Folha do Norte: Suplemento, Arte, Literatura - 1947

: (Conclusão da ult. p~.) gino~o.... E~a ~ apism~ on;ae se pex,dia a nunba }6g1ca 1n• ':fantil: quem é o pqi de Deus, 1 1>' pàt de pàpai do céu, o ~vô ft assim pôr diantê? ' Mesmo jji;u ,bsti:tú.indo ·a figura antro• tpomorfa do. velho bar.bado fpela. idéia de uma fôrça, de .~ causa sem forma huma.– ·~.,1-a, a grosseria.?º sfmholo e ~ knpasse, lógico permàne• ,,c::ia,m... Entre uina câi:ieat,urá l,ãn,f.antil e um d:ia•grarna d.e ~eeanica, aquela ê até ·mais f1>itoresca, mas ' ambos são · çontraproducentes e absur– 't J].os. . . . · Eu poderia ter me libeT– '. 1tado ná adolescencia _dessa , apgµsti~ aéerca da indaga- ! ;ção d:a eicis,tência diyina, si ,~i,v~e negado pura e 'sitn~ , 1 !P.lesmente a e x istênc.ia, de i ·peus, dfant~. ?,ª ún,poSl,-il>ili– i:l<ade de ádm1ti-la sem a,bsur– ~o. Mas é que eu tiriha médo . ;de não acréditar em Deus e Jl,sto i:;e explica facillnen.te_pelo . laito de que D~us no) é im– !!Posfo 4,esde a 1nfanc1a. como ;Utn in1perativo de ól'®in ro.o– .itaJ e não é moral, d~.tr-0- do· ~:i,têrio espirituaJ.ísta ,em que moo edü~d-os, negar a ~xi.Stêncl'a d.e Deus. . . Si eu f: ··livesse sido ~duca<i"o num ambiente puramente mate– f'ria!ista, teria muito nat ural– ' mente n~ado a ex_Lstência ;c:ie D.eus e me vajer1a, para 'isso, igualmiente, .de r~zõ~ ~ oi;dem moral, o que c;le• Jnonstra a COl)lum. subo~'<'li• !nação de a,rnbos os cri-térios 1ft contingên:cJa, das i'o.rmas j~e c6bhecim.ento humano. · , Eu fui assim sem o saber tdiseípu1o de Kartt, a admitir 1 a exis!_ên~ia de Déus como l ~ ·mi.perativo de ordem mo• .ral. Si . n~$e tempo eu já ti– Íi\-'esse assimilad·o o P-05itivis– Fm,o 4~ Co1n_re, teria substitui– í,:~o Deus pela )J.umanidad~ ou (admitiria ·com Spe11~er, ape. í«las o Jncognbsciv,el. .. j, Mas um ·dia, tinha e.u pou– l~o ~ais ou menos vinte anos, à. .realidade dJe I:>eus apareceu l;Jubitamente a<> meu espírito, mitP,ando com uma esponta– . i'eidade deliciosa do meu ; . óprxo c'ô~ção, com. a evi.: »'ênsia riso!'ilia é- clara de .t.ttn J,titnnioso dia de sol... Cqmo ~ o se passou 'não saperi-a & ~~lo e~atà1M-nte.' Pr!)é,µ,r-0 Ui fàz'er sa disc:ritn:i,naçã:o· do escrtti.v·e\; wna Stl'!We :e- t ravilll·osa a ,ven1u-ra i~iyt.– ual. . . A paq-.,. de um hxi,co IÍltUSiasmó pela natureza in;. ' -teira, pelo verde d-às rolh~ ·gélls-e pelo azul d-0 céo qwe mit apa~<eceram como si 09 '. i'Sse pelia prjmeira·vez, como · , li~1do· e én;~fuc;ior · ~ pe– ~cW,o,, -0 sentimen,to die 'sim- . · (tia ·pelos meus semelhan-: it:iundoi.l o ,meu 'cora,ção, 001n tal eloquência que, só •jj{So ~e pai;'eceu a melhor 'cert~a de que Deus exi~ia. r ~ mora.\'3. no éotação h1,Una.- , ~ tod . .. ,no... Desde entao a a 1n- ~~gaç~o a rewei~o de I?eus f.~e ·pa,receu,. pueril e suipe~– ~-u.i,, e4,iticado com a -~tóptra :.(Conclusão da 1.ª Qá;g.) • UMA EX.PERIÊNC·IA ~)ESSOAL · maravilna quie eu. sentia den• da espontaneidade dessa rea- cina,ção do . ir.eu SUibjetivJ.s-mo· tto de mim... · !idade interjor. que flt1Ja como foi an<t@ a libertação, de todo Lembro-me de que por es,- um manM.J.cial de t-ernu,ra a o subi,:etivismo con:tihgenle-... S'e tempo e sob a itlfluência ·se. conolletizar :na J\i:ida ptâ- imposto pelas influências dó desse éncantamento escrevi tica em solida.riedade hu- ambiente exterior. Todo o vers'Os_e l)<)le,mas para tradu- mana. pehsa;mento aflito - dizia z'ir .!l'O:b1-etudo o quê. me ia ~uerenclo por es.sa época etl. ·- e com isto queria ca• n•-.µma eó:mo- uma 4ivina ple- traduzir o intraduzivcl, o ra_ct>,e1,i:,;a,r a preocupação ha- nitude.. . " me1,1 unico recutoo foi a ima- l,iitual pelo dever mqro-1 que que e,sse ideal de petfei$ão s6 podia ser. DeU$. Mas é que esse ideal - e --~h~gµêi . de~ pois a d,Jsoemir perfeita:mên– te o fa,to - estaví). todo em num. potencialril~n,te .contido nesse yivo !! .sentido extase amor~, só tradu;tivel em linguagem de iin~giuação. Como o Milk-au ô.a ''Ca,. ginação, essa notâvei "fa,cru- se tor;rta µlil~ luta para obe- na-àn" de Gfaça Arâ!J:)ha, 'e,u dade l?OJ: exoelência cr.eado- d.ecer aós .tabús;. como fl.-Oa Toéla~ia além .da Lm'l)ossi- corn~i, por assim d'.i~ "a r.~ nó homem. . • E é- aqw, clarament-e éqc,pliCàdo oom a Pilidooe l!)gica de admitir }a oµv it- os ac:entos ,da m;t}ha. que s-e oonstata a . fµ~ção continµação <'la frà~e: ''aindà existência de Deµs, ha,via e&- ... • p~ra miln e$Sa alnavel inici:a– ção de mi.nha juyentt:t4,e, es• se- encl>J;lti;o cóm •- PiviÍid.ade den\fíró de mi~ m.esm;or esse _ criliério.d'e amôr vivido e sen• tidl>° qúe ~ ~d'Q por assim. dizer a bus~ulà do me~ ,. es– pírito ·na viagem mái:a.vilh!a – da através de totlo o c-0:nhe– címento sistemátiSado pela ciência dos 1;,.omens. própria vó-r," e _pude 'afirm.a,r tra-nscenden~ da Arte; des- que seja um cons.elho p8Q'a s~ 9u<tro :fa'to_ etil. minha ju- "0 Pt:i:ncipio do Ai:qôr me cr-ever a Realidade reprodu- o Bem". Deus como a supre- ventude que me atrlbula-va ( --: su~tenta e _pr91/eje. Eµ sou zi,ndo-a por meio de símb-0- ma serenidade não sigriifi• a respeito da s'Qa· existência:: Compreendi, a:sshn, que tanto ' o espirituàlismo como o matei:íalismo · são formas .contingentes do• corihec}tri~n– to e_ lS'el1 tirlnen to llµmànoo-, 'ser– vidos. a-mbos por i,E}melhaq_– ~s crjtêrio~ 'de moralid,ad·e, impostos ·pelo t~rror a ci,ue· ali:mentâ o ·eg9ísmo indivi– dual e que, tr anscendendo e penetrando tudo · isso, éstav~ a profunda, CQmJ;>reensão do Axr}ôt, espoil•tanea e n v.re , que leva os homen:;; a coope– ·rar uns com os outros e a se esti,ma,recm .mutuamente de moro próp-rio. paqueJ~ 4,.}1El foram por ele loo... O que eu sentia era cava pal"l!, mim qualqúer se- era a existência do m'IIJ. tl,o · oons.olailos ·. bem ver4adeiro, · cQncreto, 1·enidade transcendenjíe, mae mundo.•• O e~ase, o ai:ro1,1- 0u então cantai"!" com.o real muito ·embora a déscri-, a páli~a i.dêia dlessa ettforia bo, ,o subito sentimento de Walt.Witmln': Não.me espan- ,ç,ãó desse -extase só •pudesie a,nimica de que me ·via ines• alegria e · pl~nitudte que me ta· nl@.i~ a existência de Deus ser feita por meio de uma pei-aíâa e en<:anta,d•or-ai;mente ~mpolg-0u Í>o.r esse tempo, sénio a minba própria exi$- imagem, Imagiri.ei então que possuído. Hoje e1,1 diri,a .com d-eix-0u-me, porém, tranquilo íência. , tinh,;i, enoontr-ado subit' ;lni.en - mais '- exatid.ão: D€!us ~ a per- a 11espeitó de tudo, como se ·o Porqire o te1-ror cosmi:Co te um amigo mâravilhoso, na feita espontaneidade. mal Iião exis:tísse realmen- que imp§e D:eus ·a cria,nças pessoa do quaJ. eu 1nes:mo. mê ~ te· · · - f' e adul'bos de fóra pa.ra dentro 2 ,-ealizava -~ wna maneira Ess-a inttúção prof1.1ii<!a dre Sendo, porém, _~a tran-:-· tinha cessado para mim. O m :a.is perfeita do que· se ' pas. Deus que é ap.'tes sen'6kl.a "Cl,o quila confiança na.s cousas Deus exterio(, todo PQderõso sava re'a1menw na _xJ.da pi·átl- _que raciocinada, não sendo· inexplicável como o próprio e férr,ivel, fos~ .um velho éa e que dele ou:via exor• a principio bem diseetnida, sentimento que a infundia, barbad-0, fosse uma 1e1 in-. ta~Ôel! de serena sa_bedoria à como uma .de$il vozinha de·. a,â,é5tei então 1?,or necessidade fllex<ivel, fosse um determi• manei,ra do demônio de So• ctiança, abafada pelos inu- ló~ica. ~ á doutrina da . reen- -nistno social, fos,se o Ignoto, ,c;ràteis. Escrevi então um pe,.. teis clá·mores ile fórá, c-0mo c-arnaçao, como a ma1S sa- foose uma causa suprema, nã-0 queno b,reviário que intitu- diria ·~aéterlinck, exige em tisfatoria explloaçjo dà exis• tin,ha-mais para nµm' nenhu- lei: "Na companhia do Ami- se\líl ~staaos incipientes;<' ra.- t ~lfci:a do mal no mundo e m•a signi;ficitçã_o dial).te dessa go" e nele pfocurei traduzisr ·zõ,es de ordem lógica pa'.ra se qompteeinsão perfeita àa jus- serena certezf!, dess.e Amôr esse estado dalma de Uber- firmar eomo e~plicaçã-0 coe- ti.ça e bond4l:de ~ Deus. que vinha de dentro de mim dade e espontaneidaJ~ c-omo l,'-ente ll-as r,elações de tempo Só mais tár.de c-0mp1·eendi mesmo... O mundo me pa- se verifica do seguinte a-u.to- e es;paço. -- .serem su!perfluas todas es- ,:,e-ceu uma COU$a be)a e o · - É assim que eu mesmo ain, sas ex;plicações de ordem ló- homem que o l,labi~ uma conselho: da depo_is de&ll~ initima e pr-o- gica, 'dia:1ite da intrinsi!lca in- cousa sagradii, digna. de toda "Esforça-t.e por te livrares funda revelaçao, procurava · ~nsidade 'de- minhl!, própria ~ 1 a tei:nura de iieú seiµelha,ntfe. da inquietação e do mêdo. dat razões d:e niinha or~n1,a i,ntuiçã,o . é es'.$a verificação Toda a idéia de castigo e ex- TQd.o o, sentimento. aflito, en1 De,us por·melo de um re.~ 'foi ei-posta. em lhn anterior pi-ação me par.eêeu viol-en- ainda que se queiira aprese.n- • eui'!i•o 1ógico.., Querendo afru,~ ~udg !'Ileu,. a respeito aes- támeirte groos,eh'a e a própria tat como u:m oonselho l)a;ra o ta,r a .côncepção matetia-lis- ses ássuntos,. sanção do de~er motal uma pem, não vem de Deus. Deus ta do Super-Homem de Níet. · Todó o m-eu cabedal de cul- imposição extei-ior tiranica é a suprema serenidade,''. che, diziá que essa concep• thra científica e filos6fica aíd- incompatível com •a profun- Isso que parece uma alü- ção preexistia como ideal e qµirid-0 depois nã1> valem Como se vê não s.e trat;i aqui de alguma coisa d!e m-00.t>truoso aéima do homem, dominando-o, con-trolan,d'o-◊. Não é nem o AttíssimP Se– nhor dos Céos e da T:<,:r ra das religiões nem 0, S.ip ~r- Hol.Y).em de Nietch. . E' o :F(o– mem. r.rraita-se t-ea-lm,ente do ho– m>e.o;.l, de todos .os hom,e ns, o mais -~i"aco, e o ma-is despt•o– tegi,do ... ;Em todo o hotne111, ai est~ ·Deus... ' '-AA#************_*_*.****,;,,·*****11:·<Ji**:;,1,:***************AA***.*'****-*****tt"JrJi~-lrlc**********r F-0i o .peor de tod'Os qs, ateísmos esse que at.17àyés os sé,culos .não qws reconhecer essa Verd'a:d·e, . • Por eie criaram-se.as di~i.nçoes odio– :5as, -OS salvos e -0s J-ey'l'obos das re1igiõe.s in ~leran.te -s, o Supe.i.·...Horoem: esma,gandó os outros llómens, a ex,clusão do corpo ideal da 'humanida– de daqueles a que julg-0u -iiJ– clignos o fílos0:fo .francês ... Cad,a alma, POT si só, é, ' 1. fflf '11/ '11/¾f..,,,. "i(..'Jl.lpf.. 'li/.,,,. "l-'ll/'11/ °{ 'll/'>f!f--.."el-~1f!f...~ lf:1 • . ELEGIA '"Não es'tás aqui ·i>.aí meu no ·cemitério sem cipreste i ' ~! . • ~ .. te enténdp'. melhor na rua úmida ' ' ntl' aflição d~ balttos distantes ~ . :nao sei porque. ' ' . ~ - .o capiin qu~ c:uora o aqui -Jaz .. . • prêfo, trem'ido,"pedante. - Já' morre1,1 no barulho d.o sj;culc, o c:apineiro de meu pai ' . não me cortes meus cabêlO.S te ente~do melhor lá fóra. , ' ~ . • ?1- 'li/ 'lf;_ 'li/ li- 'li/ "f- 'li/ "f- V-V-.~H'll/'il 'fl-., "f'1-lf'f'"f 'lf _lf-_if _'11/_>b · Benedito NUNES .FRAGMEiTo· .. • qs meus sonhos não c~,em aqui _ o teto é mujto·baix~ ... ,,, as Janelas, são estreitas ~ ~., - ... ~ parâ onde voar.ão êles . -' quando .houver o crescimento do homem ? HINO DO CAMINHANTE Barr.ar o silêncio com a minha vó11: • • ' ~ -t r • • • ' - •,. :não do~Jllir enquanto•to.dos dormem • caminhar enqua~to_ tód013 :i>~ram encontrar a lenda .em, :eàd.a e~quina o passado vivo noutro homem. . . Pouco· ~portam os olhos. que me seguem Deixei um pouco de 1.him n.8$ ru~ e b,êcos procuro recolher êsses pedaço,s. ·· . • porém, ,uma ooisa sagra,_da n_a sua v:ida, na .sua ex:istênc:i'a, seja 'e1a a, mais humllde, a mà:í$ mOldeiitâ ou mesmo. a mais criminosa em sua apa– vencia..• Dew é a e$pot).taneidad.e d<> Amôr no. co:ração ·ao Ho– mem. E essa re.alLdad-e psi• ,._ ~lóg!cá. tociar-~t!;ã,.maJ.s ,é:vi• d én-te à medida que ae ..._ gar ·no ho~ern,_e~ c ~l}a~ -tm;de -~ltru~t:a: de !ltmp,ttl!l"·e '301ldaviéd;:We . hu~ána-. Deif.: ·tã:rte. o pr~61ema <li Oeus é \'ante.$ utn pi,oble~a d,e na'tü– ·l'e:i,a psioolj)'gica. N.ão se- 'fàz. ·tnrstéi." ir buscar De.os além dco homem, nó ábsti,:ato ~ rut ,d~conheeido. . . E sôb,re esse empolgai:i:te <J,)rOÕ1el)la que. de– vorou <com~ um mis,tério hi– a;nte e insaciáv:'él todá a ~co-, :h'omia,d~ ,sécu_Io,s-,, dir,á, !l 'ul· tim~ .R;ala;"-"!'.~ -n,ão. a têt>logia ou a meta~1,ea;-mas 'como oo 'irê,, a P:Sico1ogia, êJÇ:pJi.oan.g;o est'a s()l~'t•et:udo o i~pócta»W, .p ap.~1 ''da Arte:qu~'ê." f llri'uig~:.. nação suprin,do-' as Iaeutias do conhecimento. · · - -- Do 1jvro em preparo: "Os d"Ois camifiho.s d-0 conhe- ci!l)ento hu:rnatro'.!. . .. . . , ' ' ' .... v:iyênc~a _que ,é um. ,milit'gte, des de ficção e estilo, º sr. Xa- R N I E ·e t . estréia iie U.mll chama ao ven- vier Placer publica agor.a em o·m·a.nce-s.,· ove as o.n· o·s to como~~ª- dem~traçJío de t~ suf~ um destes livl'os es- volume ·doze contos- _sob o tí- _ ~U'M P,oss1b1-l!dadces em outros tri<tos sôbre .as pa:rtiC\1-làrirdades túló de D.oze h1stóril'!I , curtas .- livros. . . .. Ill~l:a esp'écie qé ,trabalho li– _térál'io. lv;[as :istõ, nio é ~ Dil'Í· .J.agre;· e si~ uma' c~ – cia das qualidades :ttesaoáís d• cronís:ta, da •Sua in-tellfência, dos s~U:s e!ltudos e da sua sen-– _sibrlid-ade ~ ryísficll,, Um c~t– tulo eonao ' o qu_e t'~rn o Cítt!;lo "Quanc;lo ós 1 Ji:1>inerts -matatn a– sua poesiá" ,µão é apenas uwar crônica, fuas -um exoolerite '(i'.ri._, saio. E se o ·volume Sete dta:s. precislisse . de uma e~i~ue,ta, aoredito que..não hav.eria exa– gero_ em col~r--lh: na C":P,a: ~ le uma região e destinado (3). A caracte-ristica dominan- chamamos contos às coisas de a.o vento, do s-r. B r aga Monte- Devem'OS insis;tir !!º _lygar- ~~ partieuTarmente à s-en- te deste autor é -a sua sensi• vagas nom,enclatur-as: · crônicas, ·negro, indi-ca a presença de C(?mtlm de qu.e o. c-0nto. - -para bili-'.aae das p·essoas d~~a - • • · lt ·tor ' b · d .. "" ,_.,., J>ilidad'e. Lendo-o, wm-se a impressoes e paginas so as. 11), um esor1 , que em . ora am a que .se rea1i~ integralmente , e-mia -região. Pois hã, c·ómo i,mptessão de alguém que está p'recisamepte, crônicas, impres- hesitéinte e não definido, ein np s-eu gênero - exige a apré~ ~ sabe, duas espécies de re- sempre coxp. o s entimei; i.to poé- sões e páginlls s0Jta,~ são estas· muitos aspectos, jâ se apre, sen-taç_ão ' de úm ' 'caso". o q 11 e . gjonalii:;mo em liíé:'atu1·a: uma tico em estad? de vigília à11te Doze histórias eurlas. Não são- senta e1n condições de chamar que-r dj~er: de uma- história, •flue a.pen-as a.proV'8:lta o ~un- tôdas as coisas. Sendo ,uma au- destituídas de val◊r literário, a aten_ção no nosso am,bi~rite, de tJ.m enredo, ·e isj:,o, por 1!fO xegional, pa.1.,a ex,primi-lo tintica natur,eza de artista, a ma-s não atingem a categória literáTi'o (4). Ele· apresenta de ~xeinplo, foi ,m~U:1o,r compre– puma · forma digamos uni- sua visão está sempre alerta dos contos. Eles não se proje- &aiida uma qualidade, que só endido Relo sr. Brog;i M-0nt_e– ~rial da memória com os ele- pa,ra ~pta,r o que de imaterial tam e~ termos die ~icção, não p~d.e ser d~s~ensada ·nos és- neg,ro em Forta1eza do que pelo ~e.ntos e-s!éti-cos da ímagina- possa existir nos movjmentos se realizam p.ela açao dramá-~ cr1tores gen1a1s, .11aqueles que sr. Xa,vier-Placer no.Rio de'ifa• po ps1éologica, a,presehtando- e episódios dos seres hu.ml! J[los. tica. O primeiro, por exem~lo, podem tudo exigir sem fa~ · neiro. Estl ~aro que hâ ou– ~e o primitiv-0 do interior co1n M~. sendo ao mesmo tempo a não s6 está irrealizado objeti- em troca qua:lquer concessão: tras maneiras além da obj eti– ynt• es~ilo litexá;:io de a,rte oi- sua sensibilidade · de üma e-x- vamen-te, mas de,i;prov:ido do o dom de ser agradá~l com a v~, de afirma,r a e:ids-tência )!ilizad.a; à outra1 que-rei>ro- trema delica<lieza, o seu autor -po,der . ou da riqueza de s·u- sl:a literatura! de int~ressa.r o ~cleste ele.men-t.o . de el-abÕração ·~ 0 regi-o'naJ. nos seus J>ró- opera !itera.Tiamente com 1,1ma gestão, q1.1se poderia completá- leitor, de toranar a le1tura · um e realização no conto. p apro– trios limites, proc;u.rand-0 re- timid.ez que. se tr·ansfo1,ma às lo subjetivamente. Um ·outro, prazer. Os co1:t,os ,do_ .sr. Bra;a f.uhdamento psicológJco, neste ~-Oidtl.Zi-lo est;ri,tamente, com a vezes em v-erda,çlei,ra inibi:çã-0 intitula:dp "Lucila", apresenia Montenegro sao daquelas pa- caso, permite que: o .enr-e'do se~ precisão .da :fotografia ou da quanto ao ato oriador. Talvez, utp perfj_l de muJher com,, o ginas de_.que gostamos sem ja roais sugerido . ck que ev- e$te_(ografia. Infelizmente, o~ · êl od · - • d ·t · • · ·• ,,. . - por 1sso, e r · eia os ass.un - esi;nori,to ,hterári-0 'l! uma crô- n:u1 ·as ex1g~nc1as ou explica- ,posto, numa -técniça. f:nuito em- linillhos do sul pertence ª essa tos como um dielicado e um nica. Em "Um marido, ou a çoes. Ele e§creve , com. bom peegad11, com êxitQ, pelos con– ~gunda espécie de regiona- tímido; não os explora auda- maripesa e 'a chama" temos gôsto, elegância ~ si-mplitida-. tistas modernos. ,~m_o. Em tudo~o ~u~ é des- cioi,amente, não. avançà em uma espécie é!e exercício ma- de; condttz o enredo com se- D.o contxá<rio, o eônto ·fica ,:irlçao, rep~·odugsao fiel de_ éOs•_ profundidade no terre11-Q. das chadean.o (nãp hâ na<la mais gu,rança; ~be comp&r com as sendo uma crôni,c11, como acoh– ~umes e situc!,ç@es, capacidade almas; l;llet'iem-se na superfície , facíJ. do que imitar a m:aneira palav..!'as e transmi:ti:r algumas 'tece :frequentei:n'êrite en'tre 'P,ós. fJe fix~ção objetiva da r~alí- ·dos eniredos e.nas ex,ter:ior~da. lite.i,:áriâ de Machado de Assis, . el);}OÇÕes..Con'tudo, os seus coii- E nesta alt ura será pre~rivel íi!ade,_o si:. 1,van P~,ro MaT- des- dos e;pis6d1os, comp a-lguém em,bora não haja dific1 ,1ldà.de tos não são ·nem completos; a leitura dos ~r,óp.rios cr,Ónis– ~ns ,ela<bora: const:ó1 com .se- que se sentisse a,canhadlo pa•ra m~ior do g_tte ser como Ma• nem perfeitos-. As· histórias são -tas, e é ·o que faço agora, i,a:in.– ~n.ça . Nao_ CJ"e10, porem, -forçar uma 1>orta ao alcance chado de Assis), míls sem den- bastante con~ncio,nais, sem do dos r.omance-s, 11ovelas e ~ue este ~eu livro, con 1 ~ o 3'!1· das mã.os . E isto ex!)lica sem sidade ou p;rofund1dade, Q,_que originalidade e sem\ r,iqueza çoi:itos para recomendar ao• terior, seJa um ~e~adei,ro ro- dúvida a tenuidade, a incon- se agrava ·ainda mais ·corii o dra•mática; os seus conteudos leitor, neste ·fim de rodaQé, 0 '1'.1~;:ee. uma autenttca obJ;a d1 sistência e à insegurança que lug~r..comum do final em que r,eve.lam-se assim frágeis como volume de crônicas Sete !)ias, fi,cca-0_. _Ele a\>resenta. v_asto e, -caract.erizam estes seus con- a:pa,tece a já hoje i<rreP,rodu- mater.ia lUerária. Os pe1:sona- de a_utoria dp sr; Fi-ànklin ·de f{Mgnif 1 c.~ d,ocumenta 1 ·lo de \ tos. Aliás, em rigor, .como con- · tív,el im~g-em da mariposa e gens não se p roj etam na ação ' Oliveira (5). Várias destas.. pâ– iu,m;a regi~o, mas se :-eve:a bas: \t?5 nem ,Poderiam ser classi- ·da luz. Q. capítulo que.....~Íh-or suii·cién~mente ~efi:_1i,,do~ e ~inas estão .~.IJJ: ~ucp murcha·~~ it~t~ :va 211 0 gua~to a açao dra ~cados, ~a,lvo se tomasse- se esbfça como conto e, tal- caracterizados:; -êles sao vistos qu env.~hec1.das porqu~ nem mãt1ca, ao ~ov11:1-ento do en- ~os a<0 pe dia letra, em sen- vez, ''Ca,oo do broche", moo pe1o leitor oomo se foS'Sem per- tôdas puderam salv.arcse cio redo e à psicologia dos perso- ·t~~ _esyrito, a-, tão . discu,tid-a preju~eai:cto. . oomplétiamente ~ ~ não criat.uras em c'O,rpo desti!'lo t1atural d~- crônica e1:n l(lagens. . _ defin1çao de Mário <11; Andra- pela /1ns1gniif:1câncla do d~ inteiro, Alifo,s, os •COn-tos do sr. j,o.rnal ou r,e;vjsta, feita par;i. i, Aµtor de um rom~n-0e, nao de-\ Vamos p,e1'Clfe.ndo cada vez feoho 1 Braga Muntenegi:,o devem ser .durar apenas ' algumas horas. • de todo b~m· snced~1,d,o, ~as ma\S o gôsto. º?·m~ a nec~~i- • Eiforito e editado rio Cea~, considerados! por enquanto. Muit~~ ou:t1·as,J.P'ºrém, -aptesp,t-i– ::rev~ador de certas quah<da~ datl\ das dishnço.es . Ass~, Q lw·r-0 de contos lJ'.ma Ch3<ma como e~celentes es-W""S e a tam uma capaci'daéfe.' d<f •.obre- \ / · . ' V '< • ! ' ••.. ~ • PO.e-$lil, ensa1-0 e 1orl).-alis~o. Mas tam,bém, e 'infelizmente, um J.}Oueo · de ·snobi:sm'é> 'e- de artificiali§mo, ·que ê1e ~reoe ~i: adquirido · na con,viv'ência Oú leiturà dos cronistas ,Hiun-– danos, (1) Dion,elio · Machád& - Pl;lSSOS perdidos - Livr,ar,ia Ma,1·fihs Editora - São l'Íl:ufo 1 -:- Sã9 Paulo - 19<16. (.2)_ Iva11 Pedro Mar.Hn~ - Can11n:líos do l!U'¾ - Ed,ição <la 0 Livrarja do Globo - :f>.q_r,t~ Alegre - 1946. . , ' (3) Xavier Placer - Doze histórias cnrtll-5 - Livraria Agü· Editora - -Rio - 1946. (4) , Bt>a~-a Monten~gro - U!Pa <lh.~roa (lo vento - .E"uri– wes Aeqttitas L Fortaleza L 1i)l!6: , .: (5) F._rªnk'ljn d:.e :OU \iel:ra ,.., Seté qias - ;Edição 0 dru:ziei- 110 - Rio - 1946; Para remess,a de livros: .., f'•1:àia de . Bo-tp..f.ogp, '4S.. 1

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