Folha do Norte: Suplemento, Arte, Literatura - 1947
• • 1 Mas não era a diplomacia o seu destin-0 ·naquele mo– mento. Houve na v.ida die l • • ' • . • / .. . ·, .• N • • el-evou no Brasil a voz em ~voi'' ·da emàncipa,.ção" .. N in– guém n-egará que a razão es– tava rom Nabuco. E -é CU• . ...... . . r}ôso notar: e·ra com um sen- ti.m.ento cristão, e mesmo ca– tólico, qu,e elé de·n>tmci•ava os erros do cler-0 e da religião no Brasil. Depois, a açãb dos b~pqs brasileiros i-tia se fa- zêr sentir na defesa dos es– cravos·. E a atitude d-0 Papa Leão :lQII mootrarã a Nahu- • .roaquim Na-buco diversas fa– ses adequadas às necessida– des e. i.m:pera,tivos da suà na– tureza. No fim d,a déca:da dê 7-0 sen,tia-se cliamadó para a vid:a po.Utica, para l,anç,11r na:s instituições do seu pais aquelas idéias que lhe ha' viam amadureci.do nas lei– t.uras, -nas viagens ~ na me- ditação. Lembrando-&e âessa DO--M-IN_G_O_, "ia de_m_a_i_o_d_c_l-94-,------, - -D-1.-d-et_o_r_· _P_A_T-.,,-L-0--,.-,., ...-... -A-N_H_A.,._O__________ NUM. 2 6 época de iniciação política, ______ -•----------------·__.,___ ,._~_ ...____________________.. co ~a verdadeira pQSição da Igreja ·em fase da ca-u..~ àbo– licionf5ta. N abuieo 'não aese– java· somen.te o pl,'onuí1cia• mento~ da opinião nacional, mas ·o· da o,pinião d-0 Fnundo civil iza-do, numa ca;usa que era; em linhas gerais. ·a. d.a lib.érd·âde do · homem Pro– curou, f>ór isso, o . a.1;1oio dos abolicionistas europ·eu§ em Paris;. em ' Roma, o do Chefe contesso:u: "Eu era. por na- JORNAL DE CRITIC"' ~za, um te~peramento p~- , .t.. l1bco". Candidato do Parti– do Liberal à Câmara, està presentê' ein Pérnambuéo .por ' ocasião , da campanha .e.leito- ral. Nãc;> teme lançar naque:_ le redu,to escravocraità· de se– o e .o tó I i co Joaquim No bu.co geria, de novo, porém. num dos pleitos maJs.. dispu'.tados do lmpéri-0. Confessou Nabu– co que a sua inclinação, .a su a simpatia pela causa dos escrav.os- lhe viera ain.da nos tempos de ·menimo ·em ?,llas-· stng_ana. . Um episó<lio da in- nhor~s (le en_genho uma· fra- peito:. é : Uin!3 relig~ão d~ se q;.ie resume o progra,ma conse1enc1a, e uin grande d•a sua atµação no P;3rlamen- sentimento d'a humanidade. to: "A grande questão pára Mas, do q1:1e sou · inimigo, é e democraci,a bi;-asHeira não desse e atoli~isn'lo político que ê a moná•rquia, é a eserav.i- se alia a todos 05 góvêrnos dã9". Jl;m 1879 assenta-se na .absolutos". C&mar;1: era a g.uairta gerà• O · que empolgava, n-0 én- · ção dQ$ Na'l:)ucos ·que _entra• tanto. J.oàquim Nabuco, nãQ va no Parl~mento brasileiro, erll., n,aquele momen'1.o, a . Durarã diiz anos a sua ativi- questão religiix;a, mas a abo• dade pTopr-iamente políJica, lição da escrayatu,ra. E esta de ação política: 1879-1889. causa se apresentava. no seu E eles ser·ão, qµise todos, os tempo, cpm um caráter-. bas- da luta a,b.olicion-i$m. Nã-0 foi tante :cev·olucionário. Não só nada comum a sua est-réia: se baseava nas reis. a escra• "Úm ano de ativídade E} de vidão, mas e.ra o "fundam~n- expansão Úl1ico, em minha to ' da propriedade; ou· ,me– vida, e:,.se de 1879, em que fiz lhor: uma for.ma de pJ1oprie• a minha estréia parJ.a,men-' dtade, Deve ter havido na. tar . Bosso dizer que ocupei oonsciên.cia d,e Nabuco ãl- a tribuna todos os dias, to- gu.m conflito entre o seu· es- . mando parte em todo-s os· de- pirito liberal e o se}l espírito b.ates, e·m tôdas as questões... conservad(}r. Não foi apenas O favor com que era aéolhi• o seu sentimento que ·o levou d-0, os aplausos da Câmara para os campos daquela ba– e das galerias, a atenção que talha ideológica, política ·e me ·prestavam, erfim pa,ra mor<1l. NablJco estudou a embriagar ,facilmente um es- ·fu,n<l-o o probleana; - e con- ~ · à " o · cluiu, . aQ contrãtio, que só· no ·•r~an e. . . seu ~programa '"' . na 'C mara se resume nestes traualho livre estari'a a ri- três itens: "Eleição d-ireta; quez,à d-o Brasil . O seu livro O abolicionismo µJOStra , que liberei.ade religiosa; emllnci- n,ão foi um séntime-ntallsta pa-çã9 dos escravos". Mais • • tarde lançará a bandeira da na ca.1:15a_ da Abolição, mas Federação. A liberdade re- w.n obJet1'ro, que examinou o 1igiosa seria uma causa bem proble,tna sob os seus'·"as'.péc– digna d-e qu11lquer ca,tolic-0, too SC>Ciajs e éco-nômicos. Es– mas é como liberal que Na- te livro é um estudo socio- buco a sustenta e d.e.f~nde. lógico d11s influências nefas• lias do sistema escravocrata Ele recdnhece que se ·dev'é -no caràtér e ' no desenvoivl– leg-islar levando em con- me.nto da sociedade bras'ilêi- ta. uma mai<>ria oatólica; · . "O ra. mas acrescénta : di- :Foi o .abollc1onism-0, nos Feito da minoria, o ôlréito seus cotneços; o · mofhneri-to d 'e UJJ;JJ s-ó em relação ~ sua d · · ~,eJigião, é tão "eJ!',feito e -e um pequeno .nun,er9 qe ., depu-tados, de j·ornali.stas e coti;tple:to como o d.iréftõ,,de d-e orador es. P;ai:a- u.ni " políti– todos". E$>1'G tese. é l'iberal, C?, a_ simpatia pfla eman– mas é tari1.bém do mais au- ç1paça0 dos escravos poderia têntico cristianis1no. . Ainda s.i,gnificih: o encenamentó: â d€ um lil:>eraa., n,as pooendo rtlin,a definitiva da s-ua cllr– _ser de u·m cri&táo, é este tre; reira. pois as fôrças· eleito• , ~9 -~e dJ.S<l'ttrsp: 'tNãó sõu rais e 'J)à,!,'tidÍlci;ias estavam, ll'HinJgo da I greja Católica em g,ra.n,de parte, nas mãos .poi~m ·os nobri!:!,, depútact.õs '. qe S'cnhot''es · de engel)bo- e BcJs.ta ter ,e-1:a fav.orecidó • a fazendeLr~s. !amos vêr no éxpà:nsã-o d,a,s apt~, te.r sido BJ,asil pela p rimeira vez a vi- o (ator q_? e 101 na h.istór.ia, tó_ria_ ·do que chàtjl~ opini~o ~er ir-IgreJa. d:â g,a,nde maio- publrca. .fqagtúm Na.buco lo- ri;I dos. brasileiros e da nossa ~_o compreendeu que a ·vj,t'ó• ir~ça, ,para não :rme. co:nstitJuir 6 · · --Alvaro LINS -- (E:xelusividãde da FOLHA DO NORTE »este - Estado tiu em levantar este movi– mento, ein fa.zê -lo majs P,O· .deroso do que os el ementos da reaçã-0. Havia no Brasil, em 1879, ·quase dois milhões de e&eravos, e Nabuco acre• ditava que tôda a sul! vida se passa.ria nessa l ,u.ta de· opo, sição· s-em que eles alcanças– sen1 a liberdade. Aéteditava. ·que estava lançan.ao idéias par~ uma vitória no fut1p:o. Mostr ava-se disposto; pois, a faz-ér ·o sacrifí cio d·a sua carr– :.-eira ,P.ólitica; pelo l!len os _ qua1Jto aos postos de govêr• no." E não foi " por outro 1?1º· tivo que na 1-egisla,tu,ra se– guinte perdeu a cad-eira de deputado. Pernambuco o ele. .... ~· . Letra Poro .Uma ; Vol"so Romântico A TARDE AGONIZA AO SANTO ACALANT.O DA NOTURNA BRISA. E EU OUE TAMBÉM MORRO MORRO SEM CONSOLO SE NÃO VENS, ELISA ! AI, NEM TE HUMANIZA O PRANTO QUE TANTO NAS FACES PESLISA DO AMANTE QUE PEDE . SUPLICANTEMENTE TEU AMOR, ELISA l ' RI. DESDENHA, PISA ! MEU CANTO, NO' ENTANTO, MAIS TE DIVINIZA. MULHER plFERENTE, TÃO.INDIFERENTE, D.ESHUMAN:Á ELISA í . - . f,ancia deu-lhe a idéia do qu e .era a instituição escravocra- ta. . ·Na.buco .tom.ou -se o lid,er principal da campanha .abo- . licionista. Trabalhou por ela' n;o Parl,amént-o. .na imprensa, . , ~ . nos com1e1os~ Empregou to-. ~ 9s seus recürsos. de po- . lítico, de escritor e de ora.– dor.. E o que ele deseja a.n-. tes--de · tudo. naquela ca,mpa– nh9, 'é ter do seu !'ado "lis. fpfças morais da Nação. A in~l.ifer~nça. do clero. o seu· &.bstencioliismo. enche-o d'e revolta ·--e · des.gosto. Parece– lbe." e· com razão, que. à Igre– ja, em primeiro lugar, cabe o papel de ··d-efender os oori– midos e ,os escravi:iados. Não · , hesita por isso .em la.riçàr es– ta acusi;;ão categórica: "Em outros países. . a pr.opa·gan-da d.a emáncip.a-cã'o- foi,1,m mo– . vimen to religioso présado do púlpito. suster11iado. com fer– vor pel,\s difere.ntes igrejas e com11,J.J-hões rel\.gi®as. .En– tre rrós. o movim!:-ntÕ abo– licíe>nista nada deve. infeliz– mente. à Igreja do Estado; pelo contrário. a posse de homen~ ~ . mulheres pelos conventoos e por todo o clero secular ijesmoTalizou intei– r:an1ente o sentimento reli– gio-so de senhores e escravos. No s,a'cerdote, 'éstes não viam s~não ?ID homem qué os ])O· d,1a comprar, e aqueles· a úl• t1IDa pessoa qu,e S€ l'ernbra– ria de acusá-los. A deseirção, pel-0 nosso cle1;0. d.o posto quê o· evangelho lhe marcou foj a ttrais vergonhosa possi: vel: ninguém o viu tomar a parte dos escr a,vos; fazei: uso d'a ·religião Raf a' suavisà.r-lhe o cativeir o, e para dizer a verdade moral a'os : senhores. Nen_hum pa<lré tel;l!oti, ní,:m– ca. impedir um, leilão de. es– c~avi::s, n~l!l óot1.dé: n0,1 ~ re– g1-n1e religioso das senzalas. A , I_g!'~j?, ç::atóligi, ipesar dp da Cristandade. Léão ·XIIÍ re– cebe-o· em ·audiên,ci'a parti• cúlar, e lhé d'iz: ·"Ce que vous avez . à c~ur VEgiise aussi l'a à éóeur'', Nabúco' pede a Sua Santidade uma l)?lavra q,üe .,ób'rigue e oriéri.te à con– ciênCÍij ,-~ó~ ' ê-atollé~- e Léão XIIl responde: "Eu direi esta i;>_alav/a e. 'qµ~,ndo 9 Papa . ti- J_,, vei: falado tódos os católicos teí:ã-0 ' que 'Ôõedecér'·' ' Nabueo escreveu· depois . pa:ra "O P;3ís: • uma descrição longa e com.Pl~tà dessa aúdiêncfa so. léhe. ·Elà i:in:pre,ssíónou . ~ro,. fu,n<l,ame.nte o seu E\SPir-ito. A lei de .13 de maio trouxe para· o abolicionismo a vitó– ria almejada. Fara N·abueo _porén1. aque.la da.ta cqn.stit.i:iià apenas uma eiaJia dos seus ~deais. Ela désejava um 'tra– balho de educ·ação naéional, d•e integráção bem orienta• dà dos negros e mulatos na sociedade, a fim de có;rr.lgi:I' as :defiq\~:tci<JS.. e misérias de s~ular . S!lSJ:é' W.il de, ~:ç,-:r~vi– d~. Nin,gu.,em pareç~a. no -ei;i– tà·~ to, ter i-n ter•êsse e gô~~o ·por este problema. A agita• ção dos esplritos continuava, ag_ora, no cami,nho da Repú– b.llca. O trono estava entre– gue à sua ·pró-11ic:ia sorte, a~ii~<lon.idô ~l-0• cl~ro, I)t'los 11;1htares e pelos _ propri~tá– r1os de ~erra. Nab)J'.<10'' P,er– mane~,e fiel ao regime n10- n,árguieo, Batia.-se Relas -iuas i-d_éias e convicções, e tarn– bem lo.go se via que ao seu temperamento generoso reo pugnava· o abam},ono da d~ nasfia qu~ sancioi:Ja1:,a a Slla _pregaç~o ab0Üct-011isía. A sua idéia favorita ·no mom-ento .el!'a· a F e,dei'açã,0. como um ~~io de e&tá9ele.cer .Rálºl)lO– rua entre a M·ooapqúia e o Pcvo. ' ~n1 s·.~.u_ arlYersário. "'uainde· 0 ua ~ esta1,1J1... num grande t Li ">1 mov1,mentp vi:!}d-O de baixo ~a, o Cl$IDQ ~ refugia na al- nara c;rna, ·do·· 0 · · ma d a .• ...: "'· . & ·P vo para o · e, ca a. l•u1, e.u e res- góvêrno. A sua obra consis- s~~ imenso pod.erio e-m u-m MANUEL..BANDEIRA · pa15• ~inda -~in' gran<le pa.tte _________,_ _______ _:_.:l:.__ __ •_"_____ • _ __ x_a_,n_;,a.;_:t__ 1z::.ado__por ' elâ, .. nunca Ac)lava-se :Io3:9uji\i Napu– co na m~turlqade~.. l!ºs qua– r-en.ta anos. quando .se. deu a 'pí•ooJam.ação da República. Vivia. àliás, um m,omenio qu-e eri,i o a.p.óg ,eu da sua car.. r_eira,p_olítica e soct:y ·n·o B,r~– sil. Ca~ara:se n-~- rneiuo ano com wna ílnstré senho– ra da nob;:eia brasil~irà: ·o. -Ev-elina TÓITes Soares Ri– beiz:o, filha d'o Bar ão de ·Ino- - . - . ' . fContinúá na z.• página) · De.vo ,à senh?ra .Eug~nl~ Smyth~. escul- t.o:11a p:olon~s.a resiclente ha a,nos no Brasil, e. A m Otto Ma1:1a Carpe!\UX, a .oportu:ni'dade de co- m·or ... nhec~r o poe~~ al_emão Ericf.?. Kaestne~. Co- , g uro De ·Kàes·tner np.e~1n1ento ·abas lun1tado, po~s se re!!luz a um f:l? l1~ro,~ qµando _o autor publiéo.u pelo menos ~Jnco. O coraçao no l ugar. · 'c,erto" (1928>'• "'Barul~o no e,-,pelho" (1929); "Ym -tiomeU: 1>res~a 1nf.orm,\ç,Oes" (1930~; "En1i)io e os in– y ,e~,t!~!dores"· (1930); e "Canto entre duas ' ca-· '1e1ras , ~J.9 .. ). To~os d-e poesia, edm e)tce:ção <1-o penu_Ih_mo, 9ue . e uma J:üstõtia para- cl"ian– fªS· O ultin10 e (Iue esteve em minI:ias mãos .e cu,10 .te,xto p~e ássim,ilar graças 'à- cir.éuns: ~ânc1a de t er amigos que têm .a lingua ori"inal ~o poeta. º , Ka,estner é uin poeta conceitualmente de– gagradavel (do ponto de vis~ formal, o cfês– conh~c~mento do valor poético da palavra 0le1na ; mpede;-me totalmen te de j ulga-lo). F.a– ~ece nac;> Sj'!nhi: n.enhuma sat:isfaçã.o em viver· ~- sua_preocup~çã9 . cpnsis.te .em d•entinciar á vida nos se\!S as~ctos: grotescos ou absu.r9os ~hr,e · mão do liTísmo. se ~ste , não p~der con~ c1har-se co1n a sita mane.ira desencantada de ver e pas~ as cóisas da época. Verdadé s~ja 9ue êl-e nos apa rece como u1n poeta · da de– pressão alemã:. nascid.o em ' 18.99, surge no :período imediatamente anterror à subida de Hitl.E:r ao poder. e o ..espetáculo da miséria do tiovo,. expl?,rada _pelo.s a;iítado-res polític~. que em ,reve unpo.r1a a ·sua monstruosa ideologia ~e guerra, não seria de molde a regenerar o lii~u. peS&im_is.mo. l)l[as por isso mesn10 o ,pes~ s1m1smo de Kaestner ganha un) conteudo de .-i:.evolt!1, que ci valoriza; jã não é a simples negaçao de uma ordem social levada ao cume das contradições e prastes a assumir uma fei- ção airessjvâ antes de se esfacelar; é um de– poir,n_e;nto coi;i~ra es~a ordem, o seu processo 1'.iat'ír1co, ext~emamente doloroso. n1as viril. Assim ~12or eltemolo -0· po~ "A fome é tU Vf' ' ' . Carlos D.rumn1ond d.e ANDRÁDE (Gopyl'ight E. S. ·I,, .com e:i,:clusivida,de ne~ Es\a:d!o) da FOLHA DO NORTE E g,iz! Não me· sinto bem. E.ni ~o lhe. tiram o apêndice E favam-no con1 carbÓL Perguntam se está melhor, e êle gri• [ ta ·. Na- ~A Q ,.,,as os outros dão-lhe co'ragem E cqrtam-lhe a .pei:na ,esquerda. Garantindo: Ago1;a v.oc' ê e$tá bo-m. O ho~em sofre, não obstante E nchendo a casa de gritos. ' Fa-zen1-lhe uma cesatiana · Para ver o · que será. · Embora mestres no ramo :Ij:i-los que !azem careta. • . O homem,, calado. .Fr:i.~o demais para [gritar, Porém n1orrer, morria não. . O sangi.Je foi-se aos poucoo esvaindo, . . e o ar acabava-se... Se.rrar;;in1-lhe ainda três costelas. .'\.té qµe .afinal, estav.a m-orto. O cirurgi~o-chefe. contempla o cadáver. Ai. '-pergunta-lhe um §ovem; ,. , Mas o que tinha afinal êsse pobre • . ·- fhom~m f O ·c1rwg1ao-chefe m.urn1ur-a (num · oo- . [luço'.>: Acho que êle tinha apenas era fome. ( . ' . . . Confesso qúe'· êstê R()ém.a, leitores, me tez ~al; e eis o que -teria des.ejaâ:o Kaestner. Mas ,o poeta nem_s.empre é ' assim· ·cruel. E_stà pin– tura. ?~ S?hdao pequeno-b,urg1allsa (o pequeno• burgues e o. homem que "sobr-à" na multidão . - ' . ' '. ;,' . , e qµanta_ literatura 1·ef:le.~ essa in.ada,pta.çijo sem expl1c.á:Ja ~. ,tem. o tLti,ilp "Por assim diz~r, no estraI)g_er.ro e çomoves_nos por outra via: Estava ~ntado na, grande cidade de [Berlim, Junto à p~uena mesa. · A cidade era grande, mesmo sem êle. Não fazia falta à cidade, assim lhe pa- (recia. E em seu redor havia veludo. Pessoas ainontoavam-se em cacho. -Ap.esar d:isso· estava só.· E. no es,pelpo, para onde olhava; Todos se amontoavam· outl'a v.e.z, Como se ass;m devesse ser.. A sala, pálida de t,anta luz. cheirando· a perfume e poloo. Sério, f.it; i rosto após ·rosto. Não lhe: agrada o .que vê E, tri.s*, desvia o olhar. -·- -------- _.'\.lisa . a bx:anca toal ha, O}ha no funq-0 do 1;opo. J a quase f;;irt.o d-à vida ! ,QU;e queria dessa cidade, '.Ah, s: enta.do , sozinho"? Estão se levanta, na cid.ade de ,Berlim, daquela mesa pequena. N inguém o cop.hecz, · ·M.as cóm~ça a tirar 9 cha~\l para todas! A necess1qade nos torna 1nw11tivos ' ' . E~ "NoJte exemplar c;le outono", descreve as _ru~s vazias, ,as folhas que se levantan1 do c~~o '.1 P~,$Sagem de um automóvel, depois o s1lenc10 < poâer-se-ia ouvir o crescer da o.ra– ma -'- pórém não há grama"), e os hon;c:is dorn1em calma e honradamente: · An1!l-nhã ,ele:s caem de i:J-0vo ,U11s sôbre, os outros. Nenhum~ _pre:p~raçã,o "moral" para ésse. firo; :ªº con trarl'.o, ·apen.as notações da ria.tu .– reza e_ do._repouso · urbano; idéia de paz, senãó de aruq:uila.mento ; . mas t.odo o poema está na b.rus,~a moY!mentação, finaL , · . Evol1:1ç:iç d_a . humaniqad~" apresenta os .m~_co~ ong1na,1s acoçorados. nas -ãrv.ores., e' de'po1s ilustradqs pelo.. col)hec1mento científico - mas, ,;•no f~ndo, a_i11d-a ~e sempre , c;is- velhos· m~ca-co.s . "E Já .. C.QlJ)eça. .m-Os a desesperar de· ~a~stner, tão corrqsivo e suicida êle ê. pl'O• f1ss1ona1mente; quapdo o póeta se salva es- cre-vendo esfa "Car ta a in ~u ·fÍlho": ' ' Afinal, e.u quisera ter um filho Forte ·e inteligente como essas crianças · . [de ho,je. Sg 4ma co-is.a me_:falta para êsse menino. faita-,lhe apenas a :rnãe.
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