Folha do Norte: Suplemento, Arte, Literatura - 1947
• • "'t"JOOOCOOOC~ • • • --- Domin go, 13 de Jnlho de 1947. Diretor: PAULO MARANBAO -------------- - - ----- - -- NUM. 3Z Aparentemente, a nossa pro– dução poética continua nor– mal na sua abl.l!ldància. Tão llumerosoe quanto os roman– ces. os livros de versos conti– JIU...'lm a sf!r publicados, coin autores de todas as idades, o que demonstra que a ativida- 4ie poética não foi interrom– p ida ou p erturbada ~la sen– sação de quslquer cr.lse lite– r ária e Bl!'tfstica. Contudo. ao Jl"osso ver essa crise aiste. e é la.mentãvel que os primei– ros a se aperceber ~ nã-0 t enham sido oe próprios poé– tas. O sentido do vocábulo não se li•ga neste caso a um :fenômeno provocado por aJ. gun1a causa de or<lem exter• na: a incompreensão do pú– b1 ico, a d>eficiência de merca– do para 08 livros, a reàuzida infl u êneia e repej!,cuf;são d,os poetas na vida social. De cer. to modo, isto seria seeundlâ• rio. a-0 menos d-urante a,1gum tempo. A crise atual da poe- 6ia se apresenta muito mais p roíllíil<la, porque está la<n,;ada no q~ lhe é essencial em ma– t.éria de temáU~ e forma. Sente-se que os va1ores e pa– cl rões vi.g<>ra.ntes há mais de vinte anos na poesia moderna já chegaram ao máximo d~ $1.las possibilidades. já foram suficie<ntemen,te utilizados pe. mos poetas q'IH! têm h<rje qua– !tenta, cinquenta e sessE-nta 111ll0S de idade. Estão SS!'im an. velhecid,os, gastos, esg«adoo, a;em que hajam sido su,p.sµtui– dos por padrões e vaJ.ores no– v os. Um estado de crise, por c onsequência. Os novos poe– ib.s brasileiros - e isto se ve– rifica na lejtun de quase to– dos os livros de versos publi– ca-dos ultimamente - aeham– se E"itu-ados litexa.ria,m-e:nte en. tre um passado reeen-te e um :futuro incerto. Na forma de expressão, êles têm em co– o,um o verso livre, sempre realiza.do de uma detennina– d n maneira, algumas expTes– sões que Já se vão tornando cl1chês. a tendência para os :mesmos e invo.riáveis proces– sos, ritmos, comp0E!ções: isto :representa a l!ga,çáo com o passado recente, com a arte dos principais po.eta.s modll!I'– noo. Nla. subsiâncla, 61-es se mostram vagos, impessoais, flutua,ntes, eloquentes em de– masia no verballsmo ou exces– sivamente prosaie-05 na secura .JORNAL~DE CRITICA • • esquemática.. desespe;adamen. te ansiosos e :não obstante pou– co ca.ra.cierfsticos: isto repre– senta a per_plrod.ade ante um futuro m.cerlo, Prêsa a um p assad-o reee,n,te que j'á não 1.em mais feC'Uil'ldidade. e 1.en – d-endo pa.1a um íuturo iooerto, cujas normas e realidades não co.nsegue por 4sso ~render nem exprmrlir, a poesia. d06 nossos dias não dispõe de atu– aJ.id·ade, de vibração vital, de movimentos própri06. E1a não está no plano do que seja por– ventura o espirita literário e humano da J'K)SSa époea; acor– rentada às fórmulas passadas e indecisas guanto às futuras. acha-se jogada en<b'e a petri– ficação e a vacuidade. Os no– ~os poetas de mais talento e vocação consl'guem chamar a atenção p ara as suas persone– lidftdes, mas já não conseguem realizar obras poéticas de grande valor como 06 seus companheiros da geração an– tecedente. Estes cri,aram, des– oobrira.rn ou conheceram real– mente oo valo.res e padrões oom que deviam corresponder ao espfrlto ou clima do seu tem'PO, E como se sabe, há climas, estad06 de espirita. ma– ne!Tas de sénti:r, ime.glna.r e com!)Olt, que se imp&em em d,etenninadas épocas, eonsti– tulndo uma fase, isto em lite– ratura como em música e pin– t ura. Figuras inovadoras, do– tadas para os movimentos de va.ng1.1arqa, interpretam, en– tão, o espírito de UJma época, e se eetabeleoe assim uma fase literária. um clima artlstico mais !âci.!l de sentir do que de defi-nlr com objetivida<i-e. De– pois, essa fase esgMB as suas p01SSibilida.des, é uma outr.i vem substitui-la. E' cel'to que nem sempre ê3se · fenômeno signi fica ab.solu1a originalida– de; quase sempre tJJ111a !ase Jíterárí.a é uma reconquJsta da tradição. é uma volta a um pll,\lS8.do mais an ti.go , que se r enova e se revigora com os acréscimos modemos que lhe doo nã-o só atualid-ade, mas um caráter de n.ovidad-e. Su- A ■ - Alvaro LINS - • ~grldade como peça para transmitir lll1Xla sensação de síntese completa e perfeita. Acrescente-se a isto um de– feito déste poeta. que é a sua tendênci11 para 06 te.mas va– gos, para os sentiment.ós inde– finidos. para o verbalismo. E ist,o se acentua ainda roais noe poemas do que nos sonetos. Os l'tJ,gaTeS-<.'OJDl.1/Ds ~coo prejudicam'bastante a obra do sr. Alp}lonsus de Guimaa,aene Filho. "Nosta.lgi-a oo cén e so– lidão dos a.njos" - isto é um verso; e logo na págillla .se– gui.n,1,e de uma parte dK> livro inti'tul.adtl. "N 06tal,g1a Ó06 An.– joo": <Eélpedal para a FOLHA DO NORTE, neste Es'ba-– oede, no ent&nk>, que entre w:na tas-e e outra se abre às v,ezes um intervalo, um perío– do incairacteristico, em que os autores se mecanizam na. re• peli~ão ou se <lissolvem nava– cuidade. Acredito q~ e.stamoo agora num désses momentoo semimortos. e como em geral é a poesia que dã o sinal d<> estado da vida 1 it erá ri a, é na poesia que sentimos ago– ra a crise, se não é que estou vendo mal O'll com descabido pessimismo. Coloco de lado, sem qual– quer conside!"l!'Ção, os livros de versoo ah..c:olut.amente ba– na.!Js ou de meras repetições. São muitos, e a maioria dos livroo de versos que recebe– mos qu.:.se todos os dias e6'tá siln:plesmente fora de qual– quer ordem lii:erárla. Trago pM'a esta crônica. entre 06 • últimos publicados, somente aqueles que contém algum in– terêsse e algumas qualidades, revela.ndo nos seu.s autore6 uma verd~deira preocupação artlstica, embora sem o espe– rado sucesso, em fa(!e das cir. cunst6ncl11S poueo favoráveis que estamos &Ugerindo. Em primeiro lugar. o si:r. Alphon– sus de Guimaraens Filho, que d1e certo modo s6 agora en– tre-ga ao público o seu primei– ro livro. O que publi<:ou em 1940. Lume de Estré ias, teve uma, tiragem de 300 exempla– res apenas. Para o público em geral é que preparou a cole– Qão d-e sonetos e poemas sob o titulo de Poesias (1). Não obstante, tão bem :recepido !oi ag,uele livro pela critica e pe. los comentadores, que com êle fez o seu 11:utO'r uma reputa, ção l<irtler ária, ficando o seu no– me em po6itiva evidencia no panorama da poesia brasilei– ra contern-porânea. E não dei– xava de haver justiça ;na re– cepção oferecida ao jovem poeta mineiro. t:le é wn dos mais bem dota.doe poetas da sua geração, um talento real e Incontestável. Tornou-~ poeta por herança e por dt– reito de conquista pessoltl. Se– guiu, ao que parece, uma vo– c~ão in<iomável e•insubsti,tui– ~el, que se lhe impôs, muito ~êdo, aquecida e estimulada no a.mbiente fa,mlliar. Não se tem limitado, porém, a explo– rar os seus dons naturais. Vê– se nltldarnente, pelos seus versos, que procura aperfei– çoa'!' a sua arte. que compre– ende toda a Importância do "Se queres repousar, vin– de ao Pais do Nunca. Há grandes árvores sano– lemas logo à eintrada. Anjo.s erram na luz. E mã<l6 c-onduz.em ao so- h " n o.. . problema da forma e da com- Ora. a não ser denibro de posiçãtl. Também não é dos mna f-OT'ma inteiramente nova, que transigem ou rebaL"t~ o êsse reC'Ul'so dos ."anjos" já prÓprio ideaJ. Contudo, o sr. não dá ma.is nada, tanto foi Alphons,us de Guima,raens F1- ut1llzado na p<>e:;ia moderna. lh,:i sofre todio.s 06 prejuízos E é quando está lidanélo com e col'l5equênciaa do que es- temas d-wsa es:pécie que mads tá.mas chainando UIJ'l6 cnse da se perde o sr. Alphonsus de poesia. Abandonando em par- Guimaraens Filho na vacui– te a forma livre dos moder- da.de doo sentimt>11tas e na nO;S, êle volitou-ee pal!'a o so- exalit.a.ção verbal Ainda lhe nêto, como $e tentasse reto- falta Lambém, na arle poética, m11T uma tradiçã-0. Mu .i1.os dos essa musicalidade que !az que seu~ oonetos são sem dúvida as imagens e ~imbolos dos correws e até admiráveis sen- verso;; se prolonguem na sen– do uma exceção a queda ao .9ibilid:aàe e se fixem na me– pueril e ao banal, como acon- mória do 1'e1tor. O ~r. AJ:)hon– tece no que tem o numero sus de ~maraens F ilho, ct>m XXVIII. De-ixam. porém, uma. e.si.as l"oesias, não realizou ain– impressão apenas superíicial da uma, obra correi:;pondente e que logo desaparece; não são ao que pressentimos que seja S'Ulficientemente pes.soai~. nem a sna capacidade oriadora. E característicos. Falta-lhes o o pressentimos com a própria principal do sonêt.o que é a leitura de algum dos seus poe- mas, como êste abaixo, que 6 doo melhores do livro: "Vem de uma cidla,doe De inscrições ingênuas. Tem o coo-po branco De s,onhar com a morte Vem de um frio doido De orações. susswvos. Vem das strcnat& Na. mon!;,,,1 "'ª em nós• • • Ah! queir •'"oena Consolá-lo. embaldel Q uem o colheria, Quem o levaria P, a.ra a humilde sala. (Tem o corpo bra11>Co De sO!l:h&r com a morte>. Nêle é tudo mor,t,o. Mocidade, risos, T ôdla a ingenuidad e Do noivado ma,nso. Reeta, ardend o, o corpo. E há mesmo, na som.bra, Um lwnento va.go , Tênue dor das lágrimu Sôbre as mãos affita& l¼..h! quem pode-ria SU!focar no cwpo Tanto d-esespêrol Quem apa,garia 06 sol1.IÇ06 negros, .l\s viagens, gritos, Dor, desolação! Q11em abafaria Nessa oa.me humilde Tudo quanto maita No Pais do Ná-01'' ' O S!I'. Jacques do Pn-00 Brandão, também míneir.:> ai,nda é mais moço do que o sr. Al,pholl5WI de Guimaraens Filho. E ml\l:ito ma.is lrNali• zado. A imaturidade é bem a ca.racteristica dos seus poe– mas em Vocabulário no&urno (2). ~le apresenta essa nota tão simpátiica e sugestiva <.la J)Oe6ía dos ad10lescentes, que é o desejo de transformar-se e movimeota.r-se no tempo e no espaço, a. ~ia de outraa terrm;, de cm,tros tempos. Lan– ça..se assim no terreno a,lto dos grandes tem.as . que ain~ não pode dominar com ~nça, que ficam apenas in.di ~os e anuncíadOIS, sem a corre!;pon– deme txansti-guração poétlca. A's vêzes. como em "Adágio" e "A.marga elegia" 06 versos m uito longos, sem ritm06 &em no dominio do prosai! e.o, do que se poderia chamar prosa poética, e que m•e de– sagrada em cheio, Aqui, ali, num verso ou no out?<o, o sr. Jacques Brandão revela-Ee um.a. personalidade, que. se fôr d.e6Em•\-ol'VidQ em :fidelida'.. -------- -----------:-- ------------------ ----------------- -------------------~---- (Oon ll:n(ía na 2.ª pág.) f O T EATRO E A SOC IEDADE • , Con!eren-0la innugur a.J d o curso d e teatro, p ro• movido pelo Departamen to Cultural do TeatTo do Estudante do Pari., realizada na. n oíte dAl 7 do cior• rente : R. de Souza lvTOURA - - estreita das ag1lações humanas. Os hábitos, as ambl,:ões, as. eleições contraido.s na cu,·so da lu$16ria anterior Dão cessam Aq\\i me encontro convoca<lo pela confiança de uma gran- de exiStir, mas insensivelmente tl 'llnsport.ad 'Os a uan meio de de 11 m1,z3':le para trazer a minha contrlbuiçâo ao Tt>at:ro do estru,tura muito diferente, perdein o seu sentido e tomam-se Est.::da.nte do Pará. A palavra "contnbuição" env.olve toda causas de esíorços in!rut.i:!cros e de eITos. As partes de um w1i.e de ajuda. A a tividade criadora, o debate das Idéias, no mundo tini10 e conhecido se ligam cada vez mais intima– plano !.ntelect'ual,. a dedica.ção apaixonada, a disciplina co- mente. Ora, toda polltica até aqul especulava sobre o iso1a– i.íd1ana, na acão prática, são os verdadeiros tesouros com que mento do.s !a.t06. A história era feita de acontecimentos que ee póde enriquecer uma organização dessa natureza. A mais se poderiam looaliz:ir. E.s.se tempo chega ao seu fim". Para índice sumario da suR capacidade de extermini<>, ba«ta. 1 mencionar que todos os bon1bardeios lançados sôbre a Ingla• terra, duranre toda a guerra, provocaram a morte de 80.000 pessoas, enquanto o bombardeio com aqu.ela arma, numa única vez, em algu,ns momentos, liquJd-Ou iguaJ numero de vivenê.es numa cidade do Japão. simpl•es e fácil de t.od.a C6i.PécJe de ajuda é aquela _que posso Temos, portanto, hoje uma unidade de destül.O, que Ioda– t razer-vos: uma compreensão sincera e um a,plauso caloroso. via não traz a confiança e a alegria de viver, porque é _uma Se1, enllretanto, que ela deve r epresentar para vós algum va- unltiade que leva à tragédia. Vivem.os sob o signo das gran– lor a,preciãvel, porque o prjmeíro dos vossos adversários é o des guerras. A estreita dkpend~ncla de todas as partes da índ.i!eren-tismo, uma forma de luta insuportável pora o.s terra habitada, que agora se VJ?rifica, trouxe urn perigo ja– JOvens. mais pressentido à própria sobrevivência da t>Spécie. Esta.mos Aqui me encontro não para abrir um ilinérário, mas ape- em face de \,\íllla questão suprema que nos determina o re– nas para uma breve introéh.t(;âo ao conjunto de temas que calque de qualquer outra cogitação. Como escreveu Berdiaeff, serão mais taerde desenvolvidos, no cumprimento do vosso Mesla.tn06 fatalmente condênados a ser 1.ra ,gicos realisl.as . Esite programa cuJtural, por outros colaboradores. Eles vos !alarão real.ismo tragi,co é o signo da época que impõe uma pesada ~m concreto e com profundidade dos problemas mais pa1pi- responsabilidade, tão pesada que os homens da gera('ão pre– tanles do teab'o. Eu pretendo somente siituar esse ideal de cedente não a teriam podido suportar sem esforço. E' então q ue e.stás vivendo diante do n06'So tempo, uma noticia slibre .:iue as "malditas questões" se tornam questões vitals, reais. a r elação do teatro com a nossa atualidade. questões de vida e de morte, em que estão em jogo o destino Conslderaudo o aspecto do mun.do presente, qualquer particular com,o o destino geral. Tudo se tornou mais sério". que seja a posição geogràfic3 ou a importância de um país, A gu€!Na é a libertação dos iositintos, a exaltação dos senti– o grupo humano ai existente é boje mais d~ que nunca um mentas e porisso é um processo que pe.r5isf.e art.Tavés da his– élo ~ a fortuna está t>stritamente solidária à de outras tantas tória, é uma conduta de insolenria contra o progresso que • munidades por todas as latitudes. Somos inlpu,l,sionados. por- tende à e.,cperiência pacifica e criadora. Valendo-se dos com– llSSO, a fazer as mesmas perguntas e a participar das mesmas plexos elementos com que o homem tem ampliado o seu questões que interessam a qualquer outro povo. Foi em razão dominio sôbre a natureza, a guerra, estabelecendo um desvio dessa realidade que advertiu Paul Valery num ensato re- demonlaco da final idade desse domínio, vem de assumjr um c ente: "Começa o tempo do mundo finito". E êle explica: poder catastrofico absoluto. Parece, como aíirmou Bergson, "Uma sobdar1edade ioda nova, exceS1Siva e instantanea, entre que "o home-m nasceu para viver em pequenas sociedades as regiões e 06 ~ onteciment.os é a consequência jâ bastante como o são as sociedades primitivas mas a organização foi se sen.sivel deyte grande ta.to, o encadeamento das partes do complicando sem ce$Sar, eD4uanto nesse corpo desmed'ida– globo. Devemos ant es de mals nada relacionar todos oe !e- mente c.res,cido a alma continua a mesma de antigamente, n õ:nenos politi<.-os a esta condição universal recente. cada um <1gora muito pequena para o preencher, mu ito fraca para o d el1;s reprtsentando obedienclR ou resbtêncie. A"S t>feitos df'Sta dirigi•r". A verdade é que estamos em race desse 'nst rumento demarcação definiitiva e dest,11 dep?ndência cadà ve:z. mais de destruição apocalltico que se chmna a bounba atõmica. • Então é preciso convir que já não enfrentamos problemas poliiicos ou ideológicos de maior ou menor transcendência. A questão é extrema. Como existe o esforço de guerra., para aoeJeriu- os meios de destruição, deve s-er collstituido um t".sJ'Orço civil, para are- • lerar o.s meios de recuper~ão e conduzir ao estado de paz permanente. Esse esforço dev,e ser w11versal e porisso creio que está solidamente incarnado no admuavel insiltuto que se denominou "Organização das Nações Unidas para a Edu– cação, a Ciência e a Cultura". O primeiro ministro Clemente AtJee resumiu a tran...;cendente nussão da U.N.E.S.C.O. dq fcirma: "Pois si é no espirlto dos homens que nas,ce a guerr.i, é no espírito dos homens que cumpre construir as defesas da paz.. Uma larga dilusão da cullura e da educação da hu– manld,ad e para a Justiça, a liberdade e a pa:z., são indispen– saveis à dignidade do homem e constituem um dever sagrado que todas as nações iêm de preencher. Uma paz fundada excJusivamentt, sôbre as organi.z.ações políticas e econômlcas dos países não pod.eria receber o apoio unanime, duravel e sincero dos povO!! do mundo. A paz, J)Or consequência, deve repousar sóbre a solidariedade lnitelectual e moral do genero humano". Bem sabemc,s que esse ideal ainda é debil , ele é íragil nas condlções at1.1ais, mru; por eesa mesma precariedade é que se impõe uma convocação de \odos os espíritos e d,e todas as artes pa.ra salvar o genero humano da cfes.truição, peln educação e pela cultura. Como ponto de partida da edlucação do bomem para a pa2 d~ve ser adotado o principio de gue o seu destino terres– tre é mesquinho e que a sua gra,n.deza só se completa pelo espírito imortal na eternidade. A insign1ficanle posição do DO!i--"<> planei.a no universo é uma advertencia. Dever,emos compreender que o do,minio mate.rial do homem e9lá neces– sariamen!A? limitado pela pequena extensão da Terra. E este dominio restrito ainda é cortado pela morte. Sab emos por• isso que uma lilos1Jfia materialista de vida só pode c:rlar lnsa- . •t-ooti:nüa na i.." p,{lc.) •
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