Folha do Norte: Suplemento, Arte, Literatura - 1947
• - Domingo, 8 de Junho de 19'47 FOLHA DP NORTE 7.ª pigina -=~==~==============================-.:=::!!!!_ '!!!!'?..-~•~=:,=====--=====;.::;;;;;;;;;;====- Somerse·t Maugharr1 .i\J10VIMENTO LITERARIO A POLtTICA NO . ROMANCE (Co:1clusâ<> á a 1.a pág./ Retrata Umct Mu.lher (Conclusão da 2.ª pág.) OTAVIO DE ~ARI~ 'NO .JORNALISMO vro que ,e...ne ··Ivan, o unbe– cil", de Tolstoi. ''A Primavei-a da Vida", de Garln, e "A niu– ther do outro", de Dostaíewslcl. des oeuvres oomme cel\ei. ô'.i! Ma.lralQC ou de Koeirtter". Para um bra.slleiro será ex.– t~ema111eme difíoD ton»t uma posição nesse debate sobre o valor permàlnente ou a.petll\li oca.si ~) de roma~ escritos numa língua esit-angeira, lan– çado em Uteraturas cujos eri– têrlos no futuro só pooeri.atnoi: a'Valiar mediante sb:nples pal– pites. Aliás, em qlJalquer situa– ção, na nossa litetatura como em qualquer outra. será sem– pre arriscada para um c<rítico essa- .incursão no plano do pro• i'ético, essa audácia em conte-rir ao determinado livro um v~1--• permanen~ ,M história literii ria ou julga-lo uma obra. de emergência.. No pia.no dos con• temp,orâneos, o que pode fazer mn crítico é louvar ou conde– nar um Ii:vro em face dos sem pontos de vista e d-os seus. co– nhecimentos llterários, mas ilunea prev:et:-lhe categorica– mente o ilíesttno em t,e~~os futuros. . Podemos afirmar, e ainda assim com uma. mtt"• Per(;y HUTCHISON ! U:m acontecimento de grande repercussão para o jomalismo brasHeiro é a incursão que o gra,iide -romll!tlclsta de "Mundos Mortos" estâ agora :realizando ao domi,nio da crônica. Em "Van– guarda", otavk> de. Farla vem publicando um-a série de repor– tágerui e artigos sôbre o panora– ma cultuM1, politico, soctat e humano da· França, pais en1 que Estes três trabalhos de gran– dee .eseritore;i mllil1dials destl– n,am-,se a lm.tt> ressat ao nvSlso vàsto _púbiLico, qu~ de bá mui– to conihece e admira esses ro– ma,ncJstas de renome 1.llli'versal. se encontra. • São três grandes 111omen.tos do podei· criador russo,-.,mt três his– tórias que comovem pela sua be– leza literária e pela sua alta ex– pressão humana. z.o CONGlt.ES'sO BBASIL.EIRO DE ES.CRITORES' Na primeira de suas reporta• gens, O~vio Faria focalizou Jean-Paul Sartre e •sua repercus- A A!lSOCiação BrasUei.ra de. ~ são na nova cultuxa eur~i-a, cri.tores designou uma éomissão ao .mesmo tempo que esclareceu co~_osta çios_ escrltQres Afonso o 'nOS!So público ~}>re esta nova Arinos de Melo Franco, Rodrigo corrente de idéias. otavio Fi,lho, .Astrogl'ldo Perei- A viagem dé Otávio de Farta ra, J'oãó Condé, Laura Austregé. à Europa, cei:tamente enriquece- silo, Francisco -de Assis Barbo– tor se ..senti:rã embaraçado em rá ainda mais a mteli,gência, a sa e Geysa de Boscoli, a fim de eJllpl:i.cá- .la. Parece singul.ar que sensibilidade e a cuilltura de um orga:n12ar o 2.° Congresso Brasi– um escritor delíberadarilente hu. doo n-ossos escritóies que, pela.. le°lro de E,s,cl"'itores, a se reali– milhe a sua heróina. Coi;,~uen- sua tlignidade litel'ãrta, são dos zar em Belo ~orlzont'e, no mês temente, só n0$ res1ía retroceder que ma.is influenciam O nossa at- de setembro 12róx!mo. . Em "A Outra ComedAa", Wiliam Somersei Maugham ensaia 11ovo estudo da evolução de um ser humano, de maneira analoga ao que tez em •·servidão Humána". Ail_ <lua). histórias, contudo, di– ferem marcadamente. Em "Serv-idão .B111maria", o heroi é um coxo e tem l.lllll complexo de inferioridade em rela;Ção aos seUfl amigos. Em "A Outra éomedia" ,· a herol.na, embora não se.i·a dotada <ie um egoísmo exce.$ivo, não carece de coragem; apesar de não ser bela. é senhora de um,a _personalidade tão radiante, que parl!oCe linda, Das r ibaltas de um teatro provinciano ela passa rapidamente à categoria d.e "estrela" em Londres, Se a hero.41a, em suas aventu– r,as ·:posteriores, foi tâo ;f-eliz como p.,as primel,ras, é çoJsa que não se sabe. Mas que ll!faugham é um mestre clàs.sico da arte de con– tar uma 1list6na, ningueM poderá duvida·r. · "A Outra Comedia" tem todo o imiprevisJ;o, toda· a sl!(lueamia de ritmo e tensão que concorreran~ para fazer de "SeJ;Vidão Humana" uma obra de lei– tura tão f!-resistivel. O tema de "A oµtra Com-etlia" é, em iinlàas gerais. o oonflito· eIJ.w;e a vjda publica de uma lP,ttiz consumada, e, como d:lz 1Yiaugham. "qs azares do ,amôt". •l<rá o a m o,r -fazer-1b.e bem ou p .1:ejudicá-la? - eis ·outra ma– ;neJra de situar o r,omance . Ju– !lta, antes da eclosão do confli– to, é uma mulher de me,ia id-a• de, casada -e mãe <i'e um rap-az qµe está pi;estes a ingress;ir na Universidade. Sendo essa uma histqíra de efeito teatral, l!;lll escritor de -aienor porté ·que l.\{augh&m, te– r: i a P.rov.ave1mente terminado 11>0r cair na armadilha que se havia pr~arado. Nou1:ra.s pala– .vra.s, o axnante d'tl Julia teria 6i<io um par do- Relno, . ou, i;>elo menoo, um ind'\1st"ri-al milioná– a-J.p. Aqui, ao contrario, é u~ pol:>:i:e· guarda-livros. Mau.gham é talvez' o mais sardonlco dos !l'Oma.ncistl!S de nossos dias. O !!eu "humour" re;,ide em impi;-o– iba,bili'dadesº Tem-se a ini:ptt>'s– :;á-ó de ouvi-lo dizer: é sernpi:e 1D imlprovavel, rarªs vezes .o pro– y.a:v~I. que noy dá su,:,presas na ·!lri,ga. E, cori5,tituind·o oútra das tê-ses de ll!taugh·am a assertiva d.e que o a,mor humU!)a mesmo âos ma.is orgµlhosas vemPS a sua ,11:leromà a e,ncônt):'a.r-se · com o amante nos a1oramentos baratos. cieste, em Tavist~ $quare. ~u me sentiria muito mats sa– ti.s(eito etn crltlca:r "A Outra Comedia". se Somerset Maugham já nã-0 houv~e gene,raJizad,o essa Humilhação. E!ler eve-:r:1<1.0 ~ln-e o seu r.omance, Maughai:ri diz: "Pi; oour.ei in:l'tà·lar-me '-no .coração d'e uma mull;'.\er .e ver Ífl vida através de seus olhos, :,sentir .emoções através d.e sua. ,;se.nsibili<h(~·•. :i;>e duas.·uma: ou ~1:augham f-0i espectador de umâ !lig!lção como essa que descre– veu, ou então a inventou unica– mente para efeitos de ficção. No toQan te a "Servidão Hu.rnana" t11l coisa e~ava acima de quai..'. !}Uel'I dúvida, Mas neste roman– ée sugere uma questão pertur– ba.dor~. Nã.o. naturalmente, que l:>Teí\erJSSemos o rnill~ário indus– tria liSta ou o par d-o Reino . Isso seria melodrama barato à me– thor man:elra. Mas, pelo menos ª°'?. olh-0s d.o autor destas . liimas, e:'"l.Ste uma 31).4rente falta de logic_a no .desenvolvim~to d~ llf1'.ratlva, d.e Ma:u,gbam. M as. i:tma v.ex ,que o ero1·ltor conti– p.(ia: "Se fui o.u· não bem sucedl– llo _em seu désldet:ato, ning-uem. ~x.cet.o u-ma muiher, poderá dí- 1'.ê-lo". é evidentemente neste ponto que o livro se nos ,apre– $1enta c,omo nada mais do que tmia h l$tór,a btllhantemeote. es-– eritq,~ plljnejada e executada ein tsPir,t o de Ironia. E ,a qúe 'P()lito é J.eva-da esta lron1ar J'ulLa: e o. marido é.rtrlq'Ue. ~ram e a~uiriram uma o-pu– ~-ta proprieda-de. Tom é ;t>ára 11{ convidado como h~pede da ,asa.• Mas pr-esta muito p.o-uca t.tençao a Julia. Tom j!'.)813 te– ais com Roter, p&$'Seia de bar– ro· 1;0 f io, e cori~iue afastá-1<> !antó d.a mãe. qµe esta se· toona ~ uma J.nveja demente pelo fi– lih~ ~omà,ooistà algum pÓdci-ta t>r ma,s long:e . Sul!à insultà Tom rruin<l an<l:o-lhe •dinheiro p a T a lf<>,"}e.ta.s ,aos seus _p;rópi,los crl-a– ~ . nQ ãJa em que ele v11i em– bora: e ele se . desforra dev'ol– \'lendo-1,h,e os presentes de joias que -ela ld:le fez. •Gosto •de i;er tratado como OJ,t'\'\ !nentno mimado. escreve-lhe ere. . F~ qt,e me kineem ~m ro~o i, r.a.to de que ,as rttinhl\S pro– ptjas go_r-jetas prec1sam ser da– &a,,;. A;?ho mesmo est~an·ho que. ir-OC.ê nao me tenb.a tn:u,d~do ôÍ– lllielr;<> p,ar.a uma pa.."$1\'gern de .l-el'Ge1.ra el.áS'Se de volt-a a I:.on– ttres,, . •Sai'C<!smo P~sado? SLm. ?.t1ts 1-ao ~1 um guarda-1.lvros q u e Mau~ha1n tomo11 para nersnn.– ~em?_ Nunca, em fase- alg ,u.ma doa· !igaçao entre Tom e J'uli,i, Tom ~ teve realme!!.te amo;:. Tom era um rallU. d'e amores de um 8,ia, mas ~ â ~erJ.do sua vaid,a– «~ J)eS<Soal para tomar-sé o gi– golô da mais famosa artista .de E,ondre$1 Naturalmente embora ai.neta ~a:la um~ cspccie de reviveS'Cen– ~ia ·entre os tlôis, o rom;,imel')to ~rna-se finaln,enti! derin1tivo. rom acha-se int.el 'essado numa l'óvem e impei·tine nté at'rlz. e ~rsnade Sttl:ia tle dar.llte um t>a-pel, J'Üj!a vq~tivse pa.ra u.;n h.om ~m que a ti.nha amado a'i.·• déíitCI)tente, más seh, e$.lle;ral\ça, t,hula,nte muHos anos. l\ias Q1.lan– do ela se lh'S! c(E>r~ j,nw.u-d •;:,-~- m:-n·,e, ehee rt>eiia, Qua•l ailrá <1QNf a intenção ~e Mau,gliam? O lll.i- a<> qu,e Ma.-µghà.m confellSOU ser a mosfera intelectu-al. su:a tese, a saber, um estwJ,o doG' . -- O LIVltO BltASILEIRO NA IN.GLATERRA "azares do ~~r" qúe uma .mu- "OBRAS COM.Pl,ETAS'" lher de mela' 1<1ade deve espe- DE CASSIANO RICARDO rar. Se conseguiu demom.trar ls- · so, é coisa que nós, de acõrdo com à sugestão de Maugriam, detxamos a critério das mulh.eres qtre o lerem. A Editor.a Nacional lançara denitro de alguns dias, as "Obras Com{rletas" de Cassiano -Ricardo, que c~re,enderão 3 voh.1.mes: JJnau.gurou-se no dia 21 em ge;m pár2. o êrro, sf um livro Londres, sob os aoopi.clos da Si:>- é ou não romanu dentro ilo cied.à.d:e Anglo-Br.asi.leír;i, uma nosso conceito da obra de fie• exposição_ de livros brasileiroo. çã.o; daí por ·crea,nilt tudo o Por ocaslao do a,to Inaugural,, o mais sr.rã conjetura de vaneie professo;r Alfredo Maud, cate- • • · ' 1-..2 Nih:gllfil,ll, todavia, poderá ne– gar o .fato de qüe "A Outta Co– m-ediáO' é ~ · romance .brilhan– temente construido. A nos,so ver falta-lhe a ternura ~ co-m– P.reensão que fez de "Servi<l-ão Hu.mana", uma obra excepcional. Em ve.; de comparar-se com ~ romance, "A Outra Cómédla", compara-se, parece-nos. c o m aqueles cantos de M.augbam que, de maniipulação dificil e descui– dado:s no est11o, dão-nos, não obstante, a impiessão' de rehilr com exa.tiipão a,lgo da vida. "Martin Cereré", e.m ea· edição, definitiva; "\T~os caçar papà– gai,o.s", em q\le se incluem as poesias da face parriasiana e m-Odernista, .e ·fmalmente o se.u últim-o e a-dmiravél livro "Um era depois do outro'.', que repre– senta a nova fase da poesia do granue poeta patrlcio. drâttoo de Lmgua ~nhola,. na e ~b:tJJansmo. Por outro ...,o, Uqiversidade de Glasgo~v, j)re• , as Ideias eo~ que Clement conlzou num d'i<;cursQ ó estudo Gr-een1>erg, por exemplo, con• rnals /J,Curado da lltéra,tura e da dena; litera.rlaipente 31 obra, de história do Brasil na Grã-Breta- Koestler sã.o bastante esquemá• .nha. • ticas, absolutas, clesmentii!~, ' TMS NOVELAS RUSSAS •A~ lclras brasileiras - dls- aliás por algumas obras.-pri• se o orador - serão para o lei- mas da. Hteraturà unlversii1. tor europeu uma fonte de notá- Está _çlaro que os romances. de ve1s e~eriêncías a-mplamente • d. · l coroadai;' de êxtt.o, experiências ep,so ismo, aque es que a.).l'l'o- . que enriquecem nosso c0a1heci• vetta.m, como asswntos, pro. Em tradµção de Lucio Ca~- me,nto ~ vida e à êapac~dá~e blema~ e bomens pol(tlcos são l!O, a Editora. "A Noite" lan- do homem ·em modelar e domi- os que mais 'facilmente res:va– çou "Três Novelas Ruis:;:as", ll- nat seu próprlo destino". Iam para o terreno da falsa -----:----------....:..---------------=------- - ' ' • r ..5 - • A CARÍCIA PERDIDA ALFONSINA STORNI TRANSCENDE DQS MEUS DEDOS A CARICIA SEM CAUSA,_ TRANSCENDE DOS MEUS DEDOS. . . E NO VENTO, AO RôDAk. A CARICIA QUE VAGÁ. S·EM RUMO NEM OBJETO, A CARICIA P.ERDIE>A, QUEM A RECOLHERÁ? - AMARIA ESTA NOITE COM PIEDADE INFINITA. AMAR.IA O PRIMEillO QUE ACERTAS~E EM CHEGAR. NINGUÉM CHEGA. OS CAMINHOS EM FLOft ESTÃO DESERTOS, A CARICIA PERDIDA RODARÁ... RODARÁ .. • SE .NO VENTO TÉ CHAMAM, ESTA NOITE, VIAJEIRO, SE ESTREMECE NAS FOLHAS UM TÊNU.E SUSPJRAR, SE OS TEUS DEDOS APERTA CERTA MÃO PEQUENINA QUE TE PRENDE E TE DEIXA, QUE TE ENGANA E SE VAI; SE NÃO ViS ESSA· MÃO, NEM OS .LÁBIOS QUE :TE BEIJAM E S'E i A BRISA QUEM TE TtCE A ILUtÃO DE CHAMAR, • OH ! VIAJEIRO O QUE TENS COM UM AM,Pl.O CÉU OS OLHOS T'RAN.SMUDADA NO VENTO, ME RECONHECERAS? o ENCONTRO . JUANA DE IBARBOUROU CING.1-ME INTEIRAMENTE COM UM MANTO NEGRO ESTOU PÁLIDA, BEM PALIDA, O Ot.HAR EXTÁTICO.' E N'OS MEUS OLHOS TENHO UMA E STRiLA PARTIDA. DOIS TRIAN.GULOS RUBR.0S EM MEU ROSTO HIERÁTICO! .BEM VtS QlJE NÃO EXIBO UMA JÓIA SEQUER. NEM UM LAÇO fN.CA.RN.ADO, OU UM RAMO DE 'DALIAS. ·"' E DESPOJEI-ME ATÉ DAS FIVELAS R IQUISSIMAS . DAS PRESILHAS DE COURO DAS M INHAS -S:ANDALIAS. MAS SOU ESTA NOITE, SEM OURO NEM SjDA, ESBELTA E MORENA COMO UM LiRIO VIVO. E ESTOU TODA UNGIDA DE ESStNC IAS DE NARDO. E SOU TODA SUAVE SOB O MANTO ESQUIVO. - . E NA PÃLIDA BOCA FLORESCE JÁ O TRtMUlO CRAVO DO MEU BEIJO, QUE AGUARDA A TUA BOCA; EM MINHAS MÃOS ESGUIAS SE EN ROSCA O DESEJO QUAL UJ...'\A INVISIVEL SERFENTIN A LOUCA. DESCINGE-ME, OH AMADO! DESCI NGE-ME, OH AMANTE? $08 O TEU OLHAR SURGlREI COMO NUA ESTATUA, VIBRANTE, SOB UM FUNDO NEGRO C<;)MO A QUE SE ARRASTA COMO OM CÃO, A 'LUA • - - DOMING03CARVALHODAS!LVA literatura, l!àn,.l.o na reporta.• gcin, na 1>ropaganda ou n o simples debate iàe-0lqgico. Des– sa e:x.periêmlia. porém, não se pode cooo1uir que todos os- ro– mances de assunto poliüe-0 011 de atua.Jidacl~ estão fora da ,li, teratura.. Devemos recordar, nesta altura. o prlneípio de que não há assuntos gue se– ian1 em si mesmos Íiterá.rfos . . ou anti-lir...rá;rios. arlisficos ou não artísticos. tudo dep.enden– do do tràta:mento que lhes dá o autor. Sj nenhum l'ornance .foi escrito sem as sugestões que a vida fol'.llece ao rom~n• cista, co:mo ex:c.lllir da vid"·· oestEI sentldo. tuna zona tão r!ta em · episódios e paixões como a política numa época revolucionár"' e dramática l Para não invocar senão ob~as– primas,. aí estão "Guerra e Paz", de Tolstoi, e "Jean 'Sa• rois", de Rober Martin· 1111 Gard. Tolstoi aprovei.tou c 00 , n~ u_m dos .seus a.ssun'toll . o cni i•ó• dio da-$ guerras na.pol~ôn1,·'.l 9 na Ru,ssia. . o Jinmance de Ró~i'r Martin' dn GSJ•d reprodrr? e dra11ta do cas.o Drc.yfuss. s :-11• do que nele a11:\rece fiehn.tn • te tr-a,nserHo uma 1<rande P:W· te da ver;sã-0 taquigrafada do processo Zola. E ambos COJJ 1 i• nuam a ser lidos. apreoiarl <ts julgailos como autênticas 1·!'n• llzaqões Jiterária;s_. que o l,f.'.,"' po só tem feito ~alofiza.r <' <' .' grandecer. PodelJ!,os ignr ;,a 1 tudo sobre Napoleão ou -soh•· 1> • easo "Dre}'fuss-,' e isto en:1: nar' ~ prejudicará a nrissa a,p;reei""'" de "Guerra e Paz" ou "Jea11 Barols". Imaginemos uma igno– rancia sémelbantc en1 rela ç:i. • ao assunto ele "I>a.rkn.ess a.1 Nooi:f': si nada soubé$sem-0s dos .processos de Moscou, n ein do regüne de Stal~. nem d,a ~posiçjo l1a VeJ~ ruarda re• volucioná.r~ de 1911, ainda-, a$• sim C!!te liVl'.O provoca.ria ~ no.isso iJiteresse e estaria anis, tica.mente d'é a.eôrdo com o nosso gosto oom um ~•cT,-11'– delro l'.()DUl,DCe 'l Acredito ç•11 e sim, pelo menos-. dent.ro daqur. les çonceitos que são ·atu~l– mente os conceitos válü.fos lle r-0ma.nce. Emp.elgáclo pelo s.,: cesso, ou ~a s~ 1>741'ft'fa Jl<>i– xão poUnca, Arlihur it"oe$Ul'r vem eserevend~ a.bttntlant~– met:tte, pnbllcandoJ a partir de 1940, um livro ou mais p~ r ano. Ex:pllea-se a$hn que <e esteja repelindo. que estt j \ bauiando o nivel da _qnalir?1.– d-e-d11,:sua obra.. .Já não se m <> "'' tél\l ~uet·e pia.no de e1tt1iH– brlo e relativa· imparchilid" "'·P do · romancista. mas toma' .,,~-– tido violentq,mente, à m :-nf'• ·· d e um sectúio ou de um .,,r'l· pagandísta, C'OttlÓ em ''T},,..,..,, i1;1 the Nigh.t". em. favor t' , cansa, dos terrotistl\S jucJ~-,~ "Dat.lqt4ts.s a,t Noon", porê•'1 este . .é - um tomar.ice leg~tJ.w 1 em que o- tJDlitioo não mdnc'<1) ném suóalter.nfzou ó ai.,t,i~~~ Neil!, o que encontraJn~ t>"" esflido dtamát,ieo é menos ' , episedi$.mo político do ª"~ a ~oologfa de homens~i>l>lihi- 0 ~ e a éflca. de seus atos, conf~~ ine verem~ na. p'ró?dma ctõ Dica. As famosíssimas e0i • ções- inglesas Pengú.i;!l (Conclusão d,a últ. pág.) polici.ais, com o . "'l'.he Missiti.t Moneyléndet'' ( "O Ptes~am,s .2 Desaparecido"), de W. Sts1rii <J Sykes, e "Murder on tlle L iul, ,• (''Assassínio entre , os Links ) a t !~ g i r <\ m .40().000 ~mplai·e! v~nd.idos, ou pouoo -ni,,~.nos do q.t;f isso. "I wai; l:Mtler·s l:'.rl'l;il)nt:c~• ("Eu fui prisionei~ de Hitl<1r"), por S;tepl'i:en Lovaq,(, e "li1:,;k:il Sto1'1'11." "("Tormento Moral' 'J. C.:e Phyllis B o t tone, aicançM;,1n ia.1n~ll'\ igl:lzj número de ex~-,-,,– p~res :vendidos, antes <da gne!·i -1. Aintla 11,oje prevalece pari 2 das i;estrições quanto às quo! ~s d.e pàpel est.àôetec,jqas durahte a guerra, e como consequência, a e41t~r-á nã,o con:segue alcançar V'el\d'lls de sero,ell1ante amp!í~u– de. Mas p<ír isso ·mesmo, m~l um-a edição "l"inguln" é postt ,l vend;i, !IPE:$111' .de ser~ ~"> a -0s pr~s. dobrados, o p.Ú.blic;ó º? apressa em arrebata-la da~ m · '~ d-os livreiros e dem.áis dlst,. º"' . dores. Qu.ando, recen.te91ente . "? · – gulr." lansou 'dez vo1um~• ;-~ o}, >r.as dramáttça-s de s~":- •i Si_a.w, p à r a çomemora ; o- ,. , ,, anrvel,'$ário nat,:31f~o dl) r " ~ · l esctitór, num t,otil d'e 11•~ !Í1 - lhã,o d•e VO)tJ.ll'.).es (<te 0111 -- ·m ~• irnprki:Liram .t00.(100 e'x .., $' ,. •• ; os livros ve11de,;am 0 se n u ,- t.J:l~•~ é fechar d-e olhos. como ~• -f'-c . sem páézilihos ctu et1-~l?f. F ,,_'l tr~dt tç 1 ãO da ºOdi-c:~ a". d!i r jtJE se 1iraran, 100.Ql)O exerr~ · e··--. ei;;g_otou-se tamb~,m ao e , · , · :i. p'O\lCf/S diap. O _utr~ edi.tjto ~i,.•:,.: 1 ' 1 em p1•e.p..arq a~tc3lmen-te'. · E está também à vi::n<i • T><. '!'0$hima", de ,Tohti °Ketses-: ""' --– b),ia ~ ~"te-rral'f<)ra. al,ivei,1·., ··'l ;ici!i'Ca dQ.~ .esfiral\'-OS ~a !·.-,.,, '\ at.ôm ,i-c.'l... '-'P:b, e-nin" ~PP' 1 -,~. ,., r.l~r cêrea cie 3~.000 ei,re,n.;,>l.arts cJ.e - rareri.do lfvr-o.
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