Folha do Norte: Suplemento, Arte, Literatura - 1947

• • Destino Da Litercítura ~ea raense: • .. .\, t .,!' _,._,.,., • J • _,_ •'A - P ALA V R A DE STELIO MAROJA ---,. • ••, • 1 ' ---· . - • -~-'"' • ,... • ' . _._ • da, . ·a•;~;~;;:~=::~;;:ARA A NOSSA "ENOUETTE"- A p~ VRA DE s.,;_-. ~~= µo MAROJA E EDGAR PROENÇA - "PERCEBEMOS QUE DO PASSADO NA~ ~~~v~~ ~f! . ' ' • ' I l Há aJ..g«:> de pel'ig«:>so em se 1 e mitiT um juizo sobre uma. • .gera,ção . a que se per11ence. ,E' como tentar a Jilil!torlia, de MAIS NOS VEM A FLAMA MIS_ TERIOSA DA INTUY"llO DO PROPRIO SENTIDO deirair 8íS s~õa, do Ri- ·Y"" ' :r-.ito. 1 ~ - ·• ... ' DA VIDA.,. ' P enso que o "mod.9mtm,,- ' ~ e o séU Pe.rlo&> ~ i dias gue v irveirnllS, de acon.– l<tecimentoe em cujos epis6- -· l aíÍ;Os fomos p a.rttcilpa.ntes-. Dl– i:Ctoilroelllte- l o~m-oo a isen• ~ :~o de ânimõ im}>'re9cindf– 'v e1 à fornnulação de opíniõetl ,itieiis e objetivas, lii'Vl"t!S d«s influencias de:fomwioiras. ~ ~09S()S própri,os ~oo,ceit oe, ,enti.<F,tentos ou pa,ix oe-s. r:!f'1f>f..>f._'/f_f_>f._'/f_'lf_l(,_l(._'1f.'/f_'f}f_V-e-l(._)#_llf_l(._llf_l(._'f..-f,_l(._ .• .:t/ • • lili8S Pio ta«tdlat'á .~ pMe.Cer. :!a.. --.- _ -·~~.-:;iJJ Não nasceu com bues so- \ ~ lidas. E' ~to pel.18i illqUietar ,_ ção de um ideaili$m0 -.a.• ,ltepôriagc;m de PERi AUGUSTO Desc()tl;tad-o'6, no entanto, "os p099iveis exag!!!l'os ou ~– v.i0$, derivados de semelhim• les !atores de ()ll'dem pessoal, não hesitamos em i,eoomíecer; 11;a modellDfl. geração pa,r.aense, u m vigoroso gr11po de ~len– j.tidos valores mdtvl,d,ua9.s. , · E!, sem dúv:id,a, umQ...gent.– ·~ 0 co:r_n.o as . pà.<,&.a,dias, cuja ifOl'IDação l'llltelreotual proces– ea,..se, alinda, at ravés do ex· .cllusivo esfoo:.ço a,ut,odida.t'a-, e que, pela pobreza do meio p rovmciano em que ví-ve, M– il'a.ment.e pode ter &ee€SO às ;formas su,pertores, ,esiPeCfali– zadç1-s ou técni-cas dla. c1.1~<1:u– r.a. Mas in,égavelanen<te nela s e visl11.1,mbram muitas das magn1.f.1cas quâlid~des que· fa– i em a forç,a e o va.lor,- o va• lor potenieial, pelo menos - das lllC117a.s g~ões do m=do: iu'a IOO,i,()lr i.nq.uietude espi– ,r i!bua.l, ma.is expeiníencl·a hu– :m,a:iµ e. ooooeq111enlteirnen.te , ,uma comp-reensão m~is larga. ~ ma•is ;realista da. vlíd,a, ma,is ca,pacid'ade die. s 11, c r itício, l miá-is paixão pela vetdade e, eobréfudo, Ulll1a d-ee.i.d'iidia t~- 1 dé>nclia. renovadora\ manifes– tada através de nâltid·a iltlSa- 1 ti~.ção, di:a.nite d,as fO<l)maS ~ca.nsa,das de pensa.r, senitiir ,e l agi,r, hetidad as do passado. O siml>l-es desejo d-e reno– ' '\7a.ção é p otr si um p od~-OSO festmruiLo da atfüv'\idade Ol.1iadó– t r a. f od~vi-a.. ~ ha!ect:, 1 ti,a.s -f/ifSefl de- .tt:ans:forro;i<;oes, im omenilos per~gosos em que o les:t,iri,to, ,sem ter a'ilida des– eoberito os novos romos qu-e ~e.va tomar, senite-Ge m&gu- !lilo em d,e-solação e diésen– . c anto, como qu,e esa:ruigado IJ,élos espeetr.os do pcaS!S'?,d\o, , 1 que prura êl-e perdieu a si,gm– ~ão ~ val-01'. Tean<X'I a ~-0 de n-os ~oni11ral.tmos p r -e·c ieamente ~ . ·em um dêsses mOl!lrenltOIS ,ori· tiic~ de d-esori-emação e de- 1tall'lt1m-o. Percebérnos que do :passa,do não ~is n<>s vem a (:ll!a,ma, mwteriose d~ in,t;uição · o próprio senltido da vitia. ~0$Sa.s ima.gi.m.ções estão po. voadas de vago.s d'es,ej 05 de ,renovação, que se chocam com , uma ~altdMe adyersQ., \tnodel,a<da ainda pelos velhos gei,,ro. 1 Eis o que ~ d& 1!$COla mode'ntl,a. A sua ge;raçâo em ' 1 l ) MaU UQl/a ffl, por exiguidaq.e de espaço. fo– mos obrigados a _imerromper • • enquette" que 1 • rimoll realisando• .Cremoe. porém. que ião :não im,. ' plica em prejuizo para OI ncssos leilor.es. . porque aqui esta.mos, divulgando a matéria que não pôde seitr dam1ngQ paM~do. Desta vez. prestaram eeu depohnento os dts, Stelio Mmoja e Edgar Proe.nçL atual geração para.e-me. O segundo. além da sua atividade aa im.preuaa • IDõ rádic-• . .-11 se ctisting,.d– lto ulJimameme eomo t,eatrólO§o, escrevea.do peças que o nosso público ~ o que lhe vàleu uma poltrOM na Academia Paraease de Létras, : nosso Esta.do camiinha, atoi• , tia e brilhmte, m,as um dia ' , l v ôl.iverá paira. os veaios ca· I f nanas estéti~os que maAlCMll a sen&bil'ióaide e o pellSB,- São doia depoimenloe opostos. refletindo niti– <!amenle o espirüo e • iadê,nciu du geraçõee a que pertiencem , l , mento. · 1 f U - Não houv'e .solu4:(o cte · O primeiro, • além ele jurim de renome em nosso Estado. é umia du búeligêneias ma1i lúcidas da : • contlmlida.de em n'OSB81 vid>a • culltural. Hã du-as c0111'00Jte6', , ' - .f..)f--f/JJ ... _I(, l(. 'Jf.IJ • .,,. f.1(-lf• ...._ .._ .._ ..• ,•-. . ... .. ~ \ . ,,.:· r ·.-.••·•·•·••••:;UESTIONAR;;,-••.-., j 1)- Que pensa da chamada "geração mo- * derna" do nosso EstGdo? -- Na reaUdiade. os f a.to! res q~ condf,cionam a a,tivi:dade .mt-eliectuail são hoje b a&ta.íl.t~ ~ta.veis, de modo q~ deve ha,ver cel'ba. caiutela. tia ein,un– ciaçã'Q de progno~ticos, com bàse nas co~ões do pre– sente. veiooades que se nos Jma;,uses-– !leIU ÓQi!Jl.O novas ra,zõ'es de vivei: ru,tair, sodlrer e mor– m. Necessiitiamoe de verd~– d-es não paxa acaJ.erntã-w es– p~rituailim,enJbe, mas. p am vil.– vê'-1],ais, d e fato. Verd-ad:es no– vas &el'áo seiva e Slalllgue pa– . n a,s , nO&Sae almas, d'eifi,nha.– dM .por ·uma iirnru(poota.vel d'ís– conda111.Cia e111t:re os n-OSOOS dóis rrtJUinidoo, o interior e o eocte– ri.or. Dost.oiewski tinh~ raiz;ão qu-a.ndo d'izi8. que todo o que bus,ca, s1nceram.ente a vetrda– de j á está · só poc iSSo an:ma– do de uma. foirça. tétmivei. 11)- Existe, na ,atual geração literária para- ' . ense, alguma ligação e respeito às tra-, Aoredita.m,oo todaivia, que o de9envolvimeIJlto das a.tilvJ,da- - des l ~te.ra <l'las e arti.stícas, no P.ad' á, ~o ·Brasil. e no m\Nl9.'0, * não poderá evita•r' o infl.'ll.JÇO O ruturo da -mod.er.na ~e– r a.ção p a,ra,ens,e reside em súa ca.pa ,cida.de de superaT essa orise de tralilSição, lib er– tamo-ise das ilusões e men– ti~ em que poir com-Odismo ou timidez se ç ebate, tralls– ton:;nando em a,ventu,ra a.pa.i– xon119$. em buroa de novas verdades, o eswrço quie se farz m-ister paTa que ela. pos– sa d'eix.a.r n-a história amazo– ni.ca a m-a.nca -de um-a h Ol!le&– t a, cll!a'a. p rofu.nida e imp,e– r ecivél aíLnnação cuililrulraJ.. - , dições da nossa cultura ? Ou, ao con– trári t>, ~uve uma solução de continui- * d-06 fenom:enos políticoe dp nosso- tempo, que de dia paxa d ie 11&91,lIDem feição cada vez ma.is avassaladora., pesandio decisi:varn-enite .não a,penas so- br-e os destinos das ooletiVi· da.deis, mas a.té m·esm•<> robr e o co,m.ipo.ptamento quotld'iano de cllidla imiívidtto. < dode em n.ossa vida cultural ? - ' . 111} - Como vê o futyro das letrCIIS no Pará, no . Brasil e no muncío -? n ,. '-'i-~.. ,,.• lf. ......... >f- 1f.'M- te e atn<la q,u,e tenha os seus v a1'ores 01.tltu,reis suibstitu.id ,os por o1.Íit:r0i9, o passado e,n,ce,n:--a s~re uan -aoeJ.V-0 pre,c.ioso de ~peri-en.c.ia . huma.nia., a cu– ja i-n:fl[Uenci-a as novas gera,– çõe.s não podem se esquiivair. Essa imifluen,cia, quàndto não P oit mais- que um'i\ g'e!riação , se excer&a dii~1lamen.~. pela se distinga. dre outra, será urti tramsmissão de tiímã 'herança er.ro atirnruair que elas não se culituiraQ positiva., t-az-se se•n– re1a,ci0illa.m. A híst<>r.i.a a rigor tir. . i.n.<lirtli;a,menibe, por tudo não conhece b.iaitoé e o pr.e- qua,nito ~ obs~ação do pas• seillte nasce s-empre do pas- sado n.oo eooina a. não di!s,e– sad.o, 0 UITT11J)l'ind~·OS aipenias j atr., a, não querer, a. não te.– não esquecer que essa. gesta,- zer. D,iS&e , IlJ)Uit'o bem Ortega I:~ obedece a UJl'l ritmo di- y P-a~ q,ue é necessáriio es– nâmico, d ial~ti,ço. corn'P001tan- gota,r ·o enr-0 t>atra sU111>reen– do, as mais esttr,a.nhas e sur- de.r o corpo a.r,isco da 'verda– p-reelllde:rutes flra,rusfigun"ações. de. Em confommid ade com Poriss.o mesmo de uma, ge- t-a-1 perusa.ment,o, OO!lllplre-ocio.s ração CO!llQ a. modem.a, que ter em vista o que o passa.d•o se aipresenita com-<.> revolucio· contem de vaJio.so, m-eSIÍllo no n-áiri11,, quanito às tradições d-e / que nos possa paa:ecel!" erra.– n,os,sa, cuilitura não nos é li- d-0,. Mu1to dos· va[óOres cultu– cíito c1izer que ~-0 tem r el~- r-a.is d-e g_ué nos orgrulhaán-os, ção· a,lguma c0im as gerâ~ões como Clliações de noS&a.-- épo– qixe a preceder,am. ca, outra coiSl8. não sã-o· q:ue o O faitor·de ela v~r-ise par rei..•nlllitado d~ penosos tna,ba,– ra ide.a•ls diferentes não pro· lh0s pi,on1~ i.r.os die gerações va. o coo.trario. Milito embo- desa_pairecidas. re não se rebrate no presen- Queremós ex_plicair. a¼Jás, f que quando dizemos que os ideais do p assado não · mais nos sa<ti&.fazem, não pr.e,te,n– d:emos com islio coru:i-ená-los ou d'ep~iá-!1-0S. QueremoiS somem-e dizer que êles ohe– gaira.m a o t-e,tJl:no de seu ciclo hisf;orjco, nãó sign.id' ica.ndo <!.~ali~ a sua substi.tui1:ão 1)00: <YUtr-oo. p orque a. t4'a,ns– mu,tação continua é da pro– pr,.i-a asserucia do processo de evol<u,ção diale<ti,ca ·a q'Ule se a,oham su,l)me<tidos; O va,lor d,ÕS idea-is não d e• ·corre de sua mai,oc ou menoir .pe:nma,n,ênçía no te,mp-o, ~ as d·o gr•áu de ·qor,resp0111dencia com e.s cotlldições histôricas do momento em que surg.i– r•a,m, betn como da. for~a,, be– leza e or,j$inadi:da<ie com que foram máintifes-tados O'U v1vi· dos. . m Toma-se ,necess~-rio quasi cerbo dom div,fa1ia.,toi11io, para avança,r conj.eotuir,as i;obre o tµt,u-ro, n-oo mome,n,too de tr~ão. • (-) RESPOSTAS DE EDGAR PROENÇA I - Acho- a brilhante no seu genero. No ênii;ii,n~, dis– cordo i-rutegrall.mente das di-re– tr i~es t;tue a erw.amí;t:iham na, sea,i,a das 1-etras. N un<:a. mé hal:)i..t:uei a com– preerídç,r o_ belQ sem ·ha,nno– nia e. a sentiir as ex trawa.gari· ci.as da.quilo que não me fala ao espirito. A moderna ge.raç_ão d-e no.s– .so E&bad,o é coooti<tUJiída, de uma. pleiatd·é de vailOlres ex– traoroiná.rios. Tod!os cheios de, t a,Iento. E é pela wa feoumda ima1gína– ção que eles não ch~a.m a i;er a,bomina,veis no teor de suas expa.msões~ liiiteirálrias. Teriam empregado muito mellÍoir a s·ua imluenciia e a sua . predileção iniU?,leowal, com mais esplendar, si a,com– pal!llhassem a escoiLa qtlle- é a de todos os tempoo. guie re• siste a t-qdas as insiin,(la'.Ções, q'l.l/e é a há.mn.onia,, a. b.elez'a, a "nuanices" uiMra - modc.:rnas que é a haJ.rononia, a beleza;, à emoção, a g=deza dia poe- Os antigos p ersistem n<> seu tr.a.ba !llho pacien)tle defendem– do o seu pait1l'imoo.!o de inte– li,gencle e de ct.iL-tulra. Os no• vos Ili0IIll de lev.e qu~ a– coonpanhwr s. vida cullbu,ra! do passado. N'ão há. poo;,balllltó, Jll meu. vêr. llig'Qção e respeiíto às t radições de n-Oll&a> cullbu'N!, d-e pan,te da ai1iu'<lll geira.ção 11- teráiria ~ -l!!ense. AiP,en&<l são duas foc~as q~ se ~ta1II). e faizean úa:nia v-iichi à ~e, eomó S1i \litl;l.Q "en;tente" os µmigiss.e cocrdie.iJ.. mente a ,tais atitudes. Felli=erute não há lA.rlJas eJS– t erei:S. Ca.da um pensa como pode. E is.w, ai1i~, é tã-0 rM"o que chega a ~ espa,ruto, m - Vejo-o com a ail.e– gr.ia perene 'de gue,m · anseia por um mooj:l-0 melliotr. O Muro· dias létras :llil mim.do se.rã ·o ma.roo daa m.aioNS e<>nquistas e é a na– tmad e r api!da evoluçãe que se vem aperràindo, guiado p OIE cerebros pon\der,àido-s, que o mundo vivey-â aipéiado doe conflitos e d~ I!àcaaqu~ No Br .asi:l j á se v~ pelo fecund-o movimenito em to-– dos · os setores. · d<a ati<vidalde im,e,lecl,u,a1, à.tê onde ,! remos. ó s homens v elhos coillltiJniuam . clllituados pelo ~ siaber e ., . 06 novos Ja se 1mpuzE\I'.á,m -a.o respeito e a.dirritiiraçã'o "dos V$· 1h~. 1 Quanto ao futuir,o dJas Ie-– ~ra,s no P airá não há que ,ctu~ vl:dair. Aí egtá essa, j uvellllttida ac~ emica que tliUJtua -n a be'~ leza. de seu íd-e°ali.smp . con&– ttt,uitor. PM'ticipa d;as "roe6U i edOIJ.ld:as" e exige dos ho:– meN roopoinsa-veis p e1o's cb!s– tinos do Estado o e:x:aito CUltI!-' p ~eru.to dos seus deveres ad– mitristra,tlvos. E' uma g«>a,ção qu-e falia de cab~a erg,u.iidJa e não sia,bé ou,rva,r os j'oe~os pai!1i a sub• . servie11cià:, sen,ão w.rn r,ender o çuillto de sua ' adoração à Pátria querida. · E a, ati<twd'es dessa, na.tu, . reza são íns,piradas peJ.a in,– teligencia. Daí e111 a.<:redita,r no fu'1luiro das letras no Paa-á. • ,pa.drõ~ q11e ~ reou$ilmos e,ceiJta.T. Toda,vla, !alttou- !Q.OS ·~té aqui a decisão e a coiI'a· gero para nos aJtira,11roos à 1a9ão; C'111ando n,was fontes de flllllPiraçãe e fo11a111do novas t...;--_-.--,.-----------·-- -------,-----------------------...a..-------------------- - ,._----~ l"- ---- -- - ' Esquema Da Evolucão Da Sociedade Paraense / 1 (Co.n,clusão da ult. pag.) ~ !E o cic1o :a,g!I'ícola regrediiu ao c!clo exitr.aJtivo. E sur- 1gi111 a i'lusão d'<> latex. E po,r que isso s-~eu? ·- ' As relações de produção sem.i-f-eu<lais na a.gricullhlra freia.ram o desenvolvimento da pr.odução a<grícola, pa~•ali– ~am a expansão do mercad:o irntemo, amorteceram o crescimento da indústria nacíon,al . Esclatr'ece-nos o ec.onoanis:ta Amibatl. Porto: "Esse re– tard•am-ento na formação do BTooiJ. industrial, :represent.;, ereito das p ,róprias condições do país . Onde existem tan– tas riquezas em es<ta<lo nartivo, tantas tnatérias prim·M, cu- 3-a solicitação .pelos grandes centros manufa,tmeiros da Eu:ropa e Norle América, era cons-ta,n,te, a maior soma de t.tividiaid-e nacional -tinha de ser absorvida pelas indústrias extra t~vas" . Está aí o que ca,ra~teriza o regime a que nos S!UJbme– t emos, e a que d-enommamos de ·semi-feudal. Tinhan1os qu-e atender ·à solicitação dos grandes centros manufaitu– reiros da Et.1,ropa (r.a é~a a In,g.laterra era o maior de– les}. aind-a q-ue em detrimento do nosso real pr~esso. E' cl~o que quem lucrava oom essa nos,sa "est.im -ada 9,t~ção" erai::n esses gra;ndes centros manufatureiir-os d-o ~trangei:ro e os seus agentes no Brasil Esses a.gentes, essas ~.pabriotas•• en,con,t,ravam-se entre. os grand ee senhores de be-r-r.as , ligados ao comércio exipo•rla.dor - i~itador, co– inérelo li:gêl,do, por se-u tu1J.>nO, aos gram,cles bancos estran– g:eiros. Na épóca ~ra o inglês quem ma-is solicitava e mais • "bf.i-nha de nós esses favores. Na,taralmente essa politica s6 fu.vor€,Cen,do o esif.Tan– ~eü'o e os seus se,rvitçais- no Brasil aiprofuilllda;va a mis-éria io povo, frattda-va o. ver <lad-ei.ro progresso .do país . Os ~c:,ssos gove'l'inaintes. ger-ailimente saJ<loo d.a classe d~ g.ran- des donos de -terras, ou com seus interesses nas mãos desses senhot.es , d'.is,pondo de seus super- lucros, cria:vam, então, os ·grandes centros, realizavam obras sallltuárias. •é de f.aohada-, para ma,sçarall" a inià_mia de seus privilégios, e enoom-h-- o nooso não real dresenvolvilmeinto, advindo desses privilégios, tudo como meio 'd-e embromação ao povo que p&SSa'V'a fome. Ain:da como meiio d-e embromar o póvo que passa,'va fo1ne mandavam a esse povo toda a es– péci!e de sa<:erdotes - como haviam mand,ado os catequis– tas aos i:ndios - a fim •de que aconsel!hassem a esses po– b res seres já ciiv1lizados mas famintos e i:ntra'!l.quil~, que tivess:eim paciência e conformid.aide com a v-ontade de "Deus", que olhassem pa.r<,l o céu, que n,o c~u eles t eriam wna mesa posta para os ja,ntares da bei:n-.a,venlburan~. que ma,is sofTera Jesus, que eles sofriam ~pocque não t i– nhà-m a graça do Pa1 Celestial, g.raça que sóbirava aos ,des– hua:na:nos; mas beatos, senhores de ter ras. A ~e ,povo que passava fome, mandavam também os poetas, os _r-0- man-cis-tas e os jorn,alistas,. os poetas c-om verd1a,d~ir_as.-,êan– tiga.s de "ninar" o po'Vo, os r-omancistas falando numa ln– dia idea,1, numa Amazônia de pânico, num ameri.ndio de ooritona,gem, e os jornalis~s tecendo lôas às obras sa:qrtuá– rias e de fachada, chaim.arnd,o ó Brasil de. oe],~iro · .do. mun– do, .dceclairando que se ufa,navam da,q,uéle país rico e e·m pro~esso. . Ora, o povo passava fome ,porque não h,cl,via progres- so rea<l no país. Por causa das dúvi,das, prevendo possivel n:ecessidade de cootenção, além dos sacerdotes e d'-00 intélecluais, o govêri,o costuro.ava tnandar ao en-contro do povo que pas~ s tNa fome, m•a~ realmente de eneontro oo miesmo, as f o:r– .ca.s a,rmaid:as e as policias polltieas.. •. ,;✓ __ ; • A produção era pa:ra servIT ao em.ren.ge1ro e a. seus s-erv1dores no Brasil. Gera'l.mente, porisso, tinha que se r-estringir à, e:x;tração,. e quamo à la:vowra. ' à m9nooUJlru– ra. O ca,pital cóm.eiêial, a,geinte do estrangeir o, l~g.ado ao senhor de t~rras, ~o tinha inte.resse em se t r ansformar em caipttaJ. industrial, Iiquidiaa: o arteza,n,ato ·urbano .e o atraoo ru;r,a,l. A produçáb era , poota,ntó,, .·tarobém, d e me-ra fachada. Qu-anido essa facih•ada vinha aba-ixo como resul- · tan,te de qualquer crise, a d.eso}ação era extrema: O d-es– cà-labro a.tingia o próprio senhor de· terras. Ail,cança·va às· camadas mais e'levad-as e mais favorecidas d:a sociedade, como v imos agora. E o pocvo muiio pobre? Esse j á então não passava f ome: morria, d-ela . Foi isso o que ocoaeu com -o ,chamado dt,ruma da nossa bo:rra10ha, e o que se quer repe.tir hoje co~ ai juta. O inglês, enquanto não a cuJtivava em Ceilão, tinha iinte– resse na borracha do BTasil. Os econ.omistaG ingl.eses da época (século XlX), partidáTié>s do ·livre cambismo de– fendiam a tese de q·ue as nações a,greri:ás, de indústria atraiza,da, não deviam procU:l"aiI' de seinv.oil'Ver o çeu patrq4e industri a,!. Cumpria-Mle$ s-i.r.n,plesroente tToca,r sl\laS m a:-· térias p-ri-mas por ;produ,tos ind:ustriais dos pa-ís~s de aJ:t.<1 tnd:ús<tr~a. Isso, n o -entendiet ooles, er 11, mais pré.tiro e d'e maior. proveito p arra todos . Ass-inaJe-s.e tjue es~a tes-:e foi aproveilta,da pelos economistas da Memaniha hi<tler,ista, às vésperas. da segunda guerra m-undial, conforme nos eid:ver– te o eeonOII'.l11ista E-ug,enio Varga. E é o que, na prática. está á f azer, conosco haje, com o Brasi•l em ~era-1 e com a Airnaz.ôni~ em vartioula:r_ o ima;>eriali.smo norte-america- no. · -

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