Folha do Norte: Suplemento, Arte, Literatura - 1947

• • , 2.ª Págfni~\_,_~~===-;-~~-~-~- ~---~= --/ FOLHA DO -"NOllTE _,/ Do~iJigo. 2 de iioie~ró êle 1947 ''LUi DO PANTANÔÕ, bE"Btli::-v,Jb""X~u'--ir'if~Rf:Ar-lRii/'f.4.r========,,,,,,;,==-~,,;,,,,~=d.e~~ .. Soc~1~- o~l'O;;-,;gi~·a~" ,;q~u;e;s~e;enco:;, _ ;;,n"""t.'-. \ , ARTI DlllETOR PAUi.O MARAHHZO OIUENTAÇAO 0 OI. /HAROLDO tM,RAHHÃO \ 1 .ll r COLA.BORAOORES: - Alvaro Lins, Alonso Ro– cha, Almeida Fischer, AlphoDl;lus de Guimaraens Filllo, ~Ugl}Sto _Frederico Sebmídt; Aurelío Buarque d e Ho· lla.nda, Benedito Nunes, Brnno de Mene:i:es Carlos D.nunmond de An~e. Oauby Cruz, Cecília. •Meireles, Cecil Melra, Cleo Bemar;do, Cyro d<>is Anj_os, Carlos Eduardo, F. Paulo Mendes, H a roldo Maranhão, João Condé, Levy Hall de Moura, Lêdo Ivo, ;Josév Lms do Rêgo, Marques .Rebele, 'l\la.nuel Bandeira, Ma.;,c Ma.r– tins, Murilo Mendes, Otto Ma ria Carpeaux, Pau.lo Pli. nio Abreu, R, de Sousa -Moura, Roger Bastide, Riba– mar ~" Moura; Ruy Guilh_erme Ba .n.ta. , ~rgio ~filliet, Suita.na Levy e Wilson Martins, i , ESQUEMA DA EVOLUÇÃO DA SOCIEOADE PARAENSE (Conc:l uséí<> da ult : pag ,) xei ro de m:ais ]Ju,zes, conhece- - • dor da _t11,boada e da regxa de .tado,res" ob!.remo-lia no ofício três, qu~· fazia a e&erita do - tjba,do a.cima, oU?e o ea.}>itão patrão "ca$ca, g;i,oos,a", Rai<lnu:ndo Pa,ntoJa revela que Deu-se o inevita,vel, O "ca– "as fazendas que são d'OS ba,no" Mailcher rea-giu, com p ropi:ietálrios 1-eg.ais estão e,n. armas na. mão, como bom te– tr:-e~,es a seus donos". Tinha neTIIte coronel feLto nos en- 1:iavi:do uro.a "divisãlo" da pro- genhos e nãõ n-os campos de p ried-adle. luta (não é alusão) e, sem A prova da pa<rticipação d'◊ dúvida, porisso, viu-se venci· elemento lí.fu- ioano escravo do e preso, Q uando seguia cons,eguimo-la. nio fato de. An· preso, o aTcabuz de seu an. gelilrii haver mandado fuzila:r ti,go "companheiro" Quin.ti. o cabano negro J,oaquim An- liano ma-ndou--0 d-esta para tonio q'lle tinha sob seu eo- pior, · - mando mais de quin.t)entos V:Inagre, segundo p.vesiden– esora,vos da Cbsta. porque te caoono, tomou-se n,o go– sugieri.ra "uma liberd,ad,;e ge- ve~no, de vj.n,agre que era, ra.l incl'USiwé ·a, dos atríc;-a· em inofensiva agua da bica , nos';,. $1-m~m ma.ndou án- ou quando mui,to, em vina– gel!ilin SUI'll'.ar até morrer o es- gre aromático de toucador. cravo qUe mat-ara o seu se- Seu governo notabilizou-se tiliõt de nome Nogueira, pro- por espírit-0 de extrema. va– prie,táriJo de uma fabrica, de - cilação, Acabou entrega,nd:O u.nt <:ú em Igaràpé-Mirí. Esse o mando aos 1-egais, l!ISSfrn co. ~-ôg'ueià-a ' 'ful*- foosê ~reli-,,. ·mo qu-em se â.esfàz de um ~ do _ 1)elr!Cem-o presidenite ca- - fardo bast:an-te imiP.Ot<tuno. -;;; Seu i,rmão Antór!io, que ··mor– . A ~)'ova. de que o gra-nde · reu- na luta. e foi contra,i:io t.-ih()[' d·e, t~r_ras é q tte J:iç,eta. à cap_itulação do irmão, pa– J,i -0 mov1IX1enilo, e era quem re<!e cjüe teria ~nos recJi;os, ~ - 'irla tira,r t<5d'.o o t;>rovei• no govêJJno. · tp, 11a~do pa-~ trás Sl\~ Ailigelim, qUa\Óào .a\56,umiu à aj1 ,1.de ;dio\l'e\S, wi en-contr"ar-se pres-i,dencie. da P r-0v~iia'. j4 n-o fatio de O p,ri4u-ei,ro presi- ri:ao eva o stmples "foreiro" dente oa.bano ser- um grande do finado MaLcher. Transfó/r– serthor de terras, Qu:eremos ma.ra~ e em opulento proprie– referir- noo a José FeUx CJ.e-- tário. ·sucede que no governo m·e!llte Ma1cher. · , do infeliz Felix casa.ra com "1148!1-gb:er não era um sim· uma pequena b_onita do tem· ples ca-b3,J!o, um po):Yre a.gri- p0, a j ovem Luiz~ Cl-a'ra, viú– crulilior ol:l pescador na-ti,v-o. va dio veliho comex, cian.te p.oi: – P~úia. bôas e vastas test-.ras tu.gires J.osé Simão da Silva, qu,e · a.i:renda,va, . e n8;~ qu, a.is t,i-.ucidadio por um mago~ de aSl!;lelltava Aea,rá-Assu, ond;e pa,rtkla,r,i,os d:o presidente tinha engenho; c-r i a -ç õ e s, Machado de Qlivetra, em 1833, grandes roçados e eS!<?ra.voo" quando entregu-es • p ,erigo.sa – :l~liara,nos o historiàdoo: _H. mente a-o assas.sirtio e à pi· T. Hurley, lbagem. logo depois da derro- Exatamente por que er.a ta infligida a Joaq:u-im Afon– elen:J'~n,to ligado à, la.votu;,-a, s-0 de J'o1es, o negooian•te Ju– foi g;ue a,pa,ré~ em 1823 na so que éomandal'a va1ente Jun'lía Gove:i·i) a.ti- va. de- 91Íle r~açã;o a Machad1'.>: O nam-0- tez •Pa>rie Bati$'ta ~'l'twos , ro ·de Angelim .êoim a viu'V'i· N11<tunál!rriente, na ~flOOO, ,ailn.- niha constit,aj_ magnifico l!X– d';l . não sei:i,a o g,ra.ndfe pro- 'g1,lli:nentp para filme dê cine– pr:ie-tário .rural. em. que dfepois ma amerric-ano. Atendendo ao se torriou, Eira também como pediqo d'o moribu,ntlo Simã:0, lrii\j,t:i,1·, s-iap,pl-es pO'rta;.,t:i:!tilldei- An,geli-!Il, que chega<ra na ra, 1'!1:as $a,be-se q:ue pel,o fa- ocasião _ao a.tent.ado, ml!S n-ão to d,e · ter sido m6i111,b'ro da ~ ten14?-Q de- évi~ -lo . e a.pena~ •JQ!liroa ~ mMOIS d.e um ãtio â hora de. ouv~ 11$ ú1tim-as viu•se gi,tind~do aov,po?;rto éie vontades do agóriiza:nte, con– ten,eo-t'e éor.one:l, , duzi,u-lhe ó COir<pO para a .ca. Pols foi esse tenente coro- s.a da f~li~. Luiza Clara nel e @.:and-e sepjieir de te,r· só não chamqu a Angeliiro de r.as 'qU-e, em 1'835, ,surge-nos santo, qua-nd:g ele- 1,he a,pa r-e– cOl'.n-O o pri,tneiro presidente ceu arrastando o cadáve-r d<> -oib;in-0, Assin 1 .i;l.e;-se que st1a ' marido. Chamou~o de "!éra", posse foi sol~i,$ima, comQ se de' "mo=tro''• expulsou-o de se tratass·e de- ínve.sl: i<lU:ra le- c-a-sa. Mas ficaram se c'onhe– g111L E nã-o· foi ,por acaso· qtie, cendo. E, tempos depoifl em na w.a !)I'imie-ir;a p roolla.mação, p,1-ena s:ubJ-e,vação cabél'na~ a concibaw ,;l-QS "compan heiÍ'9S" Bela ,e a Fera acal;mra.m se q,u>e "la,rg.i:i;sem as ,armas e- to- amando e se casan do, tudo mas.sem os i n s trurnentos como no cinema. E não lem· al?)ríco'Las", E; claro qu.e não bra ·"Um casamento em ple– P<>dia satisfazer à gigantesca n a revol,u9ão francêsa"? S eu réotia dos sem terrà e semi- pr;(}P,rio éaOO-!Jlento, obrigado servi.l:i:zadoo a~ do-nos das pela ta,rn.ília~os 17 ãnos, com terras, e à multidão eSfaima· o ve:1h<, S itnao cheio das "gai– da d-os sem trabalho, que gil,- tiw', já então viúva de um ca– l<opa,11,am na ca,u:cla da i,nsa'r- pitão, constitui veTd.adej,r.o e t.i:çã,o. Choc.óu-se_ log◊ com fa~iua,nte- eot-reeho· de ·vo. se,µs " e<> n, p anhei•ros" de Tnl\!}ce d-e C'amil-0 Cas;télo "kteal" - os oaba:nos F>tan. Br-ll-neo. Aliiás, elà" reve1ou-se cl.s~ V,i;,nagrê e E1l;u-a-tdo An.- c.ompanheira no'tav-el õe seu gell'fll. VJ'nagre não er-a ag,ua te1",CeÍJ'Q m-a,ri<lo. Ange1j,m. El,e b'eber; era vi,na,gre. A.n- O eerto é que casa,n-iento gelim, 1;:inlla adotado o nome nessas eondiç-ões tinha · que de um dos pâu,s mais rijos' da mata.r o "foreiro" eIQ A,nge. ré_giãó. ~orr-e q ue -~ngelú'Q lim. tal'.\,to com.o mammonio era )•rorceb::o" • de 11:a.Jicher', 1!,'li,~pg-0 Ç.}es!tr\J,i'ra o "esi-u– AlJll»s, Mge.lim_ e Vloo_~re, dan'té" em P.a,tironi, l:>eP.ois de< tt-ab:àJlhavil'ro ~ casas côm-eoc- seu çaso,r,io c.<>fll hertl;e·i~ r_i– cia:,s d e B&lêlll Cócio "ua/riiia- e.a, o re,pubtiçano 'f:!<aitlro-nj, o Iívrds. Guarda~;l'.i:vros, 'Çagu~ abo1_ici~n!sta Pabroni até de le tempo, já o insínua•mos seus escra'Vos anu!l\c:oú es:pe– oom relJação a .Jo,sé RibBiro tácu.lar :ven:da, conqu11nto o Gulimarães, era funçãlo muito :i>arecesse f1,1ze-i; com certo bnmilde. Tratava-se d.<> cai- sa1,r,asxno à s,v~. NO DE BIVERA -• "- ee ow - em :R,ecif lic , A critica brasilei~a. por ,ln• .v e en-ci-ado pela Câ• A S d D U ;irara Feder-al por Giels meses, es,. ~~m~ 000 : ~::ºe;:!~ e ução e_ '. m Tema :~:~m~i:~º~=a.~~s: 11-a a ~ualidade, ass-malou com quais destáca,remoo a revisão d'e precislio e iustica, a importan• ----BRITO BR.OCA •s ili ad · C ·,.a e o · valor do poe~a ·m1ne•~o ' •· 0 · r os e .Muoamb9s·•, a sair •·• "' ~ éste &eu novo. romanée, "Eurldice·•, José Lins do Rego em no"' di - Bueno· de Rivera , cujo: livro· de · - · - - · ª e çao, e a cortélJllsão tra,ns;>Qrba-sti não so1nente pa.ra , o a,mbiente geografico d-a c!d,ade, de "Ordem e Progres,so" um dos estréia ' - "Mundo Submerso" - corri,() tambem paí'a o ambiente ooicologico. A p$icologia do ha,bi· ést,pdos mais decisivós • doe· tOda ~onstitui:u urna autêntipa reve- tante urbano é naturalment-e, multo mals complicada do que a do a obra do notavel mestre bra- lação em tod,os os sentidos. Re- ha-t?íta,nte rural. 03 pequenos ~a,grupamentos sociais ~o ci,iam os sil-elro. · almen--te, nas poucae p,a,ginas d-es- problema,5 que_ a atmosfera das gran,cies metropo~es, com a ic,.ten- SAIU' O S. 14 DO "J'OAOUIM"' se volume, a critica logo des• $l<ia:qe dos -cQntactos 'humanos, suscita na mecânica afetiva. Está circulando O nu-1nero 14 r,v _, ,-,u urna nà tur.ez.a lirlea ·pr1• O -àn1or para os pe1:sona,gens rurais de Lins do Rego tem sido de ".Joaquim", revista dós i<>Venli yileglad-a e uma f~rca serena e mal.$ ou }l\e-nos, wna cqisa simples. 1\1'.esmo o herol de "Banguê"; _~scrltores do Paraná, ·e dlrlgícta profunda com que mittito _pape_ dep(lis de h,a>yer feHo um longo ~glo citadino e de tra~er para por Dalton 'l'r'evls~, com coJ:a,- _ coti,tar ª noviss.i,ma ge.ração dé a aolld-ijo ?º enitennic) e lnqi:petude de =a alma trabàlhada por boração de- Raiul Lozza, \Vai-ten• poetas b1'3$ileil1Ós. Agora, e-m todas.as ,saturaç,ôes twbana?s, não ·ch-ega a ,ser um complicado. o fi. nr Dutr-a, Haroldo Mara 1 )hão. e.di ~o d{I Livraria José Olym- lho do campo nele subsiste e há uma fortjl instin,tlvidade prima- Arun~ Ri'J?eiro P.in< to, D; ltQn pi-o Ewtora,, ' Bueno de Rivera ria .nas suas reações. , Trev.t.98-n, Temistocles Ltnhares, promete-nos um novo livl'{) de Já ·a,gora em "Ewid;ice", encontra.mos alguns sêres de psico- A~O<ni-o Girão Barro~ e Harry poema-s - "Luz d·o Pantano" - logia co:-.vplexa, pr1n,cllpalmerite Julio, o hamem q;ue narra sua p,ro- La,u,s, que se-m d,uvida alguma irá con- pria , historia. Líns do Rego não hesitoo em penetrar num novo fir<m&i' e 8"""'rar as granides qua- •- o ! to " al ,_,,,,,,.. ti ' - • 15 AWOS DE LI'l'ERA'l'URA ' Com a publicação de "Euriâii. -~ =rN>no. ,p n r ._.e mas ""°'"'n vas, de criaturas perto da ter- lídades demonstradas pelo au• ra, t:r<lzendo em si quaJquer coisa das íorças naturais, como O ve-n– tor, ·na estréia reveladOra l e feliz to ou o sol castigante do nol'dest>e, foi trata:r,' detstà vez, com gen• die "Mundo s., ubme·~~". . .;a - •= te .,,,,1c11, gente influenciad-a por todas as defo,rmações da ci,,.ili• ee", J~ Lú1S do Rego -a-t!n,ge b<>ie Ul'Jl plano poucas ve..tes igua-Laoo em · nossa · literatura mOdetna\ sua ob:t:a de ll01nan– cista, não só repro<luz a voz d·a. terra, em sua cómun,hâo com o h6'me-m, como ta.mbem a pi:opria v.oo do homem livre d·e todas as relações e colooa-do em face de 81 mesmo. I ,ig-a.do de inicio às paisagens çlo nordeste. ,ovo-, lttiindo DlO pequeno l))u,nrtb (l,e tllnia a~ist.ocracfa, 4~ente mas inexoravehnente fundô:da com o eenartõ de sua pr-oprta :for,a e derrotll, ,Tosé Llns do Rego -idP.>.,– tiflcou-noa com esses ti pos de auten:ic:os ba.rõe,, feu<;lais, com essas poJ:>~ões mi~-cavets e tristes que lhes .forma.vam ~ corte , Levantou das r uínas do passado o mundo rural da ça').a de açucar, dO$ engenhos. dos bam,guê§, das usin.,s . Aicün1ou-o deu-lhe vid-a '(>roprla e 1nten·sà.'. rec.onstlt~tuslhe a fisi6norn la ca– racteri.stica, acompanhou-o até ;i, morte. Mas o romancista, a os poucos, sentiu qu-e os hor izon– tes se aJargava,m, que out ras criaturas tambem quei,ia-m i a-lar por ele, que a cídade t 1wnbern era um a.pelo, que outros d1·a– ma,3 ta•mbem pOd ia,m existir por trás de culturas em ~n-ada di'fe'.. r erutes dos seus coroneis, dos eeus matutos, dos seUJS moleques, dos seus bandidos. E foi assim em busca de outr0s sêres, dei• x:ou o mundo rural pelo mundo u.rbano, penetrou na alma de outros. semeJh-anites. "Purw,a,, fot a: Pl'.im,elra e ta,pa d essa nov.a via- LIVROS BRASILEIROS NO zação. 1 'º PRELO ' O ,complexo ~e que sofre o herói de "Euri"d!Lce", _Ju11o, PQde A literatura bras!leira, este manifesta'l·-se í!fUalment e nu,m homem do oa,mpo, mas é por na– ano, aspresen-ta-se num periOdo t ·,1reza, um complexo da cidade, onde a civilização .· detertnina S€«ll• feliz de grande atividade edito- pi:e uma. noção mais aguda do super-ego, riaJ, ~a-r de todas as circuns- . Julio aro.ara a irmã, in6onscientemente, e isso vem acarretar• ta.n(:las de-s!fa"l'Ora"Vels, do mo- ~e, profunda desordem n:a vida afetiva, drama semelhante l!o he– memo que atFavessa-mos, não só rot de ¼awrence, p~ra seinpre marc,ado pelo 3$>êgo incestuoso que no que se refere às editoras e dedicou à mãe. Jullo é um 'jovem estuqante, ,mtelec~ual, aluno livrari'~. com-o ~mbem em re- ai,Jieado, l-egitimo produto _do melo urba-~, C~dem-se J)ef· laçá-o ,à crise ~nomica e íinan• -l:e1tamente as suas q,esitaç9es, e tor1JU4"As se~ats. • De4)9ís, tudo se cetra de todo o i:,ats. A I;ivra-ria concentra na sua atração estranUa e misteriosa por "Euridice". José 0lympio Editora, por exem- Quem é Eur!Olice? A~lio Bua,rque de Holibnd-a viu muito jus– plo, tem programado, para bre- tamente nela: um sêr' vago e i,mpreci...<o, Pa-rece que nesse ponto ve lança.inento, os seguin,tes 11· Lín,s dó Rego sofreu a influencia do "vago e tmpreciso" caracte~ vros de auto.res nacion-a,ls : "Jor- rlsttco de algumas córrenites do romance moderno, M~ fOi em - nal de Critica", 5. 8 série dos es- todo o caso, uma Influencia feiiz. Talvez "Eu.ridieti" seja um 's1m– tudo::1 críticos do nosso colabora- bolo, Em to40 o caso, n.a cena final, no desaba.fo desesperado de dor Alvaro Ltns: wA so!fil)i,a da Julio, estr~nguland·o o seu !dolo fu,git ivo, .em .l?l'el).a _ma1a ·de San– e&tan,te", ensaiios de Augu&to t.i: Tere21a, somos levado!! a ver uma desJ!orr,a do i-nstinto cP'l\tra a Meyer"; ;'Noivos e esposos" (Pro- in_t eiigéncia. A ,suprema .solução de u,m recalque. blemas do roa-trimonto), do pa- ~ dre Alva.ro Negromonte; "Call'ltOS a vôiit&de consciente de- um pelo · povo pernambucano co– da A.ng ,ustia:•,' p,<;ie,m-as de Adal~ elettorad'o 1 i v: r e. Acrescentou mo representante da ~ida• gisa Nery; ~Ma.Fa-jó", romance qúe somente por motivos ex- de das escolas, p a-r a aceita-r de Dal-cidlo Jurand'ir; "0 Grão oepcíona;is, ~derta a.bândonâr um ca>t>go no · estrangeiro, por de Areia» e "Es-tud<Js Brasilei- o manda.to de d e_p u t a d o te- . maior que fosse a im,pot'ta.ncia ros", ensaios de Gilberto Ama- deral qué li>{, foi ou torgado ou o relevo desse ca rgo. 0, autor do; "Ga1.tchos e Beduinos'\ e9- o s t~do historlCO-'S-OCial de ,Manue- • A u~ I D o hto de Ornellas, a sair na Co– leção Document'os Brasileiros, e "A_Yfda de Jesus pa,ra a tn!an– cia e a juventude", pelo padre Alva-i:-o Negrom-on>te, en:i edição ilttstra<fa por Santa Rosa. • ATIVIDADES DE ESCRITORES CEARENSES ' EDUARDO CAMPOS,._ ~oro-ª9 contista -de "A,gua.i Mortas" e _"Face Ilu,mina.d-a'", lançará , den– tro em breve. atra-véii de uma editoi,a do sul, o romance !n,ti– llwad,o "Nova 'E!!peran9'l", que far -parte de u-~a:: trilogia deno - 19tnada ''.Os , romances 'da ~erra e do Homem".· Os outros dois volunres qµ,e COIDiPl.etaro a obra trazem os seguiintés Sttb-tltlll<Y.3: "A inortalh-a de Humor'; e ·"O Desespero". ;JOÃO CLil\tACO BEZEaRA ' lainça-rá em maio do pro~ilno , a,no 1 pela Etl'tto:r,a { Ótsé- Ç)ly-rop,lo, o romanée '"Não há éstfewis no céu", -que v~m de recebe,. g;r~– des- elog,ios do criti-co Otto ~a– r.ta Car-peácüx ~ de Grlj_c!l~ano Ra,mos. Jo~ Clll1'aco tr-abal!ha presentemente no seu segQ>OOO l'oma,nee "Sol P:osw··. d-o qual publicamos um ca,p_itu]e nesta ,edição, ANTONIO GIRAO BARROSO t~ a pU:bl•e~ o livro de poe– IlMI.S ºA llrha". ALU,J'.SIO MEDEIROS, poeta de- "Mundo Ev•anescen,te", "T1-a– gic,o. Ama>n:heeer" ~ co--aut-or de "Õs l:I®edes". an'Ull'ICia o seu terceiro 11 vi:o programad<o IP()r ' . "Clã": "Passaicl,o Redi.vivO'' , ARTBJJ'R EDUARDO BENE– VIDES, lin51pira,do poeta de "N-a– vi.o da Nqi,te;', promete para e-ste 'à,no um livro d,e .msalos, e "A Viagem", poes1~. BRA:<;,~ MON'l;'ENEGRO lanç.a• rá, atrávéls de "Clã", o roma,n,ce "G.everaif' e um livro de (,'ontos .a,!nda sem nome. - STEN10 LOPES tem a publicar um livro de ca1>a,ter dâd&bieo, in– titu)ad-o ,"Indicações Escola-r-es", e que i;;erâ lançad9 n,a col-eção de c_a,d'erniol do Instituto do Nor- deste. ' . Ol 'A.CI; WO COLARES, lançou recenten:fetnite o S'e\1 últ imo ·uvro, de poe·m-as, n u m a primorosa e<UçJo "Clã'': GILBERTO YREYRE: NA O.N.U, O e$Crlti'.>r_ Gilberto Freyre, cuja 01>1•a mais recente - "ln.– terp'retação d.o Bra;;il" - ob~eve e,;i1t11siastica acolh kl-a por parte da crJ.tloa 'bra~il-eira e a.merJca– na, a:eaba dti recEjber do sr, Os– v,áif'do• Ara.nh-a, presidente ~ 0. ,N.U.• o honroso ·convite · para dle:sempenhar o cargo de dlte<tor do D~partamento Cu-ltur al das Anwr-icas, naquela organização u11úv,ersal. destiJn•ada à main,u– ten:ç-ão da paz e da segurança enitre ~odos os Pi!is-es· q.o rnruni:Jo, O ilustre soclologo, _emJ>ora eea– ,st!;>Íliz.a-d,o com a qistinçã-o, recu– spu o COin v'ite, a•1e/l'a111:do qu,e a situa,ção interna à-o -pais exige a coJ.aborllção e a vlgila111cia d>e to– dos os homens ,p1lbltlcos, part'i~u– larmet,te daque1es qUé re-pte– &entta.m no Pa.tlarn.ento nacional --- SULTANA _LEVY - - tEsp.. cia1 para a FOLHA DO NORrrE) Hc U.onde, e ra o que ·talava En,trou uma sen.hora, sentou- rnals ruto. Aos poucoo-, os outros &e ao laoo do -homem que fu– pa.s;;,a,geiros fotam cala~do, ou- r;nava, e o cigarro, obedecendo a vtndo-o divertid0S, e em breve um gesto gentil. voou janela .• ' . . ~ • ~ era ele o u.ntco -a- flllàr'. c;ome-- ii fora . 1 çoµ a propo,sito do tlifülo qli,e leu Ainda esta.vá novo-,.. branco no , :l,om_a;l do cómpa.t:fheifu de e_ 10t11:o, ·parecia uma la-ntemi- gem. Já - ficavam wra t.i:ã, as ba,h.c,o. encabeçando uma noticiá Ilha,.. tomou uma reta e foi im&!(ens · dos canaV!ais, e;sr-t'ep-so-3,• <!e -~rev~.. ~! se el~ fosse go- cliir baj'n no me~o-fio da calça- dos !},omens r.u<}es ·u<ta:nâ'o rom vêm-o, as coisai.-, seria.'rn difere:q- d'a,,. fiCCi>U ai:nôa aceso, ~ a fu- llS. m-Oendas, dos moleques â.tO-:. te,s. E desenvolveu um. progra- rnacinha em. espira,!, ia iPUbindo, la<dos na pagacêira, d<>s proble• ma d.é d-i.reção, em que os rtµ!i• E&tava bonzinho aina-a,.. "Con~ mas simples do coronel P.àullnó, tál1!'3 .p~gaiJam en:i,:~6-, <Q's ôPe· u.iental". • , preocu,pacÍo c~m a ,•politiê,a e - as i:ai-iós ernpunha,riam a,ro:nas e os Outro pa .ssa:gei.ro fuoú do bol- sa!:r~. Veio depoi•s "Agua-Mã_e ... at-os d-o governador seti~ j-u1- so um_a carteira nova, livrou-a a historia die três, mães br,asl– gados diariamente pelo povo, do celofakie, ba,te-u o cigarro, !'eiras, tendo .P01' cenario a& sa• Faloú nas suas lutas pol,l:tkas, nas ~cendreu-<>., f\lmou. D I a b o. a Mnas de ·caoo Fr1o, no Estado ,üt oria>::1 do s,êu partido, ~d'<> vo:ntad'e ã,um,entaya_, , <fo Rio de J'a4'lelro , E a-gora, a un:i ••nós" ,mfãt~. que subetl- Ora, ~:;,~ me1hor f e c h.:ª r os mud<ança do c~ario é .de n-0v-o tendia· um 1 'e.u'' ín·& is elllfâti,~o •t;>lh,os , N-em J)ara, os cig11rt93, complêta, O rom!!,nc!,sta eS>tã n.a– ra-inda. ~ai:eci-a qu e ele sózinho credo! Na v~éra deix.\ya él.ê fa~ c.vpit al cartoca, COO'lita-nos a h isi el~gera o chef!? da Na,ç~. e es- ter a bà,rlJa 'é corta-r os _cabélôS, toria de 'um crime e de ·u:m ho• tava em via,s de o â~pôr, eles- par;i fumã1,:. S~iJa-sê um !;>i<;hÓ. me-n1, c e&ee fundo na a,.J,ma , de um semelham,te, e - """· ---idice'' go.. toso d,os seus· atos f.óra do Qúem lhe !-ria confiar trabal<h<>, , ""ª progra,íria que traçara . Quaru'lo pebldo'. como -est(l,va e com aque- a,pare:ce , ~rimeiro a cri~nça in• pedia a opiniã-o dO vizinho. este la roupa sU;rrada, a gola do ca• fel iz, doen,tia de espírito, des,: · a.penas assenti~ com a c_abeça, saieo poiôa, ~usperis>â para enco- prezada pe.Ja mãe, -vo-lta,ndq -s_e nu.m gesto de co,ndescendencia, brJr a fa:lta d-a c·a,mlssa. Dizia,m para a lrm_â nwn cotn;plex.o il',l• pà,ra que os dema,is _pass-ageiros que ele conversava muito, que ces1l,u-os~. 'Depois o adolescente lihe notassem a su,~rioridâide. E ~desperdiçava a m.elhor paite do c -.ga'do de reca:lque, o enc·.,n• o homem fa>lava: Resolveu em dia · nas 1,oqas dos boteqÚws. , tro com "Eurid1ce", a- se,nsa<:ã.:> pa, lavr.as· todos os probieni.a·s · da Etam o.s parentés que. dffiam. iS:. 1\remente do cor,po de "Eurict:i~ popu taião-, E depois ccmtolu ca_- so1 p:i,ra •n~ 0 ajudarem, Onde cett·. Ma:i; toda essa evolu,ç!i,o, é sos ,pesi;oais, Corri ele era dife- ia encóntrar trabalho onde tu- ounoso ~alar, Pl'<>eesso!ut-se r _en,te,.. Tudo nele e-rá difere;n- do era taptação, tu,do ' era niinha; se-m gue o romancista perde.;se te . Ninguem o passava pa,l'a ria. e ele não estava pará ser q~~r das suas virtudes ea– t,ãs. Conl).ecia esses s~•bLdos. ex.plorado. Peru;;a.r na viãa ;1,té se.ncla.s de nar 7 ad~, a sua sen• ("Conhecia", re;,uxan,do p il r a da"a sono. Boeejqu la,:gamen,te, slbllrdade d,e instintivo, a s:i,a ba~o o oltio esquerdo c,om a esean~aran<lo a boca dei."ando profunda fprça de COID,P.reensao preS>S'ão do· i:ru:l,icad-or n,i,cotina- m~o a pl'opósito por desfas- e hutrutn1 d,ade, Ao publlc:ar ·"Eu.– do), G-ente de cil·co, Mas era' di- tio, bem visivei~; a• lln,~a bra 111- rloice ", se\J:. 1 10 roma~e ;m ferente com ele, l\lletia-os a. to- ca de fome 'e O a,reo das géngi- 15 anos dti ;lltera.tnn:a, Jose L.,ns dos no bol~... vas, onde , só restavam, montà.n- do Rego ,conserva-se fiel a si Em dete~adro Jmnd:o O com- do gl.l.atda ·os- dois cari.mos. Ah! meS<Ino e ã S!ll•a a.rte. a-o mesmo panh-eiro 'de ban~o ,pedi~ lÍcença nem era bom pensar nessa "Ida tempo que se oomple,ta e se de~– e desembàrcôu, O homem pas- suja, Cusptu lÕnge, com os Ja- dO~fª em uma nova , exper!enci'll sou a yistà em derredor, Nin- bios mo1es, 'uma esguichada f-a-r. 'feliz de CMhecLmenito do ho• gu.em ,ria-Is o o1havá. Aquele da ta e rápida, co.1no f~ uan pato mem, fren.fê , que deixara a 1-eítura e assustado, É ficou quíeto. erico– virára-se P.ata vê•lo, voltara ao 1hido no ba.nco. braços cruza– seu jornal. 03 outros que lhe dos, ~ esticad~, puxando' o sorri a:m, anim~ndo-o.,.,.. J;omaraan- ~ a pisca~píscas-, A um sola– se de novos interesses. Senlh1- vanco d-o bonde, a,'tlriu muito os se desbancado. l\>Ias não podia olhos: orienta,ndo-,se , Tinh:a pas– ca,lar assim de .re-pente' . Plgar• saido duas q'uàdr-as.. Leva,ntou-'3le reou, cantarolou, perguntou ao sem p:re$3, e, de mâ<l!S 11,os bol– condu tor se o bond.e seguia. di- s0s va-zlos d a,;, calças, o paletó reto. Como tive.se em resposta l'e\PUXado mostran-do ' as pernas simplestnente "segue", o jeito foi lon,gas, seguiu ruino ~ casa. de– calar.,. Mudou então de ban- vagar, bam'bolean,t e, num andar co, Se.n,tou-se no cara--diu1,a, de- vadio de colegial gazeú,iro, on,cle podia ser visto· por tOdos Se ao menos ~ "barrigud;l– os pa:~a-geiTos e vê-los a tod-os , nhos'.' não olihassem deqe,pcíona-– Assµm.iu uns a.res S\l<Periores. dos, co-m o}hos cómpr-id.os paira assobiando ã flor dos l.abios. e as suas mãos seni embrulhos, a.compànha,va o cOlll{!)asso com: recollhendo--se dl!\Pois· embirra– os pés irrequietos. Pas!iaiva-lhe dos ·em. baixo da mesa ou das pela cabeça' que toda aquela cadeh'aS, Se ao menos não ti· gerite acreditava nele, e cres- vessem :f\ome, •coita.dor , Ctjança ceú com isso _a confia-nÇá em si é i nteresseir.a m-eemo, Não sa– pro,p-rio. Fa~ia planos f.orm1da- bia como con-gur3tá-lo.s, tão es– veis e um leve sorri•~o ilumina- qtriivos, nem p.a,rtl'Ciai;n ,seus fi– va.-lihe o :rosto. lhos. A h'uuilher era- ouJipada. Se 'um lHl'esa,g_eiro, achando-o i:m- ela não o recceb~e com· aquela 1>erti'ltertte; acendeu um cigarro- ca-rca , que sig, ntiica.va "eu já sa• para se distra.ir ; bia".,, E não 1he a-ti ras&e, a Ele deswou fazer o mesmo, pr()l)ó~Ito de tudo, a mesma fra– Meteu a mão num bolso, nou.- ~: tro... Na<la . , ....._v,ocê não serve pa,i,a nada.• • ( O , :EVtSOR MECANICO Niogu em d,eycqnhece a i-m'!J'OT'O tamcla de t>m botn revisor die provas tipogra:ficaís:, n-çm o pa. pe1 gu.,e 11).e ca-be na boá a.pré• ~n<tação de Uvrós. jorn-a.ls e re– vistas. quer _do ponto de vista pura,me;n;te grad'lco quCT m-e-smo no ponto de -V'i$ta d>e boa lm• gu:;.gem. Esse probl;;:ina, a.Hás, hoje em dia é um. dos mais sé– rios · com q_ue se defroota.m · âs gra11,d-es ca'3as editora& bra.<tile1• • • ' I ~~ • . ras, P,e!O menos :pa:ra f\quéles qu,e COStt:-tn!lm !a,nç'ai: V<!,riOs VO• , lurti.es pqr mês. e:xiglnd<>-lhes assim um cor.p;ó nul'neroso ê ha- - , . bilitado d'l!s,;,es profissionais, A p, ropo.sr.to, an-uncla-se a,go1;a que um certo dr, Charlton Hirunan, da "Folg~r $hak,espea,te I:;ib:ra– ry", de :W,a-shlo-gt.001. acapa de inven.t&r urh re,i-isoi; ll)0CIMl:-içÓ. Por -n~~io ·<;Ie dtspositivos esipe– clai.-; de celulas :Cotoel>etricas;' es• se- a-pare)ho corrige pt-o11a,s 't190. gra,ficas com s,eg,ura,nsa e ra,pi– dez, basta,rtd\) d 1.Zer.-se qu-e (l\Tl\ poucos segundos é c-a9az de re• v:er uma pagina inteira. -- -

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