Folha do Norte: Suplemento, Arte, Literatura - 1947
• ,_D=ô=m=i=.n.a:;g=o,=8=d=e-'j=u=nh::;::;;o=d=e=l=94=~:;==-=====-,=,,=F=O=L=H:A==D==O=N=O=--R-=T=E=================;;;3.;_ª...;P;;a;:' 91~·n::ª:=__.;;;;ãJ .. C HEGARA liº'" o amado, o dia em que êle t-er.á de abor-dar o catálogo das MUSICA --'"™""'-"':aliiaa,a, lilll➔ .. 1-lillll±rld ·------- 1 • i,b,as gravattas em disco, de IJach, Handel, Mozart.e e Bee– thoven. De resto; uma Jiscote– r:a contendo discos escolhidos, representativos do espírito e das tendências principais des- ,_., orrnaçao .. ~ iscoteca ' tes qqatro ·grandes mest,es ,da Jnúsica, já será qualquer coisa ,le importante como· inst;umen• to de cultura. ComOfando por .:och, uma III 7"\urilo 7"\endes {Exclusividade do FOLHA DO NORTE no Porá). 'dificuldade logo se impõe: sua pia.no dos peças de Bach, es• 11bra prima, o "Cravo bem tem• \ critas 01iginol1r.ente, para c,a– perado", não poderá ser encDn• vo, é hoje uniyersalmente acei– troda, agora, na interpretação ta. Oe resto, Bach interessou- original. se mÚito pelo novo instrumep- ªChaconne" somente na trans- suàs obrafi de maior vulto, os "Oratórios", especialmente "O Messias" e "Judas Maca·beu", não se préstam, "et pour ca.u• se'~, a audições continuas. En– tretanto, certos trechos desta• c:ados, constituem, por si sós; perfeitos obras musicais. Po– dem ser escolhidos ao acaso, pois nada é indiferente ou me– diócre nessas obras monumen– tais. ássunto apaixonante paro ~o– dos os que se ocupam a sério de música. O célebre 1nusicó– logo Paul Bekker procurou as razõe~ dessa ,;liferenr;a no que êfe ehama de carater funda– mental da Jensação sonora: o hom·em póde sentir o som YO• calmente, e póde senti-lo ins• trumentalmente. Nos dias ele hoje a predominância dá ..sensa– ção inst,ume11tal determina de nossa parte uma diminuição, ou pelo menos parcialidade, clâ nossa faculdade de per<:epr;ão sonora. Sf!gundo ainda Bekker, Handel é o músico da sensa– ção vóc:al, e Bctch o dá sensa– ção instrumental . Não podemos, antes de cht– gar cr Mozart e Beethoven, dei-, xar de lado Gluck. Ap_es.ar dos terríveis epigramas que lhe dl• rigiu o nosso caro Debu_ssy na suo famosa "Lettre ouve,te .ou chevalier Gluclc'', que alude às "pretendidas 1elasõ-es entre CI! música de Gluc{c e o orte gre• ga", e declara Rame.au muito mais grego do que êle - ape– sat ela.• reações deslovoráve;s que a pon1pa de seu dramatls• mo provoca em muitos - Gluc:k deye ser contado entre os gran• des. Na verdade, não lhe per• dôo ter esc,ito textualmente que "a ,núsica deve ser redu• zida õ sua verdadeira função; a de secundar o .poesio" (por onde logo se vê que lUe se opõe nitidamente a Mo~art), mas se coloco na eletrola, um disco de "Orleu", ou de "Jligênio em A'uJicla", a prevenção desfaz-se como por encanto; justifica-se o entusiasmo de Rousseau, quando escreveu: "J(J que se póde ter um tão grande pr11~er durof!fe duas horas, admito que a vicia preste para alguma coi• sa". o unito recut<so será adqlfi~ to, que séi chegaria a amadure- ~içáo para , piono. Trotem, rir algtrns preludias e alqu.mas cer, como s-e sabe, muito tem• pois, de· adquirir. o já citada fugas' em versão para ' piano, po depois .sob Beethoven. Mas "Pa,tit" n°. 2 em lté menor", "?"í e ali! até u,iar o ilia ben- Há. certas' versões q_uu não me para violino sol'o, da qual ·faz dito em que a obra completa parecem nem de longP. c;onvin- parte, a uch·cconne", e que é seja regravada. Ai então O centes. Por exemplo a "Passa- um monumento incomparável rimador leliz abrirá' diariamen- caglia", a · uTocata ; Fuga em da literatu,a· violinistica. Com– te êsses atbuns, q"e c<interão Ré meno1" a ucitaconnc" da prem tuclo que encontrarem em 'lfiio só o resultado máximo das Pa,iita nº '. 2, em plano, ~e,- matéria de . sonatas para violi– e7eri~ncias, contta-pontistic51s dem muito do s.eu çonté~do, no, para cravo e violino, pa_ra de • muitos seculos mas tambem ganhand~ enfeite$ que Bar.lt cravo e flauta, suites para os. mais altos motivos de con• não previra. Hq entretanto ,orqr,estra, suites. para violonce– templação e compreenderá que tiansc,icões de B;sonl · aceitá: lo, etc. E, a.pesar de hoje bas– a música é 11ma chave do co- veis, Mas, pelo amor de. Deu.s, tante popularizados, não con– nliecimento do unive,.so, como fujam do sr, .Stokovski, . . ln- vém esquece, os "Concertos de · o religião ou a ciência. Seu es• lelizmente, no mÓmento, é di- Bandenbu,go"; e se não puêle- 11irito despirá os yéu:s da con• licil obter os "~antatós",. que rem compro, .os 6, indicaria o tingência e êle penetrará o formam com o "Cravo bem tem- n°. 1 é o n°. 5 entre os mols oito misté,io que se esconde · perodo" e- a "Poi) f.ão segundo S. belos. atrás cio 11úmeró e dos ritrrios . Mateus", o grande monumento ' Também, os "Concerti Gros– si", modelos ,!o género, podem ser escolhidos no escuro. Por– qlfe na organização ·e dist;ibui– {ão cios massas sonoras Hiin– del, não. só. riv.alisa, como tal– v.ez ultrapasse em certas solu– ções b próprio Bach , A 9ues/ tão das enormes afinidades - & .cios enormes diferenças de tem– peramento e notureza entre Bach e Hande{, será sempre um Além dos já•citoclos "Concer– tl Grossi", não esqueçamos os concertos para orgão e orques– tra (particularmente o n°. 11 em sol ménor, e 9 n°. 13, .em fá maior}, os sonatas para cravo, poro .cravo & t5Jioe, para cravo e viola de gainba, etc •• Corre mundo uma bem fel• ta si,;tese de "Orfeu", na pel'• suasiva interpretação de Alie.e Roi/eau no papel principal; ~con§efho~a aoi. amadoTes. lnsiito em que o amador pr<i- da arte bacheana. Esperemos cure. de _prefer~ncla as ve.rsões tempos mais propicias ... originais . A tran-slada,çiio ao Muitos conhecem ,, famosa --o.-- Diante de Handel esbarra– m~s com outra il)liculdode apontada em crónica anterior: Da pr.óxima vez, #(fiaremos da importante escolha de d-is– cos de Moitart e Beethoven, o que levanta, como se '(etá, c~-– tos pJ'obtemos lle opção . PAR.JS - A expo.sição •'Influfulci:a de Cézanne", na •Galeria de France",. está no aipo-geu e faz corter muita tinta. O Batalhão d.e a.cade– micos" sempre.prcpnto para o maque, sé expa,n~e em l:a,– rnenitaçõés risíveis ·a propq– si,to dessa influência malfl;l– seja, que atin,ge: a exaltação ida côr e das linhas, sem que (dizem êles) n a d_ a_ mais trans,paT-eça dos obJetos to– madôs com'<:i modelo. Estes ravalh,eiros retrógrados que.– reriam qu'.e os objetos se :mostrassem a nú num qua– o:ro e de tal maneira reco– nillecíveiis qu~ seriia como se ~ elemento pictual, através cio qua-l se prO<!ura habitual– mente adivinhá-los não exis– tisse! singular concepção da pintura, que não seria mai5. que um ·espelho amorfo, s·em existência . particular, sem j>ropriedades específicas. Cezonne E A Realidade De SénSocãÜ v ,igilância poética. Que o es– uírito de análise sej,a a um tempo escravo de uma se– gunda natureza e partj,d~.o de uan:a libel'dad.e S:em ft:elii1~1 Que µma sineeJ;id'ade sem'!1., mites assegure' a :fecun-daçao desse. casame11ito e?lit're . ·a imaginaç.ão e o real. Assim como por efeito de uma ope• raçã~ misteriosa, o fil'ho se parece eom ~ ma~~ sendo_ o refrato do l,)al, a,ss11n; o ob:)e– to nov:o de tal mianen:a . Cl'la,• <lo lemb.ra.rá cedo' ou t,arde a nature~a, re:fletiinido os ~os,. tos e até ' as e'nfer,m:idades do pintor. Se ~ pint9~ tem i,ima, fé pr.ofun'dª- ~.i \rirtpde do <l-esenh-o, r<s,e âa ~ for~ ma a itJ'.<10 qúanto ,pare_pe não n 'a ter", sob seus uctd1:>:s tudo se tornará ornam,ent?, num mundo onde os detri– tos serão mais ricos qu-e os próprios obj.~tos. Q.uanto m'ai.s o ar é carrega-do dé poeira, maj.s o raio que o atravessa parece brilhante; basta. um extase bem orie-n.– tado .e um oandlido 0>lha1· in– ventivo pa-r,a, transfig~a"l' um mundo gaste, atrav-a.n– cad-0 d-e })el-ezas convenc:o• n-ais 1 e para ev,ídencíat tod~ uma Amêrica de formas e ·de cores. descOI.lhecidas. Cumpre aproveitar a oca– s ião para lembrar que a des– coberta essencial de Cézan• ine é que é preciso substituir oada objeto real por sinaís n.aic.id •os dele, mas cujo con– junto não possa em ponto ialgti,in coin~i,dir com o objJ• :to em questao. Esta operaçao eleve-se efetuar com a ajuda ão motor psico-iisiológico, como desenca-deado a expen– sas do objeto, atingido por :iseus r,üos como um alvo por una bala. Se a Iue, como se vê nas telas de Nestre ,d'Ai'l!'., corota uma sopeira em peda– ~-os, serão esses pedaços que o pintor e;xprimi:sá eJ.!l- di– v ersos planos, e nao sua su– cessão lógica; se a garrafa vertical pende e se · achata de um lado, se a parte da •• comt>oteira colO<!adà :i>erlQ da v·isita se tOtrnJa horiz.~ntail. ertqua!ll1:o· a, ou.tra incha, se a banda da tapeçaria cortada por uma poltrona sobe de André LHOTE -- (Copyright E. S. I. com exclusividade para a F.OLHA DO NORTE, neste Estado) um lado e baixa de outro, tran-9Inissíveis) comp.reen– etc., é o fenômeno, isto .é, a desse aon,de quero chegar, metamorfose dq objeto, 0 as garrafas d~ trav.éz · e as q~e aos olhos de;. Cézan::e co,m_pote.iras deferma-das de será interessaante P<)r em eVl,- Cézanne;' as caíbeç,as ez:n., h.é• dênciá. Surgiu assirri uma lice e as mãos em botões mitologia de 'fopnas. iné-di1;":s, abertos-de Picasso são moti– nascidas de formas naturai s , vos de emulação, não exem- d-a qual o bom homem d'Aix 1 · T bé é O n ""'VO ·Ovidio. Poeta- ins.- P os a copiar, am· m o .v mundo .das formas formiga pirado por sua visão e suas . - d f t visões, em vez·de cantar fá- ~a:~:bil~~s~êã~ :~<Wi;ã~ bulas. em que os deus_e_s se• " f b 1 identiflca,das. j,am herói~. canta o . a u o- Libertos afinal da o-pr-essão so )latura1", que se tom,a sob do aca,demi6mo,_de _posse 4.e nossos olhos, desde que, co- ... mo êle disse, "nossos olhos um ofício e-mancipado da ro.. não estejam obstruidos pel-0 t ina, os jovens pintores só ranço da Escola,". tâm que partir· à procura de o sr. Julien Benda, que ilusões reais. Se estão des– retomou por su.a conta a fa- gostos·OS doote mu111;do, tanto mosa fónnula _intelectual em melhor: u-m mundo virgem lhes estende os br,aços. Para vigor no século XVII e qué, se aventw:a<T por ai; ê_lés só seguindo B~uet, nos per- têm que seJ;:uir Cézanne, q~e gunta: "o prazer 4e senitir é "E a. r'n·"a t-ao forte?", condenará lhes repete: u so1+. 0 prr- ,... .m.iltivõ da rota que abri". esse comportamento pouco Eles só têm que escwt?tr o ra~ional. Mas ~~ nada vale velho Goethe, que lhes repe– te1mar: ,. do un1v:rso temos te: ,;Se qu,e,res C0tt:l;Ceb€T 0 n?3.; (nos,_ o~ artistas) . um! infin1to, avança por tod?s os v1sao :r,n:11s 'be~ph~~or1ana laq,os para o finito". Ha um q1,1e cr1t19a e c1_enitíf1~a. infinito dé probabili-dad~s piástícas numa pa•rte ne!!l1-, genciada da natur_ez~: e a que fica entre_ º!' b_~1tes do sonho e da ev1>der,ic1a. Des~e a invenção -da pinituta, com efeito, tem existido, entre essas duas fr00.iteiras, uma espécie -de "ne. ma:o's la1:d", apenas aflorado pe~os chine– ses e japoneses e,_ ~-e ?utro 1ãâ.õ, p-elos-4,mt,ressn>n·wtas; Os pintores podem .co1?ce.r a1 a roa,gia d -as aparenc1as, a po-esià <lo fmtivo, a grande– za do acidental, a possança do transitório, a arquitetura do evanescente. Os reflexos, os deta-lbes aumentados dez veres as sombras estendidas, as lu;es inesperadas, ,as moo.– cl1as -de sol, as siijeiras do murp, os "graffiltti" da som– bra, o estrago sob todas as sua,s formas, tu<lo- que des– trói e magnüica a imagépl usual das coisas, a confusao· dos contôrnos, os erros de perspectiva, os defeitos e as falhas do real, com seus ara– bescos, tec_em a~ paredes de Gostaria, que 1neu públic:o de amadores e de pintores, que indagam como se.» de seu tempo fugindo de todo ao domínio das metamorfo– ses assinadas Picasso, Bra– que, et.c-. . . (que são assaz pa,rliculai-es para s e r e m - -------– ~------- - - ·~ ·------ ... - ... C·aderno J De Viagem ·-- Marques REBÊLO -- (Copyright E.S.I. , com exclusividade para a FOLHA DO NOJ\TE, · neste Estado) • ltEZJ:}NDE - A i _ .... O pequenõ engraxate canta;va o fregu~ ,.orc=se~o para ,die alg.uns sais ou aJ.calo~d.-e em vi?t~ de ~as ooãs apr~~- 1iações em usio dos refeiridos re~édios Pª[ª. l'<;><l,er reo.. 1tã; los d-e novo: qu·anto a este septrdó do A 1.. art1ga e d-0 2. , a bem ~Ie re:teri,do doente e do fa:nnace~it1co. , . . b:ma entradinha de cin-ema,. O freguês caiu : · - Quanto é, hein, menhro 7 . - Fita de amor, diez tootoes, mas de mo-cinho, qu1- nhent:oo réis. :MIGUEL PEREIR:A- Oonversin·ha de hpt-e1: - A :religião é um freio. - Não sou cavalo. . . ~ IBalan-cete' do festival em benefíciod-a Caixa Escolar : R.enda ............ •·• • • • · • • • • · · · · · · • Despesas com pã,es e molltadelia .• : •• , Saldo . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . ~ . . . . . . . • • • 110$000 105$000 5$000 P.rQf:umda co,moção na, cidaqe! os craqUJes carjocas vl– i:ã-e répousa.r uma semana para o jogo contra os pau·listas! BURNIER Quarenta casas, se ta;n,to. E a igreja de Ulql mi:lhão e quairooenios tni1 cruzeiros l TEB:AS DE LEOPOLDINA Régulaanenrto de _uma _pequeina fa-:r,mácia: 1) Da or<lem da famn.a:copéia brosilei;ra: wd'o o d,o~nte de'<ie -respeitai· o seu moo-0 ou uso d-cs me-diea.meo:i-tos os qi.:· · - '""'-r»•·-'-~'11. 1,·n,0 em rci:rlra, ,,:- -':...-~;a_ 3) Não submeto a. ti:_atamento em -vista d~ medico ti– ver em sua clinica, e nao aitendo chamado d'e J:>E:Ssoa de gra:nde pecúlio, e a,penas exclus.ivamente de remedi ados ou da Pobreza. . A 4) Como pi:átieo habi,litado, atendo cha_mado d-e aco~o oorn o artigo 3. 0 cobi;â,ndo vi.aig.em ê ~e1tas n,a re:fe-r1d~, :f.a<rmáci<1· "légÚ,a 10$000 e em casa 5$000 e fô'ra das horas da êliia 2Ó$000 PO'J' légua e assim em vista d:e mais a~guns trabalhos": 5) Os pagamentos se-rão feitos a vis,ta da e-ntrega dos emédios e viagens feitas de acêiroo em miill.ha ordem. 6) Definitivainenrt:e, não se ven<l~ a pra20 a quem quer que seja, apenas por oro:eiri -d-os pa,trões, i$to em boa ga– rall/tià. 7) Ficará :ao meu encar~o dlO tratam-ent-o, por minha pe$S•óa em tod-a a riiswonsab.ili-dad~\ ppr t€r Q9'00Ciência no quê- estou·fa,zen<l:() e quanto a<>s fr,egu,ezes não ter escrúpulo em meus remédios mani,pUla-d-0s. 8) Farei tod_o o J>Ossivel de servtr aos fins necessários da farmácia, quanto a boa ordem da nossa Pátria Brasi- 1:ei:ra. ENTRE RIOS Era assim há ci,nquenita, an:os. D;.i<;iu1 a-cinquenta a,:tdS será as.sim. Comida m:isel'ável, calpr desespera,n•be, p;oeira de <ia:rvão. Mosca<;, moscas, milh:~es d:e moscas. Fa-rra– pos mis-eráv,eis cobrind-0 corpos mis-erávcis. A.,.?,J'1'<">.'\JT O CARLOS ' .:> ·oorbelb;as mágicas, nas quais é SQ pôr -M" mãoo e tra.zê- las. cheias. Q_s sapatos acaloo– nhados de Van Gog)l. risca– dos de sulcos fas-cinantes, e o chapéu roto de Picasso, debruado pelo uso e :i,berto como uma flor, desconhecida) guiam o t)esquisador como a e&trela guiava outrorii para estábulos desdenhados e re,s– plandces<:e-ntes. Para ter uma id'éia <les,sias trura,g€!1JS no:vas, bastará aas noviçós reparar, port?xeínpl~, um copo dágu'!! nama· mes-a ao sol, e~qt1ecen– -00 antes a· for.ma real do co– po. Seguir com a ponta do lapis o con,tômo dos reflexos que lhe ornam o exterior e as formas que, por transpa– rência, bhe guarnecem o in– terior, l! obter um feixe de formas inventadas, ritma– das pela c-0neavidade "Jrial– larmeana" desse na-d-a cheio de ág.ua, Que seria se s,e tra– tasse de mn corpo de mulher sob· a luz e se, desde11ihando essiá abstração, os contôrnos an·atômicos, o pintor tentas– se abr-anger os raios de sol côr -0.e laranja, as voluitas de sombras azuis e violetas, os mlexos verdes em forma de cresc00:te, o náoar ros-a e a,marelo das meias. tintas, estai:nào todos os sinais des– se no7o a,lfábeto ligádos por traços lascivos e melodiosos percorrendo a figura de alto a baixo, co_mo lianas encan– tadas ? Eis os benefícios inesperados de um esta-do de alta, tensão psicológ.ica, de Esquecer os mortos e suas obras, reter apenas as leis eternas, ilndi~nsáveis a toda criaç~o, ter fé, ápenas na descoberta, ter olih.os pa, a os horizontes que a atti~ da.de impõe, é reservar1\fe ainda d1a,s bons, quaisquer que seja,m as absurdidades que nos prome<t,em os tkanoo que teimam. em rer..&meçar a: história-. RECREIO ·os peéf u,eninos -c-arregacd~ die R-ecrei~ -al!lidam fic5:d9~ de pé no cl1ão e tâm plaqumhas ~o chapéu-muI~'b-o· ou na camis-a-mula.mbo. .Atacam com grande entusiasmo as janelinhas do.. 'trem, mas só gostam de carregaor embrulhos e mostrar o caminho :do hoteL As mala~. quem ~s carre• gam são os -passageiros mesmo. ClJRVELQ . . A,ccmeceu em Ct11'vel,o /X>nl as semen\t)es distfibuidaS pe-1°' E~tado para intE!n~~caçã,o <la pla,ntio do algod~. , De um Lado deu, ·a1,godã-0, C()([D. là,gárta. Do QtUofiro, d-eu qu1:rb9. s;S.::o MANUEL P<tr mil e oitocen-tos ao d;ia, e a s.êco, Ma,rcelino, v.er – dooeitamente .A.ln ,tonio Marcelino d:a Silva, .tr,àba1hava toda santa seman,a dias -se~s da ;mai !l.hã às seis d-a taroe, no ça~ da enxada. No don:i;ingo ,d,escansava. Coo,npTav-a po: do~ mitl rêis um pacdte de fósfo;ros na v.-eooa d~ seu Gar1baldd, v-erda·deiram~te ja-como :Paulue<ci G'a,ribalcli, e Sc,l.Ía 'ven– dendo .as dez caixJnha$" por .du~entos reis cada uv;ia. Mas São Mrun:o-el ê tão pequena, e :fósforo é artigo tão banal no bolso dl8!S hoinen1S; qu'l},.-a tall"éfa <le esgotar a s1,J,a n1er- ~ca,doria exigia de M-arc~lino um.a atividade extraovdinária. ~ 111-0iti:nha, estava a11Tazado, sentado num pot>tal -da fal"– máéia. J-osé Cesar ri11: - Côroó é, Marcelino, vendeu os fósior-0s todos ? - V end.í, nhô Cesa. . - Mas se você vende pelo meS:mo pre~9 que. com,p:Pa não g.a,n,h,a nada. .2l Em O'.lle o doente não !dev~ swbmeirer traitamentQ;i :Um bosqu,e J Sel'á que es,tamos IDO ~rasiil,.{ ~ - Eu nã-o ven-d-o _pata ga.o.har não, nhô Cesa. ,Eu gos-- - 1 B 9 ~ ~.eJl-d~.., • •
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