Folha do Norte: Suplemento, Arte, Literatura - 1947

• • ' RIO - 0 m1tO d& sfm,plt. A Pô,ESIA Simplicidade . E Des.pojamento cidade sempre prodiuziu poe. 4lia má. O que '.!i'á de mais co!)vencional em todas as li– tera,tu1,ras, os poema.$ que · a-s m:~as copiam em albuns, os ~onetos que cavalheiros ··sen– timentais reeitam de()Oif do rterceit'O uisque, · invaciavel– anente, seguem à linha da sim-_pli-cl-dade, Volta e meia, lehios em um a·rtigo lo;µ vores á um poeta "porque seus ver– sos são ~iql,pies. Um ou ou•ro ct:onista mais arg,uto n,os cha. Baudelaire e Rimbaud? Que simpli<:.idade e x is t e n os poemas de T. S. Eliot ? So– bretudo, que simplicidade -- Paulo Mendes Campos -- " - s.u,bstiihri a simplicidade: o '·'ç.,e.spojamento". Os novíssi– mos já não preten,dem ser síiroples em seus pee•mas: querem ser des:pojad,os. As úJJtimas experiências p.oétioas, aquelas que acabamos (le ci– tar, e particula,r,mente a. de Va,lêry, derMn origem a es– sa mania do. despojamento. ~t(), e~mo, que fl'ft trate a.penas de, um c;Iêss~s w!;,te.rfúgios com que o esp{– ri-to receoso Por nátureza de um esforço continuo. p.rocu– rà enga.na.r a si m,esn10, E• qu,e a. nov.a móda não tem nada· a ver realmente cem o modêlo. Com efe ito Pau;l Va– léry mui to fa1ou ew 1;rna :,oe– si:1 ·que s-e' apresenta;,~., des– p.ojàda de tucio (H1it n1 .- ·~ '}1·– ten.c j),sSe à pro!:ia rlr. 1 "ÔO g'ija.n to fôsse anedót1cc- fi !o– sóf.ico, ou moraliz;i.n te N'5.ó !alou e-m poesia sêca. desc'.lr– nada, em po.esi.i de sintaxe redu'Zida à sua expressã.o mais sirniplória. - ~CopyrI,gh-t E. S. I. com exclusividaieJ..e pa,•ra a FOLHA el(iste nos ._poemas de Edga.;'d P•oe, MaUarmé e Paul Vaié- DO NORTE, neste Estado) ;, , . ma a atenção pa.ra . a e·spécie de sím1>licida<;ie de c;;ue nos fala, dizendo. por exg,mpio. que a verda{leira simplicida– dé é difícil, gue. só w.nsegui– mos obtê-la depois de laborio– sas tarefas -estiUsti~as, 1-y-? Ess-es três úlithn.os s·ão gr-an<!es teóricos dá pae.sia. teóricos ~té mesmo n,os pró– prios poemas que escrereram. • "The Rave:n'-', "L'Aprés-i;nidi d'un, Fàune" e "Le Cimeti'e– re Ma,rin" constituem súmu– las de alguns dos · melhore:s recurs-oo da poesia.. E. não bá simplici<iade n~hun:ia nesses ve'rsos: há luxo, repetimos. Aqui. d~el!lOS col_o00/1.' a n,ova pa!Jtvi,_a. da Il)oda, aque– la que entre,. os "n01víssimos" Enbretanto, ei,el9 que o equívoco . permanece. E' ne: cessário Lr um pouco rt).ais ad:ian,te em nossas distinçõ~. S e- pr,ocedermo,s assim. a con– ·clusão é inevitável: a a<rte .é inc◊nvpatível c_om a simplici– ~<l.e, é . o contrário da sim– pficidade. Sem dúvida., um poema pode apresenta,r cer· tas virtudes organi;z;adas d:e tal forma que o leitO'.r pouco habituado à pesquisa poét.ica "-reconheça" logo a simplici– â-a.de . Entretanto, são em .ge- · irai nessfs mestn06 poe– mas, ··que· o an\ípooa d'ês– se leitor distraido -vai encon· \!t,àr ~í?r ríquez~, in,relee– tual, poet1-ca e emot1v·a. Quan– ..,~ · o leitor comum fàla na RIO - Mon,taigne, que considera,va ó.s livros "Ia m~Hl,eu:r:,e mu,.nition que j'aye trouv:é á eet hu•ma in v.oya,ge". c.oniessóu e1;1tretanto que os ~1eq,1.1 >enta.ra a prin,ci1>io po.r o.;,térttação. Ta,l atitüde pare- - LUCIA MIGUEL PEREIRA - Não se '()Ode, por outro la– do, pretender q,ue as moei– ribas l~iam tudo. · e pela lei– twra travem precocement~ conhecimentos com a, vida em Alguns !ivro.s de jovens poetas têm cpegad.o 1\.5 mi– nhas mãos. Estou in-Íeira,rne,n_ te ao l(!.d'o deles, porque tam– bém fa.ç-0 · pa,rte deles, 01: ~e– ja,., eu também. modesta,rnen• te, ando buscando certas co'i– sas nos m,esmos cami.nh ~ em que :ininha geração as pr?– .cura. Devo dizer. porém. que me parecem inúteis a l{(ll ns dêsses caminnos, " que nãl) se· pode Iev~r a sério a.lg, t,n,s dos J!)O:ema.s· que os joven,'3 a•présentarn. justamente na– quele sentid<> do despojamen– to_ O· despoià.mento é um de- <Co.pyrii:;-ht E, S. 1. co.01 exclusividade para a FOLHA DO NORTE, neste .Estado\ s1mplictda.de das ean_ç•ões de Verlaine, a,etedito que, e.m certos ca,sos, isso venha signi– f icar um elogio ao autor de Sàgesse. ' O poeta e o crítico, , pd.rém, só podem ver coil.sci– en,temente nos- ver&os de Verltine ' UJJna -reun:ião profu– sa de Í!lvÚlgares qualidades, urna riqu<eza., um excesso. , ceria chocante em homem tã,o -pouco in-clinado a.o esfor– ço· de parecer o que não era se não nos le.m•br·asse1nos de que a.os ttês a.tios. já 1-atini– zava e<,mo u.m bom clérigo, _aos seis êsi.uda.va co1n · gi:an. des humani,stas, aoi; qootprre fi'.eq.u~nta-va. a universidade e discutia filos,ofia com seus mestres. Tán.ta ciência em tão ·l)~uca idade nãQ deixaria de Vi.J·a.r qµalquer çabeça, atnda s\lilida comõ a de Mi– chel de Mon'ta.i:gne, e de per– b,ut'ba,r as ré.lações do meni– no com os H'vros . ' ' . se ca~arem 1gno,rava1n tud-0 da vida; .hoje as mQças ad• quirem muito cedo, senão a práti,oa.. ~lo menos a teoria da realidade o que não deixa de ter suas va'tltageus. Escan. d~-lize.m,se en1bora: os mora– listas. nrã,o pod-emos deixar de reconhecer qae in,o,cêricia não é vJrtude, e sim u,m estado fá-t.aJ.men:te · passagei.ro, Ás menJnftas, as eoles~·iais de d<>: ze a quinze :ur;tos ~ qu~ s,e de-lic.ia ,m ho.je com o.s Iiv,1;0:S de De11u. Arde! e companhia.,; QO perríodo i,oqµi~to e imp.re -s.: sipnâ'Vel da pu~rqade apren– dem neles· a -considera,r a -- existência. um collltó d.e fa. das, ónd,e -a pastora "à<!'aba sem;pre desp,osà.ndo .um prfn– c1pe, disfarçad,oo ãmbos nas súas !eiç9~ modernas de da. tilógra,f11, e milionário, onde tudo se passa como se ·a be– leza e, o amor fôssem os , ei- • . xos da vi;da. Ou-vi, nãó há muito, uma • mu,lher inteligente e de gran- todos os· s~s aspectos, Tal de equilíbrio a•tribuir ao abu- ciência, vi.nda muito antes de so dos romances 1'raJ1ceses tempo. ser.ia talvez tão ma– pa.ra jovens as dificuldades Iéfica como as ilusões com qué, de inicio, encontrou pa- ra ada.pta,i:-s-e a um casa,men- que as emba.1-am. J!ln,tre mos– to agota feliz e branquilo. _A . ti-ar-lhes çle rrtod.o l,)ruital toda confissão. pa;rtintlo de pessoa · a v:erdade. e menth··lhes de· sin,eera e cà,pàz de analisar,- sapiedadamente _vai. porém. se, fez-me · sentir ·o àlcance um.a pan,de distância. O me– imenso q ue podem t.er as lei- lhor ,ieria. se1n dúvlda. que turas aparentemente anõdi- se conitentassem com JúJ.i@ nas. os Hvr@s que as mães Verne. W..alter Scott e Coo. põem sem receio nas mãos per por ~xemplo. aos quais se das filhas. certas de que '' nã-0 pod&iam junt.áll' alguns li– têm nada de imp,6P'rio' 1 . co- v-ros que são etetnos. e p,ara mo se i~róprio fôsse a,t> e.nl! -s todas as idadces como a Odis– o gue perturba os .sentidos. séia. e. o Dom Quixote. Mui– ::trn.1pr,óprio será', t.Q cas-o, mui. -tas outras obra~, históricas to mais o que fliJie:a' o ,juiga- ou poática.s. qu-e no momeri~o mento, o ·que dá da existên- não me ocorrem. estarão ao eia uma vfaão err-ada. E' pi:e. ciso não esqu'ece,r que. na ju- seu 9.lcan<:e. poderá(, forne• v:en h ,i-de. ler é vi.ver antecipll • cer-lbes os. so'l),hos e as emo· ções dé que se nutre a sua dament,e. é formar idéias 9ue. int:eli;gêp.cia. Rorq:tJe O mal mui,t.a vez, . só se desv-anMém nãó é ,dejxa,r a Ti:l,oc'idade so– à cus>ta de d1?>Cepções é soíi:-i· nha;r, senão sonha-r a respei • mentos. to de si mesma, como a,con· sastre, 1 Apat;tho os. primeiro~ livros de jo:v.ens poetas q,u~ encon– tro à m:in,ha mão. Pego "11/Iun• do Supme~o". de Bu.enQ Ri– vera. ~olnea,n.d,o r~pidamen– te. en,contr.o ê&~e tr-echo: "Sorh}?ra, amável lembrança, do prim·eit'o qu.11.rto. As nuvens levam o b.erç,o. ba•rco no infinito. • A jar'ra sem fl-0res caminha pelos ean tQS,, O bei1o da· mãe· morta nas estampas frias. Rosas se- a,b;rindo– uas teias de .a,:antha. .Sonhps vagoo, luas,. em deUri-os mans-os • ' Enfi-e O verso livre dos mo- Esta.s, · quando se processam dernos e .o verso de Verlai. normalmen:te, núnca se vi. n~, êsse nosso feitor _;comutil ci.ain pela preocupação do advogaria a .simplicidade pá- efejto que ca.usa,m: · A ·criança ra O segundo. o ''out~o'' _íei- e o adolescente nãó lêem, es– t~. pélo cont 11 á'rio, sabe que ·pontanea-m,en,te, nem paT·a im– <ifs.cípiína -não ê simpiicídade, p.l:'ess.ionar a CJ,U-em quer que e atni. mn valor que · 0 poe- seja -nem para instl'u-ir-se ta pode· ac·res«~r a seus nem mesmo pai-a d1vei-itir-se, poen:ias. A simplicidade resi- ao menos no· sentido, em qtte ~i-e Justamente nos ·v-e.rsos que os aduttoo toma,m esta pala-– n,aa parece1'1 mais ópseuro$ e vira, de recreação consciente, COCl'lil>!Íea,dos. permitiD40 a Íi,beroade de es- A P-ERSONAGEM t e:ee com as leitoras de his· tórias de amor cujas heroi. nas lhes parecem em tudo ' 90as semelhantes. Tomo outro livf <> ~e um jovem l)Oeta, "Mecân~<:3-. ~o Azuil" . d·e Wilso-n de Fy.~ue!– re.do . Não é d~ficil en,con– trar um t recho assim! Mas n.ão cuidemos que re• O ·nosso moder,nism-o foi fér- píri.to . Lêem como brincam, t:il em rnal-'en'tendidos com isto é. satisfazendo úrn im– :i:l,spet,to à simplicidade. o ·s pulso ur.genite, que <tem em t0onclusão da l.ª página) ' ,ria p.ossivel prenld:er a ado– lescência só ao passa<l-o ou a•os lhi'ros clássicos, -há u~a fase em que a lit;eratura. i:U– te'réssa menos do que a sub– literatuia, ero qÚe sobretudo se exigem peripécias envol• v.en ,do personagens mais .ou «necalque-s en:1 ga z- q.eon re)ogi'O pulseira., coirti,na,s, sedas d<> oomi~go. liberto. Calroa 'r.ia si mesmo a sua. filnaJ.idade, a<;> J>rimeiros ppemas dcs poetas . qual se dão tod.· os, concentra-– de 22 p-rocur,am em gétal a poesia étÚ rá!l)idas anotações dos, sérios, quase gra,ves. O tiricas, em sitnple~ lampêjos. pui.zer es~tico ou intelectual l!!, o que é -pio'i·, êles encon- s.6 apa,rece mais ta·rde. qua,n– tra.vam poesia com ·seus rá. do se a:prende a disoe1"nir e ptdo, golpés" lfê poucas pala- a ju.tgac:; os primeiros liV'ros ~-· : ds próP,rios poe.mas .é que a,brimos ..só nos a,feta.m Em certas noites eu paisea.và ' ' pela rua em que ela mora,. va, a .proxi:ma.va -ine de sua pensão. A luz ' dcO seu quarto esta.va acesa; decerto ela yia- tre as a.t:ta.s. nu-vens, em ,pl:ena. ·escuridão. De há muito a · n1orte a · ohama,va,, OC'ltl:ta em uma' inat.ingivef apa•rência 'de vida. soterrando os sei-Os da ,dach– C:l.ogr.afa. Repous.o setn p,r-essa. Bôca de pastora , emocionaI,rr,,ente, são sen.tidos ClUe'· flcava,1n prej.udicados, , quer, diz:et; •t1nhàmos eriloção mais do que compreendidos. Poét4.'$, mas· nãó tíinhamos Talvez por isso rio!1 ,,t~~em "'--tr' ·, - · -· -~M - · tão fu:ndo: id~ntificados •com ,;:uús -uçao .t"'"'•ica. O- 0<rgu• -..•llio -· e.si: >~fiéo do poeta ·é O os heróis, re.alizamos as suas poeme,, e não a,p·enàs · a ·poe.: a-venturas, sofremos- a.s .9Uas ~la., ~ su,t)'osição. de qú-e ·á d ores,. vtbramcrs com as suas 1,1õês'iá, ~i· éni ·to!:tã pa·rtê e a,legrias. Algu.ém que conhe– P-<?de ser çori~uida de todos ço qe .muito perto, e que vive 0$ m.(}tlOS múi-to prejudicou a e~tre liv,rós, ~unca §e enth– froici:úção, m~erl)ista...·Rtêa dÍ! s1<a._smou ~o;r µ€-nhw.:na .o.J:>.r.a.– poesía e põbre de poemas es- · ~r.ana co~.° pela .R>o.;a de. l .J.a primei'ra fase aos ro,oder- T~n•neJni,1'g do coneg? Sch– nistas ex1>licou'.nos alguns m1d, ~evorado e.ntre. la,grimas temperamén.tos. em frases aos .011to a,n,os. . . . ,. ' trllus ou menos graciosas e E ain.da _mu-ilto depois' da · . . - ja.va, · ora em um dêsses grandes navios que só p.odem ser - imaginàdos du·ra,n,te, a pa•rtida, ora com os .seus po– brss e· velb06 sapa,tos pisando a,s 'ruas de- uma. cida-cle mo,nu~ rne-ntaJ.. ., Mes~ de;J)Ois, el.a. -me ·co, munitcou que . i-a t f a.ba.lhàlr em uma emprêsa d-e a:viaç~,o, co– mo aéro-mo,ç.a. · Sal:>ia inglês e gozava. · de boa saúd:e - aicrescent.ou. Esperei que nã·o passasse nos exe..m-es ri-goro– s·os. O fa.t-o de f-u.mar éonti– .nwµnente era . par,a mim, U·l'.!l argumento d-é-ci-siv,o. Tal, po– rem, n,ã-0 · acon.t-eceu; duas se– man,as de'poís eu- ia -esperá-la ' nas L.media,tões do -a~ô,pôrto. Ptto.r~c~s. mas, por. outro I~- ida.de celebra.da: 'po.r Casúrni– ~ .. p.i.tnca 0$ valor~ néc~lia- r-o de . Abreu perman•ooe · a res.,à obra poétíca fp.ra ,m des:. mesma a pÇ>sí~-0 · .do leitor Elia pass~tt a denotar. um es– prezad05 côm · th.manha ~lti- q~ a.inda nã.o .;íd_qi.iirlu da vi- tran~o entusiasmo p,ela· vida e vez. · . da 0 d:iis co.i.s>a:s Ó .sen.~o re.la- narra,va-trie em ~Jls menores ,..,-'-a é -'aro que · - ,., , · · det11tíies ,as primelr•~ · v·i,.; '-"' .· , e< · a. em«a-o ., vis.ta, a única difere!\ça· re- ""' "' ~ f••nda .-.;., 1 -" t .ge.n.s fetta·s, !i" ,..,. m'-" 1 •!1'1>1 11 e.n- e imp04'- alm:ente mat~.nte entre. a:dul- ~~ _e'f!l um ~9~;1. I-s t o rião. tos e ,crianças, Por isso ~ ,gue Um,a tarde. con.fessou-me: sigrufic~, entretatJ;to, que O assuime tão grande i-mpc>rtân- .-<Prefiro viajar à ·noite. -. poeta deve· trartsfO'rmar~se em eia· o qu,e l'êem os. j-o,v-ens., os· V:ocê não po·de imaginar o '1llll procurador de empcões. que ac~itam tudo de marrei- ,qúe é um vôo oe.go. Vinte .tw;º ~t.te . a v:irtUde prlni~- ra 'a.bsohl!ta: P<,r isse ~ q,ue são pessoas em um avião, e , lá fo- lq,)_ .de µan poeta é t~ lima per.t1,i,e1osas as tão dlsserrlina•- ra o escuro, o deseonhMido. .n~ao segura .e tão a,mp!.a ,d•as hi\5,tót-ias .de quaq,tinh,os, :Ela ja.ma1fs · perguntara, ne. ~~a'!Pto i:tossív_el . <le t,c;ctos 0s rc va1ol·es tra<licio_nl!is com qu.e "fêrtas eQ1 t~mo 'de p~l.');ona• la minha· vida•,- se eu p.ensava .i,e, pode fazer de u,m poe>ma geris e:ictr~ordiná,rios; mong. nel!'- ott em ou.tra mul~r. ~e . um obj~t.o de c.ontír-1uo en· tr.uooos ba,t'.did,os ou onipoten- a1gwna amb~o me cortoQia cant-amento, o · po~a perfei- tes s·u~r.-hom,ens•; não -~ de- ou se certo lw,ro me a.g,rada– t'.o se:c:ia um a,pr,oveit.a.n:iento ·sabi,tuam: da lei,tura ,corr.id ~, ra. a.deCJ,uado de top.as as q.1,uilí. sem o So,col'\00 da iitµa.getn co- D d-a;qes util1z.a(Jas ~ 1 todas a.s mo. povóa;m o •universo infan. . • .e cê~ im.~g~a~a que é:~c,cas a p,m de âl'cii,f,lçiu::-se ~H· .de sêr-es • tert·tvêis · e inu-'- • mmb;a Wc:1$têiliêlia im@ta,v,a a poesia. Ê isto seria O oontrá· ma,nos. Plór i-:;so .é que si\o sua. ma,roadâ ,pela a,usência rl,o do si~l~; Js·to é O luxó. .talvéz. ai,nda •m!l-~s · no.ewos os de afe-~õe:s e co·mçum~ por E is aí a pâliavra: a J:.J<>esii). romances pa.ra m?,Ças exces- um.a a.tnbicão i ~ontr-ota.da . (a attte . em geral,) tião é a· si,vam-en~ seil:tir\ten >ta.ts trans- q~ se perdi.a no oéu. slan!P/icklade, é . um luxo n 1 e:n_ fCJll.'m•a.-udo numa nu.vem rós,ea , !ª1, é a ciência dO' sÚ,p4t'fluo o IlJ:ll.MO da Jl.dole&,'0-ênicia, .~ta. noi,te, o;u.vinqo a no-- il\-telootuai que eixiste no es- O seu, .púb.l.i,co não ~ (!Qns- tfcia de> um des~re ~e aiytà, pfnttd h.qmán~. titui mais de moças de vê:i·- ção, senti estta'1)1ha~n'te que Os •. r,oé~s que . te1>•taxa.m , dàde gu,e' já ttão exis,te .a es• j ;a.tm &i§ toma-tia; a v,ê-la. Jili'a lipro)4'.'(ni,ç~es__ l;{aque4P p~ema. pécie de gen~ class,ifi~a~i um pr.essen.twiento abso.rven,-. ~r,re,f9 nao f.ora,m ,stm,ples. . p.e.los 4afl~Sél! d~ , "o~:e:; ~, iu ,eoérpil.ii~ l. El~( 'Se ~ t. Qlle .s~i,c~ e.tl~ te em l:>latroltes''~ ·d-0nz.efas qu e aite• oorutta!l8t cõrtsi,g-0> m-ooma, oo- Qu,a.ndo ·li o seu •nome n:a menos na sitooçãf'! de quem relação d-OS tr~uJantes ca,r- lê. Com todos os seus per– boniza?oo, . co~esso•. que . n).e • caJçoi,; os Ítvros ·para ' jo:vens comov1. Pensei mu•\to nela, -são ind.ispensáveis. nps · cigJ11,·ros suce5;sivos, no Por isso ~ qu-e vi com pra– riso de ~esa.fiio, . nos · ~abél,os · · rer ·o . a:i;>at:éêicientó aa ''Core– qul: se ti,nha,m submetido ao ção J.\I'enina e M~a", lan;çada caa,1nho revoltante do f(}go. pelo corajoso editor que é entre celotex f o r r a n d o o - [quarto -para amorte:ci,m,,ento de ·susio. ê retra.to ". Geralmen,t,e , fi.co em .silên– cio q.u~ndo m~us amigos ta– la,in ·em suas pei,sonageris ou. nas figu.ra.s humanas que es i:m·IYressionairam. Com,o fal~· diOs . passeios a ,nôni-m.oo no m,omento em -qµe ·as luzes da ei.9ade a1nun~ ciava.m à noite. das disicus- sões interro1náveis sobre o mu,ndo e as coisas, de u.ma . vi- d a jovem e viva que dutan.te •v.'átios meses caminhou a meu lado, até que a ·mor.te · foi sur• 'preen:tJê·-la no aJito d,os céus? . Hlabitua,qmente. fico silen– cioso. A9 falai d-ela, cqmo agora. açontece. prefír.9 ?,C~l– ta r·.lhe o ..n<Jl!\'\t, co;mo ,o .u~n,co segrêd>o de u,m tem,P!) incer– to. l!: ·a,o ver, nas mesas d-oo'· bai;es alguma de.ssa,;s moças ' ' . . . que ·co-srumam fu,q'la<r c1gall:'.r-0 após · eigMTQ, ~ poderia · di– zer: Ela era ass1-m•. Enti;etan– to, não· mé pronuncio. Sé-i que ela era difei:ente de toda~ as moças do mundo, e vem-me a su$)pei:ta;r ·d·e que essas 1:>a– mt!lh,ehtll,S ou silefu:r'osas j ,o• vens de a,g-0ra. querem 1mi,Ui, • ' . ~ :J 1e., a ela, a. 'inswbsitituivel, a iniro.itáive.J., qu,e ~oi a perso– nagem de um romance que jamais escreve.rei, Pol$ há, o~rtas C()iS3S qu,e exisotiiram para a. vida., para. inotrrer cor:iosco, e não pa,m. os ·ro– man,ces que oo Otl/tl;OS - ,i,ndt♦ ferentes às 1raizes !QtI1de a, .f,ma,,. gi-naçâo se .n.wtr.iu c;lie d:i>r e 4-e, ;vel'â~® ....:., lêem. C'Qiftl ,en., fad() e frieza,. José 01Y'ffil)io. Li a,lguru; jiês– ses · róma.nces - "Sit.r Jetry, detetive", ' '0 jardi~ da.s gri~ . . '. ' . cín~as". "0 mistério de K-er- .. ' ' ·, ' jone" - e., t.anto qu11,n,to uma: - ' T,omem0$ ,o\.l,tro moço poe- ta, Dar·CY :oam.;isce:no: . , ' "ôlb-0 pa'tado, de louco Soop.ens~ na face, azu\. Jardins em, azul e sombra ' te' Lu't ,fr~-a. . sôJ:>re (}1,_ can, iros. , N as,cia. a-rei:a s!len:te Das al.a.med~· desertas". simples mulher adulta po,de a.va, Ua.r as 'tu.esperadas rea- • & • • - ' çõe:s da adolescência. SQndar Ou,tro .trecho, c,olhido no. U· ·as_ p_érsip~çt~"'.ª1/ , it)-fit)ita,s·. ~do vro ~•o Marinhe'ilro'!, de Glau– mun~o . ~~terioso ;que ha~i- co Flores d:e Sá Brito: ta, acred1•to que O$ casos af ·. narrados sem 'mai-0'l'e:s pre– tensões literá'ri as cor~espon• da.m as. exi.gênciQS das meni– nas, .E. o qu,e mais .é, fá-lo-ão sem as .i>rej,udicar, sem as lé· va.r a planej,1,r a sua vi,q,a fu– tu,ra num. a-mbiente- artificial. S~o senti.mentais sem s~ h.i9tór1as de amor, tênJ lle– ro~-0 sem ·lançar mão de supe1:-hot;i:i~, são emocio· nantes l!em ·correr o ri®o de "Apenas silên,cio .. e o anjo dest:e,rra-do · S01:>rev:oa · no ête'r .da · lerobran.ça , Sem menor claridade– l!Pll<rece tão nítido em brqnze.· e ca,i:ici&. • Asas· e sexo - • 4,e&pé~ta rai7Jes lat.ente,a Sol:í a neve": - é~alta.r d-ema.sita.da.mente. _ ., - Eis .aigwris tr,oohos d.e li- No mesmo trecho em que vros con.sideraa.os po,r todos. diz ter · &.;;budado, muit-o moço, -e tã>nibéíii por ~i,m, dós mt-– :p,or . os~nt,aç~; ~-0ntA!;ign,e _ lh(:1r~ que -temos na nov~ a.cre.ooentà que o f-ez, depois, poesia bras!J.e.ira.. pa,ra toma,r j'Wi,zo, ma,i.s tarore Não dig,o que seus wtores pa,ra dia;t.t-ai•r~, e nunca,. le- finquem pé' nesse ~au cami• ya.d:ó pela a..mbição d:e· lucro. n.hô , não, pelo contrá.i'io. O Ta.lvez ain,da ~ - seja •anb.a que -assusta, entbl!eta,n,to, é que! a sua atiifudie: lUiC'ro ~ater;a:t todo poéta moço t.en ~ o se.~· mu,iJto po,uca g.ente ti'l'a dos poeminha. ~~ estll.o despo... livros; mesmó · qu4l,~O faz jado que, riq;i.damerilte. :vai"~ pr,ofis.sãt() de escrever; tn_as, · se transfomnand:o., nu.rn cacoe-, por planos morai! e intel~ te· de uma ger,~ão q~ aitidtt1 tual, não há coméricio màis não teve tém&M)... . J luC'l'a~tvo do que o seu; pe,- Todos os J)C)eflas n,ovM que!. ra a. . a,dolestCên,cia,, e:nh:~~ citei , a,preséntam. ~-oele~ ~ pooe stg.n.ifica.r-, pe~M gua,llê!a,;des em . outros ~-~i-i g.ra ,v-es. Tor.há-lo pelo m~uos nhc,s, Porque fwar ns. tolicl!i i.n~nsiJv,o. é o d ~v.ep d'-e to- dêsse -tarso despoj~tn4:n&C1, ~ll:e; dos os q,u,,e , !reconhe;c~m a.. de tu)l.o S(} ,4esp~J·!lÍ t'll~J,;V:é, im(Portâflicia lfa Ieitur.a-. da poe!li!a 'l · · · · - • •

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