Folha do Norte: Suplemento, Arte, Literatura - 1947

• ,,Domtiigo, 27 ai t,itho,• 1947 FOLRX l>CJ lft>W-JB - - - ,,. • MUSICA Sc humann es creveu ,rêe • - ,.._, S CliUl\-IANN ! Poucos mú– sicos haverá que nos in– v oquem tanto como o au– tor dos "E s tudos Sinfônicos•• o criador dessa &tmi>sfera es– p ecial que Jhe é própria, ge– rada talves pelo seu perpétuo c,onflito entre a razio e o sen– timen to, o pródigo inventor d e tantas peças poéticas em qlll!l traw.-pâ.rece em multas passa-, gens o gênio; Sehnmann, o a.. nunef!Mlor de um novo estllo musical. . . Entretanto, ê bom não oonfundlr: se essa b lz&rra atm~ schnmanntana., co. m o a de Chopin, agrada tanto a.os J>Oeta8, não é só pelo dado ..estranho"; é pela. s:na inten – sa maslealidade. O qne fal tou a Schumann. . • e a qul d ou a palavra. &O m eu amigo, o llus• tre critico Andrade Mnrley, no seu livro "Caminho de Mú. orrn.oçoo - -~e IX iscoteco , quartet06 l):t ra cordas (Op. 4L os. 1, 2 e :o e um quartew para piano, op. 17 A eriüca em geral não põe essas com– posições no mesm o plano da obra para p ia no ou dos ''lie– d er". O mesmo se !).â com suas ,quatro sinfonias. que pad rcein da incompletação a. que se re. feriu anteriormente, isto é. falta de unidad.e linear. }-aica": • ma.la llo que nos emocionar: consegue nos tirar fôgo d o es– pirito - tudo o que Beetho– ven exigia da música. E', sem dúvida, por vezes mór bido, enervante e deprimente - mas é ,também exaltante e t6- nieo, como no "Carna.V31" , na a "Sinfonia Renana", etc. "O que faltou a Sebnmann. foi a íntima interpretação das 1111as altas faculdades, que, se A vida de Schumann com. tivesse ocorrido teria felto de- porta. episódios de alngnla.r te um cria.dor sólido e eterno, grand e!llà. O eeu 'amar a Clara eomo João Sebastião Bach, a Wleck,.,,os obstácnlos que teve mais perfeita. personificação- que superar para conquistá– d o equilíbrio vivo das faeul- la. clepofs. a harmonia. firme– d a d e s cria.doras. Naquela za e gra.v'tdade de sua ·união, g-ra.nde personalidade houv e insuAvem-se entre os fastos , paralelismo d o espírito e elo gloriosos da história do b.o. Instinto, da ra~ão e da fa.nta. mem . Robe.rio e Ola.ra Schu• 1la. Para.leiismo, pois a. fusão mann (se o mundo durar, ji d os elemen tos só se dava em se vê, o qu e parece melo pro– motuentos br eves e paroxisti. blemá.tlco . .. ), Roberto e Cla.– eo" . r a. Schumann, com o pel'1)as. Não se poderia dizer melhor. sar dos tempos, serão transfi– ll'alta a Schumann o fator de- gura.dos pelo espírlto aleg6rl– e1isivo de vi talidade, eollSU'lltt- co dos povos; passarão um dia va. que dá a supremacia a à categoria ilos a.mantes tmor– Bach. e dá a Mozart a pre. tais, como Dante e Beatriz, eminência eobre Chopin. n o Romeu e Julieta, F austo e juizo Iúcltlo e Insuspeito de Margar!cta... E se ta.lo em George Sand. - Romeu e Jnlleta, Fausto e Mas, Incompl eta.d o ou não, Margarida. 6 que eles t êm pa. J5cl1oma.nn co:nseglMl multo ra mlm uma existência h lst6- • 11\.urilo J"\endes (Exclualvldade 411 l"OLHA DO NORTE. Ulie Edaclol rica a.Ioda ma.Is pa.tent.e que a. de João e Maria da Silva•. • Outro aspecto exemplM da grandeza d e Schnma.nn oon– !dste em ter tomado oonsci ên– eia elo seu profundo desequL. librlo. e ter-se esforçado por df>mini-lo: p rocurando sem– pre organizai- sua vida mate. rla.l, ao mesmo tempo que or– ganiza,va sua vida ariistlca e q ue ata.cava a rotina do meto ambiente, exeroendo Intensa ativld~ critica e jomalfstt– ea. Com o estudo acuTado da obra cJe Ba.clL procu.ron su– prir o equllíbrlo que, devido a um defeito orlglnal, lhe fa.lta. va. Aparentemente • ».or– dem triunfou. pois, eomo 6 sabido, Schumann tentou afo– pr-ee e terminou sua vida n1J111a casa de aliena.dos: mas sua biografia e sua pr6pria música elucidam sua luta, pa. téttca pela conquista da uni da.de . Scbumann deelal'01l mais ele mna v ez em 9eus escritos que, para ele, a relação ~ a mú– sica e o ta.to poetiza.do é lodís- outivel; e que a ld~ poética é o wmara1 ponto de pariida da oompo(lição. Com Isto ele protegeu a "priori" todos os que se· alimentam da poesia da sua música, oonn a rígi– da oriodóxia de certos m tieos q ue oonsfderam a poesia da másica um simples fenomeno de literatice. A crí tica universal coloca - e justamente - acima de tud o, no conjunto da produ- 9áo, de Sohumani,, as peças para pia.no s61o. Nunca é de– mais 18 rooomendar a audt. çlo oontínna dessas obras--prl– mas de lnsp~ e fa.tura que se chamam "Carna.vai", ' 'Krelslerlana". "Cenas de cri. aoças", "Novelletten", "F:stà. dos Slnlônleos", "Carnaval de Viena", e tantas outras. Men– cionamos também o seu úni– co e m aravtlhoso coneêrto pa– ra plano e orquestra., em 11 menor, op. 54. Mas é preciso não esquecer as S.onatas para plano, oP, 11, op. 14, op. 22, atém das pessoalisslmas Fan.. taslas, op. 1~ e op. 1'7. Chamo entretanto a a.tenção dos atnado:r,es _para duas ex– i:raoNllnárias obras-primas: o "Quinteto para plano e cor– das", em mi bemol, op. 44, e o "Trio para plano, violino e vlolonoelo". em rê m enor, ~p. 63. Qualquer das d uas repre. senta em alto griu o melhor do espírito schumannlano, qualquer das itoas oonsHtnl uma síntese das tendênclas de Scbumann. Também , de ;riu ele impor– ta.nela 6 a série de "lleder", muitos dos quais sobre poesias de Goethe, Sohlllêl', Belne. A produ9ãi> de "lleder" de Sohu. mann, se .não é tão vasta qua.n. to a de Schubert aparenta.se . a deste peta lfflll quallclade m usleal ~ pela atmosfera dra– mát ica e @oba.dora, priprla do romancismo atem4o,. O amador ~Interessado , não d-elxe, portaíio, de adtitdrlr a imortal série de ''llede ~ - dezesseis - que """ chama "Dlebt.erllebe" - 'it~ Am.6- res do poeta" . Existe uma gra.. vação excelente ém dJseo, com Lotte Lehmann ajudada por Bruno Walter ao plano. Ima– ginem. que dupla t Lotte Leb– mann - Bruno Walter t O onfesso en .tretanto que me agradam esses Quartetos. es– pecialme nte o Já mencionado com piano. E' v erdade que a atmosfera dos três Quartetos é particnlarmente abafada e an~tiosa; entramos no clima do Holderlln das poesias m aiJJ fech adas, ou, melhor, d e .cer– tas novelas de Haffa. P essoalmente, eonsidero-09 multo mais herméticos, que os de Beethoven. e mvt to mais modernos do que romanticos. Não são. evidentemente, ,obras para o grande público. Mas é posstvel que eles ellcerrem a teroetra Intimidade de Schu– mann, o Santo dos Santos do seu espfrtto. ..... Quanto Is slnfonfa9, t otlas elas ~ belos trechos, cinti– ~ genta.Is; ei-hs. pela or– dem cio ea.tilogo: o. 1 - em si bemol, op. 38 ("P rlmave . r&"); o. 1, em dó maior, op. 11; n. s. em mi bemol, op. 97 ("Rf>nana."); o. , , em ré me– nor, op. 120. Se querem saber, ml:uJtl\a ~erênelas Inclinam– se pa,ra, a n. 3: parece-m e a mais orgânica de todas. (O cronista dfrlge..se .à ele• trota e &s passar os discos d9 QlJlNTETO ~ MI BEMOil, op. 44, de ScJnonaJ•~na exe– cn~ do QuM"tetô~mcb. oom Rudolf Serktn ao plàho); ·' Um lntérpr1te De Machado DEl>OIME TO SÔBRE .JOSÉ LiNS DO REGO , ! . (Continuação da l.ª pag.) ruo - Passel diversas v-. ___ A 1' B · d HOLANDA __ de que vtnbam ca.n:-egadas. Re- recentement e, pela ' 6ltl.ma casa ur~ 10 uarque e · ferlarn-H a ~os e fam cotnuna onde morou José Llns d.d Rêgo, A mlfflia DM!lllin1ce, a patsa,gena - tu,nda,e, alguns !f.nalizando a~ em trá:gleos atentados contra ela, ,. 11.ão- ite ttrõn-stra.--ram· nenhum si,, o al de ressentimento. -Por inala eonstrangedor que Isso n°" pare. ta, n ã o podemoa elCIPllcar o rea· sentimento de Macha<io senão l pelas tipi<el.dades que lhe estig- 111U1tizaram o n.ascl.mento e a vi• da. e da qu• se não curou mes– mo depois de ter superado, em– bora não com t.anw. facilidade como jul,ca o ar. Barreto Filho, todos os obs'l,aeuios que o mun– do lhe a11tes,õe. Esclarecldos ês– •es pontos pelo menos dlscuti– vel do livro do ar. Baneto Fi– lho. é 4esn~ cflzer que ~l es não dilnil);uem em ·nada a ~rtançia da lnter,pretação de -Maohado, ·que 1101 oferece, antes ilhe assinalam o valor tão raro dum cdtico com personalidade, C!apaz de afrontar o risco de suas próprias idéias. Esta Introdução • Maclftldo de Aasb ;Já é ago.. a um dos livros fundamEnt a14 e lndispenaAvel.s a propósito do ll'Omancista, e a 1 aeguraiiça com que o .er. Barreto Filho se mo'ri– :rnenta no mundo machadeano. t ão cheio de sombras e de ml&– <t>érios, indica não sõ uma gran– de agudeza critica como um.a convivênciâ permanente e anti– ga cóm o vulto maior da litera– tura brasfletra. . Pr1ncipalmente a cara-eteriza- 1:ão c!_e Maohado como um legi– timó trabal'ba,dor intelectual, isto é, como um homem que "apren– dei·a a trabalhar desde cedo, e eabla que o esforço era o ca– minho próprlo paxa qualquer .t'e<!.lização'', parece-me das m ais llleli%es e @ortunas. Machado, 11/ealmente, não foi um dil-etante, e para êle a literatura era a !Própria vida. A e.la dedicou uma preparação cultural ·que 11ão tem / s½!o deVid.amente ressaltada (a nao $er no repisamento As ve– zes pouco inteligente das "in– flu~a8"), e um trabalho Plltr• s:'9oc ,•~ que é wna tnegavel an– t>e· 'l)açao do conceito moderno 'do ~ritor . Num tempo em que o ,oeta" sofria de reputação e,.- . ."rosa n a sociedad e, en– •· I'·~" '\\Jt's ou menos como um l ~,... ·,, 1 <11 1 e ao lado de escri- "l r,i Ir tudo faziam por con– ~- · i , ~ fama, deintro do e,;1- 1: 11 ~ , , l.>oêmia proewrada ,q ue ~ -t•~ , ,u todo um longo ''pe– ""1~ ..,/ J.lteratU<ra brasileira. ll;,, de Assis olhava a li– . ·a, ;JJ•t\ :omo o seu t l'aba1ho nl!.U: :l~t l e a transf'ormava-nu– ir'Jl tttivt;,'-1~ peralstente e can– ,,, ; • • ~.,. atendo, por Isso, seus tru •'- ,., consequência . ô N ·· g: --"ª dos intél'j)retes d.e l!it•il~'3o le Aseis, o sr. Barreto aio , . ·,11ala-se agora n um dos I.UP ,a t1, "·oem1nentes, o que não 1,1;1,.rr 1/I-;• ,·. estã claro. que este– •~r~ i!;g~tadoo todos oa pontos kl.te- L'' 'C ,i,tes da Interpretação nr~ r 'Jll:a. Os aspectos ro- . nt de Machado de Assis, q;t ,,. a :re!erl tnci<l~temente 'A e S tempo, alnd'ã espwam 21J1 )·loso paclente e lúcldo. S · " idios de vi<la e da per• SU, \ Je de Machado de A"' i 0 ~ .ente românticos~ o d~ trato do ~ad~. por exemplo,_ mantido em aeu luga1', segundo penso, mal$ por um ato de am:or que ~ estreito espirlto buro– crátlco'; como geralmen'Ce se a.cre– dita: o complexo Carollna, de"1e o romance de amor tLplcamente romAntlco até o sinal não menoe r omàntl.eo de e,opressar a dor li• terarl-amente; e não seria diflcl1 explicar certos aspectoe do hu– morista. do satlrico, como os de um romântico "à reboutll", OI! de um homem q\18 possõi um "Weal" . e não pode ~-lo rea.Jlud.o neste mundo. Acredito que êsse as– pecto das in.vestl,gaç6es, que essa posl.ção crlti,ea peraate Maohado, poderia constituir a •clJ.ave" de muitos IIU~aneos mist eriosos - que ainda esperam o seu ex- plorador. · Mae , dent ro dos s eus limites. e desculpada a inop0rtu:na traru,.. e :riç.ão de uma página meto des– conexa de JS"estor Vitor, o livro do sr. Barreto Fil!ho situa-se en– t re os maiores da critica borasl– lelra. em MS()e!ó. _Olhanclo pará a.que-- Copyrl!Jbt E .8.1., com excly.slvldade pua a FOLHA :DO J!OR~ tio plll'&lbanas quanto alagoa- la. pi>rta e 'auas janel.u em tren- ••liftli:atac1.o) w. JOff l4M é um rom.ll' Dtico, te ao mar, pi. recocistltuta epi• f .!l • • mioóaa palaff.as estariam sóciios, conversas, cacoetes, ilra.- ç34 a éJ.e9· c.o,meçamoa a acelt&rturail em quem ~ 111o&e- N\'Olvendo lenwançaa que êle ços !fsk:os do Joaé L1111.s de eo- a poesia IDOlderna; a enxer-gu .ante, em lÚlg\141 qu.. :úo doml- ~• para o livro. Maa tão,._._.....,.~ ____...outua woas ..i,ai&aa acima d.0-..M. ei:am pau...o J>om. 4o .veJN~ ~ etern.cúnento have r!• . Dos caractereã .fis.tcos, .o pi;e- pa.rna.s.lAnismo, cu,fa Wll)eriorld11;- lllho - . "til080ti•": Ala1m - tal-, aclm• d.e tudo, U1l\ àlvo– dom!nante, e de que o escrltol' qe 'era para Wdoa nóe ponto pa- mo: ''filosof!e". Pola li um & 1'0GO de patemldade primeira • veto com o tenwo a deepojar-11&, dotico. o vellho, d~l!I de nos &gramar, ~ . foram as costeletas. Co.steletM Um domingo - loeml>t'o-me bem maJa uma vez. - o tiio.to ele ♦ ♦♦ longas e largas, q.ue lhe davam - Joeé Lins desancou um poe- :fllósoio. gr aQaa a umu vul,arl,- A lfeação er.a JA estre1ta quan- um jeito pedante, agravado pela ia semi-<parna•bln<> da terra, dadea que eu e Valdemar ♦-- do eu. durante umu noites, dor– etema presença do monóculo. apon~n<io-lhe A inSpiração novos vêramoe sõbre •1.e marl.a91". mt. com Valdemar, em eua d<> Era José X4ns do Rêgo ahlda caminhos. Aquilo 111e deu um ~rescentou. êom a sua ~ frc>U• eac:dtor, cuja familia ee acha– bem moço, ao c:he.gar- a Macei6: abalo dos di:abor. uiaa de certo xa • melo aibllante. por entre ft ausente. A casa era grande. andaria pelos vinte e sei. anos . modo me agradOIII. No domingo ~os d,e denUB: • 10tll6 XJ?s temia a 10lidio. Nlic, Talvez por trm do monóculo e seguinte, novo artigo, aeora re• -J~ Ltaa tamb6m ~m mui- erra, CQDtúdo, PQr medo, mas ce~– das costele ta& ae escondesse o plicando ao poeta 1 que ae defen- ta "filo!tofie"; mas a letra,.. tamente por alguma meciula ri• inten.to de ampli~, com uma dera, zangado. At o escritor re- oh!... dade nervosa, que 6le u vezes. aparêncl a mais notável. a auto- velava, além do e~fr lto critico, Eas& revelação a propósi,to da aem querer, noe despertava, gri– ridade que lhe conferia a IWI a possé de um talento polêmico letra, está cl.-o que me intie- tando Palavu desconexas, nun• colaboração domingueira a o dos mala devasta.dous que Jâ ressou bastante; porém o que ~:1!:os muito NUB. Ma.,, ator a o "Jomal de Alagou". Vi. m ais me ferill • curiosidade foi ......., d&ses pesadêlos, seu sonc, Aqueles artigos, escritos em Jos6 Llns eatava, pois, na mi• a fUos octia d.o JOllé Llllls do Rê- decorria . normal e • repousant e ; linguagem quase oral, transbor- nha admiração, embora eu não go. 4 despeito d& largueza com ~ ,._assim que êle, madruga– dantes de p itoresco, de-ram-nos a concoooasse com alguna dos seus que o velhote dtat.rl.buia a paJa.. ....,., "" sela hona ji estava, tu– conhecer - a Valdemar Caval• desllzes e desmando s em matéria vra. pi.cava-me o desejo d-e ce>- :fantlilmente alegre, 1icos berros pe– canti, a mim e a vários outros de li.n4§ua,gem e estilo. Tanto as- nhecer o fiilósofo. Não .sô111ente ~ casa lnte1ra,. Tmh!IIllos mesmo ...:. figuras como Gilberto Frey- sim que, quando um velho dado o fllósofo, maa tambem - • so- ..., acoroar: NI e Manuel Bandeira, ,e aos a lutas gt'alllaticais atacou d e bretudo - o sabedor de :lranoêa. lt -Valdemar Cavalcantl e Auré– poucos deitou por terra o nosso rijo', numa "Carta sem sêlo", Sempre ima.gina.va que JO&é Lin. ~ Blmque de Hollanda conhe-- cwto d os antigos valores . Gra- p ublicada no j ornal católico "O estivesse bem m&us adianta.d<> que ...... •cban.tu" I , ,-------------- --------- ----- Semead or", certos desculdos do nós ou,tros, seui, adml.radores. _.....,.anta,• e Ta a abr eviatura MOYIMENI I Ll'ERªRlo critico, entre os quais um "pés Que coisas em bom :fra.ncê& não ma de -chantagista•• - palavra • 1 f elinos de gato", eu dei razão ao escreveria s'õbre o casamen<to ou Lm~ frequenie na boca de José velho. as suas ocupações diárias! Con- - •- s d o Bêgo.~· relação a seus Corre o tempo, contlnúa a co- fessando a Valdemar a minha amigos. laboração, J osé Lins do Rêgo curiosidade, ê l e prometeu-me Pb~u e llingném mais chegado PIE QUEN!AS NOTAS . ruo - v.ia aérea - (A U.) "Oorubos do Mar" é como se mtitulia o liw:o que Yvon.e J'ea.n escreveu para as crian- ças. • , Erico Verissimo e9l:á tradl.í– ztndo "Then and Now", o mais recente livro de S omerset Maiuglham, obra. q ue será a,pTe– sentada, em poo,t;u,gu&, com o titulo de "h).triga.". Ao mesmo tempo que transpõe para o nooso id-lom,a aquele volume. o esomto,r ga-udho trabalha em seu novo -roma.nee, a que deu o tftulo de "A J'o~". • "A Republica, dos V a,gabun. dos" , romainoe de B elyk e L .– Paitllf.aleiv, n o qual se conta C()!ll-O a . Russia enifrentou o probLema da tnf.ancia delin-– quiente, foi traduddo por Jor– ge Amado e será uma d as pro– x lmas edições que uma edi– tora pati:Usta, l'BIIlçS,Tá • • A Pa1x-ão dJe Eugene Aram", hlsto<ria classica de Edward B ulw-er Ly,bton, vai ser trans,postla, pm-a a tela, se,n. do ClhaT"lies Boy,er o seu "EIIF tro". Nies&a ti.ta collita-61e a hls– tor!a de Eugene Aram e Ma. <"~J•':"M"' Liesber. histoTie, de wn - m crime. A Livra.ria M'eJr:tiris Edito– ra S./ A. lançará brevemente "Mçdmhas I.mpefri,ais", volu..– me que integra a coleção "Obras Oom.~letas de Mario d,e Andrade. • crésce aos nossos olihos. Um dia ver se, n uma das próxima, vlsi· a u,ucadelras - de toda especie. aparece prefaciando os "Poemas" t!!J! ao escritor, lhe ex aroi/Qava o Verbais : apelidoo, anedotas • de Jorge de Lima - 1927. Já caderno de exerefclos de :fran- mentiras a respeito dos compa,. eramos capazes - e o pl'cfác!D cês. E dias depois me deela-rou: nhe1.ros e cOIDhecldos . Fislc.as: ain-da mais c apazes nos tornou- -.Eu vi ·os axercfcios de José i>etelecos atrás da orelha, um de compreender e aceitar plena- Llns . Ele erra um bocado bom, golpe com o joelho por trás do mente aqueles versos, de .não rea- como a gente. j oelho (1,a pessoa com quem vat )ir ante êles como um ano atrás Senti-me -multo dJ?siludido, mas andando; verka-se a perna da ví– re3€iramos em face da pu.blica- um pouco desafogado. RedllfLiam- tl,ma, que pa,rece tr . cair, e .Tosé ção do "Mundo do Menino Irn- se as barreitas entre a minha ti,. TJ,os dá uma ga,r,galhad,a : possivel", do mesmo poeta. m!dez e as costeletas do gran- --6 r31Paz, v ocê está !taco• Mmiroodo assim o esor.ltor, de homem. A frugalidade dos co- Precisa comer feijão! eu não t~a, contu,do, aproxi• nheclmentos de francês a,peque,.. Das brincadeiras verb ais há Está prura a.parecer a· ter. mação com êle. Um contacto rá- na\>8 sensivelmente as costeletas uma curiosa. Em frente a urn oeira, edição da "A Descobex- pido, em seguida 1l uma a,pre- a·rrogantes, humilhava a ousadia ce.U: onde habltua.lmente se re- f.a d~ Owtro", de Gtl.9ta'VO sen-tação que dêle me fez Aloislo do monóculo. unia o nosso gr\liP-0, e hoje ímor- c ~ Br11I1Co, como que lhe dilatou as •~~ talízado nas páginas de "An;,ús- orção, livro que r-evelou ao costeletas e o monóculo. O ar de Mais ou menos ··por êsse tem- tia' ', acll.ava-se um dia J osé 1.,,ns. Brasil um'. e,s,c:ri,tor orJginal e superiorida<le irônico provenlen- po, Valdemar le vou-me A casa de eom ·diversos outros amigos. e.o– profundo. te dêsses tremendos apêndices JOSé Lins d o Riêgo . Não era aln- tre êles Graclliano Ramos, cbe,. cresceu de ponto, e, apesar de da a casa da Avenida d-a Paz, gado de Palmel!ra d os Indios amáveis as suae palavras, senti- maa a da rua São Felix , muito desde 1930. Anoitecia : e um mor– me encaramujado e murcho nu- perto. Estava êle concluJ.n<lo um cego - vi n.d o nlnguero sa~ ma tlmldez quase sem gestos e longo ensaio sôb.l'e Gilberto Frey- donde nem ~ om-0-1>ou,sou man– sem lingua . Que lnterêsse po- re. do qual nos leu alguns tre- sarnente no ombro do romanei&– deria ter Jooé Llnll do Rêgo na chos - e que mais tarde ra.s-- ta alagoan-0 . Não vale investigar amizade de um vago aspilrante garla, por Insatisfação do estu- as 1:azões intimas e sutis da pre– a e&eritor, tão vago que a bem dado. A!"rlsquel, se n ão me en• ferên.cia do b icllo. Os morcegos. dizer nada, escrevera afora uru; gano, umas observações, que o ao que P~. são d ados a es– versos tnfarofssimos? escritor ouviu com atenção sim- sas visitas literárias. Como se • "Tarzan a:nd tbe M,enma:id", novela d e Edga.rd Rice Bur. rought, está sendo filmada no Mexi<:o, J'ohn-ny Weissmuller OOll'tinua a ser o initerprete p rlncipal do famoso ~roí. • "E:llltão e A.gor a", rama,n,oo de Somerset Maugbam que de– CO!Nle no tempo de Maquiavel, posto em cinema. possui Geo.r– ge &mdiers na chefia do elen-– co. • "WrMrten on the WLnd" . no. vela_, dle Roberit Wilder, terá pOOSlvelmente An,n Sheridan no "C!!ISt". Acredita-se que a. d.ü,eção da pelí<ruilia caiba. a Vicent Slhermaw:i.._ Contentei-me, pois, com a de- pátlea. Mas a,pesar da simpatia sabe, IU!l del~ já entrou no voção à distancia do idolo. Alo!- e dà atenção, a camaradagem q uarto de Augusto doo Anj os. à slo Branco. Valdemar, que com eO'rn José Lins do Mgo, aínda meta-noite. O certo é que o el-é já ,Privavam, eon~avam-me as d~a vez não d eitou ralzes. morcêgo pousou - àquela bo ra, exqulsitlces do homero; falavam- 1> <ô> <o> que n ão era a da meia-no ite co- me dos seus modos bruscos, dos As raízes brotaTiam bem maAs mo a escolh.bda pelo outro p·,ra se-us livros, da sua letra miuda e ta,l"de, em i'lns de 1932, coro o visitar o poeta paraib::no. ou ruim. apar ecimento do " Menino de pelo corvo para bater à porta Da letra. allés, tiVil eu tam- Engenho". Não me f oi dado ler de Edgar Poe - no ombro· de bém rroticla pelo comentário de o ori,ginal, oomo a Valdemar Ca- Graclllano Ramos, com a mes– um prof856or de francês que en- valcantl. que o dactilografou. ma naturall.dade com que a ave s.lnava a J ooé Lins e com quem Mas, publlcado o volume, recebi preta pousou no busto de Palas. Valdemar e eu estudãvamosjun- um exemplar. Certa noite o ro- Sul"l)'r8elldeu-nos aquele pou,o r: e tos. Esse prof . , francês de orl- manctsta encontrou-me na rua,. dia surpresa logo passamos ao g em, merece algumas linhas. Cul1ll]Jrimentamo-nos, e eu lhe fa- iriso. Então José Ltns tomou a Magrlnho, velho, barbicha grtsa- lei • sôbre a nov ela. Ele pegou- pa-làvra: . lha em ponta, como para rimar me pe}o braco e não me largou -Sim senhor, seu G,acílIJnot com o nariz, fino e ta1nbém durante mais de me<ia hora. Co- CU!tlvando o seu morcego, hE-1rn? pontudo. esbanjava a paJ,avra moo.bel dwersas passagens e as- B voltando-se para os outros: "ftlo.sofla"'. Topava fllosofla a peotos da obra - e nota.va que, -T$$o é um moroego d on,c..-ttl- torto e a direito nas compoal- embora as observações nl!o fôs• cado que o velho usa pár1 ee ções {te se1.1s alunos. As mals Sem de qualidade, par('('!am, to- p()der dtzer que ê1e é 'um ínre– clln.drldas banalidades. os m.als ear fund,o o autor. Talvez ~to Ilz, que "um moroego 1)0,ISQU Da coça,dos lugares-<:0rouns, tão na- sentido li rico, melo senllmental, sua i;orte"••• •

RkJQdWJsaXNoZXIy MjU4NjU0