Folha do Norte: Suplemento, Arte, Literatura - 1947
- . .. • • / FOLHA DO BORTB - .I· 1 DlRETOh · . ·- -- ,,, -'. -r--s- ';w. l 'pJ.rJlO MA.RAHHAii' .. ARTI PLEM(NJO ILITERATu~] RIO - Cal\lSo,u sensação oo nundo a apostasia d-e A~Ulr K~er, o a(U)j;oo:- do fam06'0 "Tastaanento espamol", sepa.– ra.ndo4e ruidosamente do partido comunista: E' .um a,o()lll.,tecimento que vale a dis- OTTO MARIA CARPEAUX (C-opyrighi E. S. I, com exclusividade, pai-a a FOLHA DO NORTE, n~te Estado) ~RJENTÁÇM ·7 cU$São. · • ' ' / Dos a~e.nte ~ Ko- . estler, COinlll.Mti&ta militallJbe e , ~ - ~RO!ll!íl~MN4\HHÃ0 .,~ ~ido em padses da Euro- ·-:;:;._____ ~:;,.- ____ ...-.-•.-,_;;;;;.;:·~~- pa ceillbra<l, po~ se ~a,be. Co• "sa.gefum.me" psicamalitic~ O própl'io Koesitler sem.e a in., mi.ficiênciá dos seus atg,u. ln'8l!itos imaginál'ios. Como li· bera!, rião pode aooter-se do "vicio" da discussão; como ma.rxi61ta, não éS,quooeu o hã– biito de expri.mlir a s,ua, opi• nião em fórmulas históricas. nal'IXismo? Koesrtler pensa como manieta e a,ge como li. ber.a.l: eng,e a ação soclailis– ta, baseada poorém 116 reso– liUiÇã.o livre em ve-z da deter– minação Jl,istóri<:a. Aos a.rgu– rnientios man::istas opolrá a ll– beá"<lade à pessoa humena, que está d!em,o,,nsbrada "a práoTi"; não é possível refutá. lo. Aos ang'u,menot<>e liberais, opoa'á a diall.oética ma.rxista, que se ·revela todo dta. má hlm,óir-.i,a;• e não é J)OSSicvel re– tuitá-lo. Onde enconit.a:air o poillto, fraoco da oposição h!. brida ,? • .:,i mo ~denite do "Ne'W\9 Ohroniole" na Espanha, pu. bl:1oou em fevereiro de '1937 ae infames ordens tei,z-,oo-istas' de Ftrahco; em seguida foi preso e condenado à morte. Dtmmte meses, viiú sair da prisão noturna as oolrtm4ls d,e vftim!ll' pa:ra a execução, até o liberta?' uma irutei-venção estr&-n,geira. o tlruto desS& experiência fol o "Testamen. to espa<nh•ol" eficientíssima a.l.1mé. JO'rnrulbtica e on t r ·a aquel,e cr~ comum, e gra,nde d-ocwmento humano. • COLABORADORES: - AJvaro IJns, Alonso Ro– eha, Alttlelda FJ&che!, AJphonsus de Guirnaraem Filho. AffUSto Frederico ttehmidt, Aurelio Buarque de Ho• lJanda,. ~edito Nunes, Bruno de M,ene~es Carlos Drummond de Andrade, Cauby Cruzt Ceeilla Meireles. Ceoll Meira, Cleo Bernardo, Cyro uos Anjos, Carlos Edu&l'do, F. Paulo Mendes, Ba.roldo Mar•nbão João Condé, Levy Hall de Moura, Lêdo lvo 1 106é Lim do Rêro, Marquf:S Rebelo, Ma~uel Ba.ndelffl, Max Mar. Um, Murilo .Me.ndes, Otto l\farla Càrpeaux, Pa·nlo Pll– Dio Abreu, R. de . Sousa Moura, Bog,er Bastlde, Riba,. mar d.- Moura, Ruy Guilherme Barata. Sergto Milllet, Sultana Levy e Wilson Martins. VALORIZAÇAO DA PROVINCIA (Conclusão da t.• pãg.) referimos a um provimci8.411s– mo particw.a,rJsta do Recife terár.ia que a ll:ingué;m mads ou do Rio Grand'ie, do Pará consegue i.mpr~~onatr ou in- ou da Bahi-a, digamos, mas a ,1Je.r.essair. . Hoje, mais d'<> que um- provi'lllCianàsmio que s,en,. Dimca, há um sistema de do, ean cada. a90r~tor, o da equiJibrdo e de 00lllpl"effl5áo sua provmci.a, rem ampliltude enobre os esdl'itofres de todas pa'1'8. o enitendimen,to e a as ~ões. Somend:e uma com.preensão de tod,os os ·pro– /ll\aíl'.JÓe diviisão está agora es- vmcianismois Dla.(:ionais. E tabelie cida, e sem dúvida lllll~a será de~tis insisitilr' na mu.wo .nece61!1á1rlai- a divisão condiecna,ção de qua!quer es– en'bre oo vea:dadeiil'OIS e oo fa!- treilto e limitado regionalis· sos esC!nltores; enltlre os v«- mo. O que · é local precisa dadeior<Íis homens dle let:r~ e sempre · de ~ ~essão os sianiulladores de todas as Uini,v,ea-sal pam , se revelaa-. e®éciés, enilre a liilte\rait,ucra.., e Nada mais acaamado do que a sublitera.tull.'a. Apr.ese«itam o lo.caiismo pelo loca1ismo. hoje as províncias tim<I\. vida Te.niho um úwencivel ho.t<ror liiterá!ria q'llle e.má coniJrlbwn. ao r€<gionà'1ilsmo que não en,– do eadia vez m,ais · prum a va- contra WD,a expilletlSã,o U'llli– ri:'edade e a complexida.de da ver5al, A mim me constran .. Jjrteratu.ra brasi:leiira. Muitoo ge sempre a . leibw:a de certo-s esct-iltOll.'€S se to'.rnam nomes 1i,wos que se pret~dem fe– n'Slciona.is sem que precisem gi.onais a:traivés do ea.i.pi< ris– abando.ll !a'l" as SU'aS regiões. E mo, do liin.,,"-llajair locaJ.ista, do tanto menoo se isOílam as -p;ro- vwgàir provia:Jic.iainismo . E es– vi.noias .1la:nto mad1S o espÍll.'i,to te é o doefeito de q,wase toda p,rovunci.áaio a,dlqukie oonsis- a n.oosa chamada lilter.a,tua-~ tenci.a; vigor, awtonomia. regionalista: O de 1mna prisão Talll'to moos fiiel um eoori:tor na. termin-0logia locâl, no 'pel'manece ao espírito da &'Ue wguajair po,pu,list,a. Fico provilncia quamito m~ se · sempre cooota-.angido di:a(}Jte alla,rga a. sua. comp'reensão. ~os autores que ~ .J>od,em ser daii, 9iUlllras. provincias, (lo lidos com o auxilio de gios– Pll'ÍS e d'a human.íd, adle. De- ;,a,rio. Pens.o, ao cootra.rjo, vemos por Í$00 esinmulrur o que o ·pto\'i;n,ciarusimo deve esp~rito ,pr,ovbn,ci,ano, a vida e$tall' mai,s no espkiito do qwe Pli()Viinlciana, como -0 su'bsitra- na forma. mais .no carater do to ma,ils solido e mais p;ro,fun- esC'l'i-tar do que na wa lin– d<> do caira-ter n$cioo.aJ. de li- gu,a,gem. E le111tbl'emOS- ai'!lda te.i,a,twra.. Devemos e,stimula!' que não está somen•té nos a1S– todos aquêles que des,ej-am · suntos regionais o espírit-o ticaa- fiéis às condições que pr.ovincian,o e nacional de plasma!ram as suas pensona- uma liltepa,tu~a. Já em 1875 liuades. Não esqueçamos que Macbaldo de Assis pedia aos wn. ~ír1to tão civiliza.do e críticos que não esquecessem tâQ uni.v,en,--ru. como o de .Toa- este aspecto do probllema, qutm Na,bueo nunca deixou concluindo: "O que se deve. dle se volroa[' Uilieimriamente ex1gir do escritor, anbes de pa.'113 aquelas fontes dce vida tUJdo, é ce.nbo sentimento fn– qu,e estavan:n na. sua in!a.ncia timo, ' que o to.tme h-0m€1m do em Mas:;a,n,gail1<3. O que seria, seu tempo e do seu .. pa.fs, a,in– por exem!t)lo, doo esor,ito.res ~ qU&llJdo trate de ass'lllll,tos do Recife, die l'!.!1~1as, d~ Rio remotos no tempo e no es- G:ral'!Jdce - sem o ~i't·H;q p.ro ~ paço". '- vm;c1ano que e&tá nQ sangue das .suas ob.ras 1:iitetra.rias? Quando d!e1en<l emos o e.s>PÍ!f i– li> ,ptov.m,ciano, poi~, não nos P.a:ra rem<>..ss,a de Li'V'.l'OIS:– Flraia de Botafogo, 48 aip. 15 - Ri,o. t MARG1\RIDA TEM O PASSO IMPALPAVEL E E' TÃO ANONIMA QUANTO NECESSARIA NÃO CANTA NEM DANÇA NÃO FUMA SEQUER E E' VIIÍ'GEM E TIMIDA MAS COMO CONSTROE SUPONHAMOS QUE MARGARIDA VAI EMBORA: ··DESPEDE-SE QUE SERA' DE Nós?· SUPONHAMOS QUE SEU NOIVO E' DO BANeO • • ' Agi:n:'a, Koestler apostatou. Pai,a, P?'!Oclamaa:- as suas llióvas convicções, escolheu - e is· so causa e6'1:r~é2la, - a for. ma d& fioção. P,ubl,iJCa roman- oes. "Dairlmess at Noon" é a história do intelectual russo R'll!basóhov, que. roí um dos fundadores ~ União Soviéti– ca e cái oor:no mártir dt& hos– tilidade comuni,st& contra os mtelectuais. E$per&t1do na p,r,isão o julgametllto - num dos famosos processos contra ~ trotzkistas. - reconhece a sua oanreira política oomo sé· rie de crimes; sempre teria saormóado o b-0mem à poti. tica, e pa,ra, expiar, cond'ess,a perante o t!ribuna.I os crimes imagioários que a burocraciá do. Pairtido lhe imputa. Em "Arriva.t and Departu– r,e" . ~ta.-se também d'Wllia ex,piaçao, mas de orim,es mais particulares, O COG'.l'l!Unista Peter S1av'ek es.')apou dum oam.Po de ooncenitiraçãio na– ~ª - os h<>tt<l'res são ziia– g1&tralmente descritos - on. de s~ comportou como llerói. . ' Mas Sl~vek tem mot!V06 pa– NI. duvilda.r do seu próprio heroism,o politreo: su1)0l1t,ãln. do as rorturas, não ~ava bastante na ideologia, e ·a,na– lisan<io-se bem, descobre-se nos seus senitlmentos a,té ce,r. to praze-.r m'llzoquis,ta. Chega. do num pais livre, a,fas, ta.se da atividade partidãxia, oái ' numa aventura arnOTosa com O resu11lado é o ensatio expli– cativo e defensiivo soJ>re ó ~ pel histórico da "lliltel'ligerut– zia" que Koestler publãoou na revista inglesa "Horizon''.. e que é preciso :resumi.r. ' "Intellige.nt2lia~. t&-mo .rus– ;io do sécw.o XIX, chama-se. c,onfor,m,e â definição do Ox– foo-d Dlclionary, aquelà, pa~ da ~ão que aspira. a um pensamento i n d e pendente: indepeµ,dente, acrescenta Ko– estle'r. da situação social rei– namie. E' o p a. p e l histó– rico da "Intelligen-tzia" eliaboru a , id~logia na qu&l se baseará a revoliução futura-. Desbe m-Odo, a "lp,t~l– li~-a" do séoulo xvm ela:bQrou a ideodogi,a d;j!, revo– lução bwg>uesa collltra o feu– daJ.ísmo. Ne. r-eV'Olução do proletariado contra a bw-– guesia, a "In.telligenitzia" foi ima>edída de dese-mpe'llha,r a mesma fu.oção. porque o pro– letariado europeu se o.r,ganil. wu cedo em sindicatos e pa>r. tidos,· cuja buroc.ra.cia acre– ditava poder dispensar os, in· teLeotua4s. Essa situação pio. rou pelo ad ,ven.to do comu– ni&mo; e. bu,rocraicia- tira.nica dum país melo astáti<:o come– ç9u a expµdsar e persegui,r oo l.ntel,eoouàis q,ue, desde então, se debatem em estéreis revo– luções literárias e convulsões sexuais duma boemia ·<1,esocu. p,a,da. EX'cl1Uida. da socieda-de, a "I.ntelligentzia", ,~persensI– vel como todlas as minorias a.m,el!.çadas, cad na n~. lll'" feli.zmeht;e - acr,escenta.-!-{.oes- tLer 1é"'" ela seirá ctWada pelo con.to.nmisrno que ~ ven. Cimdo em toda pa,r,f:e: na Ale– mao:ha nazista. na Rússia a.n• ti- t:rotzkima, até ·na;s demo– ora,cias "planificadas". Nes. s,e peri.g-0, Koesilea- clama pe– la eliminação psicanalítica de neurose, pela vo,lota. a.o pensa– mento independeoroe,· que se exprime pela ação inide;pe.n– dente. O ' camimo de Peter Slavek está mdicado. .a fra•ncesa Ode<tte, e quando O que está oem descrito no e1a o ahanoon,a,; sofre oolap. · ensaio de Koestl,eq- é a si,t,u~ so de nervos, torna-~do-se pa- çã-0 da ''lnitélligeaiitzia" euro– railitieo. A psicanalista Sônia péia: po.r isso, o ensaio é tão ar.ranca do seu S'Ubconscie11Jte emocional:lite como os roma111- um esquecido .crime infan.~l, ces. N O f-uruio, Koesiler racio– e Peter reconhece, como ra 1 z na.tirou aipenas os enirêdios fie. do seu heroismo, a vontade ticios reduzindo-os a uma ca◄ de auto..ipu:nição do m~Jo. d'eia 'de concl.usó~ mais o~ · menos a.$Sim: a po.lltica Sllllfo• Ag,(ml., estã cw-ado d,e to- ca o homenl; pa,rti<lio e pro-· das as .ilusões; as ideologias, g:r,aima sufooa,m a "I1rte11,igen– m eras ~aciona-Iizaçôes de tzi,a" e , o pensa~nenito inde· conflitos psíqui,cos, já nã-0 pen!de,nte; as foú:ç,as hlst6ricas lhe i mu> o ã" t.a m; já não das q:uaJs o pa.rtid'O é repre· p;1,ecm de :nazões paor.a a.gm- . senltan.te são m.a.is fortes do Volta à A1ema-nha paa:a Lu-taT pe"bo nlundo novo do futuro. Sam dúvida, enoon.trall.'ã ou– tras aiu.to- puni,eões. Os roman,ee!; de Koestl.er são doowneyti.tos a..tUJalíscsimos, em-ocioJN11ntes. Jâ constituem base cte 'di,scucscsões a,paixona– das. Mas ficção não pode ser discutida como se fõss,e ree.– li<llade poJiiii,ca. Por que dá Ci,oção, "fiction", ein vez _qe i'i$ous.são teóriiea e dihrebrl!Zes real1zá.vei.s? :tle responde,râ: "P>orqu.e o que se ddscuw sã'O jw;tamente a,s idéo1'o-gias e próirama.s que não me im– portàm; o que me importa. é o homem, &etllq>rê sacrificado à política, noote témspo do ~i,tique d'abord" e d-as or- qu,e os i,nrt'electuais, indiví. du~ isola.d.os , e êsites tOll'nam– se má!t'tires; o marth-io alte– ra. a r-egiãio mais pessoal do homem, a .sexualida.de , ·e le– va à netl!rose: o tratl!lmento psi!canalitico revela os mo<ti.. vos da neuirq,&é, l;i,b&rta o in– tel,eelluail da suá faisa pooição socia,I e torn-a--0 capaz da ~ão inde, pende-n.te . E' isto que Koestler pretende dé– monstrar nos roma.n,ces. \ Koesfil.e,r sabe q,u.e o homem se eneOllif.tr.,a numa ~ção bist61'i,ca; tem que . a.gitr. Mas não sabe p.o,:r que s.gi ,r. Não é por a.cáso que os heróis dos romances de Koestie«– agem· - ou antes solirem - como mártires, o que em grego &igo.ifica " testemu– nhas". Tod,a a liltera'bulra de Koestler é urn testemnmho. .,. Koestle<r empirega o têrmo "málrtir" sem lhe à,naa~sar a acei:tação; seguwndo a 11n,gü,a– gern co1oquiaiJ., identifica "m-áir– ti.r" e "hon:iean que sofre". , Mas essa iden~ifioação é mud– to in.com ,eta, embora, us,ual ~tire os prqp.tlios aristãos. "Márt'ilr" é um têrmo da hls• tória ~ da Ig,reja primitiva, e a,quela id,eniti,ficação escurece o problema. histórico; como aconteceu que "sofrim,erut;o" significa "t.esbemuooo'?? CQO.– 'fonme as in,vesti,ga'ções do teólogo pr<l'testante Caim– p.enh~us001, a vidoa ooru!oz,me a _ _ d-outrina d~ Cristo sig. mficava, no cristianismo primitivo, um "testemu– nd:lo"; a moo:,te só era a úl– tima consequência. e não con.sti fui.a condição indis-;pen. sável do "testemtmhair". Mais tarde, ~- a d'em=tra– ção existêrlci.a,I da dOU,trina. pa.reci,a menos im.portame do que a salvação c'ia ~a do tná:rttt; ,o ina'r'tirio tQl!."noU-$e sinail da su,prema gra.ç,a; pro– cur.aa :aan o martiiri-0, introd!ll– zi;u-se a veneração do.s már- 1:iires. O mérito do soflrimen. to substituiu o mér-1to da ví– dà, a pes!SOa do mâvti:r SUJbs– titwu a dourbrina, e podia acon,tecer que ~ pessoa so– fresse o "ma,rtirio" seni co– nhecei: be-m a dou~ina pela qua.l S'Ofreu. Dp m~o m·ooo, Pete'r S.J.avek sofre sem saber be:m por que; é "máJritiir" sem doutrina., não dâ bestem'll.Tlho àle coisa actguma, a não ser da au.a. própria pessoa. Por ~o K.oesfil•er !mhstibui a ideolO: gia, que pretende inte:rpr-eta,r a história social, pel a psi,ca– nális-e, Q u,e l>reoonde tnite•r– prebalr a história individiual da al'lll/3, da pessoa a,nalisada. ' SE ENGANA NUM CALCULO E AS .COISAS COMPLICAM-SE: A LUZ SE INTERROMPE ~ ~oxias intoterantes; e a ex. ...,_ - . .h é Como romances, Cll'iações da im,a,ginação, não podem, se,r -:r.efuda!Clos; mas como C!.t'ia. ,çõ,es d,a ima.ginação também não prova-n1 nadia; na. reaili– da,doe, Koes.tl'0L" não é oaipa.z d,e demonsbra!r as suas· teses; po– de a;penas exigir a discussão das suas conclusões. Seria pe– r.iigosa a. ten.1a,tiva. d'e reduzi. lo ão ,sillênicio CO!n?- a1iuns "slogans'! pro,pagamd1.stiicos ou pelo ostracismo 1;er-rorista; p,rovavelm~ o própri-0 Ko– ~er espera isso p'aira sa~is– fazer nov.a,m,en.,te a sua neces– sidad,e neu<rót1ca, o seu dooe– jo de awto-punitão e mar.ti· rio, e então teria ê}e vencido, O pendor d'e K-0est1er p~la psiicanáJiise é significaitivo; origina~ da, su-a própria ~poea de "revoliucões liie<rá· rias" e "boemia desocupa– da", qlll8;ndo todias as i.n-Ova– :ões e:r-,i,m cQnside,r,a.das "mo– dernas"; no fLIDrlo, Koestler é futuri~ta. ir-racionalista, P.:;,r i&so, o tr~tamelllto psicanalí– tico - tent&tiV,S: de ra,ciooali– za.r o coniteúdo obscuro do rubcon1S1Ci 1 en.te - não tem êxi– to completo: em vez de bus. CM' outra Od'e'llte como reco– menda o méâ:1co, 'P,eter volita– se .Pa<ra a,ti,vi<iades pérfei ta– mente i\l'racionaís, parn a a,ção sem id.eoiogia. O motivo ! - K,oes,t,Ioer cala .isso - a Lmpossi.l>illidade de raciqlllali– zar complE 'tamen.te um iooi– víduo vivo; perrnian,e-cem ~eznipre ailigU<DS 't>eSiidn.1,~ iT– racilona.ics. Se n-ão. fôsse as– s4n, o iindivi'd,u•o ,não seria. j;0.,. di'Vlduo. Não é possível con– clllllir do indli<v iodi.o para. o ca,– so geral, a,bsitrato. •Por isso o caso do iindi,víduo Pe,ter.'. Al'thu,r S<1-a.vek-Koestilea: fica ca.so isolado, mca,va·z d.a ge– nera.Jização IK)Ciológica. Exics,– tem, sein dúvida, mui.boo Sia– veks, mas ·n'ão exis,t;e uma. classe so'Cial d,e Siíaveks. . - E ACONTECEM FOMES DESMORONAMENTOS CHAMEM MARGARIDA ROGUEM-L}!E QUE FIQ~ ~EM QUE NINGUEM SAIBA DEPOIS ACREDIT_gM · NO PASSO I;MPALPAVEL DA QUE E' TÃO ANONIMA QUAN'.l'O ~ECESSA.RIA • • .BANDEIRA TRIB'O-Zl pl'essao mais umana a a,r- te". O motiv,o ~timo será di– fe!.rente: eI'1 Koes1ilet vivem j,untos ,um a,g1tador mM'Xista é um pe-nsadôr liberfil, em conflito permMliente. O pro– d,wto dêsse con,f!,i,to não pod.e rer raic~onail; é uma mi,tolo– gia· novel-i!Stie&, um oJ:ianipo in– fernal póvoad-0 de fasei.sta:s, comunistas e: trotzk.istas; to– dos pel"V'e'I'tidos e - mru,i,t_o pa,11eialmen;te - o~ra<los oú ow:á.~ l)e1ia. sa-be<liori.a. da .. Mas não lhe será da.da o,por– tun:ida.<ie páQ-e, fa-zer um "te,s– taimen,to 1iusso". E' pi·e:Ci:so .drscutiir cem K.oestler. Mas como dioou,ti.r com êsse bas– taa-do do liibera<HISllllo e do E' isso, pooom, que KO<e$– tler afimn,a,. A "Inltelaige,11Jt– zila" dé Koestler não é um& .cl<àsse. E' um g1rupo disper– , a.id: o e me~ente de ilndivi– duos: têm em comum só a •oc~a,çâ'o. com a idceol:ogia", q)!er dii.1;er, o des_ttno de se encooora,re1n tlora d:as oouipa– cões ecOiwnlicas no1mais d.e • . -~ todos os outiros. Os "inteleo– tuais" ~ Koest:ller são ae.'iis– taa e cientistas ideais são aristocratas do ~iri1Jo: Co– mo mclividuoo, são capazes de a,ti..tudes individuais, mas fine.a.pazes de , agir socia,lmen• te, .&, ~zer história. Em ve• d;e agir, tOlllllam-se má.r.. tiras. Mas não ma.rti. , res no sentido do Oristi.anis• · mo pr.imit1vo, e sim vítr.ma.a sofredl')(ras, Na época d'<> coo,. tomri.stno, o klxliv.tdtu-0 ind-e– pendente, o "libere,!", cai vi- . tima.. Koestler r~iocinou co– mo l.i:beraJ.. ' M36 por que pretende JCo- estiLeir coostttuilr' os mele,c– tuaJ& em clll66'é? Porque no. llllUlldo mandsta os itnodivf– duoe s6 se p-Odem salvar se OOQStituem 'lllllla classe. A: "Initeliigentzta" corno classa é a é<>ncessão q,ue o li-bera'II Koestdie.r m ao marxi~ta Koestl,ei,. ]m:f,e,Uzmente, êle baJ. cl,asse não existe. A,"· "limelll<iogentzia", composta de eser,itares, jOJ.1MoJ,Í;,9tas, art.is - . tas, m:édi~os, adyog-ados, fucn– cionã.rios, e nem de todos êies, faltam os elemootos co– muns de a,twidede sooiGl e eoonômi.,ca q_ue consitituem mn,a ·classe. Tamipoµ.co é U41J$ "cl,asse de cu1tos" reuin(d'a pela <mil11u!ra. com'Unt, porq,u~ Mtá composta de auto<:lidatas e de llltlri:vensitários, e nem dei todos ês-tes -últimos; taanpou– co é uma "cl!asse de idcéól,o– gos revolu,cjonãxi'()S", como Koes.tl'e'r define, ,porque SEI e.llJOOillt/ram 'entre os i~l-ec– tuaí.s as ideologias mais di– t-erenit•es e aité reacionárias. O que f,az urna. elas.se. , nã.o é ar id-eologi'8 e sim a .re,a,lização da ideologia. ''lntiel1igerict– zia" não é idêntiea a "1(1.tel– lig~ci<a"; a ex,pressãb "In• tell!igentzi.a", cri,a,da na Rú.s-– s,ia tza.rJsba., significa aque-l a. pa·rte coerente dos intelec• tua.is ,em .geral que tra.nsfor– ma a td,eologià em ação. Dis– so KoéstleT foge : é l1lma "testem1Unha" na.ta . Pa't~ fu.• gir da l'(,ção ideolo-g-icame.n ta daterun •inti.da , substitui a po– lítiea pelo humano, 9Ubstl• tui a itl-eologi,a racionia'1 pela: doutrina de ·instintos ir:racio– n;a.i;s .da psica;na l~e., sllhs– t~túi, en:fim, a ação por =a ventura amorosa i-ri~ via.líssima. Até com ü;&o, o seu "ln.1;n1ano" não se ooetis– fa!,ll. Então. desiste de todos :>S esforços de raciona.lização dos seus atos e cái na ação iil'racional sem determiniação histórica, apenas "fl.Uturisía". di:rigida para w.n m,u.ndo .f~ tllll'O nrutto vago. E ' o nihi- , ~i'smo da a,ção, quer direr. - é o fa€cismo às avessas. Com &6e furtiull'istno uitópic.o, Ko– egtier a;baodloinou a si,tuqção hi~órica da quai partiu: e.stá reftttado. Con;tudo, não será justo menooprezar o caso. Refutou– se o políitico Koestler. Mas não se retut-0u o indi'V'iduo in,d~perudetllte que clama, com toda ,razão, embora com a,rgu, mémos ettiadocs, canwa a vio. lação do indi-vídluo e da sua illldependência 1t)aJ:ienável pe– la politica; po~ isso, os seus :r,omàiI11Ces, expressões do seu caiso huma,n,o., irracional, con• inuam i'nre.fultá,veis. E' verd,a,. de que são a.pen.ias "fieçóes"; m.a.s Koes,tl,er só pode viver em ficções, desde que a nos– sa ép9ca does oofl;fOl.'tnJism-OS não tolera a independên,cia huma11a. Visto d,e todos os lad,os., Koestl.~ é :um heréti– co, e os que s,em,pr,e aderem ao êxtto lhe objeta.rão: "Na re1111id!aide, só as or<tod-0xias rancem. põrqu,e são e'1as que rerpresenta.m as fo~as bi~tó– i,ioos": Koes.t1er já é um ven– ci.d-o da vida e da história. E' um,a Yítiima; não é daqueles máirtj1.'es da or.tocroxia dos quais Tertuliaoo disse que cO!lJS't'ituem a semeoite da vi– tÕDia. AO\!; "mál'ti'.re.s~• d/a he– erodoxia só fioa o papel d• leimlbrax a prese-nça do ho– m~ e da sua condição. Se não houvesse heréticos, a.fi • Il/8!1 não haver1a Hil1lóri,a d•a Rwn,a,nidade e sim a.pen.aia Híst6xia sem H~a,nidade; ~1qi, a própria,' ll,i~r~ai respl<an<lescente em perleiç_a~ sobrehume.,n,a, fica.ria p~da na paz perpétua dos . cemit é– ri-06 or.todoxos. Mas lá fiea– ri,am sepu1te.dos juJ1ito com os confo.l'lm!Í$t;is lbllS recalei· tra.nst:es, e as S'Ul!IIS cru'les uão d!ilx:a,ri:am de lembraw que as :religiõ'es fu.11U\l'as começam sempre c-0ni hetre.;;ias. "Op·<?'f'• tet h11-ereses esse". E' preciso que h,aja heréticos. • - ..
RkJQdWJsaXNoZXIy MjU4NjU0