Folha do Norte: Suplemento, Arte, Literatura - 1947

• 2 ------ ....,õt,HA l:fO RORTB l>t,mlngo. 'Z1 de Julho de 1947 APONTAMENTOS SOBRE UMA GRANDE ROMANCISTA 2 li e e , a a;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;:a- DUU:TOB - - .... P~Ul.0 MilAHHX.O t:~. ~ ! • l SUPLEMENTO r~,TERATURAI ,.. Os criticas que se ocupa– ram sempre de V"uginia Wo– olf durante suá vida e, delf– dé a trageêlia da sua morte, Jiá clnco anos, não cessam de f •tudá-la e de e,cpllcã-la. 1 Acontece, porém, e felizmen- 4 ,te para n6s, que nenhum - critico facilitou mais o ca- ---------. minho pa;a i;ua compreen- são do que ela propria. No ensaio •o Leitor Comumª ela crilicava alguns dos pri– meiros novelistas por escre– verem acerca de coisas ex– ternas. Para ela essas -coisas ... COLAllOlitA1>0BES: - Alvaro I,inl!, Almeida Fischer, Aurel!!o Buarque de Hollanda, Benedito Nunes, Bruno de ~l,lllezet, Carl01 Drummond d~ Andrade. Cécil •~eira, Cléo ijemardo, Cyro dos ~oe, Carlos Eduaro.o, F. Paulo M:en- . àes, Haroldo .Maranhão, .1olio Condé, Margues Rebelo, Ma. nuel Bandeira, MIIJ{ .Martim, Murllc. Mendes, Otto Marta Carpeaux, Paúlo Pllmo Abreu, R. de Sousa Moura, Roger Bastide, Ruy Guilherme Barata. Sergio Milliet e W.ilsOD Martins~ O POETA f A FOTOGRAFIA ~ ' _.,;;..________ preensão, como urna rosa. se CC:onc:lusõo do I." pag.) abre, a:parent~,en,1Je inexpli– cável, fi-0 chão qua.lq_UJer'. Memoria da passagém 4o E como não há jeito melhor &D,Jo. de falu de um poeta ão que otwi-lo, deixo agu,i- um. dos poeznas de Sylvio d.a CUD.lha: De abóbodas atr<>Zea o ma.r elie>tríco sobrehumMo inferrua - . nao t i n h a m importancia. •Eles gastam - disse ela - imensa habilidade e imenso engenho em fazer o transi– tório parecer o verdadeiro a o durável": enquanto •quer n6s o chamemos vida ou es– pírito, verdade ou realidade, a ooisa essencia l escapa ou move-se e recusa-se a ficar eneerrada nas roupagens mal ajustadas que lhes â amos". "Virgínia Woolf, en tão, .:re•· vela alguma coisa de si pró– pria, embor a n ão delibera– d arnen t e t alvez: "E xamine• Não sei se me tomo culpa– do de in,cond!idencia ·P,ail'a COO\ o ;µ>eta. reprodu:'llindÓ aqui as • pail:aV\t"l\S que a.junitei, em co– met1t4tio, a esta SllQ produ.. ção invisiycl ao páblico. Se o -• é no dooejo d-e- aproxi– má-lo ~ cmtros espíritos ir– mãoo do seu, aos quais &!la poesia não hada cliegado por motivo do seu •nwtural r~ lhfm.-,nto; e a.lndía. por estar ~do de que esse réoo. lh,lmento não é de naitureza agreste ou OI>gulhosa, que im– po(!Jsi,bllilte qual.quer c-0munt– Cl!,Çãe>. Foi em 1944: Estrong,u[adatt fogem sombras por ci'P6.s em pâ!tloo Saltam dissimulando moi,cegoe mtuNS o solilóquio !.nievl,távé'l ,"""-'- por um momento, uma pessoa qúalquer, num dia qualquer. A mente recebe miriades de im p r essões - triviais, fantasticas, evanes– centes ou gravadas com a ni– tidez do aço. Él as vêm d.e todos os lados, uma c:huTa Derramou.se uma dissonancla i ncessan t e de inumeros ato- vioieta irrepa,ra velmente . mos: e ao cairem t omam a • forma ela vida de segwada- "Escrev-er pan nenhwn pâ– bllcQ: eis a operação a que me consa,gro neste momento. Te-– Ilho die r~usa.r a idélá. de que o11t.os me olham, mãos passeiam 0 perfume clm-OC.e envolve feira ou t erça-feira. A vida [tudo não é uma serie da oculos simetricamente dispostos: a \'Ida é um halo luminoso, am envoUorio aemi~tr.nspa– rent9 que nOJ ewcá desde o Inicio da perceprSo até o até o último plll1sa.r da ahna, deeerta. em·m~ texto. Solltãrio, e com Etérea sêde• lillla pena que trac» a.ra' b.escoe q.ue esboça ln-finJ.itõs na c~ffaa>.oa de que '·perma;. e a morte apro:f.undg neoerao sooretos. ou quase: numa di.tata-ção azul-brane11. Pofs se dei,en,v-0lvem em toffl/0. [ifqulda 1- :cla um li'<lro não "escrito'", de-..... um poeta não público, aitento E finalm~ 8()~ 0 ea,enu à passa,gém de um t ~ o amador s,lvlo d& &'Diio, e tod<> entregue à sua Ouillha.. Este mais dlvul.gado _,,..ória. do que o poeta. J á tNemoe De há' mtd,to perot a fé nos ~!lde de C'Onhecê-lo, ll'ldot, mas ele$ v-O<ttam..• J á através !fe recmté exlpOS!ção • sei . on4e Wbiitam, como de .seus trabalhos no .salão d,o .. ma-nifesf@m. A poesia, en- Instituto dos Arq,uttetos, a tretanto, sabe evocá-los, e o qúe por sinal o autor, oculto ~to fflfstieo tem força na névoa petropo,litana. não aa,ada de mvenção. F.sse- anjo, compareceu. Já m~os esqul– bócaid<o nuv~. b.ooado nostal- vo, oontud'o, dispôs.se ele a g!a, d.!>Sl)rend~ cSo papel e discorrer em um d,e nossos cairula no j~t-0 moll'!.ento da joma•is· sobi,e - a hlstória e os ae«~ão 16gica. ·~ s.ão as 'fundamen,tos estétieo;<J da f o– i)alaW'la'll, que esoorrenn por tografla. D<>no d.e uma a.rte eDtte ·c;is ded4)S do poeta. nu.. verbal rigorosa, com<r vim0.!, OPtD "oom:o luzes, c6tno g~ tra~rta pa.ra o campo da 11U18'", e .de ..cada uma ele pode imagem fotografi~ essa ext– d!zer; ettlévado: "como eu a gência extrema. de. meios e amo, como a stnto._ profu,nda- fi'lls, que já o distinguia na me!l,te em seu vaaor", pala- elaboração do verso. Confirma VJtaS formula,m anjos que por ·desse m:Odo a a<lvertência de l!Ua vez se de5:fazem em pa- Mari. Ray: Si ta maln tremble la.was. trop, laiiise lá ton appa.rell et Há em Syl'Vio da Ounh.\ uro prends un pinilea.u. Sylvio da fagjJtirv.o, e entiretanito nós que, Cunha (sua mão é ftrm·e) tra,. estamos na rua e vemos ·a .ru:a · ba}ha a placa sensivel com a passar e pa~~ com ela, mesma inexorave1 segurança tllimbém, nos 1dentlf1-camoo com de que se serve pa,ra a,gen,cia,r o f<>rag:rdo, mercê deooe ma- a sábia, posto que velada or– fleria,J que nos é comwn, e questração de seus metros ~. cada qual traballia a seu poéti<cos. A igual distância. do Jetto. NIO tel'r.i!tório c;l~ pala- realismo e do lirismo, ele nos v.t!IIS, os poetas divid1<;'los se en. dá, não poemas, nem quadros, canttllan. E esté não o furta. nem aibstraç.ões nem doeu. pois na so.J4dão sente a pre- mentos polêmicÓs-: fi>togra,fia.s, senpa d-a,quélas pal,a,vras que .Mas é in,evLtavel, que de ca<la tatiatn to<ios os homens se pnoce<limento t.écnlco, exerel– ezwtend~em. do com a,m0-r e rigor, se des- E' poeta raro, que _se en<:er. prenda urna P®Sia especifica. ra sob sete ohaves ~ sete selos. Ma-is ainda no caso especiaa Mas -abentemos mais d,,e perto da lotogra!ia, cuj.o voca,bul.á– em seu sembla,IJJt,e; ll a:m-emo- rio já parti-ci-pa da m~gia poé– lo. tal qua!l. é: Bercebemos logo ~ti<:a - a gelatina, a ima:gem QUle pG>r Sll'8 po~ia p~ou I,a,te,nte, o pant'.!!.'eimatico - e · um~ e~periên-cia huttnana. Seu cujas operações. se assimli.am ~lmento ê pUidor e lea,,1- na.turalm,enbe às 4a cm_ção tlade, .sua voz baixa nã.o é. co- poética - a sensfoiLi:mição 'pe. vartle. ele foi .llerido pelo- la luz, o banho zseyellador, o. amor. e tení ·uma. precisão mi>st.é-rlo da claridade impli– . cadia vez !?)ais f~inta d-OIS cita no opaco. da sombm re– bens não capitalistas da -terra. prese.n,ta,ãa pelo transtucido - ~ lutar. vontade, curi-0-.<ii- 6 Ma~latmé... dalde, ..Para compreender. a<l. A esse coeijctente pr~vio de mlr,111;, a,ma.r., viver, mais p-ro- ~estão, 5-y,lvio da Cun-1).à fundamente". Sua pi:is,ão vo- a,cr,~centta um sobrio e pode– hultál'ia ~ foi tM 1.~rme- r-oso sentido p}ástifO da ima.– Qca qu,e nao a ultrapassasse o gem (não pri,v.a:tivo a.e plin_ ador da vída. SlUl coleção de tur a), f,magem que ele nio Í!lbbolos. sua geometria. -su:a. apenas capta. senão també1n lfflSfiafisilca, seu mistér io se· sel-eclona e como que torna a fulndem a e,sse qa.loo-. Mesmo criar,, S1pro-ximando ou fun– nwna edisão de tr i nta. dindo elementQ6 que se igno- 1 ~plç,res, o poeta s e des- ra,va.m (-tão mul:tipl'aS sãci as ~a. E~ sinito já 9.ue hã.o fownas, aiinda as mais sin,g,e– escrevo um p.re1'aiclo fecha.i:lo. .1-ais. d'!l .n~ru-reza, quié oumpre ~.çsto11 v endo abrir-se uma ~ª quialguer a•~e .~ veJ11;r-nos). ·a. de amor e grave com- S u.as totogr,a:f1as dao- t~1.1- fim•~ y- ' A 1eu ver, póis, Dio hl necessidade de um llOTelis– ta planejar enredos a estra• tagemas: a Tida é toda ela um .mJstério, um enredo que se desdo.bra embora; nunca lnrnirame~te. Essa c:ilação sert'e admiravelmente para a compreensão de Vi i .ginia Woolf. Vejamos agora, rapi– qamente., o ambienta que a eercaTa e as i~ uênciaa principais dos seus prim~l– ros anos. Virgínia nasceu numa s.ociedáde que conhe– cera estabilidade e segu·:ran– ça, mas que se e ru::aminhava para o 'desastre. Ela viveu para testemunhar o desas– tre, pua observar a que,. da em n ova escuridão :- até que s u ·a alma sen.sivel sucumbiu diante da crescente viole.ncia: do m un– do. Nasceu em Londres, em 1882, filha de Sir L eslie Ste– phen e de sua segunda mu– l ner, Juli.a Pinsep Duck– worth. As relações da fa– milia incluíam pessoas fa– mosl'ls com-0 os Darwins, Sy– mondses, Strache.ys e Mai– t lànds. James Russel Lowell foi seu padrinho. Entre os amigos de seµ pai, cuj"as pa– _lestras ela ouvi'a, estavam Thomas Hardy (de cujos poemas e contos ela deveria um dia escrever uma crítica muito sagaz), John ·Morley e Edmund Gosse. A's suas ?)Scussões acr~scentava-se a m vejavel biblioteca de seu pai, Quando, em. 1912, casou– se com Leonard Wóolf. o perspicaz crítico de assun– tos literários e políticos, tomou-se socia da sua em– prê.sa editora, a Ho_garth Press, Somente em 1915., três anos após o seu casamento, nho dJe um artista g-e,,."'a,l SU· tilinente .d'Otado, -00mbi.rÍando imaginação e ar~anato, e sa-– beilldó muito be:m o que se pod~ tiil."ar. em._ invenção, da cama-ra escw:a onde adorme– cevam os passaros do :re,tr-a ~is– ta. E não oo em j,nvenção. A-crecllito que ele também ta~·á ~ ®'h'a. pa1av,ra de Map R;i.y: la. Photogra.phie qw. con. sole. -- Philip TOMLINSON ---· - - quando cantava trint~ e· bês anos, publicou eua primeira novela:. "The Voyage Qut'". Seus trabalhos de ficção são: ªKew Gardeus", '"Tha Voya– ge our-, "'Night and DaY-, "Jacob's Boom"', Mrs,. Dal– lowayu, --ro the Lighthou• se•,. "Orlando", "The Wa– ves", "The Years" e "Bet- . - ' ween ,the Acts: , este po.stu- mo. Seus trabalhos de críti– ca incluem: • "The Common Street, Browning, Londre.s e a Casa Guidi através dos olboll .... e do nariz - de Flush. o cachorro de Eliza– beth. E' primeiramente coma novelista qua Virg'inia Wo– olf exige atenção. Sua prin– cipal contribuição é a apre– se)liação da corrente de consciencia, isto é., o lnces- 1,1ante e irregular m,ovimen• ·to do pensamento. Inegavel- Virginia Woolf Reader.., primeira e segunda mente esse é um dos carac• série, e "Deaih of the M~th•. teríaficos de sua ·obra , em• Entre oa estudos biográficos bor a não seja esse um ele• eatãó "'Roger Fty" e 'Tru sh'", mento n ovo na literatura· este último sendo uma J10va moderna. · tentativa no genera, pois ve- Olhemos r apidam.ente p a– mos as Barretts da Wimpóle ra as suas novel as n uma - -- - P~SSADO E FUTURO • <Conclusão da 1. 11 pâg.) de gente que se diverte, que se e.tola no luxo e viye em sequências da primciM gran- 'busca de prazeres. Mas .nem de g,uelU'a, por essa a.I.tura estes estão sat!scfei>tos: · a sua ma.fs mti.damenite sensíveis. e a~ão enoobre um imenso cuidlasse que já se opera.T& a v,a~o, as suas f~ seria,m cisão d:efinitti-va entre o pas- tristes eoono vel6rios se não S8làO e o Mu:i:o. V1veu porém as aquecesse a eufori;a do al– ba.staml.te ,para a&Si:st ir a outrc! cool. guerra ainda mais terrível e :i;>esgovernados, sem l~me ~ ef.eit~ ma,i.s violemos; os nem 1este, os homens se dJe~ vinte e c1n.oo anos que medea- xam ii' aos boléos, sem saber r= enti.,e as d,uas foram o . como .nem para ande. E en– bastan.te_ J>ail:',a que. atingissem •9.uooto isso, as Cl'i-anças nas– a ma,w_r1dad.e ~ moços de qu,e cem, cr-escem. indagam para se s~n:t1a. sePJl-!ªd-a. e que,. ten. que vieram ao mundio. E a. do ficado então com o futuro, úruca resposta possível é em são agora viol,entamelllte em- essência, a · de M,acha<l!Ó (die pur-rados para. o passado. sem Assis à D. Plácj,d.a.. Su\t)oniho ligações com os que os reguem que todos se l embr em de;;s-a Com-o já haviam anteri'Orm-en- pungelllte ti~Ta. das Memó– te córtado as am:arra,s com os rias Póstumas de Bra.z Cubas; que os pr"eoedia:rn, a sua si- seria a1té faz-er ma.u juizo dos tuação é dé completo isola-. 1eibor:es julg'(l.r i-ndistpens.ávêl metJJto, dte fiutuaçãif.' sem a111,. a traoscrição do trecho em t,epasssd0$ n,ezn herdéiro.s. Nã,o que o r<>mancista a imagina ooot1n1.ta.r a ni,ngué;m. por nin- perguntando aos pais porque guiém ser eontinu.ado é coisa a haviam dha,mado do limbo. que r<epele mesmo ao maõs A respoota, que é adlmiráveL encamiça,do in<l1'1ditl~ e• pod,e ser resumida em d-~ llm tka o gôsto d~ reali.za.r patavras: para oofrer. O re.. sej,a o que iô.r. sumo só tem o mérito d,a, fid-e. Por mais dr.amátioa que se- l!dade: quem se quiser rocor– jã, porem, a condição das q.ar da perfeição da página criattl.ra- s que tiver.am a sua a,J:>ra o· seu. Bra.z Cuba&. e se exisrencia su,bv,ettl,da por duas $eguir êste conselho ·fiea:rã gt1:e11ras, não são elas que. im· pago da. pena ,de lêr esta crô– portam: mal ou lSem - em· nica pessimista. regra mal - já viveram. jâ A pergunta de D. Plácida, têm, se não completo, pel'O - ouço.a agora. incessantemente menos todo traçado o seu d.es. repetida, mi tons di'l(ersos. E tino. jã sã-o inq,eléveis as suàs sinto o desespêro _gos pais que, ct&r.mações. Remm os roo- honesitamerute. só como Ma~ ços, os moços qu>e lhes coube oh&dio d>e Assis podem respon– eduça,r, e a quem nadá pude- der, Bem sei que muitos têm ram dar poi,qu,e nada rece- cuif,pas. e gra.nães que muitos ber.aim, os moços que se rete- ,puseram o eg-oismo a.ctma des 'za.m na. revolta enquanito nós obr1,gações. O mads dal-oroso ê outr<>s nos disrolvemos no de. entretanto. verifioar ql;!ie. a,ln– sãmmo. da os que se sacrilioaram, Revolta e desâniimo são re- 11in.<u\ os que cu,mprtra.m rlg_o– al :men.te hoje os dois únicos rosai:nentie o seu dever, na:da. estad,o,s de es;pirito d,a, huma- mais têm. a dizer. E, como a nid.a;d,e. A al-egria e a e-spe- ~oLta é sem plie.<,{a,de, os jo. rança desertaram da terra. ·v,ens trtpudi,am sôbre 11-dver– N'""ao c.t,uie. ao lad'O de milhões sât-i-os •qu,e ~tulitio os aJP.&lU, e de desg,raçados, n]:o ha.j.a uma q'l.lle com a sua a,n,~ísitià -padie– minoria d-e pr~ensões 'felizes; cem tn.a~ do que êles própriios. tentativa da fixar esse oa– r~teristico, Consiste ele em transmitir I as fugazes im• pressões da vida em prosa que tem a c:onsistencia e a p r ecisão da poe:;ia, embora retendo sua velha, adaptabi'• lidade como melo pragma– tieo da narrativa. A demora• da e triste luz das fardes da abril, o brilho de uma gc-!a de orvalho numa haste de capim, o aspécto infeliz cu, um estranho ·num vagão de estrada de fe,rro, os segre– dos da mente são por essa cbservadora c u i dadosa e sensivel expostos com i,n:ten• sa nitidez, As aparenciaa m_aciças da vida, se não. ':.s– tão fora do alcance, esiao fora da sua arte: ela se con– tenta com as luzes e som• bras, os pequenos. o.s belos momei\tos. •xew Gardens", uma du hisi6rias ~m "Monday or Tuesday:• apresenta um ho– mem andando nos jardins -• lembrando-se que há quin• ze anos ele ali estivera com Lily, Lembranças do passa• do correm pelo seu pensa– mel)lo e misturam-se com aspectos do presente: ho- ' mens e m ulheres_scb as ar- vores, uma fivela de sapato de prata, um moscardo. um c:ara.ool n um canteiro oval. Ela p rocurou peneirar as apaxe.ncias a fim de encon• t rar a p ersonàlidade. El a pr6p ria escreveu; "Eu sem• p r4t m,e sento ao lado do condutor no onibtis e prccu – ro fazer que efe me diga qu e tal é se r condutor. Qualquer que s eja a companhia com . . . - que eu est eja, sempre tent ai s~r qual a impressão que se tem - sendo con dutQr. 1eudo uma mãe com dez fi., l hos e trinta e cinco 1hilling11i por semana. sendo corretoir de títulos. sendo a.bnirani• sendo f unc~on ário de um banco, sendo costureira, sen– do duques·a,, sendo mineir~ se.ado cozinheiro, s e n d • prostituta" . ·----- Assim se agrava cada ves mais o desentendimento entl'e as gerações. Aconteceu-me con.vel'SlM' no mesmo dia com uma mulher dõ povo, wna lavadeira. en,ér. gica e decidida, oom uma se– nhora de .classe média, aiv6 amoroSa de abn~ada e exem– plar vidía. famlaiàr, com uma mãe a.Ln.da mooetona e o seu tanto mundana - e de tôdas ouvi as mes:roas queixas: os filhoo e netoo não só não lhes obedeciam, com.o não confia• vam nelas, fechavam-se a to. ' d-os os seus conselh-os, Era co. mo ~ falassem outra ltngua. Por outro lado, tenho recebido confidências de a.d-olescentes. ta,1,vez porque a minha situa– ção de mulher sem filhos ma faça pa,recer mais ou meno. i,nsuspetta a seus olhos; e to. d~ dizem as mesmas co~ sentem• se incompreend,idós. quando llão pe~guidOS; Terão rnotivoo os · j ovena para âies.conf.iar de uma auto– ridaide que p.ão os soube guiar; mas não justiificarrã ·oo mala velhos o f~to d'e, vivendo .nwn mun do em desord,em, have– rerri hooi.tad,o sôbre a direção a d,ar aos que Ilhes ~etia conduzir? Mais do quie C'U'l:– pa:dos, -v:ejo ein W!dà . a pal'te vi,tLmas, v~!iimas de uma so.. ciedadte em .decomposição. 0a CQmunistlas di rão que está ape– nas em transição, e praza • Deus que aSSlim seja. Deoomposição ou transiçã~ o cel'to é que os eleitos são .funestos e qu-e éln Qada la.!' se repete, incruen,ta e surda. porém, pa:té'bica e düaceranite.' a luta que lá fora se trava • entre duas concepções de vima ·opostas e irr.econciliáv,eilJ, Como dis...-se WilJ.a Caifiher. o passado não s.e pod,e mais en– tender cpm <> futuro. O trista é que nós, que fqnios corta-~ dlos do pa,s.sad,o, n.ã-0 >pefflnce.; m~ também ao fuitút o: se-ria.. m,os- o pr~n,te. ~ nilo o u– Vies&ei,i -à:ooilddo os ohoqu,e,s t:rémffldôS da :n.ossà. época. '

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