Folha do Norte: Suplemento, Arte, Literatura - 1947

• • • No Berco ..:> Do Literotu ro As Três fei1õesDa Arle(onlemporânea ROGER BASTIDE RAYMOND COGNIAT ~ Servico Francês de Jnlormacão) (COPYRIGHT uü S. F. I.) & reportagem literária i un1 gênero a que não faltam en• l'autos; leva-nos a 1,enetrar na intimidade dos escritores, e descreve-nos, d u m a C.Orma . . ~ . . ,·1va e tn1agu,an_a, os 1?1e1os intelectuais. De lodos os hcb– tlomadárjos fran ceses, é, cer– tamente, o ''LITERAIRE'' que se avan taja nêsse gênero. Num dos seus úl timos numer05, P11uJ Gutb conduz-nos aos calés e botequ:ins onde se reu– nem os boém.ios e os jovens em busca de novidades. "I, e Pen1aele", fnndado por François Chevais, no tempo em que UL um estudante de liceu. alia-se à "A.kad em.ia Ouocan " 1 Agrupa !.alentos djversos que pr ocu ram um eq11ilibri1> entre o humor e as lágrimas. e o en – cú'nttam na poesia. Un e-O!I un1bmizade comum e a admi– ração por EJuard que éles consideteam como seu Mes lre. Lêm poemas; cada um os cri– lí oa. E:s, pGr exemplo, Marcel Rioutor d que se l e,•anta e re– cita o drama. de J ean: J ean escrevia na walha e s11a mãe retiravll a toalha ; .Jean e&erevia sõbre a mêaa e sua mãe retirava a mêsa A mãe relira,·a wdo, atê a t-erra. E Jean eacre'l'ia .DO pé Jum [Neo-zeillndês que 11e achava pr~isamente [nos aulípodas. Assim se elabora, num bu– e 1111 1111eélida do nOS6o século, O:>f.l-f.11 • .ioumq ~p l!AClll CflUOJ mllde bajrl'o •e Parla, ema doras ite ho•ens. O,a sensoriaUstu eneontram• se num qaart. da Pnça Daa– phioe, sob a direção -de .Jean Ll'g'rand. O que pret endem é res'ituir , à nossa ép oca, o sen• tido do amor · q11e aufoea aa t flStrições do moraUsmo . .. ' 'NOll#a ambi9i,e, di• e cllefe, tlfl!:ria ,......,-,ne• _.. _..we.@t o sem reealrmos no sensualismo de Mattr.te e Condtllac. O Man: das obras filosóficas serviu– nos ele eJo de cadeia". Vê-se que êste rrupo s6 las da lite– r ah1ra um me io de expressão duma nova eoucepçáo da vida.. O SensoriaUsmo uJtraJIUS& a páclna escrita, é um método e uma filosofia. • 1Jma fi losofia que vai até ac, r egime da alimentação. No estio um litro de leite.. for– nece ::.o poeta a d~ura, 20 •t I•• .. 9.çucar a energlll, =t .;ramas de pão a lealdade, 1 .ameruloas "consommées" "ad libltum" o "soma". isto é, o a'polo mís tico. A carne é ape– nas uma djversão. Assim, por uma a l lmeníação apropriada., os sensorialisl.as estimulam a própria sensibilidade, Câ.ma• ras ex11e-rimenlais completam esta cultura dos sentidos. A câmara n. 0 l, ou a cà.mara do 11ão, contem nm pedaço de pio, numa bandclja diante cto- sen– sorlaHs1a amarrado a um tam– borete, e em jeju.m durante dois dias ~As'l)erim l'nta ê le todas as etapas da salivaçá.o atê que o pedaço de JJâ,o, tor– nado alucionatório, resplande– ça a sens olhos Mmo um feti– che ngrado. Há a câma ra das frutas. a dos tecidos, a dos prr– fumes. a do pncJor , as quais pe rmitem a educação de .odos os sentidos, o aguilhoamento da nossa 1ienslbilidade, ponto de parti da de novas formas de partida de novas formas de arte .. Temos. fin,almrnte, numa pe• quena bihliotéca, da rua d 'Al– ger os J ,!'tr istas. "T rat a-se de ae.,dobrar. diante dos espectadores iles– lombrados, marav ilhas realiza– das nas Jet r'as; d e criar uma arquitetura de ritmos lé trieos; de uumular. em detv-nüna– do quadro. letras Oa&W1Dtes; de elaborar esplen:clidamente o arraJJto babituaJ; de eoa,ular as migalhas das letras na.m verdaddro repasto; de ressuseitar e eonlmo numa orde111 mal, d ensa; de nada escrever". Como a.firma • w• manif~ to. O letris-. llâo é apenas • prol-gamente do aodemis– mo literi.rio. Cemp■seram os letrislu poemas sem sintaxe ~m pala•,ras ao aeaae, e vu. sos sem " •call.-Jirio eom. letl'as as5ocla4ias ape.u sef1Uld_o • Kll va:I.., ele s11g-estio. Têm a eonsclência li• valor peétieo de certa, otJomak~i.. ltárba– ru, e.mo os &'ritos dos Zahu , llS .gemidos dos aqros cantan– do e b~nt1•, 011_ a lenra-lett– ra das er1aa~.as, essas palavras • • macteaa Que nMb qae.rem di- ter, e que seryem aM ,equ.e– nos para 9'aar rouu e Jogos: "Am s,nm Gtam, Pie et Pique et Cole Gram, Bourre et Bourre et n -ta-tam, Am S l.ram Gram" Na peqne- bibUotéea 41os letristas duem tí_ue se•s ver– sos, em gue êles eombilllllll as 26 letras antiras eom 11 41e sua lnven ç-ão, t-raclazem os f!5talldoe da linpa, o ruido •e vento, o estc1'tor, o suspiro. e reueo ou 11 solnço... ' Enquanto aJcures H d.-.. rrega. o átomo para assassinar Dlll.is faeilmente a huma11idade, num botequim de Paris, oe jovens clnintegram a palavra psu;a compor, eom a•u letras eldrens, novos JK>emas de amor pa ra _a bem-ama«Ja. A s.odm vai o mundo no âno da. gra(• ele 1946. (Copyrigh - ----·----------- BALADA DO INVERNO BENEDITO NUNES Não importa c,ue seja Gentil. Ser2ecielo, São Mateus a rua é o mundo do inverno onde se cruzam pingando verdureiros, carteiros. coitados cortados pela humidade porque o frio não veiu para cá ficou Já na Ilália ! Chuva malandra. correndo pela !argeta trazendo de lcoge a Gentil menina os cabelos, as rezas da Sapucaia que morava nu.n, sobradinho de b1·inquedo toda a imundicie da rua descalça pois não conhl'cia bangalô. feliz de.la ! Não se ouve maria-já- é-dia nas manhãs dos primeiros chuYiscos mas o bate-bate das roupas sujas na Jaqueira, na D. Margarida perna inchada, uma canção aue o sol sepulla e o inverno c:-amarada desenterra. Gentil, Serze oelo, São Mateus para que rezar à Santa Clara ? :Essa chuva ww de cair E ' só para mim, gente da rua ! 23-12-46. ·--------------------· Dos Cadernos De Malte - Laurids Brigge - O medo de que um fiozinho de lã que sai do tecido da colcha seja duro, duto e agudo como uma agulha de aço; o medo de que êste pequeno botão de minha camisa à noite fique maior que minha cabeça, maior e mais pesado; o medo de que esta bolinha de pão seja de vidro quando cair no chão e se ouebre. • Rezei para tornar a encontrar minha infância e voltei e sinto que ainda está dura como antes e que não me serviu de nada envelh ecer. • Na verdade. hoje, não esperava isto; sai com t anto ânimo como s fosse a coisa mais natural e simples do mundo. E sem embargo, 1.tm acontecimento surgiu de novo que me pegou como um papel, me amarrotou e me carregou. • Estou deitado em minha cama, em meu quinto andar, e meu dia que ningvem pertul'ba é como um relógio sem ponteiros. • Como uma coisa há muito tempo perdida. volta-se a enc:-ontrar uma "manh ã" em seu lugar, conservada e bôa, quase mais n ova que no dia em que a pe-rdemos, como se houvesse s ido confiada aos cuidados de alguem. • Não te voltes p ara ver se alguma sombra se ergue , por casu alidade, atrás de ti, como teu senhor. • O perfume dac; flôres era ininteligivel, com o Jfl.Uitaa v,ozes que ressoam ao mesmo tempo. • Mas as real.idades são lentas e indescritivelmente cir– cunstanciadas. • Ao destino lhe agrada inventar desenhos e figuras. Sua dificuldade está na complicação. Mas a vida é di– fícil por sua simplicidade. Não possue mais do que alguns eleme ntos de uma grandeza q ue nos ultrapassa. EDMUNDO LYS A grande "xposlgã o de, adu francesa conlemporãnell. orga:nJ. nela po:r iniciativa da União das Arte• Plàaticas, no antigo Museu de Laxembu:rgo, otez-ece excelen, te pretexto ao critico, para ten– tar um raswno da ará de hojr,,, visto como lhe proporciona o ai>– aejo de confrontar terullnc:Uui diversisclma.s. representadu pelos mais :reputados a:rtutiu,. O deb•– te entre oa adeptOtl da arte abs– uano a da arte conc:r,,ta , ou da a:rle flgutaliva e não tiguraflva - o qual a\UCilou n1UDenma& po• Jémlcas na F:ran;;a. o ino pusa do - não pr ovocou, deata ,re,-. tão Yivu dl&e111·1oos. O c111.110 po– r6m, aubóate e o problema per– mane,::e posto e-ri.tre duas tendin, eia cont:radit6rlu que connnuam a cHYidlr oa erlisiu; não digo a colocá-l011 em oposição. pou, em– bora aa duas tendinc:ias w)a:m lnconcillávela no plano absoluJo, podem, por llma pa:rte, coe>cisiir, ftm prejulro para qualquer clalal • • por ou~. suge:rlr, aos utta– tas. fórmula.• em que se c:onci– Uam as duu ordens de pellqUisns. E ', d e fa1o, o que se ,.-er:lfica. 11<>ndo assim pouí..J cUTidu a produção atual em t:rf,s grandes coneJllleL A primeira ae l.uspua dl:reta- 111ente n• natu:r.z.a, respelta-a - auu ap~nciu e 'lláo •~lla se– , não modUicações ela de talhe, afim de eX:primi:r e ■enaibUida­ de do IIJ'tlatL A segUllda coloca-M ccmpleta– mana na naJur.sa. repelta-a nas lial:a reallxa uma cria9io lo.tal, iaYen:u inlel:ramelllle u fo,rmu e u c&r.., Mm qualquer preocupa• çio 4e lmllar. A tnceira adota IUSUI po91çio lnter.. ediárla. adm.llbldo a na– huaaa aom.aut:e como 1lllll ponto 4e parllcla. w:na .._.adio. u,,,_ figura-a ao lllllbor da vontada do plnt~. que. pullDdo dai.. rkOJIS. tru! um mundo plá.lllco conforme a •11e Tollc;ão. Cada wn - · para defender sell JPOlltO de ,.uta, oxceloat.e ugum•r~- Mu e dhlcwlÃo nio pocla chegar a qua_lqller eoaolu– lláo comum, po:rque cada \lJD par– le de pontos da fl9la dlferanln. O ac6rdo nio á poes!Tel a,h'e pa:rc:elrOII 'fUO Ú"' faJ•m du - maa colAa. E ' ai .- -1, - .-rdacle, a ~---- elo tlel>at.. Rouawi, ftaoul Dwy. e n Ir e outTos. ennaram nesla categoria. Os que. ao contràrlo* recusam a natu:rea:a, procuram ou-tro abso– luto. Pa:ra 61es, um quadro niio deve ■er sedo UD\ quadro, isto 6, certo ritmo ele c&res e linhas. llma cnpiblnação de formas que vlllha po:r 111 menna. O prazer <>s-- 1,tic:o para conservar•11e puro deve contentaFàe com esta bar• monia volantáTia. sem conce.. são, indlfuenta a qualquu apa• rincla. Não há nenb,uma raüo de tomar, como pretexto, uma pat,. sagem ou uma n:atw,e:za mo-rta pa:ra connrul:r essa tiarmonJa 14elll que à o fim r eal da von• ta.ele d o plntor. Um d05 pr lncl• pais lll:lcisdo:rea el• arte abst-ra• ta, Kancllnsky, prect&ou com mui.. tbsima exatidão: •suprlmldo o objeto. os m_elos ele expttssio não ficam UmUadoe, mas ao contrá– rio, multipUcados ao intinUo. Eata arte cria, ao lado do mundo real, um mundo novo. que nada tem exteriormente a laser com a realiei.ade. . . A natu:resa cria sua forma pa:ra o seu fim: a arte crla tamb6m a sua forma pana Off.U • ._ &asa poaiçio 6 das m.us defen• aà,rels. mas fu •~lo a uma cria– ção, cuJo rigor o aastericlacie Ão ele acuso dlficil para grande pa.-. te elo público, pouco habituado a tais ar11oubos o • tan•.. ,,-,raml– glncla. Muuo, arllslas contempornneoa comprffnduam_ o■ta -cu■ldad• cio q1tadro que UlCOlli:ra, em ai. ..a rerio d.a eer: n lio quiseram. entretanto, por o1llto lado, per– der todo o C091ado c:o,n a nat– :reu, que Ib• fonlecea voc:a~ lulo mala f&c:11-nJe compr-– alNl, f:tde lhe• Nffe como • palaYJU MrVem à po11to ._ apolo ac poeta para con.1%111w ..,., ba:rmOJtlU, meemo quando dilata, at6 o be,poui• el • ext– Ão elo u11 -,,H"'c, -o 'Ili– do te11ta Jirar-lbea a ll!plft~ São ,_ U.tllltM flQ8 e_.... Pua oa pr1m.a5roe, a aa!Ul'eaa de•11 Nr • illllplrapo lnlclaJ, porque nela ee UlCOlltrun todas a■ fontes de emoçio do homem; aeu r1t:pert6rlo de tormu a ela córe• • tnJlnUo a nada M pode lnTOntu de filval f6ra dela. Para llas a obra d ' ute ee - – ,.. nls!a deftnlçio: • A -ture:n ,rÚlb at:r••'- da ..nsU>llldade de um aniata•. O lmpreHionl■mo fol 11111 doa po11tos cv.lmhlantea dHla corrente e aquelH que boJe per– manecem n,ts l referida deflnJ• ç&o se filiam mal■ 011 menos a e- escola, m..mo que n.iio c o11- cordem com Jaao. E ' a e><J)rea&o ,la arte mala facllme:nte ac.af •el, a que nu11e o malor nàmU<> ele su1r,g1os e os mais diversos pú- 1,Ucos. E ' a mata comodamente pratiQ.Yal. mellmo por amador. lato do quer dizer que não con – te ela com artistas de prlmal:ra ordem e grande aud6cla, Podo, em virtuda deQa aucücta. lr aoe ext:ramo■ e pro,rocar antão o etieándalo. Pinto-ros como, por e x ._ m p l o, Soutlne, Chagall, ....._ a tereelra categoria. E••• clWcll eint- pHOCllpa 11a. .... calos. a maior puto d011 puul• pbúoree, - ..,umiu 11111 cu.. ter mala agudo e algo ~o•oeaa– te de UJlll t:rlJlta aaoe a eata JIU– le, d.apoie que o cllb!s,no, - nascer, proph - pii.bJko .a.. pre• ._ldo, algumu eol~ dodl– taidu u q--.Uar ... u,1mo. Foi,, por ide camlnbo, que envereda. ram qu- todot • Joflllt uflas tas d• hoJ• ~ -• :repulA ao fteU e la con•an;a.■ 6 um ainaJ ._ ~ranc;• par• o tempo em que vi•emoa. tle• •---•m a ._u a aeu cargo u oxperlfnclas cio MfeuTilmo• e do CNlll■mo, Ai ae burplram. • aproveu-. .. liçôu. Mas não Imitam. Sua c:ria.çlo tem alpma cola& de - •• •greul•o que .. produc;clo■ eurgldaa por •olt• de 1.910. E ' que e'1tiio er• preclao lutar conJira taata rotina e tantoe pr.c,onceUoa 'fUO Ioda lno,ração auumla o ..,. pecto de pro•ocaçlo. Hoje, o p,i– blJco 6 m•l• c autelOIIO na crfllc~ ~os utlatu nhtes úUlmoa cem anos triunfar...., depois da tarem sldo aJyo ele somblll'ia.. que nln.guem ousa mal■ urlacu– ae a ,111gamento1 apre•a■doe. DiNo re1ulla que nio há mata. ao que pa:r-, ffc:Andalo poaá- ....i no clomfnSo da• f- • du córe•, l!ir' Conc:lue 11.1 3." página -·--------------------------------------------- ------------------ 0 "vernissage" das obras de sil. Nicolas Taunay e J. B. De- Cãndidó Portina~1 realizou-se bret, discípulo de David, acom– a 2 de outubro na Galeria panhavam Le Breton. Mais Charpentier. Essa exp;>slção tarde, Taunay devia juntar.ge dofgrande pintor brasileiro ali- a êles. f:l e, de resto, dítigiu a tura-se-nos como prE:núncio Academia de Belas Artes do de outras que se h.ão de $e- B rasil de 1831 a 1854. guir, pois o Brasil tem pinto- Em 1826. criou-se ua1a Aca– res que Parjs não deve ígno!·ar. demia de Belas Arles e já em A história da pintura bra- 1829, organizava sua p !'lmeira sileira remonta a 1637, data exposição. Seus aluno!' torna– em que Maurlcio de N.assau, ram-$e novos pr, ofessor.es e governador do Brasil h.olan, contribuíram para um rápido dês, l!hegou ao Recife. acom- florescimento, realizando obra paoJ1ado de pintores flamen- mais audaciosa. Em janeiro de gos, e-rttre os quais Frans Post, 1841, o pintor francês, Paul Zacarias Wagener e Ackhout. Geslin, abriu um curso de de– :tsses artistas, discípulos ce senbo e pintura e, em 1856, Rubens ou Van Dyck, sofre- cria-se a Socledade de Belas ram colorida influê:icia da Artes. Mais tarde, em 1872, fauna e da no.a daquele pab fundou-se o Liceu de Artes, Assim nasceu a escola flamen. que três anos depois já expu– ga brasileira. F oi seu chefe nha trabalhos dos seus alunos. José Oliveira e principais re- Abre-se, em 18'77, a EscQl'I de presentantes, frei Ricardo do Belas Arles, figurando dentre P ilar (morto em 1700) e frei seus professores Maurice Grun, Euseblo da Soleda,de, ambos de Paris. alunos de Frans Post. Marcantes personalidades da Mas a maior influêncrà qut pintura bralillelra do século sofreram os p intores brasilei- XlX são, entretanto, Vltor Mei– r-os foi e conlinúa a sêr a fran. relles, Pedro Amétieo e Ma– cesa. Em 1816, a convite de d. nuel de- Aranjo Porto Alegre. João VI, uma missão trancesa, Todoe três vieram a P aria dirigida por Jonchim Le Bre- completar oi, conbeclmeotos ton, secretário perpétuo da ministrados. Se o Jléculo XIX Acadenlla. instalou-se no &a• 1oi para aquele pais época de Pinto res Brasileiros por ta dos por êsse pescoço en- cetti <o que, pintando cascos terrado nos ombros? Poriinari de navios, foi notado por um !e:z: escola. Jovens pintores se- oficiá1 de marinha quando int. guem o mestre e a Escola de clava seu trabalho com um ~ Belas Artes compreendeu tão boço, utl1i28Ddo-se dos recur– b em as tendências atuais do sos de bordo). Bandeira é do Brasil, que dá agora dois prê- Ceará; Trabalhava só em pin– mios de viagem, um ac.adêmi• tura e um dia desembarcou no co e outro moderno, r-ecom- Rio, cheio de esperanças. Di► pensando assiro o gosto da mo- tioglúdo pela Embaixada da deraçã·o quase secreta do lndjo França por ocarião de sua (l}. e da sensível expansão portn- Uma ex posição, e i-lo em Pa. --Em Pari s - por DOMINIQOE MARTIN (Copyright do S . F . I . ) denbrucb amento a rtistico, gra– ças à infJuência francesa, esta não cessou de se manitestar no nosso tempo. A França continúa a sêr, _para o B rasil, nação de espirito. Mas o XX. 0 século é século materialista. As horas caóticas das guerras tiveram sua reper– cussão mesmo nos países que djretamente não as sofreram. Os artistas tiveram que se adaptar a um clima Intelectual pouco apropriado à expressão rom ântica 4! aprenderam a falar sôbre os outros. Mas para em– pregar esta linguagem, quan– tas apalpadelas cruéis antes de fixarem livremente a ~– pressão humanii que desco– brem em tõrno de si. Os ar– tistas t.ranceses não ignoram a sua felieid ade de p rocederem de uma segura e longa linha• gero, de poderem apoiar-se nas obras de nossa raça, nas igre- guesa. Os pintores são nume- ris por dois anos. Dacosta, p ln– jas e nos palácios que ela rosissimc:,s no B rasil. Alguns já tor sensível, prêmio moderno construiu, nos museus e nas expuseram em Paris: Cavallei- de viagem, acaba também de bibliotécas que encheu com a ro, o dos tons luminosos; San- chegar. Sái logo seguido por sua afirmação, Somos guiados tiago, cujo estilo lembra por Orozio Belém, cuja feitu:ra sem sêr molestados e temos vezes Ren-0ir; Hugo Adam!, acadêmica se ilnmina de tons . . . . mu1tiSS1mos mestres para ser- paisagista atormentado; Guig- quentes. Vem de alcançar o mos escravos de um só. P odem nard, de rico temperamento, e prêmio acadêmico di! viagem. ser sutlcienlemente compreen- Osvaldo Teixeira, mestre aca- bses artistas amam o noss• didos aqueles cuj o talento é, ciêmico. Mas esperamos vêr e pais e a sua capital e gostam sobretudo, tutorado por uma revêi: Malagoli, Santa Rosa, de viver a,qui (o antigo atelier influência ? Os pintores brui- Worms, Di Cavalcanti e sua de Matisse não está salpicado l eiros têm tido bastante audã- mulher, Noêmia Cavalcanti; dos mil fogos de artificio doe eia, perseverança, espirito de Max, Campolioritto, R ui Caro• esplêndidos coloridos brasllel,. Iniciativa e humanidade para pello, Tarsila Amaral, Teruz e ros de C.Icero Dias?). defenderem a pintura social. Segell, entre os modernos, e Portinari é mestre no seu do número dos acadêmicos - O Brasil é uma terra ond• domínio. Quem pode ficar ln• Gottu:z:zo, Santiago e Georgina se cultiva a amizade, uma ami– sensiveJ diante dos pés defor- Albuquerque. A lista é extre- zade que ~ão varia com as Cll'– me.-dos pelo e11minha.r sem 1im mamente longa e certamente cunslâncias. como os nossoe e das :fisionomiu herme-tica- ; esquecemos muitoa, mas aiDda amigos ntrlo provaram dura• mente resignadas dos retlran- nos oeuparemOtl dêlC$. te as boru dolorosas que a1r.– tes? Qual o aer humano, -digno Bandeira acaba de ,chegar à vessamos. A tormenta PMSW d~se nome, que não sentirã o capital. 1lsse jovem pinlOl', e é com alegria que tornamQ8 pêso enorme doe fardos su- cuja vocação lembra a de P~- a enoontrá-lOB.

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