Folha do Norte: Suplemento, Arte, Literatura - 1947

• • • . ......................................... úLTIMOS LIVROS . tiva. Ao hra,l;>alho de criação se Raul Boip,p e~ de Zu- "="...:::::;=~~~-..;;:--=~ alia a critica. A intu,tção ou ao ri.oh um exemplar de SWl8 ''Poe- instlnto se conjuga a -. .inteligên- sias''. ( "De tiragem reduzida, eia, e .por vezes a erudição. Ao pua gente de casa", como es– romancu.ta jã não .se pede ape- . , ...........• nas que saiba contar, porém que clarece o proprl-0 aute>r). Jt a estúde. penetre, entenda. -Pede- minha -velha conhecida "Cóbra se.olhe que .tenha uina cultura Noi:áto ", acrescida de ~ geral húm-:mfstfca, e um conhe~ P.Delll;!I~ de sabor amazônico. cimento.-sólldo de seu instrumen- Raw. 13-qpp reptesentd, em nos– to de· tr.aba.lh' o. . . sa liter~tura, um d,os ou.rióeo9 A baga.gero do sr. Marques '.., · · R'-" = · j.ã · ACobra Noralo Sui1a -- LUlS MARTINS· --- - Sergio MILLIET ~ Rebelo é ainda peqµena, lnsu> casos . "''""'auu que 8SSl:M- flclente ·para que se·· julgue em · lei certa. vez: poetas ~lidos (Copyright E..S.I., com exclusividade· pDl'a a FOI.HA I>O NOR'n:. carater definitivo; ):l:fão lhe fal- pela vfda l)l'ática, que entre n& nelite Esta.do) (Copyright E ·.s.l., com. exclullividade paza 1t. FOLHA I>O NORTE, _ tam as q'uaJfdades de um gran- se tem · apresenitado disfarçada de escritor, falta-lhe é um.a \)ro- nas feições sedmoras d.a dl:i>lo- Todos oo três desa.guaram no dução m.als ampla, que nos per. macia êsse monstro ãe olhos Itamarati e ai adormeceram. • neste Estado) · SAO .PAULO - Do sr . .Mar• tãncia diminuta daf> mulheres qués Rebelo,. que arcançou a nos rqmances de um LI,ns d<> reputação dê grande contista., Rego. criador admiravel 'de u;. <fizem todos, inclusl;ve seus ilil• p.o:: masculinos, de '11n Jorge migos (numeroses) que "escreve· Amado, o homem doo climas de muito o.em" . M11s que é- escre- sensuâlldade, e aité de um Grà– ver bem? Será apenas eserever c!fian-0 Ramos, o analista Jnsu- · mlta, pelo peneiramento do bom ' d dr ... jà e do medfoc,r.'e, dos acêrtos. e do$ ver<res. !\{ario e An aue ~ êrtos, pe,;,ar a súa contribuição se referi'l,1 a Luiz Aranha. Hà a Agora, depols de um long;o • certo? Será escrev:er com ate- peravel d · - . 81Íl~t1as. Neste, gância? Ou com proprié<l_ade? entretanto, a ..falha està na com- real. · Em todo ca.i:o é com sim- ae11eseenitar Teodl:>m.íro Tostes, sono poétlçj), ~w. ;BOl)p aeo:r– pátla que acoinpàrihamos· os seus ,po~ta g.aiucho que •hoje pouca da. Meio estremtullha-lio, boceja, e_sforços e com muita vont~de gente co;n:hece e que foi O mais na paJ.-sa,gem M,mpida da Suíça, e de formar desde 'Já uma opinião d « • uJ .. • -· _,,.. 1 -·" r a ""'-"-ra No·~a :favorável. A critica do fum.1r cr.e,denci-a; 0 "m ~ u.e =u,6=• 0 re:!º ve em~a . _ vvv • • ro terá que ponderar a sua obra . l\1;eyer na geraça,o de arniboo, to pMa -e11Sa ed1çao limitada e Qualquer dessas de!lniçôe'EI pocj.e preensão das personagens moças. E D E 1 - ;justificar-se e iodas elas em em· idade de amar, e não na$ . souema '.I V ou ,. a o • !~nj;n!~e e~r1:i::i~;9~nt~'::J;; ~::~~:ã:~: oeº~:s~~sad·~:·r!d!~ . . . , . . • . ~ . ~ por "escrever b~m"·. E 'se as ado- de (as velhas) ou pela atrofia tarmos, teremos 'por certo que ,, · sent!doo (as .1,olteironas) E D s ■ d d p , ccfucordar com a opinião aos o ~.ur.los~ é que as nÔ.9S!as . ro- . a oe I e a e araense ,amigos , e inimigos do sr. Mar- m3/Jlclst_as , n:,.p.lheres (com exce- . · ques Rebelo. Seus contos &ão de- çijo de Clarice Llspector) , não ' . · l iciooos ' de a,g!lidade estil!stica · e sãp muito mais penetr:'lntes. ~ ·suas notas de viagem, de "SÚi- Falta-lhes talvez a corage,m da (Conclusão da ult. pag.) te ~L l't, de uma grande limpe- S>inceridade cjue seria· chocante za d·e escrlta. Entretanto. ess11s para o nosso p1'.il;ilico. dele?) procurou tiral." partido da- corifusãq. Ao proprio Ba– quà lídade.s, em nossa éppca exi · Pois ª/l personagens femininas -tista Cam""Q r..ão foi possível colocar o amor do pro.x:1mo a· gente de "mens;igern" e de "pe- de Marques. Rebelo. sob,retudo a-s - .,--, ~ ~etração'' não fazem. sczlnha-s,, o -ele seus conto~, ressentem-s~ 'bei:n cima, do amor p;roprio, . grande escritol'.. Este, não raro, menos do , esquematismo hab1- D. Rom·.ialdo C-OE'lho; que. já halii~ ensaiado desembara- che~ a prescitidlr delas, a't!~- tuâl. çar-se d_os ~<:!us farí1os_os propositos ~e rríod~ração, M)ondo, maçao . que eu c.omp:tova:r1a ta• · ó que se poderia ·com mais ra- sen;i, hes1taçao, ,sua assinatura no termo de Juramepto que ciltnente · coiri mais de u.ma ci- zão censurar ao autor é o dese- aprovava O 7 de Abril, a1.ijou, d~ todo, _aquele,s.•.prOP·<J.sitos, e tação. Não ~ essa. a. questão, po- jo irrefceayel de br,!lbar pelo -e~- esoteveu ve~mente ,;; incendiaria pastoral contra os maçops. - rem. Trata-se, is,so stin, de sa- plirlto.,. A te,nta~ão 'da frase iu- :'.Mais ta-rde. q_uan-d_o fos_se nr_ecis.o frei.ar · a perig_osl!-. march_a_ ber qual. 0 lugar que o sr. Mar- teli.gente é gr11n<ie e?P , M;arques ,.- l 1 1 · ques i=tébelo deve ocupar em nos- Rebelo e o induz a cometer ce,·- cabanã parit alem da~ hndes semi.-feuda s, e e vo tar1a a ag1r r,-as letr.as , questão qtle se re- tas· "falslficaçõ·es" psicolo~lc.1,;, com "moderação"' e a aco;nselha-là aos li:bertadorés. Impediu a,p,resenta ao. aparecer a segunda a tirar partido âos aspéctQs c!'I- tO<;ios os ·"exc~ssos" (l&banos, ·meno·s os que visavam à maço- ~dição de "Marafã". _que tev~. m!eos dos .dra,mas de seu$ h~- nari,a .e ao seu espitito. _ quando da prirpelr.a, as honras róis. S\ta ternura pelas propTlas O .primeiro ato dos · amotinados toí exatamente contra a d 'e iim _prêmio literãrio. crl;tturãs não se. de.spe de clarl- G d L · · d'f• · · a· · · l · d ~ · · ·g .Reli "Mar-a'j;'a". ~agora, e se não vldenclas; o aut9r é wr .dem:,,is : ran e OJa, CUJO e 1 '1-Cl.O 1:ncen iara,m, J,u ~an O'-a, 11um1 a, ·•Benti O mesmo prazer d~•.pr,mei- lucido para se apa~xonar, e mes. Uudidos pela pastora-) do "moder,ado" anhstite. ra leitura nãd tive, tampouc.o, mo qttan<!o· p.orvéntura se apais Na propti!I adesão do Pa,rã à ind'ependencia· esse espjrito n enhu'ma decepção·. Em ve-rda~ x;onli esconde a emoção scb . -a: de "mod·eração." já · u11ha sido utiliz~<> a,penas para ·•'.mod~– de, o assunlo, ·desi:le 11quela épo- mâsc.ai: a do pudor. .Tã observei rar" os 'i·m1-re-tc,s . libertador-es. que popiam conduzir, dem11si– ca, tei;n sido por demais P.xp?o• há tempos. a propósito de o•~tro ad.o longe - à •ema:nci_paçã·o -e;::onomica a-través de um Iegi– r ádo e encarado por· todos ds ân- lhTo seu, que ês·&-e pudor, sem- fimo reginie de.m.ocra.tico burguês. D. Romualdo. que ·subs– gu1osj,poosiveis. Nl!n-guem, entre- -pre pre,sente: ê ·uma _das car 2 ct1:.- t_itu.iu seu sc,i>,inh,,. de Seixas na presidencia da J unta Go- tanto, -o ·terá . tratado aoni tama- r!stlcas ~a personalldaqe apare.TJ- ,. nha desenvoltura e com rhenos temente agres~_iva e eoKtrovertJda vernativa procttrou amortece.r.• quanto pôde, os entusiasmo.s retói-ica. Um sentim·ent,alismo de Marques Rebelo. ~igo apa- emancipadores, mas não "moderar" as . medidas co;ntr-a esses– discreto, tranSP.irécendo de --rentemente. para sublinhai:: a entusiasmos. Já nos referün;9s à rétjrada de seu.. nÕflre q,;i. cha– quando em vez .e com algum pu- re.alidad·e ánti.i:na contrárt~. pOI~ pa, na, eleição de 17 de Agosto, por causa- dessa. .sua "m.odera- · ílor, uma' prafunda e bem hu- Í>s ver:dadelros extrove-:tidos e~o". Jiá q1,1en1 õqse'rvé-_que os pa.rtw~t:istas d.e BaUstà CampPS moradu ao.m,'t)r.eens:ã~ da\!i· almas transb'ordam d.e ;rtirud.l}§ inn t8· riscaram O nome ·.ar,. bispo das • cedul.as, como mode·rado, mas • a1.1e flores"cem no ambiente dele- . das as direções, ·na direç~o da no entanto. permitiram q,ue iie1'es Ji-guras,se O nome de J~é tério. um {>oder· de ob,,erv,ação mowa~ld.ade t'anto q)iant,a na·d-9 · ,,. d d · •gueto e ~ cap,íl;<:Jdad.e de despir se1:tht1entalicsmo e até <.Jq ple- 1 R 0 js,b .. eii;o Guim<;1rães. portu:gu.,,s, denun~ia_or os V:a:sconcé– personagens e cenários .dos por- l!u•wm.o,,.-Ora, o auto~ de "Mara- :rncnor.es inúteis, eis o comple- fa" nã·o o :fa,i; senão no s-entlõo · "º de q1.1ali<)ades C(Ue faz d~ . da ir,onia. E com: 0 não é um cép- A cricunstancia ·de ser ,portuguê s não· ·tinha real itnportan- •Marata" um livro de pérma- tico •Atido e• estéril; mas um sPn- eia.. Já· Rrov:am0$ issc. PrO'varemQS me.is .. no de.correr dest€ es- 11'\ente interêssé. Não vejo na li- -s(v,al acima de tudo. sua ag..-e.s• tudo. A <tenuucla fo!'mulada contra os 'ii,mãõS Vasc4,nce!os nãõ teratura nacíona1 nada qúe se sividade se compre.ende c?nv , de- foi porque e!es pregassem a inderrendencia,. m.as porque já esse.melhe, mesmo de. ronge. fesa, como fe.n6n1eno equilib..-a- •t l-' •· ,._ 1 . • • .. . .., , b 1· - ,,i ê.~se pequen~ ro~ance, muit 9 d.oi: dj? c 9 rrit,et1sac;i-o. agi assem . <.1e1as •rppu 1 ú 1canas-e o que era P!Or'-ue ,a, o 1cao embora. comó Já fnsei 1 0 tema ''Marafa" é um livro de c ; nho da, escravatura negra. Anq;te-.se que José R ibei'rQ Guhnarães t.:,nha sidp desenvolvido p◊-r ou- eminen temente carioca. o am- foi deportadq pele b'l'igadeiro Móura como acusado de par– tros, talvez até com maior dra, bil!nte emuda·do di.fere nos·c teus tidario. da independ.encia do Btasil. :ai que ao português ..José m ~ti,eidade e t orçà. Somente em )lórmenotet âos ambiente.; i,nã· Ribeiro Guimarães.. como a dezenas deles. .não importava a .. Bubu de Montpa.m:asse ". do logos de· $ . P-aulo e. de 0•1tras c!. em,ancipaçâo po11tica do Brasil de Portugal. A seus interes– querido Charle.s, Loujs Phíl1ppe, dades bTasileiras. Ma$ nas su?-s ses economié:os. aqui, 0 que convinha eta -esewar a estrn- se -encontra atmosfera tão viva linha~ gerais. "Marafa" é un~ 11- _ _. .,. ., dô me5mo drama da pr_ostitui- vro universal. porque h,,m:il,.:-,.,. tura economica da Provincia. ..,v,tar a sua emancipllcao eco– ção e da malan<lrage.m. Ch.arles Traduzido ·para um·a outra 1tn- nomica .• A Ri,voluci!ío bat iâ as suas •gl'ànd.e& asas infiamada! Lo1, 1.is •PhJ1lipJ:ie. p<,rém. é mals gua qualouer _perderã b~m: .P"t:- na velha. E :,rora. _O sonho d~ ouro btirgu_ês jã· era pet'.turba– puro de aima do que .o carioca co do interêsse que tem -:> or'- do pelo pezadelo proletario, pelo· menino do ba·rrête verme– Marques Rebelo, dontj~ o s11b1>r gi,na_l. Por ?utro la~o, ,:ião ~.prf• U;o nas- noi;;er; já inquietas da burguesia· n~scente. in_gênuo de sua maneJra. °E_ ,o senta nenhuma d1fu:u)dade d_e Entre J◊sé , Ribelr-0 Gulmarães e o Sousa Ooêlhó 0<:or- :!;ra,ncez. por outro lado, part,c!- _ !inguagem. O vocabulãr10. d'! gt- - · · d· ·~ • ·· t . R'be. h ·1a a 1· d pa mais intensament~ da vld:a ria, acrescentado no fim i:-aí·e<""· ria e.!n a o ~egu_1n e. era . 1, J,ro U":J e .guar a- 1vros e de suas persónâí!ens. fica do la- ce-me supé-i-fl1;1o até. .?e,o n,e- fu~d1lho r.etn~ndado ..da casa co!11erc1al do coronel portu. do cre dêt1tT.o .d~la\.ll, enqu·anto nes' para -o~ leíto.res biasüeiros. i?Ue.s Ambros-10 Henriques da> Silva Pombo. ao passo que M;;;rques Rebelo, apes·ar de sua Desse ponto de v.lsta. Ma,rques d. Romualdo era filho do grande. propl,'ietãrio do TocantiIJ.S simpatia humana, que não .f.ilta Rebelo mostra algum ~a,eüte;::o Alberto de .$ousa Coêlho. Porisso José Ribeiro Guima,rães que.ln negue más que eu _insisto com Antonio - de Alcantar1. -~ª.- era "!Jloderado~; também: mas tinha que O ser. naturalmente e.m descobrir. coloca-se do lado chfeo. u~ gos raros modc, 'lls- menos do Que O bi~p·o Da.í O seu aparecimento na ,Junta. de fora, do lado do observaclor t3'.9 rue nao S'l ext-raviai-am J:tlo - • - · à • d , . . • Interessado, divertido e c.om.ovldo afPlhc, do~ regionalismos he~·Mé. . A a-des:an. ao Pa.rã 1n ependenc1a. trouxe à no~sa hl!i• ma,3, cuidadosamente dis-tante. t1,:os e conservaram no e'àt<1t1\:u t6ri-a outro tipo que tem pro,vo-c~o séria contrõversra entre Foi isso lhe ocorre <!esvlª-c-se 0 1 é•bor l~aJ.· na sââ· ex-,i P.;efã.;•· os histo-riai:.,.oi:es que interpretaram os f.àtos metafísicamente, um ,Pouco do essencial, e>Çasio• tJté-rlir-ià.. . . qe modo lqgi.co -for1nal. Esse tiipo é Grenfell . Há historja. ,n-almen~.. como no ca_s-o do as- f'- ª%<?ra voltel1\0s ao i>r<?ble- dores que o denigrem, acôimando-o de eubiçoso vulgar, · 6:):$'S'ín1o dp boxeador, e dar .a ,n, a ,Jn,e, a~: o d.o. ·gr~nde es<o:r:1tor. aproveitad-0r -sem escrúpulo. mero pilhador. Outros não vã.o s-eu rom<)nce um ãngul9. pseu- !;', .m dúvida extste111 temA;, C'l• 1· . d. · J «á 1 " ·· d . t d lt · t d , · u " . , do-dramãf.ico que não se" ac.erta hres, dramáticos de ta1Y1anho t";- onge e. JU .. , - o . con u.,or e a as vi.r u es crv,1cas e mo- no todo. Noto t3robém um des- c'ance secial e humano, qui pqr si delo de des.rrend1mento . nível ent-r~ a análise psicológi- ~/\s elevam o -comance •acim~ do . ,. _ • ca do. malandro e a da prostitu- talento do escritor. Eles vtivem , A ve~a~e é q_ue -Gren,fe11 nao a.g1u,_ entr~ nó,s, .fOlno ta . esta menos acurada, ma:i-s e v~bram e s·e· impõem com 1an- mero amb1c, oso pe&Soal. lv!aa tam})ém nao foi por altas &P"."s~a<l.a do que a outra. ~~ !orça ·que a imperíçía -;:,o,~f- lr.ittudes cívicas e despl!en<lim.ento ijUe co.nsag,rou a sua D~ um m!)do gera-l ~ ,;iossooro- V!'' qo r~mar ,clas.ta lhe é •le· hom ·ex1stênci-a a_:, .serVtço de nosso pais, e J;?°restou ao Pa,rá- inol. ~nc1stas se têm re.ve1~d? maus grad? p.er <!o.ado: .A,sãim ,cO'll).o 1:ID1 vidave1 .e ,oportuno ~oncur.so ..Para libérta,r·nos mais' deJpr.es– P~1cólog,os ~a alma ;tem1nrna . .Tã b.sor,hc pal~agistá, sem imag1- sa do julgo colõn'ial" com•o pa,reêe crêr o historiador Palma na!> falo d,os ~od~r'!O$ que P~- n~r.i.o, nem: grande t.écn·lca, ..r,<>lo Mu . · _ · · trecem ·nunca ter vivido na inti- .s/lnJ:l~ fato ãe desç_obr:r. u~ niz. llnidá.de real das. mulheres e r1:g;ulo admir.,l•Vel. p o d t> faier , . constroem sua,~ heroínas como uma ob.ra boa,. um ro:rrancis,a Os ~~v,çps, que, prest?u ao pais ~em _gel:'al, e ao Pará simples comparsás necess-árias. que depara com um ·gran.d.e t'e- . em pat'hcular, o· ~ez· por. 1n!eresse, nao sunplesmente _pes– F ;,Jo dos an·tlgos,..tambe.m. de um ma. até certo ponto inédito ou soal, mas do capital br1tanico .em crescen.te processo qe Aluísio, por exemplo, .9u do au- comportando elementos exóticos avanço parà a extr.€'ma putrefação imperia:lista, c~ital a tor de "P_ollcarpo Quaresma". póuco ex,pl<?ra_dos. ~ode esci:ever que estàva ligado pelo próprio nascime'nto. ~ . [n,tjma. Era impo.ssl vel que ele esquecesse de· todo o poore No- 1\81to. O amor estava apenas t.amlbem adormecido, ta1vez.. Os aúrtor~. em geraJ., ~o e~ quecem aà;,jm tão fa,cil,menrte ad– guns dje seus pers0nagen.s. Hã C8$00 mesmos ~ q,ue· se esta– belece uma espécie de domttiio da crial>ur.a sobre' o crlooor, que acaba lhe fa7.ê-ndo todas as von- ' tades. Vejam o PJckwick, de Dlckens. Começa sendo um per.:. l,lO'nagem ,meio ;-id.fcul!o, tÍJ)?icá– mente mllr!lOr!st!co: aos ~c91,, o au4or :toi-se ente?Jnecendo, foi– se deixan'do 1evar pelo · tiPo qu,e <!:í'lara, ~ têmo.u-lh.e as rédea~. . ,. .. ~ ) demonstr()\J-1he .q u e ·era lll/UÍi-to ' - me1hor d<> .que ~le jtil,g'ava. e Dickens, ~movido, acaba por . ' nos mostrar um Pickwick huma; no e bom, desses homens J}rivi– legiá<lQs que 9é a1llm.enta.ra ,m• d-o "leite : da ternura hum.ana". · Ora, a No.raió. também vlsvl-a M muito Jndepetiden~ de Raul Bo,w. Era wn poµco noss,a, que ·a· adotaa:a-mos, em vista do a·ban– don.o cru-el do pa,i. Por isto, con– fesso gue não f-o-1. sem um oer– ' to lindefu)iirel mal-estar que ve- rifiquei as 1)1.o:dificações ;,gora mti>odu.z-1,das pelo, poeta em seu poéma:. Pa,ra n\el:hot1, .Bem, ve– ja.mos. / Ev1dentemente. a intenção principal do a.ator, nessa revi– são su.iça, f<>L de depuraç~o. De ' fa<.-ão em punllo. começou a po• da-r ex.:essos, a .arrumar coisas por dern.a1s desm-a-nchadas. a dar a 1>Qd:,o o poema um a,r d-isaipli– Il•ad.ó e um tan,to rfgido. Em a~,ns trechos sente-se mesmo a preocupação do esquema cu– blstlzan,te. da slntese linear e sõbTia. Em suma, o técnico lu– tam'Clo com o poeta. Ora, ma,; a "Nora-to" vivi·a j-~amente num mundo desman. ohado e elementar, exceSSivo e brntal : qualquer tenta-tiva de dleciplina sua como intromissão posteriõr d" ga,bl11ete, capi;i.c:ho de artista que, n.a doce frieza da paisage!n' .suiçà, esqueceu talvez o cenário rude e primário por onde passeou um dia, d·entro de · uma pele de cobra. . . - - Logo no com,eço, m'orta a ser– pente, o poeta metido em sua "pele de seda 'e!ãstlca", fe<:ha os olhos e começa a viagem imagi– naria. "E.'1tão você eh.ar os o1"1os tem que fe. p111meiro: "Aqui é o lugar- on-cte as cobras estão de oasti.go "engulindo tama. "-..iv!as eu querõ é. ·ver a fillha da rainha Luzia". Na edição suiça: "-En t ã o você tem que ,a,pagar os o:thós p~lmelro. "Começa agora a floresta cifrada". (1X'~elente nos ca'racteres ma,;,c.u. um bom livro. D1+-:le-ã ~esse . Ess~ <:aI?ital era ainda- naturahnente, pro~esslsta no linos e convench,>na1s no retra- a·utor que êle não sabe escrever sentid , d · · : • . l ' b' t· ' d · · ·. t" to de S'Ulls mulh~tes. Isso se e,ç- mas que traz uma "men-:sag.ern", ·· 0 e_ nos aJuo.ar . 1l. r. er (\r-nos · .º· r~gil'.!1e es~llll:~.a~is. ~ · "Floresta cifrada" é bonito e pUca. ·sem d(~vida. pela !)'artJci- que te1;1ova a temãtica dh ro- Q eq1:ivoco dos·"h1:stor1,adores a,dvem mU1to •1hsto: quan- SUigest!v@. Mas não tem toais paçã◊ l·t1Si<:!nificànte da mulher mance. ·nacional-. etc, E dir•seºã .dó eles t.em lli>ter,essP. em desanciir qu,a]q).ler figürã04'dà' hi.~-- aquela · for(.'a, aquele primitivís- n a vi9a efetiva do horn,~m õ;:a- . f udo . Isso com razão. Porém, toria ·não hesitam. em aeeJ./1.rar que os · atos pratitados por $lleiro .. de ·S:~a · ausência -nos mo- maior rnéri.to de e-scrito.r iefl.l, esse fi.gurão o foram· em função de, a.J.gum intêr~e econo- mo patet!co, aqueJ.é toin ingê- mentos <?,Utros qpe .não os do aquele que en'frent~ ·o lugar oo- mico. Q1:1apdo, porém, 0 personagem histórico lhes merece nuo de história., pa•ra crianças: awor l;!s,co, ~a n;1q.1ferenca, do ~um, , que se atira sem te,nor O elo«io ass-egur.acni que suas ações foram oriulidas ãe "ex- "as cob:r,as de- casUgo eziguli-ndo ?Ylac,hp pela amizade- d.;,. fêmea. aos temas expl9rados. de<:,'!)re- . 1 ., , •-L . .c, 1 d • . " • , . . . Iam.a". Reroamos dà recente soci~dade. z.ando os ~!emento.$ exôt_icçs, ce sas v_i:i••:u'::->• e e:vr1;,; a C-OmJpreensao~ espll'ito de sol!dar1e- 0 p@eta corrige e corta sem g;,atrrarcal, dP que m·al srumos. tanto da atmo&'fera comõ da l i.n- dade;_ d1seir,1no, etc. • . ).nna aoncepgã,o· ab.surc:!1! da m1.1- gu:it em. P;or comodj~mo. pré· Observa;-se i.ss -o no 1 historíapo.r R?cb.a· i:-o.1n:1>0: Referin- cessM" · Ai nd a• na primeira par- llaer. No fun(io não estamos lon- gu1ç,a. 9u_ 1ncl!,p.acldade cri.ti ~, do-se a~ !;)l'Otes~.nte Nassau af1;I'm!1 o catóh~o· !'-0m,an:o ~o- te, todo aquele peda90 que co- ge dlt Iryç! a-g.ar. C<?m!l lil.quf'l~-,car- diz-se ~tão q,ue,, ê1e escr~~e be.:11 cba P<>mbo q_ue O m.i.l .qo •P-ruictpe foi ter vind!' .para a meça: "Terra~lo.n,ge! terra•lO<n- àeal em . um_ cct,rto c2nc!l10, se mas na,o h:az. novidade. . i:-a-o, América, reiprcesentan.do ~rêsa mercantil q-ue ,nlo tinha gel'' é, substituído por 011,tro, tam-: as 1nulhé!es ~m ou nao uma ;il- percebem ~~es juizes apress~~ 9 utr~s intuitos senão os de a;:puror, os maiores 'l:UQ1':0S b-em de grand:e belé2ia, mais rn~ -semelhante à nossa. Ora, que a i:iov1dad~ ·é p,or ·vezes tao · 1 ,. • . · - , . , . , • . \ ,. Offid)l ta-men:t d' 8 o que dfsse poptcf de vista M·a~oues sôménte o maior óu' menor ';gr,1, 1 · e:m de na-0 ab;;e.rva~. Q as.pecto progre~lst~ !:ia.quilo c e · e xver º· RebElln. a.pesar -sio desn[vel nota- do ângulo adotad·o pelo autor que • rep,\Jt>lva o mal! fa.z1a, Jemi>ranq;e o pro.loq't.119, o ho. se- pode pergt.m~at é O seguinte: d'O ach;na, par~e multo superi:or para a ana1ise ele s-éu tem11; qt(e landes pa.gar 1,1.lll mal que, não fe;z. soz1nh.o. . • por que di3l>o BOJIIP. nã,o ob!lér- a t~d~ os .outros- romanci.sta-s ª· novi?-ad~ está não ra;ro em tor- Ora, !lã? foi s6 o ,holandês que veio até nós- a sewiçp VOI!, o trech.o p.ril)tltivo e ná? fez- b ra_s1leir~s contem:po_râne?s. i~le nar lunp1;dp e dec.ªntado -aqui• des-ses ?P.Jet1vos, da a,pura,: os. maforés 1-u;cros. do pedaço novo ' um paema i.nde- ~abe mu•:?• bem. marca'r 1( di'fe- lo que ->antes fô_ra rico mas i,on- Muita gente bôa, ~ in:vm,iandp intu11:.os espi:tütua.i:S, de pen'Clente? ... .en9a de, ,ntei;ilndade sentimen- fuso, em despojar d?s ljcessóribs ganhar a.penas a~ almas como os catequistas a "J.li vieram o poeta civü1zado f/1,z c'onces- t.al e •ex•~al entre ª!i' ,ne11.;.Qna- pitore$Cos uma real)<lade hum-a. t f - ,, · ,.•. ·t· . • .._ - à ·w· -:o • Noráto as- gens femJnlna e ml!SCúlfna.. 11:le na, iis$·et1ciaJ. · o· talento•do escrl- er em unçao ~esses q,.,Je 1v_os. . • . . soes ct . tuiça . ~ P s a .b e · enc·o)(tra.r e al;'s,I,..alar o ' t<ir contribui. néste casó, corn Grenf~ll, ,q(lilno bom represen.tánt,e · do d1nl\e1r-o l@:glês.i eou a polir sua lmguagem d:5- p o1,tQ de . equlH>rio de ea<;ia uma. µm mªximo q.ue os faiscadores trouxe dei20f.adissima a ;ta.boa& dàs limitaições, im~didora·~ . manchada. Tantas exc).a,maçoes F.l i'1e n;l'o ~'v)ta :it.Hnc·ii.. P<?I ou- de.e orig 'l.nà lidadei;,_ não discernem de ,eJ«:essos e ava;nçoE, pe.rigosos, ASllistimõ,s ap.s ' chqq,ues qae pit?reseas são -aibolidae (Ué! A<iui t-i-o l'ldo.. enfrPn1à• a ~•r.,lucaé) do ~':q\l~i' . M~S-!,Do ~u.e &$e n;á t eve que sustentar ooin a, mas§.!\ da Bro.v1ncia, choques· que estão mesmo fabricando terra!). rrob!Pn-tA . s~,~ ~ c,?,mod;, : d" . ente x1mo é feito de sacriflclos, e"l• não podeln se'!' olhados i:orno sirnip.les resultado d;i lU'tlm~i- E a<)uele tão eXl!)reBSivo "Ué! s" '_' 0 lt>m n,11,tns ro 1 YIA•1 c, 0 •· • ~ gente .!')ais de cor~es.. de con- d,a<le ao r eiuõl 0 morti<:inio da nxeiinanga "Palba"O" foi Então vamos!", c:om que sem;>re ., ...n : 1.s. f" r5n rl n :.: m11nofleq . Ql). (1nn c:r.çoe::. de pe~QlHS3$ e expe-- . ' • - r v · ,. serve-se. po:i,· ei--e~plo, i\ impor, riências que d.e pleíora imag4na• wn deles. o taitú COll.OOrda va eom ae s11-• . gesiões da , cobra, de/saipareoeu. Aliás, o enconftro dos dois tam~ bém ficou diferente. An,tes, ã pergunta da Nor-ato .(quem wm lá), o biobo re,spondia: "-Eu eou ta:tú. Tatú-coyeiro. "Aaldo enter.r.ando osso de de• .ftmto nas horas do respeito''.. Na edição~ Zuricl1, ficou Wfi tatú que eu nem ~;;o dwet aqui, bem prosak:o, ali.As. Gos– tava, .m,ais d,a,quêle ~.úgubre e mis– terioso enterrardor de ossos ''nas .horàs do ~e~to", expressão tão bouita, que o poe,ia à~– diliµt ago.ra . Harverà • talvez qtiern ju),gue tma,e.rti'n,e,n-tes estas observações. Afinal de contas, ·o ,1-u-tt>r é o doilo de sua litei:atw·a. tem o diretto de ·fazer cotn ela o que quiser. 'i:. .não estando satisfeito, pode poli-la e moclificã-la. Ma-s, não é mtenção m°inha censu– râr nada . Apenas observo e su• tfünho as proocll!l)~ões· de um dos me1hores poetas vivos do Brasiil, porque as mgdíficacoos .a.gora· Por êle lntroduzid:aa em seu g,r.ande poema c-0nstituem ln• teressante ma-terta1 de e,studo da composição p o é t I c a 1nodern.a. Acontece apenas que eoin R.a:ul Bqpi> sé deu · o caso de seu aias– tamoo,to do BrasiJ e ereto que éss>a aircunstâ,ncla concorrell pa. ra illconcilià 0 lo um pouco -com o a,tmosfera por êle P,r o p ri o -eri~a na "Cob.r.a Norato". A-s tr8!11síormações a t'u a i s podem sei' tltivez - excelentes sob o ponto de vista pura,mente téc– ruclo, mas o fa-to é que despe«ll o poem-á de sµa bl"Utalidadé ini• cial, aquela. bm•talidade tndll,,ci– pUnada e ca6t1ca de mundó em formação, ten-,as ca!dàs, initoe elementares, · em que. as pt óp~lll!I pal!.avr~s excediam os llmi~ de toda técnica. adquiriam wna força .estranlh.a e místerios_a, -pa– reciam • lingua-gém natural da– quela ferment1çã-o de vida que oomeça. , Por exe-mpio. agora Raul Bo.pp c,hega a esquecer 03 .meios ha– bi1Juais de expressão da Norato, a PO!l•to de tnvad1r pessoalmen– te o poema e falar em "fixar residência•. "saúrios , encouraça– dos". "floresta ventriloqua'', e - e v i d e n c ia da preocupação de construção cu-bisla - "arbustos cu•bicoo sob arcadas de samau• roa". O tartú-coveiro às vezee afina p0r ê.se palavreado erudi– to que êle nãd conhecia antes, em sua pobre vl<ia slmple•3 daà margens . enxarca<ias da~ terras do Sem-FJ,m. .. Paremos por aqui. É certo que, sob o ponto de vista estritMilen– t>e técnl.oo , a Cob.l'a NoFato suíça ficou um poema mais cooci.ao , mais denso, mais . "construido", q~ a~uele primitivo "nheen,ga– tu" da m a r g em esquerd·a do Am-azonas, escrito em 1928 ·e pu– bllk:ado pela pi:imei:ra vez em 1931,. E, de qualquer :l'orma, (i ain,da. um grande ,POema, uma ~pécie de ''Macuna.iima" em ver, so - um livro clássi~o da pri– meira fase de moderni'o!l1l0 etll n-0ssa terra. A estrarnha, á fa– bulosa No,ato.. . \ ,p ~ OETAS DO MODERNISMO ' ~ (Concltrsão da 2.a pág.) - que, se dirigindo à lua, creve o poeta:. "E's um doirado ,cise<> "Jogado pelo v.ento a um canto desta noite..•" Aliás, embora valorizando devidamente a sua poesia, o que roais estimo e admiro na figura literária do sr. Cassia., no Ricardo é .Q. p'rosador. Poe– ta ~le o é com certeza pela sensibilidade e pela concep• ção do mundo, mas a sua ma– neira mais feliz• de expres. são é a prosa; e a sua poesia dã·me muitas vezes a. imptes. são de que é prineipalmente uma poesia de prosador, pois afinal os gêneros literários es– tão a fundir-se cada vez mais, e b,oje muLtas ób.ras em pro– sa sãp e,çpre~sões de tempe– ramentos , poéticos . (2) t:... R!! -1.ll Bop-p - "Poe. sia" - Zurich - 1947. (3) - Cassiano Ric,ai;do - "Um di,a depois do outro" - São Paulo - 1!)47. Para remes.sa de 11,vror. Praia de .Botafogo, 48, ap. lL • • , •

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