Folha do Norte: Suplemento, Arte, Literatura - 1947

. s. PAULO - Sob eQ'le titulo, 1ea.n - Pa·ul Sartre "-p'UlblicoU noo úlitimGS ~fl)el'OS ,de ··T~ Mo– cSernes", - a; nova revista que, eQ!no se sabe, na Fra1Dça de após 11Mõ, exer.ce o me,;;,mo p,a,pel da MN<>ipnelle J:teyne h-ainçaã:se", na Fran~a de apôs UÍ20 - 'U:m ar– t t,go mu1t<> importante. O assun•to -do a,ludído ttabadiho 11,âo é outr-0 se.não a an,allse de toda uma. ger ação - a geração a ,que pei te- Sarne - através da literatttra. É, por conseguin. .te, ~ .quad:r-0 de urne sensibili. diad:e, a do:; jqyen. que começa.. i-.a,m a esc,-.ever a,pó,s a deTI\ôta Ó<U W"Í;l pouco a,ntes aa gueITa. G t estemi.mho é oportuino ,para os brasileir.os que deseje•m co. :nheoer o que se J>8$5a na :Fra'in– ça, e comipreender-lhe a nova ~tlca,. A nov a literatura saia, a~m. da sub.l,eUvid8de e do ideáliSm9 que a caracteriza,ram rn> periodo ~te. Sem dúvida, p,aa:-a Sartr e, o ·fato só ~r.ece atra- -- Rôger BASTIDE -- (Copyright E. s. ~. c:~m exclusividade, para a FOL~ · DO NORTE. neste Estado} vés de su.bj.etlvid.adei;. mas ul. ,,., tr~-as, T.e:veJ;allido ·apenas. ço d~ retomo à ma.sea. Ela, ati'Q-Vés .de .cada uma 1lm ~ec- ~vez: 1:13° prodlµ.Isse obrJIS prl. +~ "!,· ~. 1 -o· ~ -~,_,,_..:,_ mas, po15 era ~cia,J.men,te n-e- ""' ...,e ~ -~-· " 0 P.•~- _., · ""'rdi 1 ta técn.!.co era, poi11, ,encoo tl':lT "uma ,.G.. va, e se r . a :o,a u co. orquestração de con-sc1êncl~ gue tiduma. Mas bfJe, ~o é P~- . , . ciso reconsitruu- o mundo, o es. ser éra a,pi:•opnat--se;·a.tuabnente, o Ser se c~urule com o F.azer; a ,gente é o que faz, o que se Jiàz, o que .s,e ér.ê. MNão estamos ma.is oom 06 que querem . possuir o mu,n<lo. mas cóm os que qu,e_ rem t:"Mlsiorm.á-lo" . Revela-se, aqui, um.e élas teses centra.la do ex!sten1::l all.smo, que é uma teo. ria d.,, "pr.ax! s", da l iberdade criadora do S e:r. O ·escrJ,»r, ctains:llo~ dora-vante no que fa.z a historia. • li • milbares de ~!:adores, teve ~ B.B.C. me1o mlhão de ou– vP.,)tes. A "Symphonie pastora.. l'e'' de Gide é '11)3,is conhec1oo pelo filme d.o que pelo 1'01Il611l.. i,e. s~m dúvt,_da, oo romances !<Ollltin,uam ·= os !!eU6 leit01'eS, mas ◄· e é o q~ im,portn - 1.ão têm roais o -seu pítblieo. Ôll)erm-la. Temos, dJz Sartre, em comuan _e o:m ela, o dever de construir e de fazer a hlst.ória . lnfelizmfflte, o _proletariado não ent ende 1)3!W. do que lhe dize. moe. Com e,J~lto, o prol etaria.. do, na -Et.lr!l!Pa, e s t á em sua malór pa.rt, e nas .mãos do Pairti. do e~ no mo.mento ·e-m qµ,e a Rússia se torna uma po– tência. OO!l.9ervadora e e,m_ que • Revolução s o fT e u,m colapso. Sartre empr eende en tão uma crítica severa da J)Olitica de Sta– ltin, do pooto de vista da esté. tlca, e conclui: "Era p,teciso • ~-· ,oo,ta,r muitas ;: · a.1~ias e leva.r ,UID'l.a :vida exernplàr, n o ~– eú!Q XI::-:, i1,0S olhos doo burçue– ses., p â,ra l avair..se dó ~do de efler-eve:r: i)<>rque a Ji<teratur a, é por essencla wma heresia . A s1. tuoção -não mudou seo'lão n ist.o - que .são agor,a os comuni stas que, co-.no principio; têcm o es– cri,tor por suspeito". : t.le é sus– peito' J?Orgue entrou no partidO. d'o prol:eta;ri:ado não pO'I' 11:lter~. se, 1na.s por li,vr.e :,etennlnação. o q u e caractenza, se,tU,ndo Sartre. a litell&tur.a entre as d·uas -gu,erras é a s u a re ,pu.ls ,a pelll titstóri~:t, Tanto os surr:ealis~s. .,1,1e p, rocura.va; m o eterno, q.u.an– to os ro~ta,s .qu~ narravam belas ·htstox~ tma~rw. :to. 9os vlravam as co:;t;as para o :· ~imento ". Col,lheçemos hoi,e as razões de se,me:lhanite re;.. pu;t;s,a; .são sociais,: ,os sn.rrealls. tas- sã o letrados, a pequ,ena. burguesia ~o ·tem tradições ·· •m :!Mturo, a gratÕde s Jju da fase d.e epnquist!\ e. procura conservar. Estas di.ver.sas aüt'\lides combi– na.=:..se para pr-Oduzir .wn nil– to objetivo, segw;ido o qual a llte.ra -tu,i;a deyeria e9Colher te- 1lOG permitisse il ,exprelSSâ(> lia aritor tem· uma tarefa a execu– plur1-,ólmenS'ionalldade ·do :fa40" t.a-r, ·não mai6 d'89trudva, mas e, por consequ,enc1a, ,a ~ lbilt. ~rut,wa. • Es a.a e reepo.n. da.de -de ,PIISSaT do SUbJe;tivo a,o sabllidades não 1 o mos ru,i, ~bjetivi,. Dai o êxito de .certa que as õescobrlm,os, bem ao con_ Wtera,turs 11(!1;te.a.mM1cana na wano: 0 escrit.or , :re hã cen, FFa,nça de , ap·ó.s-g.uerl'~• Deseja_ unos, sonbava 'ell-trega.r.se -à sua mos que -?5 ~ livros. diz lrie nm:na especie ·de [fiocencia., S3 :r.tr -e, e,ost;atn à ~eira de 3um plano acima -do Bem e •do co1ses, de pl::i.ntas., de aconteci - MaL Nossos coanpron 1 tssos e de. m,e,ntos, e nao amtes como pro_ veres n<>s foram postos às cos– iutos do home-m". Hã um nome tas pela !;OC!edade. i;: prectso :iue ocorre logo ao ·espírito, aqu1, c~r que ela nOB julgue bem te– ·:> de Fra.nc!5 Po.nge, com os seus n :veis, _pois condenou à morte M',as não basta pretender es. crever para a m.a-ssa se a = não, lê, e urg~ '•sa.ber q,u~ é atu.– alme.<nte o públlco llterario. E verifica-se que ·o público se dLS– solveu. Sem dúvida, os rom;;,,neistas ~ hoje cOinseguem gr3<lldes tira. gens; · :;eus livros ~e tra«is,porta. ·1,os p,ar.a o -cinema e paria o rã. tio. O escriwr- d,ispõe· de meloiB 10voe ~ .alca.nça:r a mas,sa ~m os ,quais Q1S SINJS e.n'teces– ole>l'eS não =tavaro - o jornal, ,or exemplo. com as SU(l,s een– aenas óe m:Hhares .de leltott$, o rádio e o filme. A peça de Sar– tre, "Hut t.clos", Q:Úe no t,eatro ;ó oonsC!g\Je .algwn,a,s dezenas de A burgu,esta •está no flim, e ela o sa,be. Justificava a proprle. 1 '1.de pelo traballio. e a propr ie– ~ se toma ~liea e «>le– tiva, só ~ elllJ)~ por stnais. A. oorgUEBla c:oruierv.a a ver.go– rub.a, de Mtmâque, .e não acredita mads ne,m n,a rtqu;eza, q~ per– de, ,net)'l no· progr.esso. Os S0ll!I tn,tegran.1.e,s oscilam entre a có– lera e o medo. Ora. era ela ql.N!. constttuia o públíeo Uterárlio: "Não temos na<la a dizer.lhe..• Tud,o o que l)Ode:'..l!Q!! faze,r é re. fletir n.oe n~ eSPelh<>s a. sua ~WJCia infeliz, isto é, au. mental!: tlLlll po=o a decomposi– ção de :;eus p.rtno)plos, . . ~ _ guesei; que 90mtl6, e:x:perlme1tta.– ll)OS 'tll•mbem il. angústia da blµ'– gúesla, tivem,os essa almà dila e pode, ,P<)rlànto, satr: traindo à c1'asse de óald~ eg1·essa, pode. pc1"t3ólÚ;O, w.1r útna aeguXlà vez: tem .o. e,apirlto crtt1co e o P. e. não aceita espí ritos critt- _ cos, mas 3l)'e1l<a$ a submissão às suas ordezls. . ·, m l s eternos ou "° menoo 1n.a. 'tl,tal'S. Mias pelas al~s de l!/30 Cl6 franceses {le;,cObrem, de re. pe-lllté, . a ·9Ua histor:icidade, pois a ~er:Pa se apr.oximava, tudo t1. nl,ia o g~ ciO tr,ansiió.rlo, -e que 1.nwrtava a ,c;Iestruição sur– ~eaoota quando ·se ouviam os rí- mgestivos ensaJ.os :robre "De 1)a'r. ~ qu,e ll,entre nós cola.bora.ram :"lt)ri de$ chores". com o i!nlm!go, quan<lo deixava Esta nova .J,iteratura tambem em J!iberdl!de ~ tndusti:lals cm,.. ;e preocu11 >a.va cQm o ~tábele. 1)<2d0â (1() mesmo crime". E pre. :imoer.to do contacto com o pu. clso ,11cetit.JT est,a mlssão que a •blico. PÔrque. qua:ndo . s u P ô e sociedade aitribui _ao escritor. lt <i.t'ím!lr o eterno oo fluxo hlsto- o.reciso Sltbstituil' a literawra. de ctco, o escritor não 'pode yo,1,ta,r ÇOll61UmO por uma 11tenatura de M cootas i,.a,ra a sua proprla produção. Desde "La eulture ® {)poca, refugiar-se no htxo da moi", de Ba.:rrês, e as ''NO'Ur– ociOSi<tade · ar!stoc.rã.ttca, tem .ti~ures terr.estres", de Gide, o \W\a m1'8São a cUln(p<l'lr. ·A ll'te- ~ se COO<fUlnd!a ~ o Harver; r-aitura de r.esís~la M o esbo- ~- ' - oerada... nAo podemos per~- n,eeer oo selo de n= classe, e c<>.mo nos é imposísvel fugir num bater de a!18S, Impõe-se que seja.anos 06 9eUS c~lroe, mes- mo correrulo o r.ieoo de ~- ta.r-'1l,Of; c001 ela". ' V0lvemo..ooe p;a r ·a a e~ "I:sto s~.ca que éscrevemos eootl:à te.do mundo; que tem()Q leitores, ,mas .nã<i t,emoo públic<>. Bur~ em crise de rttpture a.e cl~se. mas burg.ueses ainàB, pelps seus hábi too, separado do proletariado pe-lo biombo oomu– n:ls~. ~guarpectdoo da ilusão 311'istocr.átlca, Jevi~ no ar,. e. nossa boa v:ontade, não 1, útil , a n1-n,g.uean, nem roe&mo a nós, e !ri'gres.samos pa êp003 do pú151í:. co Jniq>erce,ptivel". : Sartre faz então o cellSO dáa ' bombo6 de :una .destruição mall! ilmplacavei que .se 11,vizinhavA 7 ..N-o!;sos antecesoores e,;crevl:aan p a r a a~ deilocul!)ad·as, mas pa-fa o pú:'bl~o a qu,e,m nos diri.. gmnoo, por n0$Sa vez, as -fé'rias eistaVMn findas: - e3!e oorn;nmha. re de homens d·a nossa espécie. quie, como nós, e.speravam n g-u.er :r-a e a -motte•. 11)1às, por e'9t:ra. nho' pa"il'adoxo, estll . gere;çâo que :rodescobr la; o -aentldo da hlsU>- 1'ia~ la ser mergul'had,a .))ela ocu– p :,ção n,u;m mundo .em qué ·o9b– eoluto existia, o absoluto .do -1. o mat , ll'3'1'ª a geração an– t&-l9r; er.i 11J,go -dte neJa,tivo, um Luii:za! ~ e o m·e~ gvito foi se mwtwaT a,o que– brair das ond'<l.S conitra as ro– chas, ron:i:o se o seu noJne qll'isesse se j;ratl6fo:r.mar em espuma. O vento vJnha do · imial:Íto, traze(l(io sal p.u:a a. alva ca-r– ne que o amorr j~ais t~• tàil'Úl,,,ci oo1a...-a o vm:ldo. ralo collttra o CO'll)O ímÕVie'l no tope da pedira S'Ob,re o mar,. d -eauru:i.ando .seios, ventre, coxas e fazia a ' saia vibrar para trás amarrA<la. às ~– nas, 1:omo uma b'a1;lffll'ira a:ru.1. -LUJi2a! gri,tei, d~! Desfez-si:! .a estátt.ua em: três pulos súbitos, atiJ;io;ü'~e na ~eia que a onda ali$.ra: -0' meu amor! - r:4'" ' -:- M A 'R Q U E S R E B 1: L~O {COJ>yrig'M E. S. 1, . eom. e;,cclnsiyida.ile para a ~OLHA. l>O NORTE, neste Estado) :l'og<> para ,os tir-0e de dinami- que Luàza não que,r comp're• te na pedr.ei ·ra, <1:uamo se ti- ~nde-r. Mas cem<> se.ria t.er .• rava de rocha viva. mais es- rível - e lsto Lui2:a não paç;o ·para se constr-• o air- compreenderia nwl!Ca~ - .s11 ranha·-eé\l,; l;Iá -o sinal ca.n·e- ja,~a;is pudess-e pâlrar !SSil , iwio ·no braço esquerdo, que , . péqu.e'!iO c,opa~ã·o i'u:ta:doo:! Lúcio _pelll!:líil,ve ser. um l>icllo: bav-ra o petu;Ianite sinail~lO sobre -0 laibio wperior de Ci,– n·a,ra e o oo,nMi cõ·i- die eho• oo1alte no J)'eSQOÇQ de La.uira, que não ,gostava ~ Cama• val; há ·a ín"<lncha pre~·a'ZU- 1-ada com.o iâha -secreta nas espáduás de Juliia - Sa-pe como •s·e ehama esta his½:ória, meu biem ? Maneh& m()IJ)Jg6- lica. • P . t V ~ 1 100, em. gen'>-e.. . • ~- -Calllfulosos, es,p,reilramOIJ - não vinha ninguém. O !9ilên– cio do pa;.rq.~, na -tarde que cammha; CÓllSUll'D>Í\l as SU!,lpei• tas e ela V()o]tou a con&ent i.r, e~:nd·endo-se na csombra - protet-Gta e bawando oom o corpo a pe.ssagem. das min'Ús– cul as forum,gas. l eo1, e pousa ~ booa de ou– via.. ad~idn! E' c()ffl() a I)oite na m.inha cama, se'll VL!iit~ pret.Q. A pia a.berta é 1:ima e.as • 'cat;l. na miii~~. Ele preos;a, oo casa vazia de Lobélia, que foi _passar um m&· fora, com ,os ti,ocs, e já esrtá há qu.ase dois sem o menor a«l.ÚltlCÍIO de, ~o - estaremos tão medonha. menite ldga<los às nossas ro– tas, que a.'llé 11 idéia dte. "Hber· da;de abooluil;a; nos paireça do• loo-.osa e jmpoosível ? <!IP ' pessoas que a nova l1ter-atur:tt pode atln,gir: burgu,ei;es intelec– tu,,.i's, eaiucadore3, ope:rãr10s não comu;:i:imas. Mas sã.o apenas ~1~.., ment'06 dispe-rs06, .f: precislQ a:in– dia crla.r um público. isto é, u.~ uni.d-ade orgânica. E eiS a C'On– clusáo: o eeeritor é atraido :por auas classes) dii;-.se.á, ta.iv ,e:z, pO:t um lado, que es~ a<ntlno.mia lhe Gdvêro do kito de c<l<JlServal' lleolog.la ,s bW:gÍ,t,e6as, e, de ou. tro, por cOIÍl,pr'all:er .se !l'Wll esne– blsmo x,evaluoc!ona•l"io, mas estaS cr1twas _p0u.cc> o atingem. por– que ele s,mt,e de verdade a suia 'P]"qPria ~xão~ Podserle etJC'<l,Pa:t' rEiht,gi>a:n(io-~ na "~rte pura''.,, mas a t.a.nto se r eousa, porque j$t,o seria, ª'ª como ae1r, b an. d e<a1!'..$e pa,iia; o l«do da ()ll)res. são. -Pode-sie, coo4udo, _.<superar o_ dUema, a literatura nõ.lo prova,, ' poje ela ·é em sl m.e,,ma uma ll- ' berdade total que se endereça a ,outras liberdades. o ~1 do eacri.tOir será, J)O!S, de um ,gran.. de pregador de todlas as liber.;; dOOell, das 1Jberoades ma.reriais con'tr.t o bu,rgúêB, ae liberdade5 formals • cO<ll'tra o eomundsta; de um lutador -contra tockls as in. ;justiças, venb,a,m de onde vie– rem, d.a cliJ' el.ta ou <la esqueroa.; e dlc um traba:lhador ~hado l'I.Q construção de uma Cldlatle harmonl<r.,.a e p.aeltica . ~ qu,a ·não se con.sntuirã wn público em torno deste obJet,vo? Não- se t,.,Ma se.não do Hom,em a •- ' ·1;,em- mais TeGtrltó. u.rlla Jtl,C\llla do Ser;,...;i~~-"" com 011 ~ de . e~ t~i?-, fr~.inu t, Oa– ohau, a.<>&1nil'a carã)ter ma'l1J P'O• sitlvo. E diante da ameaça da tórt~. que l)Odls: ab2,: rer.se so– bi-e qualquer homem livre, a qualquer m<>tllert-to, cada qud persg,.wt ava -se 5eria capaz de vence'r o mal, éle não peroer a prqpa·la d ign!ia-ade ,de ho,n\_em li-. Vl'e; não ha~ mais me1o ter:.. mó, a gente era condenada ao heroismo ou à abjeção: ·••Com– pelidvs pelas c1rcUJil&t4ne!as a <leooobrlr a pressão :da himo. :ria. . . n,6s temos uma tarefa, pa.. ~ a qual. t:iJve.z, não &ejamos guficie11temente fortes (não é a p,r.lmeirà V'éz qu,e uma é:l>oca, por· fal !lj, d:e ta,1e<nitoo, fa :J.ha en.1 eua ell'te e e'm sua fllosotla) a tare- 118 de ori~r umoa literatura que alcarnce· e reeonclllle o absoluto m,etia,ffslc.o e a relatlvi.dooe do 1ato hlstórlco. e que cha-mm-ei, ;}. talt;:. de outra' e'Xl)i:essâo, a ute_ J'a<t\,n'a das grandes circunstân– cias.. . A n ,o s:s a historicidade IJ.ó!, restitulrie, - po1S a viviamos dba .a dia; - êsse .aibsoluto que m1tes no,s pa,recla nG~r. Se os llm!ISOS projetos, as ROS9'.l-S pai– xões, OIS nOS'30S atol!! eram eJ1;J>ll– ca.v.ets e rela,t1'1()6 do ·))Otlto de v fsta -:da, hls,ll:)r~ elaborada, êles retoanavaro, ,n,éf;se de33mJ)3•ro. a 1ru:erteza e o.s- riscos do p~. ~. a S'llG densidade irredutfvel". E c.ewou os olhos, oo ôr,a– ços estendidos de êt-i,reiliica.– d.a, e um resto de onda veio bor-bulha,ndo e morr.eu a dois passos do ,cerpo abando,1rad'°> num a'b'and.ooo quoe lembrava Olivia,. Acompaooado do lépido amigo de oi>tenta 001.1los, mui• ,to preocupado oom o rumo que 1oma1·a.m os. melaocóli– 'CQ9 acootecimen'tos políticos, swbo ·com ,pa$0 ma:nlhooo a ·wlha lad~ilra ~ana. Lá em baix-0, sob a ga\roa, f~• mu.'<gam compridas fHas para oo ôníbus. E tl() a,l,tt>, junto à casa de flôr-es, en,conob-o– me abraçad,o por aquela re• ce:nite dü;pnéia, que traz con– sigo uma vaga, talvez ner– voo,a,, dor no lado esquerdo do pei~. Noasoo olhos se ente~– •ram. -N'lun m:in<Uito, o oé,u dea· e.eu ~bre a relva. Depois o sUêillOio ficou mawr, 06 membros _re1axa<ram..se com a alma exptJrgada. Há di~ de fraqueza. Es– qu~o o diárf<> sob.re a mesa. N:i,c;olau mie visi.ta , mete o na. i'ÍIZ {a,bata.tado) e dou-lhe a ler aã,gumas págio-H:1.s, vinte ~v~~- va.-r. ·".4 Tal é a concl.u$ão d2',.mát.1eli Í do estudo de Sa.rtre. Podemos obietax-llhe que repl'le6e1Ma Dl819 , o seu ponto de vista do que o l -de todos os EflCJ'itor-e,s de sua 1 geIGÇã.o. PoõemOs ()bjet,a;r ..J:he. , taJlnbe,m, que os ;SeUs ro:mancea 1 nem. se,inp,re se mcluem ~ lmba ! dra,m,átl~ deet.e estudo._ .Me.s oJ l!le'U dE1P9iir:nellto é, teaav1a, :mut.. to sllncaro ,e p()SSU.1 tal ~ mesmo wra da ·Fl'ait1Qa, que - pan:,eceu digno de ser reoo11nido i pal;e 06 ~ amigow ~ <UI> .Hã o smal veroe p,ara se a'travess!br a Aven.ida, -de– fronte do esor.'~'tómo; bã ,o , ina,pagável si,nal da de~tada de M.a,c:l'alena pot causa ílo sa.pofl e há o reve ,gagaej_ar, sin.a1 que Francisco Ama!l'o .está furioso; havia o s.mal de E' ma:~ um SU'\Qi para o roullld<> -doe an'als ,smads - sillla1 de p>remaJl.wro tffi!;gaS>t1!, -Ca.nsada? -Não, responde moile a mentir-OSa. O si.Rn,clo vfur a C-0!010 um som. Só o ,ei;guro raio de sol é quie conhece os segredos e breve. marrer.á. -Querida! Eaa n:ão ouve e IM-se, en– tão o miaagre rwin,ca. ·visto - a louca oori>olet~ vem em %i..gue-zague, Ci':UZa o raio de -Que tai? ' -Muito conruso, opina o Ve>lho companheiro, q~ ama a iiraroqueza, mas C'llja cap.a– cidade de leitl.tra só ultima· m~,te a'llme:ntou oom a ln• v~ão d'as hi$1tóaiáas em qua– d'riooos. _Mais cmno nãQ é pa– ra p,ul>liic8l' não tem impor– tância., ~ema. jj roo. • ------------------------------------------------ ------------------------...1..-------• ~SQ'.UEM~ -D~' lsVOLIJ·ÇÃO DA SOCIEDADE ·PARAENSB . . . . . ~"' ' ' Nã,o se nega na intel'pr.etação mnl'xlsta da hislórl:i ·a _ . eeooomloas das epoeas ,a;nallsadas, .nos es,\âglee ~ desenv,oI• ·,, atttatií,o do efipítlto, ia mente mortal hnma'fta - · a mais , -- LEVY HAL.t DE MOURA -- vbnento da v;lda ma.kl .'ial da socieall>de pa~ · alta organização dá ·materla - no desenvolvime.nto &I. so. A prova~· que o historiado.r Artmr Cenr Feneira. Rew,; éiedade, reconheces.se o valor das idéias, concepções, imU- ___ IX ___ eonqu~nto üle .no ~l -0dio ae rei:nól, nas luws que '\lio da -&uiçõ~. teorias. · .• • . . Independe.Mia, à Cabana.it~, 'não deixa. de-!!e ,referir -a popu- Nao se ·,nega o desenvolv,unento da "Vllla esp1r•iual da J!1 1 selal ~a ;G!. .FOLHA.DO NORTE, lações _poueo &ervidas ele bem estar material .e de -nr.orto. soeieãade a par ·dó. :desenvolvimento da .fl,11.a ;vid.a .ma.ter:ia.1. às q)lals pueeera que era .«1ada a hora das relvJndh•-ções Nunca a. inÍeq>~~ão mM°'Xista da .história, a chamada m· pdas no :m,uD·ilo, sempre uma,. que é A tund.amental, a prln-' tota..W~. ter).tef,ação ~t-ei:t~llsta ·do desenv,olvlmento da ~ieihule, cipa.l, ,a, prJmaria, ,o elo decisivo da cadeia ile ligações. ' É' veaaae que..o niswria.dor Basílio de ~lar,ilhães afir– negou o ,Pi~l mobilizillor, IÓrganâza.dor ·,e ,1,J;ansfor,Dia.d,r do Conq.uanto não se ne_tue - como já dissemos ael1D2; _ ma., re~tando-se à revolta de B.éc ~~ ier iluJo .aquela: ideal, o ,qu-e vale dizer, das jov.ens, justas.,e poiler.osas ideias, o papel da consciência sooia:I, o primá.rio, miur.almenre, é ., rebe!iáo "a primeir,a revol«çio -ele natureza' pur:amem.e eco• das ideias qne· :ãcoinpanham e .que aconselham ,a reJU>v~ão. 1"Jxbtên~ía at>cial. nõmica que houve no Brasil~., f Como também não se neg;a a livre atua,çio µidividua.l, e. Daí o conhecido conceito de l\la:rx - "Não é a oonsci- Ora, consoante já acentua.moo, os movimentos revolu." easua:Udade, dentro -da ca:usalid~.e, a eapacida.de do infilvíiiuo êncià social que determina a existência M>éia1, mas a exis· eiortarlos 11,âo ao .nunca de na.:turna p11,tamente econômi.ca. em submeter.-Stl ao desenvolvimento so.cial w se opôr ao tênola soeial que determina • oonseiêncla socla:l". A natur.eu ~nômlca das revoluções é o seu .fator funda· mCl$JIIQ. • Mas '.a:aí, também, a-quela su.a outra :afirmação - "A 1deia lD,ental, mas •IIJÍ.o é o f!Cu únleo fator. 1 E' claro qne num 1nun.do D)ater'iâl, de :fol'Dla$ físico.- se converte. n~ _potente força material, ,lo_go. que penetra ()bserve-se que, no govemo caba.no de -Vinagre, qúa~ or-~ânicas, o desenvolvimento da. viaa~nia.ter-ia:r da. s~ieõacíe .nas ma5$a$", J:• o 1enômeno qne e;iq,rei,sa ,a lei 'clialetica do e~Vll,Dl 10s combates e.ntre a -trota ata.cante àe Angelo C.us– é o básico. E' oomo ,a oração prfueipa.1 no petíodo. Sa1>e.:se trânsito .ela quàntiélade em . qualidade e d;,. qualidade em tódio' e a . cidade ocupaaa pel~ imurré_tosl Q ooméTclo de fJU" o próprio fato da existência d~ ora~o principal' no ' pe- qu~dade; a nosso vêr, 'l1Dl6 jlas mais sábias descoberiAIB -da, Belé~ tinha a11totizaçio -de Vinagre ,para tramacio~r co,. 1.'íoilo conduz à conclusão da tamoê:m existência de outras dialetiça marxista e à qual os ~itualistas sineeros não as forças legais de Custódio, e lhe v-enc'ler carne e peixe. ' orações secundarias. E~tâ visto qne as orafões no períoilo 'têm dedicado merecida e proveitosa atenção. issó,, que parece grandeza ela~ do chefe cabanQ, e 'CJ,Ue é . não ])1)dem ser desllgad,as. A própria çbamada oração b1àe. 'O ,clesenvolvimento da. existtncia. material da sociedade coiislderado como tal por muito historiador - qne prova. pe11dente, :que só por si fon:iia o período, ~ga•se I\O l )erio.do pa:ra.ense é, po'ls, o essencial numa perfeita IIDiJlise da hJs. a.pénas ? - os profundOs inter.esses econômleos superiores qu,e ,a ànteooden• ou àquele -qu~ a segue. Quando o indiv,iiluo ·loria do Pará. , :àos :.shnpJes mo:vimento.s de armas Tevolncionárlos. fl!.là ou ~ereve, não desliga, separa, seeciona ,as ·CJ!l'açõC6., eomO A cb1m1a~a a.nimosfdade ao .rei~.ol ou a a.versao &(> ma.. Ângelo CJtstOllio era. inimigo dos oab,a,1109, mas não <loos ,parêce. c~êr <:ar~~s Góis. Pelo eo~rio, ~- t\Qor~ená ,ou s~- ÇOJ!, por t&emJllo - temos prova6o no cleool'rer déste es- -ytveres cabanQS. o pão e o vfu,bo da _in$vrrelçio l!ão cau-, bol'dfua.- a Jl'l'lDe:i!13l. O ~rocesso e de- li-gaçao,. llà,Q de de~IJ~ tudo - ,oonstituem meros. fenomenos, mesràs a;parêneias, me- savam . MIISeaB ~o "a,njo" Qustodlo (-nao fosse ele ,4ngelo)~ , (MDWW, ~ '1á, poria~-1 ~ toda$ a:s ~US;\JJ D;i.o dcsll- ros ,efeitos. A 19a;i::~a, :.i: -essência, ,etiW}ltr~-Ja J;las J)O~di_ç,õea '<'.on-tinu~ n.o 2.ª pógino)

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