Folha do Norte: Suplemento, Arte, Literatura - 1947

1 • • • t.a plglna FOI-BA. DO NORTE Domingo. 18 de maio de 1947 5õ-= ==========-==================== ==========""'""'·=!!=-i= =11-=-===;:;u;-~=-a (Conc:Jusao da pcunoua paginai -- - - - O Católico Joa q uim Machado de Assis o prlmei,. ro critico d08 seus versos. Agora. volt&va à lltemtura pam realium: a sua verdadei. .ia obra de escritor. Os aeus livros principais sã.o todos desse perlodo. Dessa 6poca é Um es&ac1.l9ta do Império, qu, ainda boje repre9enta entre nós o ·uwo modêlo, e não superado, no seu gêne– ro. A, história toma-se o gê– nero predJ.leto de Nabuco. A história torna-se o gêne– ro predileto de Nabuco porque, como escreveu José Verlssimo, "é o que ma.is se entende oom a polftica". Atingiu também a categoria das obras primas. como me– motialista, com Minha For– m.a.ção, que lembra. sob tan– tos aspéctos, Souvenlrs d'En– tance et de Jeunesse, de Re– na.n. O Bntmaceda é u.m livro politlco no qual se dirige in• diretamente ao Brasil, n,o exame dos liltim<>s aCOlllte– cimentos do Chile. Outro es– tudo político é A lntervenqão estrangeira. dnrante a revol– ia de 1893. Discursos, confe– rências, artigos, formarão o volume Escritos e Discursos Lfterárlos. E nele estão al– guns capítulos fundamenta.is da S'Ua obra: o ensaio sôbre a Ingla,terra, a prop6sibo do meio sécuio do reinado da Raí .n.ha. Vltórla, o ensaáo s6- bre a intluêncl& de Rerum, o dlsctlrso na instalação da AoademJa Brasileira, a con– ~ênc!a no teroeiro ce.n,tená. rio de Camões. E Camões é um velho e querido 8S9llll.tO de Nabuoo. Por ele começa– ram e acabari:.m u suas pã• ginas lit&rhias. O seu pri. melro ll'Vr<>, em 1872, chama. va-se CamlSes e oe Lnslad.aa. Nos Estados Urnioos, em.bai– :r.ador, fez em:· tm1versidades as oonferências que estão no volume Caméíes e assuntos americanos. Na vida Uterá– ria, o seu amigo, o seu CO!!ll• pa.nheiro mais fnitlmo, f<>l Machado de Assis. Tão dife– rent.es em tudo. nas origens e nos oamlnhos, tendo da vi– da oonC'e'l)Ções opostas, uni– ram-se no culto da literatura e da amizade. A correspon– dência entre os dois revela uma v-erdadeira fratemlda• de literária, embora sóbria. e sem grandes efusóes. O as• sunto é quase sempre a Aca– demia Brasileira, para a qual Na,bu,co desejava um destino ao msmo temt>o liter!rio e social. Não s6 pelos temas, pela amplitude d'a5 idéias e d-os problemas, mas pelo es- tilo aritl.stico, Joaquim Nabu- co realizou uma obra de hi&– tória e de literatura que o coloca entre os tr& ou qua– tnl maiores escritores do Brasil. Atingiu .a mesma ca– tegoria como orador e como escritor. Ele não tinha com<> orador some.me 01 recursos lntelectua.ls, mas 08 da voz, de ~ ha.rmõnicos e va– ria.dos, os do gesto elegant,e, 08 da fisionomia de expr,es– s:ão espiritual. Era dotado de beleza tisica, e isto aumen– tava, ressaltava. o conjunto das suas qualidad,es de ora– dor. Orador para lx>dos os ambientes: o parlamento, a rua., o salão. T~-lo ouvido constitui boj,e uma recorda– ção insub6tituivel que oo ve. lhos ostentam com orgulho e saudade. Desse perlodo, 1889-1899, data Igualmente a sua con– versão completa e de-finltlva ao catolicismo. Diz a S'Ua ti• lha e admirável biografa Ca– rolina Nabtroo que "a influ– êttcia qu,e con-correu mais fortemente para esclare-cer– lhe o caminho, para trazer– lhe a convicção, firmá-lo na paz de uma fé simples e se– gura, foi certamente a do seu eáisamento com uma m'lllha– profundamente oa.t61ica" . No seu diário intimo, Nabuoo POEMA F ugi aos v elhos hábitOG de cantar a trl steza. Vou abrir um caminho cheio de luz para os que quizer em fugir . S ou o poeta de wna nova seita. Inúmeras cousas terríveis acontecem a todos nós. Nàbuco ha.'Via escrito : "Eu. tenho a convicção de que hel de encontrar a Deus; onde, quando?" Enoontrou numa igreja, em Londres, o mes. mo De1.18 que conhecera na i,ua lnfãncla em Massan-ga– na: "Foi em Londres gra. ças a uma concentração for– çndll, a qual não ~ria sido ])OS'Sivel para mtm senão em sua bl"Um&, que a minha in– teligAncla primeLro se tlxoo sõbre o enigma do d'~tino htl.malliO e das l!IIOluções e,t;é hoje edtadas para eie, e in– sensivelment.e. na escoodida igreja dos J esuita.s, em F aTl"n Stree.t. onde os vibrantes açoites do padre Callwey me fizeram sentir que a minha anestesia rel!.giooa não era completa, ~s no Orató– rio de Brompton. respirando aquela. pura e dláfana aitrnos– fera espiritual impregnada do hálito de Fa.ber e de Newman, l)'Ude reuntr no m-e,u coração os :fragmentos da Cruz e oom. ela recom– por os sentbmmtos esqueci– dos da infância". Tom.ou-se dia{ por diante um ca.t6lloo convicto e pratican.ite. Escre– ve a sra Carolina Nabtw0: "Trazla sempre o rosár io no bolso e gostava d-e r,e.petãr, quando estava. s6, quando .re- pousava, flll ve7.ea q~do passeava de oano, as orações d o têrço ou outras que sabia de cór, a Salve-Bainha, o Ato de Co.nwição, não como um e.xP.rclcio á>ridlo, m.aa co– mo um diescanoo do espírito. No seu livro de orações, a págín.a do Te Deum, que su,a gr.atidiío pelo don:r divino da vida fez um hábito diário, gastou-se e rasgou-se-lhe sob os dedos". Atraia-o ainda no e&tolici.smo o culbo exterior, a pompa dns cerimônias. " arquitetura dos temp1os: tu– do lst-0 lhe tocava de mu i!,, p erto a imaglnaçlfo e o espi– rito estético. Em Roma. torlt1 empenhado no t-rabalho rJ·• advogado do Brasil no lili'" o com a Inglaterra, não esque– ce as suas devoções, na 6."· feira saJ1ta, e as relata em carta à esposa: "Hoje estive fora, nas dievoções. Fiz mi– nha es-pécie de abstinên r J deste ID'andle dia. . . Fui à Scala S8\Illta de joelhos, na Igreja de Santa Cruz de Je– rusalem". -· h an, razende1ro no !!.Sta.do do Rlo, Foi um casamento feliz, e q1.1e teve a mals benéfica influência na sua vida espi– llitu.al e mor al. Fica fiel à :Monarquia de»ois dia. Pro– cl:itmação da República, Re– ousa todos os convites para voltar à vida públloo. Re– ousa o convite de ~– buco para fi3u,rar com.o seu representante na Const.ttuin– te Republicana.. A sua Res– posta às mensa.gens do Becl– fe e de Nazar6 6 o prlinclpal documento da sua orleotação em face da nova situação brasileh-a, sendJ ao mesimo tem:po uma das pagina.e: mais aignilicativas da sua obra po– l ttica. pelo exame que faz dos aconrecimen.tos, pela al– tivez da atitude e pela sere– nidade- dos ooncei.t'os. Publica em segujd,a opú9C'I.Üal e ma– nifestos com o fim de rea– firmar a sua fid'elidade à cau– sa monárquica. Viverá, du• r anle dez 'anos, afastado d<lS interesses e das paixões d'os partidos. Não se póàe úna– gi.nar sacrificio maior num estadista, a quem todos pro– fetizavam um êxito sem igual, mesmo no regime re– p obhcano. Em Paquetá, on– d e fixa residência, o seu re– tiro. o seu isolamento, torna. &e quase completo. Ele o des• c rcveu na. página de memó– rias sôbre o seu velho mes– tre Tautphoeus, que lâ o vi– s itava. Para consolá-lo do o stracismo tem alf os encan– tos da familia, que começa a formar-se. Tem sobretudo a biblioteca e os trabalhos intelectue.is . Entrega-se to– d o ao estudo e à meditação. D esoe então sôbr.e a sua vida uma grande paz imateriaL Desse ostracismo, desse iso– lamooto de dez anos - "l:.S no Brasil, outros no estran– geiro - sairá wn Nabuco maís sereno, mais compreen– s ivo, mais perfeito. Sairá o Nabuco - o grande escritor brasileiro. Sairá o Nabuco– católlco exemplar. O Nabu• co cuja alma está refleti.da . en1 Pcnsées Detachées. Não me apercebo delas. As recebo im passíTel e contínuo a sorrir. Sou o poeta de uma IJIOTa seita. ~ei que o perigo me enTolve com seus bra9os imensos e inexoráveis. que os abismos me chamam. Algump. coisa, porém, ain• d'a faltava sucedler para qu,e a vida de Nabuco estivesse oomp,leta e perfleit:a, p ara que ele sen.tLc-se, com.o o afir. ~ na sua últllna es-lada no ruo, que a soa existência pa– recia "um belo oonbo rea– lizado por um especial favoir da Provid~cia". A Rep1'.ibli• ca reclamava os seus servi• OOS pa.ra uma causa nacio– nal, uma causa acima dos partidos. Recusara antes uma cadelira no Senado. C~os Sales convida-o agora para a?voga<Ip do Brasil no llti– gio com a Inglaterra a pro– pósito dias nossas fronteiras com a (htiana Inglesa. Na carta ep,. que aceita o convi– te. Nabuco ainda se reterJa às suas "conhecidas idéias mon&rquistas". Afinal, saia noyamente para a ação de– pois de d,ez anos de ootracis– mo ~luntário, d:ez anos de irobre viuvez mooárguica. o laudo P.ª rcial e injusto do rei da Itália foi uma solução inesperada. Do Brasil não lhe .fa:lliou ';\I\Oio de gualquPr esp~e. Rio B:-aaet, ol'e-re– oeu-lhe lmeôia.tam=te 0 cargo_ de embaixado: ern Wa!lhlngton. Nos Estados U=)os, o seu êxito se faz t.enur por tôda par~: hv,, • Ouço vozes do p assado por todos os Iu gares onde ando, a gora mesmo. vozes d o passado m.e querem tornar melanc6lico e ,sóbrio, Mas quem sou eu para não ouvir essa s •ozes ? Todos nós as escutamos, por vezes horu inteiras as escutamos isem cessu. Mas eu continuo alegre. permaneço indl ferente a esses chamados. Sou forte, disponho de forças terríveis que os destroem um a um. Sou o poeta de um.a nova selia. A lus de minha poesia ofuscará todOIS os olhares. ..\s letras. as artes. haviam sido companheiras de N:\bu• co desde a mocidade. Escre– vern versos, dramas, critica. lherl.ria Polemizara com J1>– r de Alencar Tivera em - · --~--:--:;::---========·=======-- - -.; \.Ô iÃm..ô - ;~aia-se a.ui.e.a de Cuao UI,TIMOS LIVROS - Cauby Cruz (Contlnúa na uxra pâs;tnaj pensa seja !' feli-0~do acessível J}ela. cíiinci ~te desconfia daquilo que não pondéra o ho– mem.. Com as fol'Ça,5 dêste é que se d es.trulrão ~ monstros e os deuses. Apelar 1)! l.ra a '1iên– e1a. seria trocar de e;scravidi-0, 11,flenas m11d.1r ~ Deus. Pa.ra atini;ir os _deusc5 hi q11e redn• ~1-los à nossa escala humana e nã.o crinr fn • tru:men,os que os afns tt>.m aiDd:t mais de nú e os engrandeçam de uma. potênc-ia que r' po~nem porque a cri!unos pan êlC11. Ora. re– du~r os deuses à nossa ew,.tla é o me:smG q ,. Jl('s alçonu~ à deles. Donrle a impresciud • vel superaçao pennllnente. Não é sem j11Stn ra21JC!I que Charles I>u Bos co-nsltltni, 8l'-r Gi íle q '"~. nwilhor apr~u em Fran,;.t. o t-i,1,1rito de N 1ct28Che. Mas há também ne.'!St> r for~o rlo resultado a atini::ir-se <lentro dos limit~ do pr(lprío homem uma 'l.dm.irii.v"I fé no pra– zer do Jogo e D3 pflcli-ncla rortalerr.tlora. d-'",.,,.– pra,ze.r. Como a,<.:sinala Arei ambl!"Ji <'111 sr. ex~lente lll~g"rafla de Gidc fr.lo d {'t () ..- - de hem ooml)reender que.m se é", diz Teseu a B ipullto. Só depois de assentana a premis.o;.11, é que se teri. d e gerir a. bennça.. Pois, "quet– us o.u não, és, oomo eu o fui, filho de rei. Con•.ra isso ruuu se pode". E' um fato que ob.rl ,:a. :ist-0 é, que aca.:r.reta, pela sua pr6p.ria e shnples prescnga,, tôda uma série de conse– quê11cl:i..s e deveres inelut.í.veJs. E nessas pri- . m~ira.s frasell de Teseu já se sintetiza uma. fi• l osofia de vida e se esclarece a. posi9ã-0 de Gide diante dO!I probJemns da participação. A filos.)ffa de ,id& ,,em em linha reta de l\1on– ~Jgne, mas se é fruto de urna escolha é f.am • bém aoelta como necessárla, pm-que decorrente da posfçãe mesma do inlelt>ctnal no mundo. Quelrn ou não quelrs. o ln(eleetual é inttlech1a.I. nã,o poae fugir as respoos.r.bllldades do ili' eleç– tua.J eomo n.'ío está a. seu alcance encarar a vid11- pelo prl!ill\a do bomem comum. Desde o inicio portanto Glde n1>0nta certos limites à liberdad& e e5tabelece consistir ela antes na t1SCOlba dn. p IJ.ão que na llee-nça absoluta. Se dessa ti.– c,oJh:1 se tlran1 angostias o mals das \"ezes, CD.mbém Rti&fa.çõe~ intimas se auferem, tio eom~usndor:ui que Dio Q-Oc:iria.nlOII a inquie• tuilc e os 11aerlficios incviü.vcis por um SOS• sêgo -0onro.rt .'ível dlleren~ll• entre o ltomem c.omum e o !n l~ Ulll não esta no!! resultados de suas aç es n= na capacidade de agir multn l"m• bor:i c:-omo diz Glde pela hiica de Dedalo, o CJUI" cabe à lnteliltêncla 6 princip;ümente for– necer "helaa e h · 11! ratões parn cgir" l\Ins a dlferon"1 na reallda.cle é de ontra ordem, de c:-ompreensão da responsabilidade, e ela l'l'.Sl!le · no fato de gne, ao contrário do homem comum, o lntelectuo.l "s&be" os rlseos que corre e não os enfn-.nta em obediêncla a um lm11ulso mas por decisão .refletida. t,;Je nã-0 desconhei!.e os prrjgos das forças inco1' 1.SC !lentes que seu ge,to póde deflagar, que éle pr(tprio crL-i e que por certo nâo terá a pOSflbilldade de controlar. Ahlda assim, porque sabe "quem é", faz o que a ética lhe ordena que fa«;a.. l:lc é um apren– dlz consciente de feiticeiro. . . E há nele sem– pre algo de Antitona, dêsse imperativo d o gesto moral quaisquer que sej:lm as oonse- • • q11enc1as. e exões ar'-iem e e-seu -- Sergio MILLIET-– ccopyright E. S. I., com exclusividade da FOLR.~ DO neste Estado) . NORnl ,:rrlra. porquanto a lntel!i::fineia resolve qual-depunção. 1\'.las despir-se de que Jl3J'a chegar qner Jln>_!:llem.a. de matemattca, lie ol.Jteve com a essa nndcz l'SSeneial ?.• DllS preconet'itos em I!. coloc:icao do pecado e do pr:azcr o.o nlcanoe primeiro lugar, dos falsos <le~•cres, das Uusii1!!1 de quem entrava. Compra%-~ il homem nc.-sse r:lJa2e.r;. ''E' a. n1im meqmo que me !levo'' niz pecado camo se oompr&Y no pr:u:er o atê m reseu. A ess'.l verdade é que não ,leve mentir :mgu~tia dn metaffstoo CJt? -toda espécie de Daí a llber<lade ele.seja(}& de wo co1n rnru~er: cmbn.-ig,iês. Constrvar-se ]uclclo sem flt' Tecu- &'\r às mais difíceis e perlgo!-3.• cxptlrlénni:i-. se e ao. ~smo te.mp ~ a posslhllldA1ll': Bmi:ida e prlvlléglo de rar 06 e t'.llvez mesmo só seja d! J•art 1 capar na me~atla cm _que :i. parUclpa– aeessh>t>l a quem amarre o pnl•o co1n " tio ~o ~xpriruc '.1nu ,. c.daàe inüma, um conscl• r1e Ariana, i,;t 0 é , a quem se m:mtenhtl llgado dencui de amor, a.o mundo por uma ética, o que quer dl'icr a O tema gidea.no do filho ru1t«1ffl.l, que Ro– conscléncio di1 nm mfnimo de drvcres. A JI. te'I' Basflde desenvolveu :i.ruua.mentl', em ar– berdndc não está ,.m l'Ol'tar O no, m~s em t1g-o pnblicad<? b~ temJ!'>:'· é II contrn-prova desenvolvê-lo até onde ~ queria sem j!lmale disso. A r~mtl!n nao ffra Januits a fa1!1llla. im– rornpê-lo. Está em não permitir que outros ()O!;ta pel'lS l'e.,ras da &O<'ie,1:ide m!UI SJrn ~ qu1; o desenrolem por nós e nos lmponluun O seu u,.,.t?mente _se esl'Olher. E os la<los ae-t-lt~ so comprimento sob medida. l'or isso •reseu não perm.-inettrao fortes ~qt1anto ~;1º hnpe<lirem quer que Arla.na fique de posse do novelo. a. plenitude dos !110vun4;11tos. Jlá um ~on~~ ~e m~mo O et1rGl ará e desenrolnrá à \"On- além cJo qual so se J>óde avançu so1:inho . tade. Preso volnnt.arilunente, es<-.olhendo S'Ua insiste Testn. A solidão é i111prescbrtivel a prisão. Lilrado à oocl.-dade e a.o mundo de quem quer atineir o â~g-o da v,.rdade. lias moto próprto, capaz portanto de tódas a.,c aven- entremos no labirinto com o noirelo Jtas mií,05; turas sem perder contneto com a realldad~. n.'\-0 nos joguemos _no antro do monstro terrível Essa a posiQão que Gide pensa caber a.o ln- sem essa precauçao. telectua.L O que se confirma na 11,flrma~áo de --Col-- Tese11, ao compa.rar sua obra oom n <le Edipo. "O gigante mostra-se na. sua temível sim- --<o)-- Ao m.lsticismo q--ue va1:a os 0U1os p:in extin- pJiciil:ide". Ess.. frase da Alan, a propósito de O horror à morte, on melhor, o d!'Sl'jo guir a presença do mal e apreender na !iU!l outro eseritor hem diferente, fu-me pensar ale sobrevivên<'ia pela obra, encontra em Gide plenitnM a luz interio.r. Teseu. COID-0 observa. em Gide, entretanto. A força de dC$plr-se o uma el.-press:io nngnstlada. Hlp6llt.o, através Roger Ba.~tide opõe a clarividência. Não se autor de "s.i le fl "3.ln nc meurt" aparece a d e quem Teseu espera continuar, porque, ''não t raio, de i!fllorar o mal, nem de re:llçar o de- nossos olhos 113 sna temível simplicldadP. E ba.st; i ser, e depois ter &ido; é preciso legu e sejo. o que lhe p:irc('e maJ"lio e covarde, por- t-r-mh•el porque o aspéc1o que nos ,tiw cJêsse não acabar em si mesmo" a.paixona-se por que Implica na sujeição às convenções. Entre- escritcr em coMtante experiênc!,::i, em •Jl(l1·ma• .-Pedra e é as.<;assin:t<lo por seu próprio pai, ma- tanto, e.ntrega.r-se sem medida é ignorância e nente pe.rquJsa dt pure'tll integr~lifipãe-nos rido d.e Fedm. O criador destrói a. cria.tura e estupidez.. O qne se faz necessário, em vista um recuo. O perigo da descicl.-a tia lama· ~ oom !!$'>a destruiçfio se destrói bem como o do único objetivo digno do homem - a. rea- cat.1.1" a areia br.w do f~'!Jdo está na asfixia seu sonho de sobr.-vlvência. Gide cliega aqtú Uzaç::o da person:illdade - é satisfazer o de, cl:t ang-ítsila~mo :,, ...;.oém m. éensualidade ao postulado exis!ênciaJista do "para-si" as- sejo sem se amarrar a fie. Conserve.r nn.s máo!I def.ittcnesttnto. J>ode-s.. ter 1r.tg: i1lo a meio ca-. pirnntlo inntll~nte ~o "em-si". Do homem o 11-0Yclo que se póde desenrolar à vontacle a minho ~-se achar 113, própria lnma um efêm!!l'O e único lutando para ficar, 1>3ra ser que Dão quer dize-r qut o fio nã.o ~3 J.>'l.r,u-1 sa]lc-1" guente e doce que vicie para todo o eterno e igual. Gide sabe que hi'l sempre uma se. Risco a correr sem dú,•i~ , que ,. :ftom.em ~mpre. Fedra no eaminbo para. Impedir essa r eall- dos olhos yazados já. não """"' as rlsoo pre• zação. • visto. Aprendiz co:useiêut.. de feiticeiro ... A --lo)-- Ignorância t:ransf'ormA~e em heroi mn. It()ÍS Dedalo <'Omlrnlntlo o 1 ;irlft(o..,.lê.1B min cm·1m1111 Jn .o.re nsslm do viver tt ri!!'• ~- tal sorte que 111.' .n'ío 51' "f• l ..,....,., ,.,..,.r. -•~ • prnu;i_nf'r(~ s,:,pr.r;irii n • ~ 1n,-,;. lo 1í:-'aa;;..Õóim;i,ut;\1'1i11 ,.,.... • G01P1111~ , cm s11111a. rliio 1-a 11.e u:ma auto- --{o)-- • Emhora Dedalo se mostre cheio de desdem pelas armns nahrraÍ!I do homem, é com a. í1ntr:1. 11tv,1~ ili' tis h" r.o.; que T?.,._u •lA.,ej:1 r. ",.T (" .. i • r:• ••a. n=io , .. 1 q soluções obtidas à custa de sa-orifidfos, nem Par,~ 1!14-01 <' uma e:i,.at•lcri' t 1 c;i. õ,. n ,. n !":lber ali:u- "a éU«i. do prazer b , t c:i do r • forço". --(o)-- Na sua limpidez à }lrimeu- lP.I i-n 1 twte porque nos s !. re a dC1i" , rtt\ ·d~·e•' ...." .• "'nns aspéctos inesper. dos na pe nalid. le Glde, comf'I por t:xem lo a 11rcocu11.1rão d dü– pliccneia e o indlscr,.to ~,rírJto de paJ V'l'3S nem sempre tnuit" requlutadb. T<$C apre– S<'nf,a CPmn um.a sfnt e rle tówi. t m conc1:11• niio de vida. ú rontrndltorio Gicie, o ~!llli J 1 e desnorteante Gide, te11t.'i defluir-se num i;.is tema, enconlt'llt uma unidade ç,feflvn q11e r,s ~a realint.ío inlel!'J'al do hflmem u,,-e, sen: i11vel e sincero 11n ta11t.e para manter l'Sl':i Ji– her(]ade e ess.-i '<r.nsibHldade apesar ti!' tõtla..~ as 00(.'rç.ões do temp!>ral. Pot isso Teseu c:-om– porta também uma explanatâo de ittéias ai,brr :1. sociedade, ™ soriolog~ que é, antes dr mal, nada, uma ética.. Subindo ao trono, de volta a At!?nas. T n cxe-cnta seu prog1-ama de itové:·no e ;ustiffra perante os tn.'\ iora.ls da cidade p-,rque o prn– graroa é sociaJi.,;f.1. tdando a tl)dos os niclld:i~~ iguais oportunidade E a '<l'U nmig-o Pirlton~ cfue o.le ~a se.r lu~o .l!lS inúlll .norquant.o muitu breve se forr,,=i llm:t ptG\"a. :irl-.tNracia. res– ponde ';Cr~en que o es,11~ tanto mais ansio– SNne••f.e qu:into não ~cri um:i a.rist-ocr:icla do d'ínhl' lro 111:lS do espírito. Há port'l.nto, ~ lh·ro. de mtru,,. <le <'inqventa páginas. ao lado de uma mornt e ill' nma psicologia. nma economia em ITUC não se depara nenhum pessimim10, mas sim a. co , _ viccii() de que. embora não seja êle muito bri– lhante, é do homem (Jtu deve o lnl.t'lectual oc~rca.r-se, dêsse hotnrm qne ainr1R "pã-0 d~c a última palavra". A 1lrs~ra(;a tõd:i. vem r~l' não se ba,,er ê!e lil>ertado ucm da ml,êria materi3l nem d1\ !luielQão aos prcooncritos, :i., convenções, à mcntlr.i. llllf'Clda do 1Ued o e da fal~a coll9Ciên1:in d('t pecado, tuilo i~<;Q que ft\1: a miséria moi-al. Enfrentarulo a ,•erdade se-n1 temor é qne ête se .-~allx:1rí1 flITÍWl «?-ro n •11 n111ndo f'm o,,,. '",,,.,..; :i l'\PJ'l" , rr n is M il !ôeJ.':\ "'"i'I :iqntle "t111 que tód~ o icnte f:.. trapaça",

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