Folha do Norte: Suplemento, Arte, Literatura - 1947

• I • 2.ª Pãghii --- ·- - ,,, FOLHA DO, NOlltt' , - M ~ _ Domingo, S de agosto de 1947 1 ··· 'et a . ." -Novas Revelagões Sôbre José .,,,_..;_.~ RIO - Aquela casa d a -- Aurélio Buarque de !-IOLANDA-- .PIRE'.1'91\ Avenida da Paz, a que me lins 1 Do Rêgo - Não há diti<r4ldaáé referi em artigo anterior, tr-0uxe-me ainda outras lem– branças de José Lins do (Copyzighi E. S. I. c:om exclusividade para a FOLHA DO NORTE, neste Est,\do). nenhuma. Tudo o que eu boto nos livros estã dentro de mim. Quaildo escrevo. aquilo vai correndo com a ma-ior naturalidade; é como se furasse uma pipa. ~ORIENTAÇÃO 1 • DE ;Jf.AAOU>O ~RANH-ÃO Rêgo. Riecerdou-me outros um eng,ano do senhor . •• 0 fatos que, como os anteDiO!· senhor n~o ~tou !ls parce– mente nar!'&dos, · poderao las em ordem; est.a soman– se.rvir para o estudo da com- . do dezenas com unidades, 1 plexa perS-Onali<lade do es• centenas ~_om dezenas. É um critor. engano, nao é? • 1 · Não foi somente o caso do O digno fiscal não se ·------- Jlt.'ie. - . morcego que arranco.u de a!;>orreceu co~ a observa– José Lins .uma pilhéria com ~ao; deu por fmda a confe• 1 ó velho Graciliano Ran1os. rência, lamentando-se, nu- COLABC::!".ADORES: - Alvaro Ll.ns, Altne1<1a Fischer. Au.reHo Buarque de Hollanda, Bened1to Nunes, Bruno de M.enez~ Carlos Orumuiond de Andrade. CécU Melra. Cléo B"ernal'do, Cyro dos Anjos, Canos Eduardo, F. Paulo Men• des, Haroldo Maranhão, João Condé, Marques Rebelo, Ma. auel Bandeira, Max Martins, Mur1lo Mendes. Otto Mar.la Carpeau:x, .Paulo PJ!ruo Abreu. R. de Sousa Moura, Rogey Bastide, Ruy Guflherme Barãta. Sergto Mllliet e Wilson Martins. • Há mais alguns. Vejamos ma ligeira gaguez: _ um deles. · - E' . . . eu não .sou muito ., ,,,. ____ , ____ Confissões Do Solitário - --· Benedito NUNES -- 69 - Volta a W..p.itma.n. Ago- , .ra convem ler mais 73 - Há ria inti:micfa!,le ~o espírito mais controla• <io µm abismo que, de repen– te, .Pode revela., as suas gar– gantas profundisiim.is e a sua obscuridade ameaçadora. O romancista de "São forte nessa hist0ria de ma– Bernardo" tem, como nem temática, não .•• todos ignoram,. suas tintu– ras ·mais ou menos fortes de coisas de ciência. G::ografia e história parece que êle sàbe como gente; diooreteü1. de v:ez em quando sô'bre ec0nomht política; e não raro, com aguele ar manho– so de modéstia, aventura-se a digressões acerca de an– tropologia. São os seus "cc~ nhecimentos de almanaque". é:on10 êle costuma d izer. Para n,uito lhe serviram. os ócios de comerciante e de polftico e,m Palmeira dos Ih<lios. . De repente, em plena ses– são de um dos cinemas de Maceió, José Lins do Rê~i> aponta, na tela, um artista magro e .idoso, e grita:· - Aquele sujeito é di– reitinho o Mascarenhas! Mascarenhas era um ve– lho, pernambucano, que an– dava em Maceió, metido c-om uns negócios de usinas. De outros tipos José L iris descobriu sósias nn cinema, e anunciou a, desooberta c6m o mesmo gesto e o mesmo ruído. Uma da,s. suas manias - - . . , que nao sei se Ja perdeu - só êle; nota-se-lhe uma sé– ria e desusa-da economia de gesto.s, risos e pa}avias • • • Daí a pouco está o h~n:em · Naquele tempo - e nos a roncar. ~nca~, positiv~• primeiros anos de Rio de mente. AAlguem r1, fala mais Janeiro, para onde se trans– alto e ele abre os olho~ as- f eriu em 1935 _ José Lin9 sustad9. Da uma J?alaVTmha do Rêgo usava chapéu. E - e· fOe-s~ a concitar os ~u.- usava tanto, que até n31' tros a retirada. :li:s~e hábito cas-as on,de e:ra- recebido cos4 se tem desenvolvido bas- tumava entrar de chapéu na tante aq'!.ü no ~Rio. E' uma cabeça. Na casa de uma fa– das. m.anifestaç~es do. seu mília de sua grande intimi~ e~o1smo - eg-01smo 1nfan- dade êle assim entra-va (sem til. dar bom-dia, corno tem por Ou~ro ~specto, marcante ~a habito) e _dirigia-se à cozi• sua 1ndiv1duahdade huma-- nha, on<le levantava as tam– na, e 51ue s~ _deve P!ender a pas das panelas a ferver -,– e~s•a _.1hfantil1<lade, e . a ten- com. a maior na,turalidade· e denc1a para a car1c.aturii. 0 chapéu sempre na cabe• Quando, em con~ersa, se ça. ,f refere a tipos curiosos de ___ ·• suas antigás relações - so- Uma , casa não ~ só umas detidamente os seus p!)emas d epois dos primeiros entúsias– mos, E é p:r:ecis.amente qÚan. do me sinto identificad·o ao i\'11,nde cantor d.o ~undo e descubro a sua, angustia pela ale.,.ria. / .. "Hélas, tout es.t abime.• •", diz o"poe!;a Baudelaire. Ora, um dia caminhavam Josf Lins do Rêgo e Gra– cilian.o Ramos por uma das ruas de.Maceió, quando pas– sa uma jovem para-íbana, conhecida do l)rimeiro. Mp– ça brainca, . btapquíssima, com todos· os indícios da mais rigorosa branquidade José Lins cumprimenta-a, ~ logo depois Gi•aciliano átir& era a de tirar fia,pos dos 601.. sos da caJça e ficar masti– gan<lo-o-s. Já vi umas ·caLças de J osé Lins inteira•mente sem os bol.sos laferais. bretudo dos tempos do en• tantas portas e janelas, teto. genho - o exagêro entra piso, parede·~, que encerram em cêna. Se o sujeito é bo- friamente v idas sôbre vida..s. : cheeh·udo, José Lins põe as Entre as paredes de uma, mãos à distância de meio casa se conser:v~ impalpa- ' metr-0 d as f aces para expri- V'él mas nitiç!a, alguma col!l a. mi.r•lhe a saliência d11s bo- dos seus antigos habit&n• chéchas; se é u,m barbaças, tes - sobretudo daquele., no· gesto de José Lins a bar- , que a marcaram com a lon• ba- desce abaixo dos joelhos. ga moradia e com a sua per- ! E com essa mesma tendên- s-0nalidàde. O tom neutro do eia ~a,ricat~al reprod1;12 ·as apartamento, espremido E! )J.ai ;r!g-as volumosas, as vozes confundido entre vários ou- 1 finas ou grossas, os olhos t ros iguais, esba-te e anulâ~ abotlca~os~ E' um?- ·defor- mais de pr-0rtto as presen--; maçao 1ngenua, mas que fa-.!: ç·as humanas que com 'êle rir, pelo espírito de que a conviveram. Não assim a, anim.a o escritor, pelas suas casa : com a sua fisionomi a, p1·óprias risa<las, tão saudá- própria, · única, assimila e veis - cop,vite ao ris~ ge• absorve profundamente as raL vidas que lá vivera1n parte • • Não há PQsição mais simpá– tiea do que a dêste poeta ame– li ,ica.no ! E le não apresent~ só. lu.&ão para os problemas hu- , mlj:llos e, portamo, ,a nenhuma formula merãmente intel-eê– tu.i;l deve aprisiona.r a· sua e.xlsiên eia. Whitman é- amoralista. O Os oHi,os do homem que en– cóntrou a pa,z , refletem o r-e– ceio de descobrir; no mais inocente dos prazeres, a pri– meira declaração de guerra.•• . q.t.íê o hOml!m, tem de divino 74 - Se·a vida nos of·etêtés• é a s.\1á, inquiettfção. Não nos se à calm.a dos lagos· 1?asta vi.ve.r segunpo r~ràs e dJl,s paisagens campestres, ;rno.rais mais ou -rp.oenos simpá- muitos, .homens imigrariam licas; queremos ·atingir um para as florestas sombrias e l1$ ta.do mais perfeito de exis- úmidas; outros sentiriam pra– 'iência. A grandez.~ não é se• zer em enfi•entar as tormentas ~ão desetivo!vimento: e em do mar. A inqui~tação inso– q.ue série de sa.crif~cios fm- frea.vel d.o espírito human,p é a R1i<:n· a evot11Ção do homem! n•a,tureza demoníaca m:ostran- 'A primei_ra palavra da sa·- do-se wper1or aos anseios de õe:do~,ia de Goethe, mostr.a- quietµde e beniaventurança e ~os Gide, <Introdução •a-0 Tea. arra st ando-rtos à int•ensidade tro de Goet.p.e) é evolução e a das averuturas e dos perigos. segunda i:enu,n_eia. Eis ô ponto A voz de Mêfistofeles, pro– ônde dóis hO'mens se divor• pondo a Fa.usi.o a aventura ciam, na se~uida palavra - sem limites, apresenta um no– rên,\ln<1ta. Whitm,an é O hom~m vo sentido para a liberdade se,m 11.lnltes; ac.eitá incessante. espirltual. Entretanto, quandÓ roeiite todas as manifestações Eausto prq:va· <le todos os pra. ,da-. ri.da, o .espi,ritey insatisfeito: zere§, e vê de. perto o corpo, ~'Até agora esgotamos tri- · d? lJ'niv~rso, cai numa d~– lhões de invernos e de ve'rões; la<lo:a tr 1steza, num profundo ain,!ia noi faltam t.rilhões por abattmen,to e, amargamente, esgotâr e depois desses. tri- se ~ .repend e dE:, t-er Jevado o lhÕe5 e mais trilhões" . ~or ao coraçao _.de Marg:a– rida .. . Mas tu:do 1sso é mu;to nàtura-1; Fausto tem que re– ~ol)Jeçar e novamente atra– v-essar todos 'os grãus das pai– xões àrrepatadoras. não mais aicompanhiid·o de ·Mefi~tofeles, porqu·e êle jã aprendeu a ser demoniaéo ... Estã w seµi.pre à e,spe:ra d:e• novos l?ra~1res, mas ta.mbém. de'sacrllic10.s qu;e 11\e 1 >ossa.rn d~r timà alegria cada vez n1.~ior. A única palavra calip.a nos poe-ma.s de Whit,.man é - Eter– :rrlébl,àe. .. 10 - Qual a posição .de U§ - Os poet,as ~ es~orçam por t11ansmitir-no~, o ser,ith;lo mals p,ro:tundo, que a • L" • , ex1.s senc1a ·revela em ca.aa sêr humano. ' ' a queun:a-roupa,: - · Preta! - Preta coisa nenhuma seu , qr.aciliano ! Conh~o â fám1lia da moia C-Omo a pal– ma da,s ruinhas mãos: Gente branca <los quatro costados. Náq e.stá véndo logo 'pelo jeit_o da pequena? - Não importa. P reta Não viu o sinal? Sintoma d~ raças inferiores . .• José Lins calou-se. Da-í a dias cruzam os dois coro um d inama•rquês, u m desses brancarrões tremendos de cabelo de milho. Tinh~ no pes<:_oço um sinal enorme. Entao José Lios puxa pelo b~aço de Gra-ç:iliano, aponta disfarçadamente para o di– namarquês,. .e desfechá: - Preto l - Mas... . - Preto ! Não .está vendo o sin.al, . seu G.raciliano ? José Lins triunfou. E con– tava o caso., às gargalhadas terminando sempre dest~ maneira· ' . - ~iiJ'l, senhor ! E eu que passei três ar,ios õüvindo com a- maio:r atenção tudo o qv.e o Graciliano dizia , À~ vezes ficava de queix~ ca1do; para mim o diabo do ;7elho era um mes tre. Agora e que vi : Graciliano Ramos nã-0 sabe na.da . . . "Preto !" Hon1en:i. t e clana ... . E vinha:1n novas garg:alha– qªs~ Wn1mn'an, ~m r~aç_ão ao cll'i.sUan·ismo'/ El;e méSmo diz: ''Aceito os Evangelhos, ·aceito o q'ne foi ci:ucificado; 9 ei, sem dúvida, qu.e é divino". Nãõ é uma proíissão de fé ... S-àbe o poeta que Cristo é di, vino. Mà:s isso o que pode sig– nZ"ft:ari Ap · hortiém ea4e úl,. tr.a,_passa,_r ~S suas, ,t>Orrtla$, OS .se~~ecei1:os e a;~ •~e~roo os seus deuses, .. - A !Uím é que aquele velho nao me pe-ga n1ais , com a ciência dele .. , 'J j· - P:i>~ar da inqtlieta- çao qu.e proquz em nôs o sofril'l1,erito, sentimos a fal'l~ 'de u:1fra mreocuipaçio ei:n ca:da ~J~ e ,a, ?'lêgnta, qilando não. ttaz em sJ a · am!)it'gura d isf'àx,iadá, âeJ;xa-~os ya,zios e ,d~.i}pcionádos. . • Vida... O Raskolnikot de Do!;!ojewsky, c ó nd e ,n a d:o à mais dura da.s exisíênc,ias, p,e. dia vi/ia, de qu,a].quei: modo! "Viver se~a cotno for, mas wi:it~, .. Çpnío ist~ é \'er<ia~ de<J:l'O. ineu, D·e-us; cómo é v:er~ daJ!f;li,ro!'' • 12 - No ' don1fni-o do amô.r 1 ª* pró'.l.1í:mo, kc2:em<.1.s o sufic:IentE: p1lra que nos cl~i- 76 - Os homens devi am . 'procu:rar o amôr com F1;cal do sêlo ad.esivo, o ~esmo desprend!-mento .en:i- atr~palhav.;i.-s: ;muit-0 quan, pregado !1ª pesqu1sa da ver, · do, no e~erclc;o da.s fun– ~ade;;, as~i,m tal:vez o ~l)'l.ô! não çõe_s, tinhà de fazer cã'.lculÓs. t>'fer~cesse tantas dé$,ilus,oes e Tornando, certa, ve-z, os li- 11. verda<le se t~rnasse menos vz·os <à,e uma casi;i ·comer cial desb:uma,na e fria. ' • · "" • procurou dignamente con- 11 - A d_e-screhça é fertil;_ é, muitas .vezes, 11tn s1n• toma de 8/P.eTfeiçoameil.to in– t êlec:tu.al: nesse é.aso, quando d 1 e~ci:,en;1os, é que estaill:Í'os co– meçanâo a crer em algum.a: pe1s.a mais aJ.tà..• • fe,rir a exàti,dão das contas Pôs-se a garatujar uma~ parcelas. O lapis íncansáv,el povoa•va de cifras o papel. José L ins, q~e' ri.,ãõ sabe ler ne~ fa~r contas em per– feitô silêncio, batia .os bei– ços, murmurando n,úmeros e númei'Os. Porém os cálculos ~ ., ~ 78 - Não _gosto de regras nao ua~am certo, nao .confe- mor.a1s - mas, s-e nâ riam emn os assentam~ntos ati'tude mora.1 g_ue vossa-mos do livro - e os olhos do .!(dm1tir, ! a.da .l\lentiçiade. dó f1,fal 1 de o.rdr1;14rio tã:ó sere– fro.J'\'.le~ co,nsJgo e a. )1>tofunãa nos e: bons 1 fazia.tu -se duros l1á:rmon:H.1•. da vi:da, cotn. as eóiJ. , frios, na entrevisã:o d~ um V1jc_çõei; ,de cada UIJJ . ~m uí• ;_ · ' tima ahálise, essa a.tlt.ude mo- dolo. .Fdi .gu~ndo intervei9 r,al l,~e,m a s.!r a cr(te'rio da O. empr~c;ado' do éstç1heleci• re:rdade. e,1,eva,do a ' M'Hé;io n1.e'nto: ' ~u•pr:!c'mo n« ot·ien,t~'âo <l:Ps - Dr. ir.os/ ! Lms, rne <l-E's: nos.sc· s ato.s. , . CJ.l~e• • , l:U3$ p~ei::~ que ha ; ~ ), ~em em ~Jà't~. .. ' .. !l.i Costuma dormir cedo, entre nove e meia e dez hor.as . E se lhe acontece ir a uma 1'.euníão. em casa de alguin a-migo, é muito tre• quente que deppis d:as nove comece a fã!ar men~s. , e em se;guida a bocejar. Dos bqc.e– jos v,a,i passando, aos pou– cos, a iunà poslção extre– mamente cômoda na cadei– ra em que se ach·a sent-a<lo; espicha-se bem, recosta-se à V,ontad:e - comódista que ~as suas dores e alegria~. Muito dad-0 a c·onfissões Aquela casa cla Aven:da , - particularmente a res• da Paz, fronteira ao mar, peito da- sua obrá·. Um ·ctía , conserva a·inda hoje - v~l◄ lhe mostrei a )rifuha surpre- ',;iláos qua~ <i;o:zie ãn:os· - sa a:nte a facilidade com que um pouco do rotnancfrta êle escrevia um romance: que nela escreveu os s.eus fiz•era o "Menino de Enge- três primeiros romances. nho" e "Doldinho", e.ada Nun~ lhe vi aberfus as u.m em cêrc.a de um mês. ja:n.elas, quan<lo por lá pas– J osé Lins me explicou: sei ultimamente; mas vi por ,-----,------------------ ----- t rás <las janelas cerradas - MAIS UM MUSEU DE ART·E MODERNA aquela maneira de ver tão grata a Baudelaire - a es– --Carlos A. TIITRÉ-- tante p r eta de José Lins do Rêgo, que veio depois a ser minha, os seus nume1'06os (Copyright E ,S.I. com exclusivi.d•ade para l ivros, alguns de prinleira a FOLHA DO .r:◊RTE. neste Estado·) ordem, os seus quadros, e PARIS, Julho -Paris inau. Nã'o é brincadeira o que se em meio a tudo isso a figura gul:'ou, .em princf,p1os de junlio, gast a de sola de sapato, rehna do escritor, muito menos o seu Museu de Arte Moder- e tosfato para ~r tudo o que gordo então, bem mais jo– na, que foi instala,do no "Pa: V{ll.e a pena, mesmo nUJ!l\a rã- ven1, já sem costeletas e 0 lais de New-York", um monu. pida visita de apenas quatro monóculo pedante substi– menta,l e bem ilum.ialado edi- horas. . · . tuido pela simplicidade do 2 fi~.io de mármore, na Av. Pre- A Fra,nça inauguro~ êste óculos. sidente Wilson, perto d-a Tor- museu d·urante um regune d: Por vezes tive qua . re Eiffel. Lá estão agora as verbas curtas, quaJ1do se ve sensa - f' • se uma. coleções de art!'! m!>d.erna ·dó pelas ruas cartazes conv.idan- d J ç~o L:isic~ daRêpresen9.a. a.ntigo Museu_ do Luxembur- d•o o povo a coo1!prar bon1.1s e, ose :ms O _ go.. Po~s go, ét1riqu•ecidas de :iwv,as para. -a reconstrução, o rai::io- alem das 1mpressoes V!Su·ats doações .e qquisfções. Não sei na.niento col)tinua. e nos jor- -. a mesa de t.rabaJhc, o tin– até' que pont•o foi o esforço ,n.ais cineJlla,tográficos também . teivo de tinta S:;ràinha, ·- a do gov.êrno fran.cês neste sen- confinuij o desfile de ruínas. caneta, o caderno onde êl~ tido, ·nem qual a exten~o do Parece s.er evidente quê. para escreveu o "Bang_uê", na4 auxilio particular; .sei, 1/ilrém, o govei;no .fran.cês, um Museu quela sua miuda letra gar 4 que Pa.blo Picasso, por exem• de Arte Moderna não é ui:n, ranchenta, espalhando _ se plo, doou dez . quad.ros seus. l~xo. ,n~:$ _uma ºº.1'ª de Utt- por linhas ,e entrelinhas _ abrange1:1ao vári,,as iases d.e sua hdade publica_e a )>1'lltura con- não tinhâ eu a impressã d pni tura e por ele mesmo es- temporân· 7 a nao e uma dege. ouvir os gritos a, od e co,!.hidos, n:rescên.c.1,a, m'.1-s uma expres. de se _ . pavora O:SI O n ,us.eu consta de quadr os, sao de arte d1gna de m1,1.Seu · U us pesadelos ? , dasenhos, esculturas, ta:p·eça- prõpric,.. . ma vez 31té. me a.conte– rias e móveis de tôdas as pri"n- Isto me faz pensar e,m nós ce~ ver. Jose L1ns do Rêgo cipais tendências da ar•te fran- mesmos, e nos noss~ Museu.s. sa 1 n?o de casa comigo, à cesa, a partir da época post- O norte.-ameriçano Nelson tar<l.11;1ha, para sentar-se i,inpressio1:üsta. Desde S\gnac, Rockeffeller t entou lançar as num dl).S bàncos d,a Av ení– Se-r_usier e !'Tau,ri<;e Denis até bases de um M~eu de Ar\ e da ,da Paz, e ali, diant e d•() os Jovens p1ntores d·o n'.f~en-•. Mo~•e.rna. na B~asil. P1:o]°etet1 ma•r, com os olhos, cheio,s de to, passando. .PC?: l\'Iati'$S 1,, a~~1110. finaruoe1ro .e ~~t~a~ ~ª: uma em~iio que O vidro óos Ro1;1autt, :tVlod1gl111n1: Brancust, C/l~dade;;, caoo . o _!19~º ~LnLS . óculos ma:J disfarça d _ ~a1l!ol. Brag;u~ 7 Picasso. cu. térro da ~ucaçao se dtspu- clamar v. . va, .e bistas, ·sur-reahstas, ~•te. Há sesse ao incômodo de levar :erso~ de um P?éta uma sala ínteioomente dedica- a<l.ian•te a iniciati,va. Que re- pe:r:nambucano que for a da à Resistência dtl'.rante a sultou disto? úma das suas admirações ocupação alemã e vári;is aQ· Quem ma.is, no Brasil, pen- dos tempos d.e Academia: perlod·o que se seg~u. sendo sa no :rpobre e coit ado. ex- · ,.. 1 ·de nota.r -o g.rande nµm~o de quase.tuturo Museu; depois d-o Tarde para se lêr a MimJta,. nov-os. art;,istas, muitos deles · no11te-abiericano Rooke~.feller? ção de Cristo• desconh-écidos e aliguns mes- Nós tem.os ·vm Se-r.v1ço do mo fracos. Tem-~ !»m viva Bàtllimônio Hi;Stóri,co c·om a ~ ,tmi:>ressão d-o c.uidà.do com louyá.vel fina.lida"1e de preser– que as aut-<>ridades dÓ'· Museu var tesouros da ar.te colonial. (9ue é dirigido por Je_an Cas. Não, seria o c~o. t~mbém,_d!l so'U) ampara,m a arle modetna, guardar alguma co1Sa da arte e· a · es!)erança que depositam moderna b'rasUei.ra. uma ve'Z na nova geração. que ela ~em existência e fôrça. O novo ,-uuseu tatnbém-soff'e i;>róp.rias? Que á,oha d-isbo o sr. d_a inevitável moléstia ;pro'fis- R'OdrLg-o df M~tlo J:ra.noo, di– s1~na1,de todos os·muset:s, ·que t etor do Pa.trunôn,io? é coleoioioàT .d'l:o.~s com o Fazendo estas pe,rguntas eu µi~o çar-inho bur<>erático me l empro, sem~e,pcessiv.a ~é– que O'bra.s · prima:5. Mesmo as- gxla, i;!tte o itnÍco livro 'bom sim, o que bã de boa quali• sôbre a pintura moderna no dade 4,o,ni.ina e co.mpen,sa lar. Brasil foi feito ~ Arg~tl– game-1:'lte a pres~ ao r~.s·to. :r;;a• •• • E os versos dos poetas infelizes! ' Ou aqueles extraordiná- • . . r1-os versos do .poema "A Vidil", de :Antônio Nobre· • • 6 gra,n<les olhos outonais l . . {wJ.sticas 1~es l Má~ tristes do que o -fflrrí.or. rs:Ql.enes como . a;S cruz~ 1 6 ol:hos pretgs ! olhos p~ (tos ! olnos ~ôr Da caia d'B'.at~let, das ~1'it~ r a1·e.nas d_o Seulior l - ~ . i X O ... •

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