Folha do Norte: Suplemento, Arte, Literatura - 1947

~ ~ \ 1 • • - - ' \ AS B.ESPÇ)ST~S DE BRUNO · MENEZES ~1 - i: uma :frase· muito vasfa ;le sentldo falar-se e1n "geração 01pderna" do nosso Estado, .No plano 1ocal de um nwvimento de a,rte nova; n-0 rigor dessa real1- za.ção, pouco ou nad11 b·avemos telto que a'sslnal e estal'.'mos par– ticipando do que poderemos cha– Jllar de r'rc::o··ação estética" na– cional. euas obras nos. ediiórés ·do sul, 6 ., • , l,. • um caso típico. Resultado: não hãver ':po:ssibili<lade de f u tu r G com1>ensativo das ~etra$ i n,dige';. nas 'à.través do livro neste ân• . .. . ~ gulo do setentrião , Qu.a1:.1to ao climil, )'.)·acional, com as niturai,s res!):Jtõe_s. o , 11 vro bri~leil'O, se mais accessi.vel à bolsa do povo que lê, •se firma.ria deiinitiva-– mente,- maugrado as tradui:ões comercialistas doa edltôre~ que não têm nada de ·Mes.-ena~. J-á o :.: . .'\ lvaro Lins acentuou que a chamada pOética moder– nh--t.a não p~u de uma experi– ência, deixando apenas po3aibi• Hda-des de elementos para estu• - Reportagem de PERi AUGUSTO - ·O mundo, na fa_se que atraves– _sa, não só tem fome . de ;i limen• tos, como de tranquilidatle dê consciência, de apasiguam,;nt,o dos da futura história literária bi-asileira, ' ria citação , de nomes e produções de vários de seus proséli!es. Isto em se tratando do panorama-ampla,mente desdo– brado em algun:; cireulos inte• lectuais. quando os grupos do ºare.o e flexa.,, da ºanta" da ' "an~ropo!a.giá"; do ºverde ama- r~10·:, tfa ."~eiv_ã", ! oÍltr~ mal~. form-a-ram-se em clans, ãvidos· de p'arliclpàrem do "modi=ó" da hora oportuna. l\íuita prosa e demasiada pÔes ia a•b rolharam ro– tUladas de ~revolucionarios•:;. ou, por a'Slm ilizer, de "esplrito · de renovação" às sediças e infil• • • • • Cr~sce, dia a dia, o búeresse, . não só dOS nossoa ln, ielectuaLII, como tamhem dos leitores, pela "enquelle" que estamos realizando. Vários nomes das nossas letras · Já se manifes.taràm, ~ntre velhos e moços, externand.o o seu pen– samento em relação ao nono questionáiio. Hoje, com a apresentação de mais pois homens de letras, dos mais -pres– tigiosos da nossa Academia - R:Omeu Mariz e Bruno de Menezes - m!'iS movim.,,ntação assume as enJrevislas, pe– las fundamentais dlvergenclas naa opiniões , ~sse fenom~-– no atesta claramenJe o 8!'5inalado conflHo _entre as duu gerações; ,.dlstanciadaa no tempo e nas Idéias. Até Q mo- mento, sem dúvid,a por ler sido maior o número de deP01- • - . mentos doe velhos, estes estão levando vantagem no palpi- tante d ebàte, afirmando que a g1tração moderna não tem expreosão no Pará. Mas muitos dos novos ainda 11ão foram ouvidos, como F . Paulo Mendes, Raimundo ~ura, Rui Ba– rata, Haro_ldo Maranhão, Paulo Pllnlo Abreu, Rui coutinho, Benedito Nunes e outros. Vamos, PoiS, aguardar êsses de– pOimentos, que trarão, certamente, , melliÓres perspectivas paza o esclarecimento da p-OSlção e destino dà 11.tel'atura para&_pse~ ,,.,,. · 1 moral, !ie quietude cerebral , is• to por .meio do livro, que alé.rn : do conteúdo humano tràLs1nita p amor, a fraternidade, a cren•· ça num Deus justo e bom, no , cul-to da amizade e da união entre o s homens. Qu·em nos dera a nós, que pu. dessemos ver o futuro das · le. tras no Pará, no .Brasil e no muru:lo, através deste arco•iris ' sent!mertal! na visão prismáti• ca do U-vro que derra,ma cultura • d • 9-ue transborda humanidac!e, em .<-qualquer reca:nto do un-iverso. Ent;io seriamos os elei>tos das vJ.r,. , tudes amavels e consítuti~as, qÍ.ieê' ti:antes influênc-i as predominan- ta, objetivando novos a i b o– te-3 nas · obras de pensamento l'e'S mentais, fomentando va• neolatino. Porém, dessa amálga- lores de e a b e d ·o-E I a e de gàma, do todo hete.rogêneo pu- estudós positivos. Espiriiual• bllcitârio de produções cingidas mente falandQ, qual tem .sido o àque,le roteiro, uns em S. Pau- nosso legado e,m ma.téria de tra– 'lo, ou~ros na ·Metropole, poucos dlções transmitido às gerações na Bahia, Pernambuco, Paraíba, subsequen.te .;i? os saudosiiítàs do Cea.rá. flrmarám-se como plo- ciclo de ouro da borracha, nos nelros e arquitetos da "arte mo- recordam, oralmente, a época derna", por meio dos livros pu- O QUESTIONARIO ro pela falta de unidade e de a il~stra$ão nos ·traz. E todd;; h a~ : agremiação conjunta, reun~ndo veria-n:i, de crer no "poder d 0,9 !)S hpmerrs de letras que deam, e~ri.tores:•. ·que, neste momento, bulam entre nós. T,fnto ''novos" agitàm os ~eu s problemas, no como os· ap0n.tados como "ve- Congress~ belorlzóhtino, em que lh'os". Um ediflci9 àllrad' ou.ro o Pará ·está brilha'ntemente re• em ·bMes de i:ealiz;ições de pen- preséntado por valore-s eontem– ;a-mento preci·ffa de coesão, de P,Orãneos, de diver sas corr·ente,, · I )--Que pensa da chamaff.• derno" do nosso Estado? "geração · mo- . pon-tos de ·vísta coietlvos, de de• llterári~.s" . . 11)-Existe, na . atual gera~ão literária para• resa da dlglni(l'ade de se.us CO<ns- o DEPOIMENTO DE ROME11 • ~ em que assistíamos O})eras na bllcados, como .tambem pela di• língua original, em -que havra vulgaç~o fréqu.ent.e na lmpren- 0 Moulin }\ouge com· ar-tistas de• sa de -produçõe-.;- de todos os mo- cafdos dos ca·barés fr!ll)ceses, delos. No Parã, onde os grupos, cantando. no Idioma gaúlê.;-; .em ou agli>me.rados a-mistosos, e que os cron.isí;is ieatráis, .quan– n~ uma geração, ÕiscuUr~m e do levantava 111 da _pla~éla, já_ t_!– a~ollheram o credo libertário do nham a crítica pronta para .. 0 verso e da prosa, centros dlto.s , '.ior.nal, porque, di::em, possuiam ~e mal~r cultura, relaclonam-s~ cultura art!stlca, desde O canto, •m pequ_ena monta os poetas _no à música, ao desempenho cênico. vos e llterate>s menos outon1ços ~Ia$, •êste perlodo, não deixou que . vol;.eram os. temas de_ sua uma ligação evplutiva para. os !nsp1ra_ç o para o largo hor1:o~- que vieram depoill. Não passou t-e da idéia. livre, da compos1çao da boêmia dourada u do "es– d~sate.nta aos cânones dogmatl- pl~lto" como diria ' ~estre ca: ~;5· Aoonteceu assi!n naqueles mllo. 'Ao que pe~samos, pOl' ense, alguma ligação e respeito cs tra– dições da nossa cultura? Ou, qo contrá– rio, houve uma solução de continuida– de em nossa vida cultura(? . trutores. Outros pequenos Esta- · MARIZ ·, ; dos, - como o Ceará, a Bahia., a As suas tr~s J>Crguntas respori~ Pa-ralba, em ve2 de grupo,s de . do en,globa<!a-menté. ·• escri.tores com a,res de mosque- -"Não P e n s o n~da, m,esmo ~iros, resolveram formar um a porque não hã razão de pensar– vanguarda de gue,rtilheiros .or..: se rio, que hão existe., ou, se exts,, ga.nizados . Q.uem li<l-a com le- te é tão embrionario, no msfan... tras na Amazônia, .. sabe que a tê, que não vale à pena fixai o ~enttalização.. do livro nacional pensa:mento inutilmente. 111)-Como vê o futuro das letras no Pará, no Brasil e no mundo? · os e o mesmo está ocorr 7 ndo Isso, houve uma !naperctl.bida ne~e ~mento, em que o publl- solução de e ntinuldade em nos– CO Jâ vai se afelçoando a~s tra- sa vida cult~ral, motivad·a pela b.alhos dlferentes da forma clã~- inconsistencia é volubilidade do s1ca, chegando até a disUngtu.r , que teria•de nos ser te-3tamenta– o poema moder~o que tem sen• cto por aqueles m•a.iores. $: facll s~1lldàde e este-,la, daquele que de constatar êsse fenome.no , com nao . passa 4e um ohorrHho de O desa.pareclróento de nossa A.s– palavras ôcas e claudicantes. - sociação dé Imprensa, das nos- O noss~ Estad~, fal a~do-se em sas 'bibliotecas particulares, qu:e co~voc:içao de geraçao moder- constituíam repositórios fecun– na • nao está apto a apresentar dos de conhecimentos -humanos. val.9res em .. grup0 arregJ,m_en ta- A nossa própria B tbliotéca Pú- ,, dOS,, C(?mo ~;· E3Po1;a!l'1camente, blica não é mais pem a sombra se moderno 3 quer d1zer d~ hora do que í.ndlclavai'n os seus fa– presente, a ·nao ser u.m Rui Gul- lhe•rme . Ba-~ata, um Paulo -Plinlo mooos catáloios. Em se repor– t'àndo à mú~lca e à pintura, não obstante a aura de gê·nio que Carlos Gomes· deixou no Pará, os maestros que se segui– ram a êsse tempo, -não fixaram exem,plos ·çlignos de rua reco– mendação. Na pintura, não sub– siste um' cultor definitlv.o de ar• tes plásticas que viesse das 11- ções dum Estrada, dum Teodoro Braga, dum estudiO'So como o velho João Afonso. De modo, que a -necessãria sequên-zla ctll– tu ral d.eteve a sua márcha nes– se setor, ê os valores que foram $'Urgindo adotavam qualquer .pla• no desordenado que parecesse pod.er levâ-los ao êxito imedia– to, Não ~ f irn:i,ou, assim, o "equilíbrio intel ectua.J" eptre o .. • 41 que os vultos ·daquela hora de Inteligência .nos propicla•ram, de. vido a fatores preponderantes, . . como fosse,. o pior deles, a dest– lusão da miragem do "ouro ne- ~r<?... "'- Ai está 1)-0r que um.a sen.sivel solução de contlnu.idade se op_e– rou, interfer tndo e.ntre o ambl-. ente do pens~ento dês.se pas'• sado ~ a mocidade que hoje en– sina de cátedra, em Faculdades , su.periores, cada qual com o:s seus oonheclmentos reais ou re• .ativos, ' J1lªS, ·todos êies, inteira– .riente divorciados ão tradiclona~ :i·&mo que deve-ria ser reveren– :iado. ·III - Nebuloso e anêmico hã :l.e continuar rem.otáme,ote o fu– turo das letrás no Pará. Prlme1- nos préios da capital da .R.epúbli~ Di,rei, no entanto, que há, na ia, d e São Paulo, do Rio Gran• atua.Jidade. dois ou três elemen. :ie do Sul, constttúi O muro com tos, d O s nO'(i'sslmos, alçarLdo vldro.s aguçados e agressivos, vões pFom!ssores, belos iiõos~ :ontra os escrltôres da provin• podendo a,pontar-se ent ,:e .eles, :ia, corno a ne>'Ss-a. Constitúi ca- Haroldo Maranhão, Georgen·or 10 e:lj:Ce,pcional, -um intelectual Franco e MêriO Faustin-0, pare-, do Parâ ven~r em cotejos do ·cend<>;:-me q~e d esse ~ lão ~1,1.• sul. · como sucedeu com Dalci- reo nao . virao outras gemas de dio Jurandh:, no concurso do "D. prol, P<;ts q~e 1:º casca}iho d11s Casmurro". o resto é O arame esca:vaçoes so. veio escórias. En• farpado, o gàs Iacrimogênlo, dos f1m; teinpo ao tempo. arrivist'as dos grupinb,bs cario- Em novembro dé 45, e!11 en• cas, pro.ritos para impedir O apa- treylsta às FOLHAS, fa1ei des• recimento dos nossos livros. Além te !ssunto, lll: 0 strando <?S novos disso ainda colabora a 'favor da- entao em mais ev1dene1a e que quel~s. a nossa situação de poe.._ eram, ·"em ~ a n a·u s, V:oleta ta•.;: ou rom~nc!stas de precárias Branca, eSpirrto de claroes e condições financeiras. o que rev~rberos _ estranhos, J>Crdido acont~eu eom Ó lun,-inóà.Q este- ~ a 1mens1dao da .planice miste• ta e pensador ?ericles Morais osa, como um· dia,mante qu1la• cultura onfm~a e oracular d; ta>do , de mil fu\g(N'es, clntilan– planicie, ao trátar d-a edição de do entre 5>s carv~es soterragos-, nas ag1taçoes telur1cas e escava– - de .A:breu, um Benedito Nunes. e _outros, ainda' presos aj:)S com– plexos liricamente emotlvos, co– mo Haroldo Maranhão, Juran.dlr B-3zetra, Max Martl_ns, não ve– mos o,1tras vozes, como regi~ Esquema Da Evolu1~0 Da Sociedade Paraense das da literatura. Éra .da cor• rente nova, dizia eu, um Sonho esca,nda:lizante de ineditl\llmo, a $Onhar pa,ra os seus descan-tos certa maneira diferente de di•' zer e modular suas cantlJ;Ias, }(m:.4 tos -de :poes.ia , que se pa:ssam incluir naquela desigt)ativa. Co- mo escritores, teatrólogos, en• salstas, qu·e dir.emo,.s ''pensadores de- hoje", anotam-se valores 'dls- t.ialt0is como um- Francisco Men~ des, um: Ceei! Meira, ~m Ral• mundo Moura, um Cléo Bernar• do; ti,m Levl Hall dé Moura, um Marío . Couto. Mas o caS'o. toda– via, é q_ue nos habitua.mos· a ~lstlhgujr a "a-ntiga" ci$ ·"mo• derna'' getação, allnh.ando os n~soo homens <le letras que de– cllnam para · o seu óCaso, não Jbstan.te a juvenili(\_ade de sua :(o~– ça, de sua expressao mental en- . . quanto c;t\le os moç_QS são apon– tados como os "modernos·• . Se é assi·m, encarad.ii pOt este pris– ma, não sabemos corfio indicar a geração moêier iía paraense, eutdiflido-se de , literatura, que ta•mbe-m Implica a poesia. Ac,ré– ditamos QÚe os no.;-sos anseios sll_ _ inden.\i.ficam, . e moços e ve– lhos, ~olidarizam-se entre si, pe'.. l a, .. elevação e clareza de suas id~las, na rota desemi)edida que trilham espiritualmente., de vez que há certos mestrei fr~caS$a– dos e m3.!itos principiantes que :!amais encontraram a -◊-Po.r.tunl­ d•ade -de ve-pcer, da<;la a su;i· 1m– P~inen1le e chata convicção de que são gênios... / II . - Se houvesse urna ver– dadeira geração literar1a para• ense, na qual se pude';:,e buscar os alicerces de a)gutna ligação a r~spe~to das tra<lições de nos– sa C\lltU_ra, -de certo exLg!ria me– noà reflexo êste . depoj.mento. ·Uns tantoa conservadorista,s cla– m;l/m estar predominando uma l;rreverência brutalizante contra as tradições cu1tur-àis. robusteci•– das no\ltras éras, em nossos -mei·o3 j'ntelect.uals, na sociedade, nos usos e cO'S.tumes, e pÓrque nílo dl2er? - até nos esportes, For cultura, proprlsmente di– ta, liU,bentende-i;e a'ção emanci- 1Padora do . espttito, num ~ -– ~VJilnent.ó artlatico, c.oletivls- VII - LEVI HALL DE MOURA .... <Espec1a1 para a FOLHA DO NORTE> ' Afinima. o his-1i◊!:'i-ad,or M,a.n,u,el Bom:tim que a n-0.ssa eman– cip.ação polí.tvoa de Por,t,uga,l !oi feiba. pelo próprio Portugal, a.mpa.mdo pela J.n-gla,te.rra, a fim çie 0 pôr d'iqu-e à torrente r,e. •publu:a,na que··gaoo.a,va todo o B rasil ' Chega aquel 1 e historiador a referir-se ao desvio que re– present0,u a procla.nJa,ção da i•nde.pendênci/a do Bras-il de Por– t ugal dps' ideais .den1ocratic0JbU'rguêses da r-eV'olu,ção pernam– .bu;ca,na de 1817. ' Está claro que naquel,a época - já o dissemos, mas não é demais repetí~lo - as conclusões nã'Q estavam bem amadure– cidas pa·ra a r€'V<>lu-çã-0 democrático-burguêsa. Os que a ob– jel.iva.vatn se col'ocav:am mutto awnçados pa·ra a época. O re– gime, co·m~ não era. feudal, mas = i -feu,dal, nascia já com . a s co11 ,tra.di, ções aguç~das, mas aimda não iiru;oluveis, Os líde– r:es democrâtico-bu,rguêses agiam a;van.çadamente nas condi· ções obj_eti.vas semi-.fE'ildais ijo tern,po, tão av>ançadamenitt=: como os jesuitas haviam agido. nas condições escrava.gis•tas da · coloniza,ção. Mas o i:erlo - já o obrervamos ma.is 'ct,e uma ·vez - 'é q ~1e os jesuítas dep1onstriram "res,pei:tiavel topete na luta e perfeita c.onsc'ência: dela .. A burguesia não foi ca,paz de ap1,eselllta.r te.•ri.cos dG- gigantea, .est3tura cl>0 iniacia,no sei:ni– fe<u,cla-1. O fantasma d'C scci'alismo, do pr-0leta,r iado, já se er– guendo po.r trás da2 proclamações republilcanas-, assustava - é claro - d~ma&i.adaimenibe a burguesia, e !h'} debiiitava os arrí'.>l os revo1ucionários. • Perisso ·até. mije não se levou avan,te no BtrasU a re\•0- 1-~ção d,emocrátioo-bur>gu~sâ, encabeçada pela bu,rgues-ia. E' diante dess~ burguesia .d.ebH, medrosa timorata qu,e o pro– letariado se dis-põe. a t0íffiar-1he ,o lugai, .e dirígi,r a ,revoliução que era drela, revolução democratLco-burrgues,a, agrária e anti– imperial:.sta, com a diyisão da grande prop:dedadie agrícola, ligada ao estabelecim.ento de co,ndiçõe-., mais dignas .de ar. r ~n<la~en~o e, t,rab-.:1lho ao _lavrado~ ~ .'terra, p.r>oteção, cré– dito, te-cn1ca. a !3You:ra, pi'.1'ares bási,ços do desenvolvjm-ento da nossa ·p~odiuçao e progresso, exa.>ta.'n,enite por q.ue vincula~ dos, com àce.r>to, à elevação do nivel de vida das imensas massais I'U-I'ais cl,o paí<;, o:tenta por cento da populà.ção totll do Brasil. A n:.ossa adesã-, à tr'evoliução· Lib.eral do Porto em 1821 a noS\S~ 3:d·esão , à . 'ind.e-pend'ên,cia e111 1823, a nossà 'frum.r1da ade.sao a Repubh!Ca do Equ.ador em 1824 signifk;a.ram é1os da n:iesma cad:e1,a CJ·qe se feclJ.ou com a Oabanagem, e cons,ti,tuim o fim da eta.pa s.emi-efácravagi.stia e o advén,to dia S€alli-feudal. O movianen,to, como eira semi- feudal, teve como seus maio– res a.ses os gira,'Qclie$ senhooes ife teirra,s e liazende ia·os Oi.s pe– q~os propri~tários, os pequenos faren.deiros, os peooado-~, ~ la,vradores, ?6 eX11ra1J?re,s.~m tm-,ra (inâ!lios, me&tiçoo), ád-e– r;mim aQ ,moy:.imecnto; ~!llà:tdo.s pel-oo g11andes ~opl'ietãii:i~ julga;ndb qUé da lu.t-:,. lhe ad'Vi~m impresuan.ivel~, inoolCJU.~ ' lá veis beneficioo. Na · verà-a.élle a · lu,ta ero progres5'1Sta. Cons• tituia cl,a,ro proces.so ~ avanç_o. em re1ação às cooo ições a~– t-eirirores. Mas não. l<i além do s&mi-feuda!. Os escra.yos a:trr– ca.nos, e a enôrme e mis.erayel mol!e huma,n•a ·. ct.e b>r.a.noos e mestiços, sem teÍ'\l'a e sem trabalho, no interior e na ca.pitaJ., alli.a.ram-se aos msu.rrefos, seduzidos pela ménsiagem demo-– otiatiico-butguêsa córtl a qual os dirigentes à Patro.ni lhe vi- nham acenando de~,e; lon,ge. · _ A l'uta era dirig:da · contra .o setor do comércio, · aca,nha– dís.simo, ·Hga<lo à negregada, já re<luz:da esora.yidão do índio, amar.rado à atrasadiesima es.1:rutura econômica d.e Bor:tugaJ, a sua decadência de-pois do seu fitiei-0 e,s,pliendor, dô dinheiro que lhe . da-,am a.s m-inas do Brasil, como d.iz Bomfim, sém nenhumas raízes na produção. Ao grande senhor de ter.rM não in'teres.s'a-V'à, há muito tempo, o trabalho do iindiJO, ou seu descendente escl"avizado, como Ínjprodu t ivo, como ani– quilador do dese!).vcivimentó da p r <>diução. A vrova de que o· i;rtd [gena era interessado no m<>vimen– to, e foi convencido qisso, e·ncontrà'ín.o-l a na-s ·estatist1éa.s ofi– ciais, ,onde se observa que· o elemento indi·o eTa m,ais nume– roso do que o branco e dne'g,ro, na gra.nde ·.sublevação caba,na. Informa-nos o histor'iador H . J . ,Hurley, compu.Jsat)do aquelas estatísticas. que num-a simplies !:eva de 145 de-tentos cabanos. a-penas ·21 eram brancos puros, 46 pretos (puros e mestiços) e 70 indígenas enltlêe p utos -e m~tiços. Ep:i. · ofício n. 32 d ·e ' 18 de Dezemb-ro de 1837, Andréa comtJ;nic-avá , à Côrte que "todos os homens de côr. nascidõs no· Pall'á esta•vam Hga. dos em pa,c,fo secret,.; pa,ra darem ca.bo de tudo quanto fosse branco". • A pr,ova de que e· movim.ento foi !eito pelo pequeno pro. · p r ietári.o agrícola, pequeno fazenâeir-o, trabalhad:or sem terra, foreir.Ós, , a:rr-.enda.t..í.r:i-OS, meeiros, temo-la tio ·otíeio n. 18 de 11 de Maio de 1838 do general Andréa em que o "pa,ci.fioo– dor" infot.ma ao mit!•istro da :Marinha que "não há · agriçiu.l.~ tura por ciue a gente que pLarubav.ã leva,ntou-se em , à.rmas, en,trega.ndo-se à luta fra.tri-cida" e no ofício n. 37, cl:e 12 ·de Junho do mesrn:o ~r.o, on•ci'e leva ao conhecimento da mesma a;utori,dade que "a mato,r pall'te da gente que 1n,or1iara no mo– vimento cabaino p e rtencia. à l av.oura". E'm ofí,cio datado de 29 de Junho de 1836; o capitão Raimu,nd.o J oaquim Pàntoj.a, comandant.e da FoI1Ça dé comoote aos cabruios 9,qu,art-el,ada em AJ,meirim; p articipava a seu _superiQr major Fcancis;_~ de Siquei.ra Monteiro,sr, e Melo, o seguinbe - "Estou mantendo a força do meu comando de ailigum gado dos Cabai111QS; fa– ri,nha tenho toml8.dc a êles cento e tan,tos alqueires". • A ,prova d•e qu>" a grande ca.u'<l;ail boo.nca e m~tiça dos sem terra e cl,os sem tr.a•bal;ho ·-seguia nas a-gu·ás dós "liber– . •. lContinva na 2~ 0 p;a9 .} 1 ) - 1 . . ge das formas absQleta'S- do ta:. - bagismo, q_ue. ôntêm .ergastula- va o pensamen:to e a in,agina• ção nos grl1hões geometricos da8 eisura!! e qtiejandas regrlnhas. J!: em Belém, "A:dalo.ind,1 C3ma. rão e Ml ryam Morais, duas pre• ~ e s t 111 a d a s éman~adás e agressivas, no delirio de ,seu ri– tmo, todo seu, a dizerem coisas . suas, :fala5 inth:nas, lá de- den– tro, .a refluírem esc1ichoan tes, . ora ,em destemperos incontjdó&, de recalques feridos, ora •;?!Jl Jan- 9:uecencias, amolecimeutos de alma; deliqulos- de corações a,pai. ~<mados . ,..... 1Ainda são elas pe!'3Qnagens de fulgor i;. destaque no meio loca·l, com as mesmas \ti·brações, m'ais refinadas, mais e-motiva,s e or-I• ginàis e,m su3r COl')éepções, nó. seu dizer, no seu cantar, no se1& tra,to .com a ÍnuS'a nova da no• ra em , que viveinçs e em que devemos acompanhar tudo que surge, porque estái, inut;i.ções na y.Lda dos povos, - n.as letras; nas itrtes, nas industrias :são ii.re• J!)rl•mivels imperativos biologi• cos, estes que ligam as idades, que deter-mina.m , a evolução do homens e . das idéias, criando i,<>– vos esJ?iritos, nova · mentall.dade e até novoi' ooraçõeS'. Dent ro deste panorama, des.. ta ·vi-são da realidade moderna, pode:remos prever que havera um Futuro com as suas :n.ovida• des":. ás "novidades" da sua é/po– ca, dos Sonho$ do seu 'l'emp~• . na obediencia das leis fatais da Biologia. · É a -...Vida; é o Homem, a se ' reproduzirem, a se Tenovarem, nes.sa Ans!edade, nessa Inquie• tu.de , -ne$Se incess:inte Desejo do ºMelhor'", da ºPerfeição", an• seios das ·Re.fonnas . E tudo, meu caro confrade, vai sem pessimismo, sem pre• tensões, palavra-s de um verista, e-m lu-ta com as a:f!rmações, o demonlo desta cois.a de que mui– ta gente não gosta e que tanto · i>rejudiea a ..q-uem as faz, desem• bu~adamente' '• ·

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