Folha do Norte: Suplemento, Arte, Literatura - 1947

• FOLHA DO NORTE Domingo. 30 dfl março d e 1911 • .,. ROMAIN ROLLAND LIVROS E LEITORES Páginas De Um Diário· .-:,Onttnua.ção da úlL pag.) necessidades, direi tos, d~e– l'ea. obJetivoa e eooboa. Nesta época moderna poa– qlÜa$lm011 ~ itorea fizeram elo llell g-ênlo - o qu_e êlte oompanhelro de JMU'és e Gorki fes do seu - em fu.n. çio do verdadeiro, do be111 de todos e do belo, no seu – &14• platonico de q ~ a be• l eu é esptendol', &ambém diretrls, lado efl4Uerclo da vet'dade. A li&era.~ do nosso teJ:D• po ainda possuia qualquer coisa ele puclôr, de evitável, de nuanoe, claquele cinzento que muiM>S e tantos artis tas diziam ser a côr da realida-– ae e do autên tico - quan– do apareuu a sua maior •bra - J EAN OBRISTO– PHE - o inimigo de Niets- 11,Che e Sorel. Andree Viol l is tiu inf.elig.eotemente em .JE• AN CHRISTOPDE, "o pri– meiro dos " rios roma,nos", am rio poderoso que em seu euno, ona calmo, outras ve– ses a gitado, refletia o céu, nu alegrias, suas tormen– tu, 1eua campoe e u esta– çéel, oe bosques cambiantes, Was aa fases, wdas as oô· res e as alegrias da t.erra, por ém sobretudo a bondade eterna, que nunca cessou de brilhar através das dóres e 4aa injustiças". Em ROMAIN ROLLAND a aric se oonf11ndia com a. 'rida. O hlswriador identifl– eoa-se mesmo com aque le h omem que tinha paixão pe– lo povo e por e11sa Jlberdade •ue n 11nu. se conf11ndi,- eom a ordem dOII neg-ooiat.aa e 408 a llltares. Pelas r aas pari– ale119!1S andava o poét~ ..,. plndo olarividente os rotei– roa da E uropa e d.a Aaia - pare. sentir na carne e na alma - que o Ociden– te e o Oriente não aio lnconcllliveis, pois existe ama v,omade ele equlli• brlo e cooperação entre aa IIM'IM PDt' todas u Clvilt– -.ções. De mane ira surpreendente 6 que ao alto romane,!Ma e pensador poUtieo se dá es– se milag:re ele oonclllagio en– tre a dignidade e • pensa– mento. Tolstoi não chegou a fazer essa ba.nnonizaçio do verbo oom a a9áo. Morreu oom aquela nosialg-ia - pot' não ter tido fortaleza bü• lante para dominar e ul tra– passar a tentação das pró• (Conclusã.o da 1.• pág.) a ou porque senLlsse a pre– tenl)a de alguma solução in,ei;. peradla: olha-va por olhar; oilhava porque era difícil não olh:ar." Seria difícil <res•umir nesta crôni.oa as cir~l1Ili9!.âncias, epi– sód-ios e situações pelas quais o sr. Gustaivo Corção se afas– tou da eebreiteza e melancolia diel99a exiSl,ência: tu.do iSS10 • conslitui a maitéria do seu li· vro A desooberta do outro. O O!JtTo, neste caso, é o próximo, o semelhante, o ser hum.alf1!0 de q u.e precisa.mos como uma exi– gê.,cia da DOOl,"8 própria na– tltoo2Ja, q ue ficaria siempre mu. til.ada e .i.noomptefla sem essa daeoberta. O sr. .Gustavo Cor– ção fez a sua descoberta no eru,on.tro - oom· o -éristialllismo. C<mtuodo, a es.<;e resultado não chegou repenti•o.a e faêilmen– tle. Depois de se 1:er desencan– taido da técnica ·e do galvano– metiro, •anoou pelos ca.tninhos rnaís desenoon tradoo e oon1 os olhos volt.ados pa,na os hori– zonibes ~is dilstalnites. Incli– nou-se pa'l'll o marxismo, &en· tiu-se nítzcheano, procurou a lll9l~ente entre as ideolo– g tas da moda, aquela qu.ie lhe of-ere~ uma solução de se– gura./nçs. in.terioT e d'e sólido sentido para a . existê11cia hu– mana. A euforia qt11e sen,tia ao oon_ta,cbo de cada nova doo• trin.a era uma euforia artifi– cial, como a provooarla pelas dlrog.a.s, que se esgota,va rapi– d.aimente. Em certo dia, quan– do esbava desanimado e bati– do por u:m gran.de d~osto, ta"R amigo levou-lhe algu.n6 ll– \'"006 ~ Chesbel'llon e die M&– riilain. Isto deberminou nêle um Vf.'rdiadeiro d~-perta\t', a aenoo.ção que n,oo aNebata n,os EIJll(lOnlros definitivos. Marrilain tirania-lh e a dou.trina, a filoso– t., as idéias estru.tu.radas num ~ ptias oonira~ições. Muito di– ferea e e para a 1ua rra.n– deza - ROMAIN ROLLAND - fiél a ai mesmo e aos Po– vos, 11,té o rua. deea.p&l'eeea a 30 de dezembro d e U45, após u:ns âo.oa de martírto num campo n&zbC;a de oon– centração. A té a sua morie foi um á to de oooolêocia e esperança. E' be m certo: aquele que se r ealiza com• ple t&men1e é sempre ooncl– ência "do preço da vida" e esp erança na sua. vitoria - sem essa ilusão ká.gioa do mundo e do homem. E ROMAIN ROLLAND purificou e enobreceu esta conoiênciA no sinal e na marca ela sua poder osa arte cheia de amôr e part icipa– oão : "quem orla. ma.tia a mor– te". Assim, a arte 6 uma n ecessidade, uma vontade s uperior , uma fónna d e aperfeiçoamemo, dfl engran– decimento, de alegria or ea– don pa.n,. todas as criatu– ras. A esperança ficou , 110850 mestre, Já velho e aansado como você estava, no seu gésto magnifico de res istên – cia e verdadeira oonvlcção - para que OII D\OÇ06 como n.ós , boJe e amanhã, possa.– mos continuar a sua atitude de llberta.çíi.o e a verdade volte à viü, à ane e à ci– eneia como o OOl"PO de Lá– aaro ... Em recente inquerlto proce• dldo nos Estados Unidos. foram apurados os seguintes ta.tos com relação a Livros e leito– :res: 50% das pessoas maiores de 15 anos lêm um livro por mês; 17% não leram um livro em cinco anos; 71 % das pes• soas educadas em Universida• des são leitores atjvos; 19% das pessoas educadas em Uni– versidades são leitores inati– vos; 64% dos homens são lei– tores ativos; 53% das mulhe– ressão leitores ativos; 58% das pessoas lêm repousadamente em casa; 12% lêm na cama; li% lêm enquanto escutam rádio; 3% enquanlo viajam; 66% dos leitores com nivel de escola. superior preferem as novelas e os romances; 51 % dos leitores de procedência universitária preferem o ro– mance e a novela; 31 % das pessoas lêm por recomendação de amigos, familia, Igreja e escola; 14o/o lêm por anuncios de revistas ou jornais; 26% 1~ por interesse na matéria; 31 % dos leitores ativos com– pram o último livro lido; 57% dos leitores ativos tomam em– prestado o último livro lido; 61% das mulheres tomaram emprestado o último livro li– do; 49% dos homens tomaram emprestado o último livro li– do; 35% do total das casas não têm estantes de livros; 20% Idas casas tinham mais de 200 Jivros nas estantes. DAR E PEDIR LIVROS Em um curioso artigo, lntl• tu'lado "Dar e pedir livros", o escritor Aires da Mata Macha– do Filho, autor de O ne.rro e o rarlmpo em Minas Gerais, - livro premiado pela Academia Brasileira de Letras, tece in– teressantes comentários sôbre esse hábito bem brasileiro de intercâmbio gratuito de leitu• ra. "A praga maior é dos pi• dões - diz o articulista. Cida– dãos conspicuos, sem nenhu– ma propensão para mordedo• res, tanto que se acanhariam .em se valer do amigo, em caso de apêrto, para o trocado da passagem do bonde, pedem por bôca. sem a menor cerimônia, o livro que o autor acaba de editar, sabe Deus como... Para essas e outras, muito contribu.l ,o máu veso de dar livros aos runigos sistemáticamente. Ai; pessoas relacionadas com o au– tor consideram-se no direito de abiscoitar um exemplar de mão beijada com dedicatória muito terna, para, não raro, o atirat·em, ainda intonso, às es• tantes dos alfarrabistas. Por– que, o niºais frequente é que livro dado seja pret.erldo, na l eitura, peló volume com– prado". aeademieo Tristão de Ataide. Para ele a Academia "não é nem 11m bem, nem wn mal. Nem dimin ue nem aumenta o !.a.lento do escritor. Este ou aquele expoente nacional po– de ou níio fazer pane ela Academia. E Isto nio aumen– ta nem diminui o seu nome. Bom 11erá. por ém, q ue ele se– ja um dia nosso oom))&Dheiro. Vlvem06 lá f raternalmente, em regra 90mos todos m ulto bons a migos ttnS dos outros, cheios de sonhos de amor à arte e à ciencla .. . " E o dou• tor AWlt.regésllo sorri g,e11ero– samente das agressões dos moços - " não nos zangamO!I, e não nos Irritam os com o miu j uit0 q~ nos façam a respeito". P orque a Academia "é ama 8.€femlação de r ente boa, h onesta e que faz da in– teHgência o maior prazel' da vida". ~las no arrema.ta.r 1111 suas b elas palavras, o profes– eor Austregésllo foi de algu– ma maneira traldo. Encontra uma fall1a na Academia, uma falha. lmperdoavel : "Só s into que a Academia não admita em seu numero as grandes es– orit"9ras brasUelraa". E disse Impli citamente - as boas. No sentido mais rebarbaiivo da palavra. E entã<> a Academia seria um modelo de perfe i~ão. X Jt X E' uma coisa que nos vexa ---- -- ---- ... -_-;.._-_-_-_-_-_-_·----- --=-· ·:; ;;:;;;:;;;:=======.:;,----... ------... -_-..,.-.,-.... ---... ---... ---.... -_-;,.-_-... ---... ---.... ~ - ------ ~ a - u •• oef - n - •-•-J'lias o-• -• - •- o - o-• -o-• 1■ 1S -a ■1 so • u - o o, --- ■■ n - o •■ ct I t: u o - u -rt 1 □ 11- tt_ 1t_o _ o_ n _ a._o_a _ S~gunda Elegia Para Sonia Maria. Transformaç ã o Inatingivel, Noite alta nem t ive nas mãos os cabelos que.os ventos [da tarde soprariam. ouví teus passos macios. Para quem já havia muito sofrido er a justo que chegasses. Repicaram os sinos da P az ! Inatingível e morta. Não houve a infancia com aulas de piano, [francês Sinto-me profundamente transtormado. Esse instante marcou um acontecimento e o vestido côr de rosa. Esquecidas estão as companheiras que es- [per avam a vinda. [fundamental em minha alma. Esquecido o nome na fuga da f\MIGA. · Por outros caminhos tua vinda será inutil. Nem te buscarei por outros meios. Que é daquele que outrora não suportava [a própria solidão ? Oh! Apartai montanhas sombrias livre, como Deus, caminharei. MAX MARTINS CAUBY CRUZ . , JJM COMPANHEIRO E UM ADVERSARIO sistema; Chestie-rl,on, porém, of-e.t1ecia-lhe a maineira de sen– tir poetieamente e de ver pelo bumour a forma di,ad.étioa, o pr<>oes90 oo pensamento em estilo origín.al , a oa.pacldade de daT wna apres>entação no– va ou pessoal aos Vlelhos l.e· m.a& e às co.ioos etemas. Doe dois, é com Chestert.on que ele se ideo1itica de corpo e alma: M,a,riJtain é o mestre, mas Chesit.erbon é o oompanhei.'I'o fr-8/te.mal. E o sr. Gustavo Cor– ção. pela inteligênciQ e pelo temper.1,mento. já era wn ches• ter.toneá.no ant-es mesmo de • .. ... ! ter oonhecidô Chesterton. Um.a pesooa aparentiemente sa,ga2:, mas oa vema.de in– gêtiu.a, que llenha lido, por exemplo, Heréticos ou Orlo– doxia., de Cnestérlon., e leia agora A descoberta do ou tro ou T rês alqueires e uma vaca será tenl-ado a proclam.a,r que o b~leiro é uma imitação do inglês, que as obras de ambos são exoessivamen,te parecidas no bumour, nas idéias, na maneira de discutir. nos proces90S do raciocínio, na forma estilístiloa. Contudo, quantos esod1bores leNJ:m aten– tia,menl.e Ch.Eeterton sem pode– rem ter c,om_ ele essa seme– lhança.? Nenhum mimetismo, com e,eito, 9eria ca,paz de pro– dui.iir uma obm de tanta au– tenticidade como a do sr. Gus>- 11avo O>rção. Evident.em.enbe\ ele se beneficiou oom a influ – ência de Chestertoin., como QOnfu9sa ~ lieit;a,mente num oos oa,pitub , dio prlm,eiro li• vro e impliic1ta.meoltle em bodaS as págioos do segundo, q~ lhe é diedioaoo como es• tudo orítioo. Porem, o princi- isto, e mais o indefinível. Um pal, oo oaso, é que havia en- óos s eus valores e encantos tire a natut-eza humana de consiste justam-ente nessa lm– Ch,eslerton e a do sr. Gustavo pOS$ibilldade de classificá-lo Corção um d:momi'nad<>r co- literariamiente. E 11e me pedis– mum d.e ordem intelectual e sem PMª oompará.,lo com ou– temperamental. O que o se- tro livro brasileiro aclio que giundo ficou a dever ao pri- não me lembrari'a senão da meiro, mais do que a direta Minha Formação, de Joaquim jn.fluêncla literária, fui a opor- Nabuco. tu.nid-ade de encontrar~se a si Mais definid,o como gênero mesmo, de dieooobtir as suas lit.erário é o Três alque ires e próprias fôrças e possilbilida• uma vaca, um ltW'O de crítica dles, de tornar-se não só o ho- interpretativa sôbre a figll'I'a mem, mas o escritor guie é de Chesberton. No plano sen– hoje. E parece-m.e, ante o mo- Um~tal, sign.i:fica, talvez, para vimento do estilo e outr_as vi• o autor. um tribut.o, o paga– brações interi.ores do sr. Gus- mento de uma divida de gra– MV'O Corçãó, que também a ti.dão. Para nós, representa obra de M-.;i..chado de Assis não uma visão de Chest:erton, do lhe pa,ssou rápida e indlferen- seu h umo \11" e d-as suas idéias, temente pelos olhOB. No en, o!e-recid,a pelo escritor que en- 11a.nbo, não foram só os liv,ros. tre nós estava mais es,peclal– mesmo de Chesterton e Ma- meute indicado paira esba ta,. ritaln. que detennin.a.ram uma refa. Contudo, aqui enoont~– tão c0<111plm transformação mos uma curiosidade: o ponto na vida e na inteligência do maiis alto desta o~a. o capí- A d b tulo em g~ de ma,n, ei.ra mais autor de :eseo erta do ou- decisiva se revelaram as fa- tro. Alguma coisa dentro dele já vinha operalllídio e abrin.do cul<lades de críti-00 do sr. Gus– caminho n<este senti-do através tav,o Corção não tem Cheste.r– de u.m prooesoo lento e mís• ton por assuntp. O seu asswibo terioso. Procesi)o que será ·en- é Edgar Poe. Aliás, o segundo COllltrado, com as suas obser- liwo não se a.cha exa<tamente vações orí.gintais sôbre epísó- na mesma altura dlo pcimewro; . dil!os e cenas aparentememe e não, de modlo nenlhtmn, por-- comuns, com as suas .idéias em que o seu nivel-seja baioco, mas estado d>e fixaçâ<l, stu·gilndo ao 'porque o nível dJe A desco~r– Vi'V'O em cada dia, 1llOS primei- ta do outro é mui>to albo, di– ros capítul06 ~ A descoberta fioillmente superável. Tanto do outro e qwe são, ao meu que, embora um pouco timidio, ver, os melhoo.ies do livro. E para uma opinião deste. espé• a que espécie, a qu e gêl'.l!ero, oie, ouso pe™1Qr que ele faria afinal, per11en.oe esta obra? E' bôa figura mesmo na Ingla– wn l ivro de mem6rias? E' um terra. volume doutrinário? E' Ulfl\ Des,cu.Lpo1-m,e, n.esta altura, panorama cfje I.déN!S-? E' tunQ de não estar examitiando JtOr oon fissão? E' a hristóna de UJD8 dentro a obra do sr. Gustayo ex-periênoi,a. de uma ~y~ura· Cor~íj.,o, m>as . ~ ~lican• wpirlturu.1 Ele oooAkm. ClUdlo do-a e · E' que não podendo agora, nesta opo~údarle e num simples a,;,tig,o, m.anile$1:ar-me dle mod'O a,o mesmo tempo geral e mi– nucioso sôbre as suas idéias, fixando todas aos llOISS8S di– wrgên.cl ,as, também não que– r.o discutir apenas algumas de– Las isoladamente. O le.itor tes– temunhou a impairci-alida<le oom que procu.r:-ei ex.plica,r a sua po,:;~ção ideológiça. Pois bem: isto represenoou real. mente um esforço de impar– cial1dade, embora nad>a peno– so p<?lo que o sr. Gust.a,vo Cor– ção signillca como escritoc. Cootudo, devo ad~rtír o :mes– mo lertor . contra o perigó de a.oeil.air enlusiesti:camen.t.e to– das as idéuis deste ensaista por efui.to oo poder da sua inteligência · e da sedução do seu ,estlbo. Diria que ele é um dlialético diabólico se este ad,jetivo não f-OeSe e9Canda,lo– so pa;ra ser a.pficado a um esc'I'iltor tão ardentemenite oa– lólíoo. Pela intJeligeneia, el~ domina sobretudo com o im– pre_vi:,.--to dos argumen•to6, com as su1•presas do .raciocínio. com a mágica- dlo h umalll'. Fica-se çmn,o que estateladlo ante a sua lógk:a, às vezes bem pou– co segura na realidade. O sr. Gustavo Corção dü;tende uma idélia como se esti-casse uma li.n.ha de borracha a,té as SUQS máximas po$$ibiJlidades de re– sistêulciia. Deixa-e, assim, im– p l'8SSiionaobe e füca, ain.te 06 olhos do le1tor. Não obstaote. às v~7Je5, se o teitor insmtir na dlisbenção a linha se .airreben– tará s.irnplesr,n\.'nlte. Pelo es– tillo, el.e conquista sobl'e'tudo com o oom~goot;o; oom as ima– g~, l)OilTI. • o _se,ll.$0 oo: ;tisti.oo, A's WlleB, a 5'Uia: verdadle dou- • e que salta aos olbos de qual• quer estrangeiro - a falta ele público nas nossas conteren• ctas. Nada p ode haver d-e mais lugubre e sonolento de que uma conferência nacio– nal. Lá está o oonterenois'– d evoran do as suas folhas ck papel para um público com– posto de m embros da sua f a.– mlUa e d>e um ou outro !lubtll• terno, que nio pod,e deixa.ti de ir assistir à pa lest.r& dai chefe, por temer oomplica.– çóes. Vá.rias wnta.Uvas ji se fi– zeram para aumentar o Inte– resse p el as pale$iras culturais. Tud o tein Ilido inuUJ. E os es,– piritos exigentes, a.o esbarra.– rem n o problema, lembrava.m,. se oom amarro r ele ou tl'U terras em que as oonferénl"i• siio um hiblw de inteligên– cia, em que o oonferen.ciú1, ganha mulc.o- para fa ~a.r e que um público g-rande, pa,gante e inter essado, abarrota os salõe. de conferências. Cremos to-– Ih.via que afinal foi consegui• do pela "Sociedade de Ho– mens de Letras cio Bras il" 1, ma.neira de fazer encher oe nossos salões eh conferencias. Comemorando a entrada da Prima ver a, esta•brilha..me &0- cledade levou a efeito, no re- · frlgerad o auditorio da Asso– ciação Brl,/JUe lra de lmpre0$3. u111a lntiel'leSS&Dte festividade que com~ou com alguns rffl• tativos e acabo11 com UJlla - ferencia d o douJor Lourenço Mônaco, proprietario de afa– mada fábrica de vinhos do sul cio país. A conferência tinha um assunto de pal pitante ln-– ter-esse para os homens de le- ka$ da Brasil : "Enologia e sua expansão indmtrJal no Bra,. llil''. E d11nnte a palestra • conftte,ncista dJstribuiu IU'• gamente ~ dos seua .Pradutos, t.aJs oomo vb&h06, co,. nhMtaes, ehampag-nes, e&e. E• virtude desta tão s imples d• trlbuif iio, o aa.dltorlo Hoou re– ~ let<). E- deve &er a -..lida a seguir para que aa Jl'ON■ t e~ ferenciu )taM('m a aer tie h-e- -~ quenbdas como u de l , OJldroollll ou Nova York. Toclavi&, pr,e,. ttillamos dar atenção a um pe,. que-no de talhe: a qu~lidade do material dilltr lbuido. Porque enquanto se distribuir vinhos. chantpa,rnes, J,aw, caramelos, !l:lbone tes, e9tá tudo muit. bem. Ma.s se o conferencista for um fabricante de selins. freios, rabichos , ou supositó– rios? Certamente será UJD pe,– rig-o. trinária é a.pen.86 uma verdade de arte literária, ou o seu ra– ciocinio é apenas wn jogo v,erbal. Isto, está claro, repre-– seJ:Jba. uma advertência somen– te para alguns Ca.s06 isola– dos, pois quase sempre as idé1as d-o sr. Gustavo Corção são as mads jllS'ba6 e verdadci~ 1'81S, n1esmo que não estejamM de aeôrdo oom ele quanto ao POl\to furn.dament.ail c:l.i sua concepção filosó!ioa e religio– sa. Siituação esta nãq só posei• vel. mas muito nafural. po,c– gue ele, oomo Ch~. é um escritor de idéia6 e não propria<men,le um ~ribor dou– lrinárlo. Podle-se t.er vi'Vido ou se es– tar viMendo uma aveotura. uma expei;,iênci.a h.l.llll$Ul emi sentlidp oposto à elo au.tor <Is A descoberta do outro - e, isl>O não berá fôrças poa-a mo– dificar um jui20 exalbo sóbre o sr. Gustavo Corção: e-Le é uma inteligê11cia de gr011de vi– sualidca.de e agu.dieza, uma na– tu reza humia11ia poderosa e orig.iinal, um escritor no ma.is a~ttêntico conceito da ar-1,e li– terária. Paira 06 que têm oe seus prilnci-pios, é um COffiP0• nheiro que ajuda a venoer u dúvi§l-as e confuma as oon– vicçoes; para 06 outroê, l1lll adversário idttal porquie pro– voca a oorwrovéf9ia e obriga cada um d~ nós a fazer uma rervisão dos seus própriJOs pon– tos <Ve vi.silla, rnodi:tim'l1~ ou reforçaru:lo-os conoc~ m-e'llte. 1 1 (1) Gustavo Corção - /( descoberta do outro - Llvr.a– ria Agir Editora • R io - 1944. (2) Gt1S1íalV'O Corção - Trêtl alqueires e 'lllOll vàoa - U.. ~ria Agur Editora - Rio - 1946. · .. , .P;in .tem ~ de l ivros: - 1 Prma d!e Bota.fogo, 43.

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