Folha do Norte: Suplemento, Arte, Literatura - 1947

,. Domingo-, IS ête Jwilio éle 1947 M OZART é um dos auto– res mais groYados em discos. E' yerdode ,q ue d eixou uma obra enOl'me • • ainda falta muita coisa impor. FOLHA DO NORTE - fonte dê/e o ser reproduxida na cera . Mos o fofo é que ~ amador que se dispuser a lnl• ciar sua " mo:rorfeana" ·não po– derá deixa, de se sentir muito embaraçado. armação iscoteca Porque Mo:rart fascina de m aneira singular todos os que pef!etram êsse universo que é .o seu espirita musical, ontle itc,ntas são as moradas. Das suas óperas, 4 da maior Import ância, cumes do drama lírico, e s t ã o g r ava d as: les progrés qu'on yondra sup• pose,, on verro toujours avec étonnement que Mo:rort est allé ou bout de toutes les rou– tes. AJnsi1 quant à la porfie ,que de son art, il ne sera jamais vaincu". Quem não puder comprar os discos das 4 6peras citadas, contente-se com as abertu;as e algumas árias . ..: · lli......- Resolvida a questão da -asc:o– lha das 6peras (ou de trechos das mesmas), acha-se o amador diante de uma lista imensa df3 discos de música de cdma– ra e música sinfônico, de Mo– :rort; quintetos, quartetos, con• certos de piano e orquestras, sinfonias, missas, trios, diver– timentcs, concertos e sonatas para diversos instrumentos, en– fim . . . é um mundo de suges• fões que se abre diante do po– bre cidadão, a I u e i n a d o, tanta música, tanta grandexa, tão grande variedade de aspec• fos num unico homem, num unico artista. IV 7"\.urilo J"\endes Guiando-o nessa compllca– da yia, indicarei ao amodor, mais ou 111enos por ordem de importâni;i.a, os seguintes ob1as, tôdas representativos, em alto gráu, do grande Wollgang. Os quintetos resumem a itlfimida– de, por assim dixfll', do espirita mo:rarteano: quinteto para cor• das em d6 rrtoior, K. 515; em sol menor, K. 516; em m maior,. K. 593; . quintetos pc:rra clc:rrJnete e cordas, em 16 mai– o,, K. 5lt1. lnlelizmente não se acha gravado o famoso uquinteto dos p6ssoros" (em ml bemol, K. 614); mas, se por um leli:i 'acaso, souberem amanhã do sua existência em discos, atirem-se a êle com lu- 'º' .... Vem a seguir a imortal, $é• rle de obras-primas os SEIS QUARTETOS, DEDICADOS A JOSEF HAYON (em sol maior, K. 387; em ré menor, K. 421; em sl hemol, K. 458; em lá menor; K. 464; e em d6 maior, K. 465). O amador que adquirisse somente estas seis obras - nada mais de yinte discos - poderia estar certo de possuir um monun,ento delinjtivo da arte mezorteana, e de tôda " arte musical. E se eu tivesse de escolhe, dois dentre os seis quartetos, decidir-me-ia pelo segundo, ~ em ré menor1 K. 421 - e o nº. 6 - em áó maior, K. 465, também clie1• modo ºdissonánte". E' verda– de que a partitura do quorte• to em 16 - K. 464- foi CO• piada pelo mão do próprio Bee– thoven, que escreveu à mar• gem: "Eis uma obra. Eis•um homem . Eis o que Mo:r.arf po– deria dar sempre ao mundo - se êste o qu1sesseu. Enfim, qualquer dos seis poderá ser comprado no escuro, pois t odos são admiráveis. Da extensa lista das sinfo– nias, é obrigatório a citação das 4 últimas: em ré maior, K. 504 - ºPraga": em mi bemol, K. 543; em sol menor, K. 550; em dó maior, K. 551 - " Juplter". Oas 4, minha pre• lerência pessoal oscilfl entre 11 Prt1ga" e "Sol menut''; se bem que a linal prodigioso de "Ju– piter". • • Das outras ynfonias de menores proporções, ·indico o em sl bemol maior - K. 319, obra de encanto raro, de segurança mute,nática; e a sin– fonia - serenata em ré maio, - K. 385. Mos passemos de– pressa aos concertos de piano, refúgio da fantasia poética mais refinada, diálogos prodi• giosos entre o pit1no e o orques– tra, fonte persne de surpresas e de deslumbramentos! Indico êstes três maravilhosos concer• tos de clima,a - . em lá maior, K . 414, em mi bemol, K. 449, em sol menor - K. 453. Entre os de maiores proporções o concerto em d6 maior - K . 467, e . o em dó menor - K. 491 . Mas como deixar de la– do essas três "fei:ries" que se ouvem sempre com um prazer unico - os concertos em f.á moior, K. 459, 16 maior - K. 488 e em mi' bemol, para 2 pianos, K . 365?. • • Entra as sonatas de piano, <:úmpte sa– lientar o sonata-fantasia e,. d6 meno, ti< 4 75 e K. 457), e a ern lá meno, (K. 310). En. tre os concertos de violino, Ili• dico o nº . 3 - em sol, K. 216 . Entre os sonatas de pia• no e vloflno, c,s em ii bemol, K. 378; em 1ni bemol, K. 380; e em Ili maio,, K. 526). . Os "divertimentos" se esten• dem durante muitos · anos da produção de Mozart . Entre os mois importantes, é diqno de menção o Divertimento para 6 instrumentos, em si b.imol, K . 287. E se eu tivesse de ,nJ;cn, uma unlco obra representotiva, em alto gráu do espirita, do ca• ração e do técnica musical de Moxart, esta seria o Diverti• menfo em mi bem9I maior, para trio de cardos - K . 5 63 . E' uma peça lneomparáv.el de principio ao fin,, como l,eleza de idéias e desenvolvimento temático. Na músico de câma• ra há poucas coisas que st lho possam comparar . No dottiinio dtl. músir.u r<>li• glosa, é forçoso a citaçií_ do "Requiem" (K . 626) e da Mis s" em d6 n,enor <K 427 J • Ln outros setores não podemos, de I arma alguma, deixar de fr, ·J-0 o e Ktrar>rdin6rio "Adágio e F. • ,:,a ".., , , ,; menor'' (K 546} e a lartu·:,. ,,,,.,. piano solo, em 1 6 m('nor, K 396 Quem quiser s,,ber n1ai, li respeito de Mozort, pode •.;a consuHar pelo Correio, pois r. espi,ço do jornal não dá pa•.:i mais nado . . . Ató clon, ingo, sf Oeus quiser . " Don GioYanni", "A Flauta Mágica", "Bodas de Figaro" e "Cosi . fan tutte". Se me pedis– sem para escolher entre a, 4 , eu escolheria, "Oon Glo• yanni''. Niio que seja mais per• leito que as "Bodas", por exemplo; é que representa no conjunto das obras de Mo:rart, uma experiência grandiosa, de p r o p o r ç õ e s verdad'elra• mente cosmicas. E' ouvindo, sentindo -e assimilando êsse in• comparável dramo, "dramma gio.coso", que se poderó molhar compreender a verdadeiro na– ture:rn de Mozart, que teria ouvido todos os segredos do céu e do "inferno". StendhaJ escreveu que, para ouvir noon Giovanni", não hesitaria em ca– mir,hor duas iéguas, atolado na lama - o que êle mais detes– tavo no mundo. Eis um dos b olos pensamentos de Sfendbal sôbre Mozart: "l.a science de l'harmonie peut faire tous - ------------------------- ----------------------- ------------- ----- --------- - ExatamePlh?, Huf56U1Jí. Problemas l RIO - Como a~te<:e aos ~ompaoo-ei:ros do ofício, sou, de vez em quando, solicí,ta– a-o, peJ.os redatores dos su– plementos literários, a me pronunciar sôbre temas liga– dos à condição do escri,tot e ;, sua atividade. :tsses rapazes - que, no ger al, são também escrito- . - res - propoem, nao raro, questões perturba,doras, que, ou dissi,mulam a~madHhas, ou aV'ançarn. imprudente– mente, sôbre abismos sem fund o. Como há um limite 811:ém do q'llaJ se opera a sintese dos contrá,rios, tais d,eb~bes. se pE>rde.m n,o vá– cuo, passando a pesar, com ígual fôrça, a-quilo que afi\t"– ma.mos, e o oposto àquilo que afirmamos ... Reproduzo, abaixo, uim diálogo em que, sob pressão -do reporter, o entre.vistado, em r:nais de uma passa,gem, se viu ol>rigadio a aT!ra:ncail.' de suas perple-.xi,dades algu– tn1as precárias afiTmações. .Q Escrit or E Seus Quando o artista procura tirar o seu eustento apenas de seu trabalho especifico, as contingências podem levá-lo a sacrificall' a quali– dade pela quantida,de. P ar.i p:rodll21r em propor– ção mai-0r, terá de recorrer a estimü'.os artificiais. Fará oomo os japoneses, na in– dústria d-e pérolas. Ora, a produção littrária ou artistiea: não deve ser provooa,da. Origina-ee de uima nece.'5idade inferior, de uma imposição orgânica. O produto da airte deve ser segregado, como a teia de ao,--,t..a Q'4 ,cU.[li.[ 1 • • • Cyro dos ANJOS Copyright E. S. I., com exclusividade para a FOLHA DO NORTE, neste Estado. poderiam, tal.vez, ser toma.– dos como aramos de uma futura 811:'te das multidões, cujo espírito dominasse o , . semrpre o bem artífice, e que o bom artífice é tortUJrado pelo ideal de 8!1:i.ngir o in– su<peráveL romance, o poema. a musica, - roopondí. ARTE E POLITICA - Tenho ouvido orqu.esitras "Assim, o senhO'l' é partl– toca-rem Bach em compasso dá,rio da arte pura,. Conde– de ''rox-'lro+". E, há pouco na, pois, a participação do tempo, um amigo roosb.Qu- artista 1.1as lutas politicas•de me um livro americano em seu temM?" que se fazem "corrdensações" --CU 'ID.pro distin.g.uir, res– de • Goethe, de Racine, d~ pondí. Como homem, o a!l'– Shakespeare, etc. tista terá um compo,rta– Pessôas, que se afligem m,enito · ''hU!Illano", em f âce . ARTE POPULAR, ARTE com a perspectiva de mol'l'Ê!ll' das iriqudetações de sua sem conhe...nerem tôdas as época. Como artista, êle PURA - Neste poaito, ore- obras primas - acredttam, tr3!1lscende o homem. Po.cle- porter tomou urna direção i.n,,genuamente, r1ue por esA"'e se p~dt~ .. 'ti incon•,enientíssima. p r o- .,. " . ._. "' a um ma.cerna co modo terã-0 cooiheêld'o Goe- que f aça Ulllla aritmética curou a:tra:ir-m'e ao campo füe, Racine, Shakesperu:e. liberal ou com'Ull"li~ta-? Terá A PROF,ISSAO DO ES- resvaladj.o, ém que confi- Vivemos numa ~a de um astrônomo um crifério CRITOR - A 81Iltrevista co- nam os p.róblem,as da arte falsificações, de desandem e ''s'oci,aJ.is-ta" ou ''mdividua,.. meçou modera-d!!;l'Oen~. Per- com os da polit~á. de desrespeito. Não acredito; lima" de observar os asrttos? gu,n,t*u-me o illlterloctitor se - Nffeo aeha - disse - porém. que a arte morra, Há nn.ucos di li · n,ue su,a opinião coli."e com ·.•·- . as, ..ima a atl:vida,de literária já po- " 'dé ~ pois é fruíto de um instinto entrevista em que Picasso, i;iP.ria consti,tuir profissão no as 1 ias dos que preconi- produmdo. O homem ':lmd.12 ~rgun<ta<lo sôbTe se sua- pin– Brasil za,m a popularização cade para ela, tangido por um tura represen.tava a conde- . Reseo.ndí, nél!turahnente, vez ,maior da art-e? O ideal impulso indefinivel, como nação da socie,d.a,de co.Iiltem– gu.e nao. Os fatos o eviden- ~em poderi-a ser, n•este sen- pa,ra a própria vida. p otânea, como a,firmavam ciam. Em. sua ma,ioria, os tido, que a arte, como E , se OOl!lcedêssemos que a "~ ·t· _,, q uat"uer ""'"•'"'ufa.tura che- v., cr1 1coo, res.po, ,""'eu: escritores brasileiros sa~o '" u,wu, arte. poderia mo-+.anea "Se ~~ 't' · h g,ass.e a ser produzida em . . . - . ' iuçu~ • - ""' CTl lCOS a-e am :forca,d:os, sempre, a recorrer seue. men~, regre-dir à condição q~e minha pintuira é polê· a owtras atividades, como de oficio, era forçoso lem- mica e ren~ese-"- d - O cinema e o ra'dio b . . ,, .. , •.,.,, a eon e- m .e-io de vida. _______ r_a_l"Ill_-0_-_n_oo __ d_e_:q:.._u_e__ h:.:a __ v __ e:.::r.::.iª:.:__n_a.:..ç:..:ã:<> <le&te mu,ntlo em de- cadência, só posso alegrai'• me com isto. Mas, êsse el-e– men.to de - protesto não é vo1imtário. Quando começo a pintâr, sou aitraido.por um têma plástico: são os assun– too que me interessam e se me impõem, com fôrça, à imagina~ão .•. " Acrescent~u que, sendo um homem - homem que tomaTa posição - e viven– do em meio a coisas e fatos que· reprovava veemente– mente. era bem possív.el gue seus estados d.alma se r-e– f1etissem de um ou de Qutro modo em suas telas. Mas, o que, no fundo, o interessa– ya, como pintor, ,era a rea– ltda:de, sua estrutura, ós objétos, as f-0rinas, enfim. UM óCIO RAZOAVEL– "Voltemos â nossa conversa iniciai!, de que vejo qqe P'QS afastamos demasiadam-ente'' - disse-,me o reporter com li . . ' a, v10 para mun. E continuou:• -Se o tra-l.{a1ho excessivo ~m. outras ~ifivi<la,des pl'e– Jutlica o a•rt1s,ta, e se, por outro lado, não deve êste . ' viver a eu~ta de su,a arte o ideal se•rá, ootão que ~ " t - ' ou ra ocu,paçao 1 ' do artista lhe dê lareres s,uficientes paTa produzir, não é ver– dade? Para que tirasse:m seu ( e - sustento da li:tera,tura - ~ onelusâo dla 2 :.ª pág.) A POLÍTICA NO' ROMANCE de Edipo, ju,stifican<Jo. todos os meios; de out ro lado, o to– do catolicismo, sem atastã-lo gue, que acredita na trans– do cristianismo original. Tam- fortnação pelo in.terior, certo b~ no roman.ce de Koestler cre que O fim é irniprevis1vel e, nao encontramos wna só pa- que só os meios $ãô i-mll)o..,.-n.. acresoen~ei - só se se impu- que ele d~e;sta. o _erro, em natW:al, ~dE;_ uma especie de sessem r1:gorosa dieta. . . qu.e o _Pohtl,co sacrificaria O pred1spos·1çao do espírito dte Manhosamente, o j-0:vem romancista; seria o dê"'erigran- ca,d~ um. Muitas pess·oas, sem coniradie foi-me conduzindo, decer o personagem, represen• duvida, passarão a ver com depois, â outros pro.bl, e- ta,n,te ~ suas iJdéias e o de horror o Partido C()munlsta ma-s. a.mesqu~,r o ootro persooo.- após a leitura de Darkness a.t lavra de combate direto ao t A ,..,. _ A seu vêr _:. pel"gun- gem, r~resentante das idéias Noon.__ Em compensação 0 t:gu ,êle - constitui um mal con,tr.ariias. Terkirnos, então, próprio Koestler recebeu 'nu- . tân · d • d c!,e, um lado, um pellSOilagem mer~sas cartas de leitores in- a circuns · cJa ,e na-0 po er bl'iilhante, cheio de Ln.teligên- olusivé de normalistas iirance– o escritor brasileiro viver de eia. e d.e ar"-'•,,,..,en.t=, sem,,..,,.,;e ses ? ..~. .,_, . . , com a comunicação de sua pena. Vetlcemro e domi,nando em que o seu re>manoe os havia - Sim e não, exclamei, tod,os os cl!iia,1ogos, e de outro decidido a i1J1gressar no Par• depois de matutar UlII1 ins- lado um pobre diabo, emú.pi - t ido Comunista. Todos aque– tante. do e vazio, exi&bi.ndQ a,pe. l~~ que colocam o Homem Po.. Se o trabalho é excessivo, nas J?ªil"~ mais ressaJ:ba-c a llhco acima do Homem Etico :na" 0 t a~ f" - s~erroridade d<> aidversá,rio. q.ue subo.rdinam os meios aos' . " u r "' pro issoes que o Nes_te caso. a ob1a. rea11·za->a f es ...._ d t -n.r1 • '"' u:rs. que acha.m correta a tese crxvvr a, o e, pvve Vir a sena ".= a p·~opa,ganda poUt. 1·• da · - · u.f 1 . • d ...," Á escr.avizaçao d'a pessoa h u- s oca-r ne e a ativ:i,da- e ca, aliás, b 0 nal, mas nunca · ~ Partido Comunis,ta, mas todo es: c::onc1usão de Koestler ele é um turbilhão de suges- € que "todos os e$forços para tões para que um homem li- transf-01tmar a natureza hu– vre po.ssa condenar o stalinis- mana, pelos m-etodos d-0 Co– mo, sem deixar d·e ser · s6cia- missário, têm friwassad•o, de lista. Aliás, 0 proprio Koes- S.partacus à Russia soviética, tler compara as dua• situa- paSS'ando pel-a Inquisição e ções ao escrever ue ~ "Stali- i;,ela Refo-rma" · · ~,a im,possibi– nism hand "il.ed qd . lldade de u,ma sl !nte.se enitr:e 0 soi an; =!Pro- m.und-0 de Iogi.te e .o mundo mised the Só-cialist Utopia jus,t do Coniissário, 0 que nos r:es. as th!l Medieval Chu1'ch had tá sempré e por toâa pat'.te é -~~ia~Ít;,". e O m P r O m ised a obrigação da escolha n.o di- 1-e.ma . Em certo sentido. o CÓ- ~ · d ~ mana aos 11:v,eresses dia Socie- • cria ora. Embru~endo o um romance. Em Darlmess at dade e do Estado - encon– artista, esmagalh,e o deli- Noon, Gletkin como Rouba- trarão apoio, argumentos e re– c.a<lo mecanís;ino da cria- choff~ o_ comunista ortodoxo e cursos de convicção nas pala– ção. · o sociahsta heretíco, cada wn v:ras de Gletkin, como em al- 'l'emos de C()(!lSi<lei-ar, por de~es dá O miµcimo (ie. si pró- gu,mas de Ivanoff. Contu<lo é oUJtro .la,d,o, que hã vanta-- pi·i~, das suas idéias e orien- no sentido oposto que se têm baçoes. Gletkin oferece os me- feito sentir a in ·fluênc.ia de A. com.preensão da obra de !',rbhur Koestler só se tornà integral com a leitura de The yogi 'and the conunisor• depQis de Darkness at Noon. O livro de ens,aio de 193[> completa a oi>r~ de. ficçãó de 1940. Ele expoe, ep,tão, C'bjetivamen;te aquelas ideias sôbr·e as qua~ col:1&tr~iu o seu romance. E .a primeira dela.$ é o espe-taoulo de uma hnrhanida<le dividida: de ~ lado, o Cómis-sãrio, que acredita 1:.as tz:ansfortnações P,elo ext.et1-&r . n~ cura de to. doo oo Wllíl e,s pel,~ RevnJ11<'i'ío da con&~ipação a:o co1u.p1ê'Xo missário simboliza as ortodo– xias vitorios'às. e.nq.uanto o Iogue r,epresenta a$ heresias perseguidas. E, acima de tudo o que devemos a,p:rov-ei.tar co: mo-vida.mente da· !;!•Ventura pesoo,a,i e li•ter.ária d\e A.rthu;r I<:oestr_er é a significaçãç da sua here~!a, portador en1bora de uma mensagem trágica, que a um dos seus críticos fran.ce.ses pareceu huma fil-0• .sofia d-0 f-ra-casso". gem em que o escritor não lho_re_s arg'"""e~t'-s que p-0dem D -=-•- . .,_ .._,._ ,... . ""'" º u a,-ness a.t Noon. Pa.ra uma viva uu .,, .. ,..,a,.uo l'lterá-rio. existir para 3•.,;4i'fi'Aa,r a st1a - S bs . A =• ~ cemparaçao, o livro que me e a .stt 1stencia lhe é asse• posição ideológica. O leitor vem novamente à memória é gurada de outros modos sem paixão ou ".part-pris"' o_ Jean Barois, de Roger Mar– podel'á cuidar ma-is pau~ s~rá capaz de se decidir poli~ t1n du Gard. Não hã neste li– sa<lamente de sua obr a ticamente em sentido confrá- vro uma só palavra do autor deixaT que ela< se cristaliz~ rio ao cto romanclsta com a di-reJamente, contra a Igrej~ se "":n.:t ,.. l • Ih - simples leitura do seu ro- C_!ttõlica, mas poucas obras t e- <;-~ ~,o a., e1s que e sao ma.11oe nrincipal . I"to d•·•~=n - - P ...,.,.nr 1~" á .- " J v rae, como ela, a fOl"'"'ª · o poder '"'l:' =· , der s()fnente da in·cliuàção de. afastar um hon1,em livce . ?ara rQmessa de livi·os - Ji'.raia d-e Botafogo, 4S - :J;Uo• / . - Um cartório, p o i e:icemp1'o? perguntou, 00~1 malícia. - Um cartório? Seria um ideal inatingível. . . Os es• cri,tores deverão contentar• . se com função mais m,o,des• ta, que todavia Lhes asse• gure ócios razoáveis; :;:ent êsses ócios, não é possível a- criação. Só neles o espíri to realiza a sua obra. Que nin– guém se escandalize, s,e o~ escritores oo pedem, para si. O ilustre pro.fessoir He nry Berr, com o peso d~ sua aultorirlia,die, n•os af~ que a história da-s soci~ade f' hwmam.as é a história do ócio, de seus pi:ogress<is, de sua distribuição entTe as classes sO'Cia.is, de sua u,tili .J zação, enfi,m. E que tôõa organização, todo aperfei. çoam~to da vida tendem a libertá-la, cada vez 1Y>.ais, das necessidà-des imediatas, e a ~esegur,ar-lihe o óc-io - não sómenf.e passivo, de inação, de repo1,1so, de srr nho - mas t~m:oém àttivo, p.a<ra que o espírito s,e en• tr.egu,e aos seus jog<,>s. SATISFAÇÃO DF.l CRJA 'R - "Fmahtnente. disse o io• - . . ' vem am)go, a quase &l\ •n• eia de bene'.fíci,oo eco,nl'.\ , i.– cos, na produção de !='• a o'pra, não tira estírnul.o d o escritor"? - Nio diga na:aa am edJtores, res1;>oodi, m,a~ o escritor sente-se satisf?.'rt a com o simples fato de cri~ r. A remu1neração e:, t:raba l ho é coisa preciosa. sendo po– bi:es quase todos os n0J•"º ' escrito•res, mas vem e1n s·e. goodo p1'an-0. Se essa .remuneràcâQ constitui.soo, . T•ealm,ente. i,,::. tirou.ló , a li.ter&t'tlrà m,,... , 3 em países como o R t:-,~ ôl, onde a ativi<lade literár ia é tão pouc-0 rendwa... Felizm .en.te, o C:J•Ue leva o artista .a criar á um irtxi!puJs-0 de natureza instintiva · nu-e ~ . . na,Q se prende a n~nb"mll d-eliberaçijo jn scien,te Estím'Ulô de ºmaio,r irn"or- t A • A anc1a, a meu. ver; ~""" ' '.l a oompre.ensãG d<1- obra. da parte do público. - E, se essa com"·, 0 ti – sã:o falta? oorgunt o•• .. r,~-º o jovem .redator d~ •.•;,ple– mento. ,_ 'Há, ain<l.a, rec1 •" <;0s -, ~nclu1n1os . Pç,r uin1 " n " O· cesso psÍqu1oo, a aue os neo-freu<lia~\OS eh a ·" a m "com,pe1rsação h~roic~" os airtis ras pa,.ss,am a jt, 1--~ •·-.\' e superiores a-o meio A ,.r í– t iea <l~fa. vo-ráv,el r;;,., r>':l -!'t f. )l•Uf1f) •~ -' 1',Yrl f"'{'~<."(\11", (l1 e o. p;t'5.prio a1<tista. f-orJa para SJ • .- • ..,

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