Folha do Norte: Suplemento, Arte, Literatura - 1947

• ••l l lll l!l lll II IJl lll lll "ffl llllll t! I II IJI ! l t lll l fll l ;lt l l HIIII HT tll 1JII I t .. ~ 11111!1111Ul l!l lll111'111ll lll lllltl lll 11J llt tll lll llt t111111ll lll ll" tll ltl Hl 1111J. - - - - • - , - ~ - - - ; - - • • • - • • - - - - -- -- • - • - • - .,. • - • • - .,. - • - - • - ~ 11 !111 1 111 111111'18 llJUl 111 tll1111ll lll lJl i11 111Hl lllltl!ll lllill !!l lll ll l i!l llt ; •~-~•----- - - . --- ____________ ,,____,.... __ - - - - • --. ■ 1 0 - 11 ■ .. - .~ ·- - --- ---.----.. - · - · - · · ·--·----, S u i te Barb aee n ense • • ~.._.. - u n o,- ~ ,,_,,. _ r, _ _,...~, , -.-n.~•----- - Marques REB:ltLO J . ( Especíal para a FOLHA DO NORTE neste ~ t ad o) • . 3#_ _ ,__,____,,_,,.,.,_~ ----,.•~ 1 -~ Numa ci dade J)f' gueoa l o.de > e não como estavam elas - Rio. B cl tSSJDl\15 plaeas eom•> CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE mundo se conht'ce e o cariei- na memória dos habi tantes, ou, as do Rio, e.uJ esmnJte az;uJ e ( Especia l p ara a FOLHA DO NORTE n este Estad o ) ro nã-0 tinha dlfieulclade em em raras esqui nas. cm letras letras brancas. Com tõda lm- v ARRIA o soal ho do es • - e o aço, emergindo d.a es- vos, tôda aquela il~ i11ação distrl buir a ce>rrespon tlencia. pintadas a mão, 1,t ras gue a ponênc ia ror.im pregadas ern _cr1t?r10, sustentava oJto punia, lembra subitamente nos olhos. Tem doze anos, e Bastav a gue no env elope eona- chuva e o sol já tinham por todos os logradouros: rua 15 irmaos orfãos, e Unba uma foice. esta re<:olhida ao preventório t asse o nome do d estirul.lário. demais d esbotado. O at.fv o pre- de No,rembro, beco 13 d-e Maio. tuna aspiração: formar-se ern - x- · para filhos de lázaros. Mas um a. cidade pr ogr1.1ssls- feito - Isso foi há mtúto tem- rua '1 de Setembro (qul' 0 odontologia. Dep ois de ?nze A pele negTa, os dentes al- (Contin, 13 na t.ereeira pa~.) la precisa t.er ruas t10m nomes po - ma ndou vir placas do 1>0vo, pa r ll desew êro do prl'- a nos de estudq, realizou-a. Mas --- - -------- - ------ ------ --- ---- - fe ito, t.elmava em contin ua r n ão fruiu os prazer es da co- chamando de r u.i de B11ixo) , l ação de gri1.1. Por imposição ' praça Conde de Pratos. rua d oo gran!i11os da turma, pres- , José Bonif:icio /ex-rua da. B oa d e veu-se para o ato jaquetão Morte:. praça da Jnconlidén - e&euro e calça mescla; para O e la, etc. A ladclra do Teatrn, baile, tráje a rigor , não se como não podia de ixar de • .. p ermitindo o branco e só se itconlece r , foi m imosead a l'am t olerando o sumn1er <"summer 0~1tro nonu•. , ." Ju tênti co" , rezava o convite) . l\,f148 ° prefeito a chou ~ i Na tar de da ! ormatur a que ainda nio ~va b em . P ara rustou a passar, andou ban- uma clcl adc prog-ressls ta não z ando pela cidade, com desejo bastava ter ruas com pl aell s, ·------------~- ----- - - --------=-------- - -------- - - -- • · bouv • de i r espiar a entrada d os co- .. D omingo, 16 de março de 1947 Du e to r : PAULO MARANlfÃO NUM. 22 en. preciso que esse nn• aegas, mas o orgulho retinha-o. C:::::.-<;:<::~;:::::::::;::::::;:::::::::::::;:-- -::;--- - - - -:;:::;:::;:;;~ ____ __ _ ________ _ _ ...;.. ___ m eração n as casas. E cobranrlo A ' noite, tomou um pHeque, ~ ~~.-- _., <:-y::_:::,,ç-:.,.,c;:::::,-<::::>,<;:::,..c::: :,.-<:::><':,,<::-Y~-..,.,c--..._~~~ ,..çy~ ()inco mil r éis de cada m or:i- f!pai:sonou-se p or uma baila- ' dor - isso foi bá. muit.o l "m- :r1na, promoveu vários distúr- po . · · - mandou buscar ch'.\- b i.os e !oi dormir no dis tri to. , pas no Rio. Vieram do mesmo ..Nunca passei uma noit e tão u ul das t lacas com os núme- 'be1a na minha vida, confessou- ros do mesoio brà nco. me; e d~. soube que o baile ' Certo emprega.do da Pref r i- n ão foi lá essas coisas." 1 tor a, que acumulava na vida - x- p r ivada as fUJtçóes d e sacris- 0 condulor rastej a, salta, tão, fogu eteiro, eabo el eitoral Bobe, pel os ombros do pin gen- e ma.ri do d e uma. mulata es• t(>, estica um braço prodígio- pecialista em inticlelill ade, s arnente elástico, sua, soír e e ,niu c.om um carrinho d e mão f az pilh~r ia: "Vamos, meus s e- atulh:ido de thapas. um mar- nbores, quem nã<> pagou O alu• telo e um pacote de pregos. f!U 1 do a partamento ?" Chegava. na p orta ihama casa, E ' 0 último h omem, aqui, a . ,. •«· en1pun hava o martelo, arma- supor que apartamentos ainda ,,. ~'iJ,i va-se do prego e zaz! clul])5lva s e a lugam; q ue existem apar- . '""" um núme ro. Ao fim do dia ta l uma boa. parte do t r abalho es- me.n os. ..,. -x- !:ava feita. Tomemos como Entardecer na pedra. diant e i_~ exemplo a rua Quinze de No- do mar. Nunca será velho este ~ vembro, A numeraç.ã.o ficou espetáculo. Onda6 sobem cin- :+,~{'~ assim estabelecido: do lado es- co metr06 e vêmpulveriur- -~ "tts~.õ~'+, 1 querdo - 6. 121, 32. '78. etc. ?t • -~: l:I:',.... . , - •• .... - - - - ~ se numa nebl ina submissa ·~:·1·· · - ··- ·· -- Do lado d i reilo - 2, 20 . G. et.c. i r isada. L imo sob os pés, suges- ' · ti _':, tões ml gratórlas, um que outro / p e~ca.dor , paz, dissolução; e o s ol rendendo-se. .Eis chegam os rapaz~ do 1or te e, polidos mas mi lltares, convidam à evacuação da pai– sagem: - Eh J)Essoal. depois de seis h oras n ão s~ pode ver o mar. ê do regulamen to! - x- Enquanto a navalha desliza, ele expõe a verdade sObre os b a1·b?i ros: • • A MJ.a J osé Bonlláclo fl r o-u ain da mllis or:ig-inal. Tinha c in– co 16 de um lado e qua.tro rlo outro. O p eor foi rl Pspr ei;-11-r aquilo ludo: não houve cb11p11. q \N! não f ic-nsse ~m mo~ a, pois ja, na.is 1una chapa fôra prepda «im tanta ene rgia como aqut>la.~. -x- O Tea tro l\l unici pAI esta va mesmo um11- vergonheira! Em vão a ''A Noitie" , veSperlino da oposição, pe la p ena vibran- te de B-enedito Arau jo. zunia o lombo da politic11.lha reinnn- le - a li mp.f'z-a do teatro n.'io <;(' razia. P orqu e um partido gv e se prezn não vai fazt' r 11 ç11ni.'l.rle da o p osj c;á,o, mesmo • - Dou tor, o barbeiro é um ' il udi do. Ele se engana a sl p róprio. Vê o freguês com ca– m i-sa de s êa• . sapato e meias finas, e quer 1ar.nbém usar tudo isso. M.tS o freguês pooe. ê1e não. Al o ba,rbeiro gasta t udo par a andar al lnhado e n ão se l embr a d,e que a-1nanhã g u.e es ta sej a com-posta d a .. Una flor da cida de, como Pra a escr l t.a é outr a. QuaJ de nós f a 7. carreira? Só quan do um freguês cama rada - lem u ns assim - tira do bolso ci n- ' q ui nta contos e diz: "Toma, vai montar un1 salão". O res– t o fica esperanào a morte. Sbn, porque a turma quase tõda apanha tuberculose ou úlcera 1110 es tômago. Basta um fio de c:abelo um desgraçado só, que =ta:'8~º e;~~~g:e:e ºe P~~ PINTORES NORTE-AMERICANOS: Alton P ickens - "O ator e sua a oposlçã.o b arbaunense. Como oposição foi feiLa pa ra b'°'r rar . berrava; mas <'omo s ilDAçâo foi feita para man – clar, mandn,•a. O teatr o fienva entregue às pulgas e q ue m lu– cra.va oom isto era seu B en e– cletti, que estava absoluto com seu cinema n a rua QulnT.C. On, Seu Benedetti enj oav a todo mundo com aquela his– tória de i:ó p:issar f í ta d t F ran... cista 13e riini e Pina M enicl1elll (qua.se tódas as nonnaJistas diziam Minixele) . do o.pa.ebe Za-la -Mor', gue atendia ta.m- mão. A maioria da classe aca- familia" - (The Museum of Modern Art.) b a no h ospi tal. E' o meu f lm". ~;:-,,-<::::,...-:::::,.,c:::::,.,~,-<:;><:::>-s::::,,<.:::::,-<;:::,.,c:::::,.,<:;:::.,c;::><:::::.--s::::,-<.:::::><:><:::::.-<;::::.-<:><:::>-s::::,,<.::::::,<::::,,<:::::,.-<:::-<::::::..<::>-~-<:: ,:;,:-,..<~<:::;.<::,..<~c;::::,,-<:::::,-<::::,.,c::::>--<:::.<::><::::,.,c::::;, (Cominua na terceira p ag) A conta-r peloo sinais, que são os liVTos pu– blk:ados, dentro de p0u co tempo os n omes te– m ininos poõerão sobrepujar os muculin<>st no n osso movimento Jjt.e,rário. E não t-anto pela quantidade, mas principalment-e pela q uali– d ade. E ' o que se v-erifica, por ex.emplo, na f p rodução dos estJieantes de 1946. Com exce- 1 ção da obra do sr. Guim ar ães Rosa. que re– t p resenta um caoo raro, as estréias femininas d.este ano, em materia de ficção, t oram es- ► candalosamente superiores às masculinas. E ~ ise as deixe i para o último âlestes artigos, em l; que estam06 regis.tand'O o aparecimento d-e ro– ' m anoes, novelas e cont06, quando deveriam ter ; figw,ado no primeiro d'eles, foi p ara que a c:onclusão nr-ste terreno não se apresentasse d e 1.od ·o pessimista Não há, aliás, nenhuma gentil eza em tal constatação. G uardando, con– tra a vontad.1!. alguns preconoei' l.os de uma f<>.r– ~ a,ção em am~iente tfe> inter ior, Cll'ra<:t eriza® amda _por vários traços d>o 1)3'trlarcàlismo ru– ral, nao posso domioor habitualme n te oe-rta p rev;enção contra a presença d-as mulheres na ..........•..•.......•..••....•... , JORNAL DE CRITICA Romances, Novelas E Contos •••••••••••••••••••• Alvaro LINS (Especial ]Iara a FOI.DA DO NORTE neste E.5tado) v ida p úbliai. E ' preciso, assim, ,,1 ue elas te– nham ~te um p ositivo valor literário, que esit.ejam i,nteriorrnente maireadas pela ver cação, para que -ja com simpa t ia os se1JB livros. SUpO'l'to com multo m ais paciência a Il.llOOlO<:rldade m asculi.Jlq, inclusive a minha pr ópr~a, -porque , afiDal, temos que realizar as n ossas vidas em conl.::leto com o p úblico, do que a med:iooridaodle femlnb1a , uma Ve7. que as mulheres sem superioridladk! podem rea- l i.za- r tranquilamente os seus destinos dentro d,e casa. P or oulro lado, nada existe de mais penooo e consbungedat do que o espetáculo dle literatas espevitada&, em ge1·al p oetisas, flores die enfeite da sublitera-lura, qtH?- colo– cam f otografias nos livr06, que exibem as suas Jll!S!.'06S a<:ím-a d-oo 9mlS êscri t06, gue se ~ am no ridiculo p e la ~O!fistkaçá<> d'e 3Jti– tudes. As est.r,e,a.I\teil de 1946 estão com pleta– mentie t ora desta ga.lerla grotesca, sendo q ue uma dela,s é uma auten tica escritor a, e outra, u.n1-a alf.lolaescenle de 17 anos, não só uma es– critora, mns iambém unia natureza l1umana excepcional. As.sim, nenh~ prevenção po– der ia subsistir ante estes livros t en1ininO!S; ambas as autoras entram • a vida !iteraria com o dl reito tios que t êm realm~nte algµm a coisa a dizer em voz ali.a. O cenário d·o ronian,ce .Agu& Funda, da sra. R uth Guima.rães. é uma região do interior nas divisas doe Sâo P aulo e Minas G !rais (1). E o cenâr iq_ no caso deste livro não tem simples– m ent.e função d&eorativa; a ntes. é a sua n-a– lida.de primeirn, a sua fonte de vi<l a, li sua i.et :oo,-Uca essenci al. Além d-a paisa~am tisica, a região fo:rn.ece à autora elementos de ro– ma:nce nos cootui:nes dos homens, na& suas su– pe,n;llções cara~isticas, nas suas his tórias meio lendlalrias e me iq reais, enr.iquecid'a.s p~ tiaamerllte oa transmissão oral. O cara.ter fol– clôri~o torna-ee, enrt.ão, o predominante em Ag-ua F8llda. O que é m a is comum, nos es- • (Oontlnna na eegunda .,... > . .,

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