9-ÍS? Má.os dia, e não só nas "élites", mas que o ten1po nos Val dando, exatidão dos raios, o cálcu- nha .doce paixão. E por aí vai que o tocaram, olhos qul:! o vi- comecei a dissecar esse estra- lo d,o imprescindível engaste. meu destino, à 1nercê dos ven- ram, ·esnelhos que o tiveram, :na classe média, e até mesmo lh s d p · " 1 º. c:a ~ ; a~or. . a1rava sobre o conjunto o tos, sem ver os passantes nem dentro de si. .. Nem o ouri- :no povo. Atribuo isto ao se- V1 a 1nfanc1a. Recordei os ôlho do ourives e o seu sor- as casas, nem os veíctilos nem ves qu'e o inventou.,, Tudo .guinte: embora desviado por pequenos cofres ste cetip:1 azul, riso; - e; o gesto com que ad- as esquinas, - que tu.do isso pa;ssageiro, momentâ.neo . Só doutrinas materialistas, de c!escorados por a lcové;_s ant}- mira~ia d.e longe, de um ~fio são aces,sórios e contingên- o teria possuido .:verdadeira– fundo atei$tico, o homem per- gas, com olores de flores se- e de outi;o, entre o polegar •e cias fúteis, para quem marc,ha mente, ta,lvez, quem. o qUe• :manece, no mais íntimo e se- cas: lá, entre pe~uenos reli- o médio, a jóia terminada; o ao encontro do .amor. brasse. Porque a marca do ereto do seu ser, um animal cárias, entre aze_viéhes e mar- coral expost.9 naquele supor- Não tão fúteis, talvez. Por- dono costuma ser a destrui- rellgioso. Devido a motivos fins, out.r?s corais respiravam, ~. mais leve que um aracní- que o antiquário me está di- çã_o. • comple:&:os, 0 homem moderno. com perfrs de mulher, Vólutas deo. zendo, com movimentos dra- Eu não o queria destruir,, de trepadeiras, e adejos de Comecei a ve.r mulheres de máticos, que veio uma outra mas salvar. Mínha lei não er~ il'lão realiza essa tendência na c ' d "' upi os. - P ensei·: deve ser outrora, damas bastante sen- dama, que coleciona corais, e a propried.ade, mas o a,mor .. sua tôtalidade. l\lias, embora a infãnci~. êsse pêso de sau- síveis para entenderem e levou aquele, com outros, co- E assim voltei pelas ruas, por !in~onscientemente, r(')aliza-a dade de sr mesmi,i.. que a cria- amarem aquele broche abstra- mo tod.os os outrO's... entré as pessôas, - tudo aces– <le qualquer modo muitas ve- tura. humana vai arrastando t o, e com ele prenderem seus Assim me aparece, como a sóriqs e contingências fúteis :zes com terríveis deformações consigo.. . . palpos de renda, e a7:Tegaça- dama de copas de um baralho - peilsando 110 coral d,esapa– - como se pode notar Iia es- M~s nao era apenas a 111- ren1 suas mantilhas, e ador- ~ subitamente a.berto, a impre- recido, e tão p1'esente como fera do messianismo político f~npt~: era _uma noção here- narem a gola. de suas blusas -. vista colecionádora, arreba- talvez não o· esteja no s·e\J. i11- atual. d~tária de viagens, de naufrá- imperiais. Pálidos rostos so- tando corais daqui e dalí, certo museu, - desnudo, des- se abstrairmos o fator reli- gios, parentes mortos em ma- bre espelho.s obliquos. Tris- mergulhadora a u d a e i osa, carnado, peque.no algarismo · d 'f· ·1 t re-S ainda sem nome - e os tes olhos inocentes caídos na apontando de. ntro dos vidros de sonho, perdido entr.e una- g1oso, 1 1c1 m. en e se poderia tu b · d ' __ ---- - ---··----- · mos su n1a·r1nos os a~oga.- morte. Os lábios não alcan- de seus arm~irios ós exempla- gens claras. Não é só Don Juan, é Q mundo todo que vai esta noi• te (êste • sée1:1lo) cear com o c ·on1endad.or (o Minotauro): em cu ja armadura pe1·cebemo$1 reflexo.;; -0-0 infern.o. Miis a ul– tima palavra r"'tã no "Con• certo para clarineta e orques– tra" (K. 622), onde o próprio ''adágio·• apesar d;,l g1·ande a11- õg'Ú!Jtia~ assume sereni<la'de: e no canto alto do "Reguiem", íorçosam>ánte inacabado: ' v.itõ• ria da dei,rota. Dicotomia morte-vida - refle~o da gi;ande iCéia pascal - .li:fh·– .... , ,. u do triunfo prog:r(~ivo ' 1 o H • 4l r aa ,uz, que enrJ· ..,,:peon não co1npreendeu, ~átiva– mente .n <1•sa o::tl!a profunda p.ãgina de .. morte que é Q "Q1:1int 0 •- em ~01 meno1," <K. 516): final alêgre, resultad& pacificador: único r é•sultado possivel a um espírito qÍre desde o início encontra,i:a a so. lução na pr jpria música, so– luç5o que não é dada - pelo menos a Um ai-tista - por ne- nhuma tepría política. · Confrontado, num "test'·' su.p1·emo, com a experiência da última guerr,i, os "big -three"< liberta:n, cada ui:n no seu plano próprio, mas talvez. un.ido·s na dimensão absoluta. Entre nós, aqui, no Pará, fo- ---- - _______..:.._____________ - ... - - ------- ------- --------------:--:-::-- ------ ção do tráfico, ·combai;ett ~ ra·m igualmente jovens-milita– res positivistas, que compare– ceram à cena política, e pro– c:a1naram a nossa adesão ao no:vo regime: Antonio Se11gio Dias Fontoura, tenente Lauro Sodré, n1ajo1· Pedro Borralho, major João Maciel da Costa, tenente coronel Bento José Maria do Nascilnento, capitão Marcos Antonio Rodrigues, c apitão tenente Indio do Bra– sil 0 tenente Savio. A província 1nonarquica ;p:iss~ra a estado republicano, e afinava con1 a Unjão, no se·1tido de, aceitando a repu– b·\ica (principalmente a presi– dP"\<"ialista) evitar a democra– ci ·1 l •~, •·g-uê s:i . n ro.gime capi– t an~t·:~. O golp-e era esse. • () co1nercio continuava a S"t' o vel ho comercio de J oi\o cin ,'. r:ciujo Roso, a1~ora nfio Ji. ~~do ao imperio de Pot'tl,l!;a l, m as ao hnperiaUs"·"~º britâni– co. nilo m.\is farejando os ca– m!:"' h0s ch i Hr.1il1a C'3per U'l!~i1. ' »~s d oJ· d· 1 •· ·• • • • ··~·· ::a p a a ...1e .. e:1, nao Ja li:-,,.. do apenas :\s ro(.·inhas das iJ:)ro.:rimi ;lactes de Belfn,, i.nas ESOUÊMA DA EVOLU """ ·Ao - ' DA SC)CiEDA·~DE PARAEN·SE aos barracões dos latifundia– rios do Rio Mar e afluentes, não mais viajando na canõa elo aborígene, mas no navio das companhias " brasileir.às" co1n escritorios e1n Londres, não já escravisando o i'ncola, mas sub1netendo à horrivel semi-servidão dos seringais o s~u r emanescente de todos os quadrantes da Pat ria. Demonstrava-se, como sem– pre, acanhadissi1no o setor do comercio ligado à nossa inci • picnte industria e desejando o seu desenvolvimento. Da olnria. anil, e en ~enho de cana inicü,l pouco fôra alén1. A cl:isse l.tt \fundiária era, como contiJiún a Rer. a dominanit_e no Br:,sil. E' claro que nçssà industria não podia nunca! • XXIII propriedade latifllndíâria na la,voUl·a- desse país, e proteje a classe latifundiaria nele do– minante. LEVI mAL DE MOURA (Especial para a FOLHA DO NOBTE nesta Estado) A I11glaterra estava· por aquelas alturas (hoje cedeu~o passo aos Estados Unidos) pode haver- grande industria nessas condições em relação a depois da pequena industria. nós. nesses termos, desenvolvel·-.se, ainda que como -industria li• geira. Ao capital estr.ange!fo - já o afirmamos - só, inte: 1·essa a extração, e é a ele qtfe a classe latifundiária serve. A classe latifundiária é detento– ra da gJ:ande propriedade Ia– tifundjária na lavoura. A grande propriedade na lavou– ra - já tivemos ocasião de esclarecer mais de uma vez - só não é -latifundiária se coin– cictir com a grande industria. Mas, no regime capitalista, só E a pequena· industria, na ci- Mas ninguém ignora a dor dade, exige a pequena pro- de cabeça que deu ao.capital priedade no ca1npo. Com a inglês a nossa obtusa classe industria ligeira na cidade, a latifundiária. grande propriedade na agri- Vimos como através de s~us cultura é latirundiáiia, o que porta-vozes e representantes vale dizer, destruidora da pe- no governo .e nas carnaras, a quena industria na cidade. classe pé de bu,rro põs-set con- Estã visto que ao capital es- tra a libertação do indrgena ttangeiro colonizado1·, não in- resistiu ao regime constitucio– teressando a industrialização nal português, opôs-se à in– do país que semi-coloniza, es- dependência do Brasil de Por- tunúla o advento da grande tugal, foi de encontro à éxtin- ab'oliç;ão do cativeiro, luto~ contra a repú,b.lica. Todos per– suadidos de qu:e a aceitacão disso. os faria perper o pod,~ político, gara_ntido?," ~e ·sél!S inter~ses la:t1fund1ar1os, nao adverti.não que o oposto é 9ue talvez fosse o pi·ovável: a o.po– sição a essas conquistas é que trouxesse o pe1·igQ da perda definitiva daquele poder, po~ força de algum mais s.erio mo– vimento revolucionário_ do povo, Hquidador então e il·re- paravel de tudo. . ·~ O governo inglês, acostuma– do a ern·preender as 1·e:llormas antes que o povo fizesse as revoluções, compreenc;lia per• feitamente a 11ecessidade de embxomal""nos com roovimen~ tos pretensamente libertado• res., afim de n'Os poder explo• ra1· mais à vontade. Muitos estudiosos de nossa história econômica costuma.m julgar, ingenuamente, que a Inglaterra ganhava conosco apenas por intermép.io de seus leoninos tratad.os de coméi·cio e naver.a~ão. corno o. de l827. (Çontinúa. na. 2á. Pag.) ,

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