Folha do Norte: Suplemento, Arte, Literatura - 1947
• • • • , â' ê /' FO~ no NORTE i\ t --~ :'1.~~ .o Dll:ti.:.:s ,.:r - .,#1,.ULO MA !' . ... l n Í ~ A_·•T_·1 -.lll SIJPLfM[;iJO [~T~AA;uRA] ' ' J)lUEKTAÇ~Q( A luta entre os concorren• tes aos prêmios oficia.is d a. comédia caracterizava-se pe. 1QS torneios veementes, onde c-àd.e contenâ6r · procurava e,i::ceder o adversário no ar. !'anjo .d~ frases insultantes. As mais leves acusa.ções con· sisti,am em apontar ó compe. D& l tidor como poetrasto, plagia. - 'l'io, inimigo da comunidade. L _ · · .·:,- ..,. " .. " uu r""' O· auditõrio era o único -cot. ["ARO- fflAIUUVWAv ~ t~jado. O autor da peça diri• ••~•-..,.---------- ,---------· g1a-se; a ele com pala.vra:s li'. songe1ras, para que •as suas .opinj,ões fossem aceitas com regozijo: "Oh Povo !" "Oh Povo! t~u .poder é ··muito .. grande; todos os homens te temem como .a, .um t irano. COJ.ABOBAJ)OBElh - Alvaro Li• Almellla l'ttcllet". A.Ul'elto Bua,rqu4t de. Bollanda, Benedito Nunes, Bi:uno •·de Menezee. carloa DtummODd de Andrade. Céc1I Melra. Clé<l ,· . llemanlo, 0.rro .cios AD3011, Cllr-loe Zduardo, I'. Pauto Men- 4e.t. Ba111Mo li.ar ~ ,João Condê. 14a1.'Ci.ues Rebelo, Ma. 11uel Bandeira, Hu: lilartini, Muri,ó M'.endea. Otto Maria CarRea~. Pau.lo PJ!nlo Abreu. ll. d4' Sousa Moura, Rog~ ~asttcle, au:, Gullhertae Barata. .Berito · Mllllet e Wtlsos, llutbia. Esquema _Da Evolução D·a Sociedade Paraense C.nUnuação- da 3." Pac- ~ o dissemos-eram os partiaários do regime. semi-feudal, e que não fazi;ám s~não opor-se a que espiritos mais adi'- , .ai:it~~,ps ti;-ntassem levar o carto da j,nsur.r.eiç&P muito a– diante. Nao obstante a a:usenc1a de d. Romualao e &. pà,r– iicipação de Batista C~pos na junta. o esp!ri~ mod.,e– ra<lo prevaleceu. Os desse espírito eram maioria. Ba;tis– ta Campq§ flé()u sozinh-0 e acabou .sendo e .xpe:li.do . Desde a,í Malcher começou - a revela't" o gue era: um revoluci-0- n a rio "modera<lo". Mais tarde esse espirito o levaria a tr.a-ir .os i<iéais oabanos -e a fr-ear o avançQ •da insurreiçãQ. Malcher, comô membro <la juhtà, concor.(l.o:u -com à p ri_-, sãq, destitúição do cargo e processo de Batista ~)npos. D.iz ~m a~u,e -coine.ndou a execução do cônego, -atado à boca da peça a mando de G1'enfeU. ---=--"------- ---- - .,,------------~ • mas. és inconst.anté e te agra. da ser adulado e eç:ganado". .... ·Na época da d-ecadência do teatro grego, havia classe de prof.essores. homens em gér,al dota~os ·de elevada - cultura. .q1,1e. se p'ropuilham ensinar os rn~is .vl!ria-dos conl\ecir,nentos. .Pr1nc1palmente -a eloquên cia ·f.or ~tlse e a . arte de condu'iir os povos. O discípulo forma– do pe)a .escpla sofística era ca..paz de inocentar o crimí– . nos.o e condenar o inocente; de galgar os postos mais ele. vados da ad1ninistração :Pú; bliça 1 nu~a época em qtie a pohhea se tran:s.forma -ra em adubo do comfrcio destfones– to. Pa.ra os. sof.istas, to:dos os c~•mínhos que levàvani ao fim 1:_oli1?ado .e'r~ni justos. Eles nao investigaram a ver. dad~ dos 1atos, • .mas a manei– ra d e cor,r.ompê·la, ou me. lhor:, de dar-lhe feição êon. v.eniente. uma vez q ue a 'ver• d~de pa.ra eles tiilha no mí– n.1.rno duas faces c·ontraditó. r~as, s,obre as guais se pode~ r1am fazer dois discursos opos• 'tos. Não se imJ?Ortavam com· os valores mo·rais da vida--hu. mana, mas com o resultado da ação prática, que facil,itava o e~riqµecim.entó e o ace$~O Diz o ~scritor Nelson Werneek Shakespeate, em que se. encon- .aos .cargos ren.<)osos da admi. fodré: "'03 .dram'as. do grande ti-a inaugµradà. a fôrça ·genial 11 !S t tação clõ·_' Estado. Platão. poét.a da ~se i~belina (Shakes- de sua exp,r.e$São:. a ~ap-acidade ·Plnfou-ós como indivíduos · peare), contudo, transcende.raro jamats atingida, de traduzir <>S i~lrigantes, doutores merce· as épocas. Vim.os encon't~á-los. sentimentos em lmgua-ge,i_n éter- 0 , ~iqs, susterttad-0s pelos po. há I! t na, encontrou uma compi,eensão htlcos mais amUiciosos. pouco, em noss<- ngua, a i,a. ~o lado dos educadores vés da tradução de 11m •outro capaz de pagar ao tFadutor os sofistas- .Q·u.e só etJsinavam poéta sensível, rrúnucicso e apto trabalhos gue teve. TaJs traba- d . - t · · d. lh.os· , trata-do-$e' ' de o"ra ' -o.mo q,ua!l! 0 . . generosamente pa- con10 poucos a i,ans.pos1çao e "' ,., ~ gos, lrav1a um cidadão, de poesia de um idioma a outro. Roh\eu e .J'ulieta, fo,am· dos mais nome Sócrates, eó:nsiderado 'I'rata,se de Roineu e J'ulíe,ta, á~d11os, e. só à d~Jpação. a sen• por algun's', excêntrieo, por trad11lfão integral em prosa: - e sibilidade. ó prazer lntimo do muitós,/sáoio, e que êhsiri.a. verso i:ior Onestaldo de Penna- tra<lutor podia.m fazer-fhes .íace. ., t L. · d Gl b. P t Obra do • •môr· e da m•"rugada. v~ ,nas praças públicas, nos ~or e. 1yrana o 0 o or. o ~ ""' g1nas1os. no me'rcado. sem Alegre, segunda edição, 1947. 215 êonforme acentua o tradutor, a nada receber. Admirava.se ·pâ~•nas. . i:irlmeira das trag.édias de Sha• de ouvir dizer que a virtude "Entre as traduções de nma kespeare pedia alguém que ti- politica 'podia ser ensinada. obra inteira. esta vem se empà- vesse com 'O autor a Identidade Política não é a ,ciência do relhar. entre nós. ao S'Ucesso co.n- no alto apreço à esse sentlmell~ bell'l. e d'o útit. ciêl}_cia que seguido .P·or CaJ:llos PortocCàrre- to e a essa hora. A sensibilida- realiza a justiça entre os ·po– ro, co.m o Cyrano de ,. Bergel'ad. de que l!Je permit!,i ac<:>m,panhar, vos ? Quem é capaz de e}Jsi· de.-Rostand, e 'po:r Octávio Tar- passó -11 paS'.So. a ,idéia do dra• ~ª: 0 .bem e º·,útil ·? .E que qu inio de Sousa. com o Rubai- maturgo br'itânic.o. ju'ntou o sr. e Justiça ? Sera por ventura yat; de Omar Kha}-y~:n. Cone Onestaldo de Pennaforte um, um estado de harinonia da e l:uid:i. em 1937. há dez anos pre. ~cnica rara!l veze~• igualada, ~n- a1ma_ consigo mesma ? Que ê cisamente. e publicada. pela pri- tre nós, e c.erlament~ nunca ex• a alma ? Será rearmente a 1neil'a vez em 1940. \.t1'agédla de fedida:". - causa do movimento vital ________.:.______,:__________ dçis sêres vivos? Que é no. -.u-Q~>~,-~-- 0 ~,.-.o~-· 0 ·-· 0 --<t•- · 0 ...... r.-.-..<-•f rém O movimento.? Qu,alldo .,....()._.,.,._.,,~<J-.ci-o...,a,._,<J...-c,.-.o~. 1•~•~~~.-.<>,_.i j ! , uma cousa, permanecendo no r. f º" 1lliJI i f .p:1es1no lugar, envelhece. al- i/ cess a ·o . t,e:ra a sua· fo·rJlla cons·titucio 0 j i · · i f nal ou exper.:men ta qualquer A â • . · ... •' .~ alteração, também não se diz v r ! gue esta é uma for1na de mo. J t ij f vimento ? De ~pergunta em 0 1~~..._..,~,. .-.04">0..- o~,-..c,,~.....-0.....,.....,_ !°' pergunta, esse djscutidor ín- ' ' "orrigivel f{lzia crêr na exis- GILKA ·MACHADO I tência de princípio,s sUpi rio. - ~ · · - rés de unid.ade . e perfeição, •• r colo'cadós acima do nrundc j f. ··-·---········....···-·- -········..········---···-· 1 i sensivel. A vida não se re- ' .1. ºt sumia. como as.$oalhavam os 1 [ Ser a aimosfer:a que respiras, sofistas, em apr".)veitar as · i i con:teJ--te em mim como numa rec.iôma. i i oportunidades justas ou in- i1 j ?nf=~-~~ pelo ol~ato assim como as espiras, !.-! justas que se abris.sem na vi. 1 . 1nv1s1ve1s, do aroma. . . , a d.o êxito. A vida h1.1mana 9 ' j i deveria ser. àedieada aos cni- ~ b .'.·. i -da-dos da alma. Logo, a poli· i i ~er teu am iente, u tica. que os sofistas preten. º 1 ~r teu espaço circundante. i,.· ~ diam ensina-t, não podia ter ! i.· ~ntindo em mim rorar, co~s½anfêmen. te. ! sei· t d t·d " · ,. ',. ·j l pon o e pa·r 1 a ua 1gno- l i ·teu ,gesió palpitanfe.... v rância absoluta. j Ser o silêncio em que te enfurnas, , 6 A escola pedagógica de Só- i / 1 • "!Uardar teus lentos • )., crates opunha-se .ao ensino 1 ! pensa.meruos, Í t corruptor da escola dos • so. r í,: 1 'f fi.~las. !"~ a.s horas JJoturnas. . • , ,. O vezo de investigar o que  i, • 1, i era cada cous;; em particu- l Ser o teu sono, sentir-te assim - ! lar detl Só · t d ' • !,· .,i i , . é! cr,i e:, gran e c omo . ninguém i e senf•e, , • ~ popuJa:ridade. que os escr ito- i :,· a.bandonad,o completamente. 1 t res de cqrnédias explo'.raram • g í, ~om.ple:tarpente esquecido em i:nint... 1. ·i l'lijs suas crít~cas. Eupolis, ulm cio$ mais insignes .come. il 1, O"' 1 , 1, i diógrafas. apresentou Sócra- l' n. meu pra,;er . ~ tes debáixo da carica-tu.ra de· i ! -senti:r-te -e penetrar-te, , l, a um mendigo e:sfa-rrapado e • • em toda hora, em toda parte, l h. 6 ·t · d · · • •. i, ·.' • IP Cri a, que rn uzi.i a JU· • , gozar teu sêr , ! ventude à ociosidade. Como ' s,;,.m que o pudesses perceber, t i 9, .s.ussur.r;avam que as tragé. · ser por ii absorvida. ! i --dias de Eµripedes. eram in,sp:.- . l en.::her com ·a minha a tua vi.da . i ! r!ld-as pelo cliv1no mestre. ! . ' i ~ Múesí~aco receb_eu aplausos f (Dó livro ''l\{eu Rosto'.') ! f âos cin:co cr.íticos. q.ue julga- ·1 -··----················· ........ ··-·······,·--····...........-.-····-··-··-········...............- .. -...... .J ,· ;~~1dl 0 moit~i~ o:ªJóis ~~r i------,~.... ~Q._,.,~, ..... a-...o--ü.... ú,_,o.a<t..O.-.<,.-i:►~C~ gos no trabalho d.e com;pos1- 1 t , Comédia Política Na Grétia tes dis~O'r!'xa §Obre o assunto .fl:penas aqueles, que conhe- se contra a escola de Socra-tes e EurJpedes compunha .os • c1~ o ponto de vista do em todas as obr•aS represen. versos. No melo da ta.refa, mestre sobre ~ · fenôme~~s ' badais. Numa delas, colc>cOII onde o poeta era repreendi.. da natureza. podiam., ident1fi. os filósofos socráticos n<J do pelo filósofo, o ator decla.- C&ir a extravag~cia da iina• pais dos Eséiapodas, onde oJ mou a frase sofregamente ginação. habitantes adotavam a posi• ~ .perada peta múltidão: "Eu· A malic.la de Aristófanes cão quadr.upede pa•ra supor.: ripedes está· sendo feito a foi mais -alem. Awciliado pe. tar O braseiro do sol. E nou. mu.rr os por S61:rates,.••" Até lo cenógrafo Agatarco. mos- tta àconsel}lou: ."Evitemoa Ameipsias. o· celebrado autor trou, no palco, um Sócrates conversar com Socrat:es. des• do gên.êro ligetro do teatro; rki1culo. sentado 'no interior prezando a musica e outr-0s .compôs uma farsa grossei,ra, de um grande cesto suspenso atributos importantes das onde Sócrates era surrado de do chão, porque somente com Musas trãgicas. Isso de pas.. modo implacavel pelo seu a. alma tiendurada. podeir.ia o sar a vida em d iscursos en. antigo professot, natur.almen,: filósofo 1nvest1gar com a cer- táticos e êicas sutilezas é reve.. té irri:tado com a inépcia· do ~ as çousa.s do mundo ceies. lar ""perda do juizo". Natura-~-: alun-0. _ te. E logo, o filósofo extrava- mente irritado com a serenl• 'Os atenien·ses riam, pal., gante confessou que cami• da.de com que o tranquilo fi• .mea:varn os a,tores, aceitavam• nha-v~- pe1os áres e contem. 16sofo se divertia com o sett com prazer a concessão dos Plava o · sol. O 1il6sofo: ado- teátro Arlstofanes reéOrreu à prêmios aos e.scriJores esco.• rava divindaljes desconheci- injú:ria de chama.lo de louco. lhitlos !):elos cinco críticos, das dos homens. Chamava as Igno•ra·se a influência, exer. s·em desprestigio da popular!. nuv·ens de grandes- deusas cida por esse .insulto. Mas é dade do eleito da pitoniza de do.s. homens ociqsos, que con: · facil de avaha,r, sabendo-se Delfos. cediam valôr ao pensamento, que Socrates, no mesmo dia. Os a teniens es viam· diaria- à palavra, ao charlatismo e à da sua morte, conversou com mente Sócrates acomparihàdó astúcia. Era um ci4adâo inu- F.edon a respeito do assunto. do seu séquito de• amig.os· : til que media o número · de Ele ensinou ao discípulo a conversando nas :praças ou saltos d_e uma pulga e des- maneira de eviita•r o motejo nos estádios. Ele pat eci'a di• perdi.çava o tempo, investi. de louco. ''De uma m.esma f~rente daqueles qúe surgiam ga1_1dq se o ·zu,mbjdo dos mGs- fonte" disse o mestre, "bro– nos J?alcos. O Sóc'rat-es dà qu1tos era provocado pela iam a· ipisologia. e. •a misan• rua . tinha a alma simples, é trompa ou pel a estreiteza do troJ?la. A misantropia nasce confessava, sem afetaçãó, orifício terminal da cauda, do ato' , de confiar dema~i'ado com uma sinceridade que Era apostata. gue Rerguntava erp. .!l}guem .sem precaução transborda.va nos gestos tràn. "por que deuses juras"' ? E algun.a, julga-la ·completa. quilos e na suave entonação decla.rava q1.1e os deuses do mente honesta, sincera e fiéL da voz. que nada sabia. q.ue Estado já não eram moeda e verifica:.r, pouco depois, que era o mais ignorante ÀQ§ bo. corren~. Era . sofista impru• é ao. contra,rio .hipocrlta e roens. _, de,nt.e, que ensinava dt,as for. perju.ra. .. _Em seguida, o Jndi· Foi no apogêu dessa popu- mas de raciocínio: o oom ou v.iduo experimenta o mesm() lar.idade, qUando Sóct'átes justo. qualquer que f.ôsse ·i com' outra· P.esso'ã.. Log·o otle contaya_ 4& anos, qu.e Aristó. causa; e o máu, que triunfa- solireu essas d esilusões •V~rias -fanes apresentou nas festas va do boll) por meio da injus- vezes, e sobretudo da parte diontsiacas durante três noi- tiça. - 1 daqueles que acreditava "seus tes seguidas, a , comédia "As Era inimigo ·da pátria,. g,ue melho.res amigos e maiores Nuvens". tazia. dos jove!lS 1,1bs charla. camafa(las. cansado de ser O gen,ial Aristófan,es era tães pálid0s e d~ca1ços. Era v itima, odeia toda gente .e t~b~~ lllÍl educador, de cid~.d~o, despr~zivet. que julga que ninguem é, hon. pr1nc1p1os cQnse-rvadores e p,ro1cb:a. ôs ba·nhos · quentes -e 'rado". não tolerava .o 'h:iétàdo pédàs I! ginástica. C,'Qrrompia a, es- Vlnte. e quatro anos traF1s• gógico dos sofistas. A influ!, trutura moral da familiá, ln- correram desde as gande.s encia da suá érítica attevi:r- ci.rtindo no espírito dos rrio. fetas dionl:Siacas - do ano 423 da , sobr·e a opinião pública, ç-0s ensinamentos perigosos. A. C.. A face dÔ ml(lldo e.s:ta– era de tál mont a que os reis Como exemplo, ui;n filho deu va mudada, parecia mais ~ris– inteNogavam os embaixa<fo~ uma surra no próprio pai e t !:, vincacia dos muitos so'fri· res dos lacel',emônios qua.i argument1iu com a dialética men'tos. A :atmosfera 'JDO•tal era a •a.rm1\ da I;'nais p oderosa, de Sót::'rates: • · de Atenas ·tinha-se tornado e, depois_ quais eram os mais - "Por que me bateste, irnespl'!'avel, O . desgr<1çado ata,cados por Aristófanes. A~ quando eu era criança?" povo havi.a perdido a facuida. pes,ar do inte·resse com qu~ .- "Porque te queria .bem e de de reação e tO'rnara-se o povo acorria à representa- olhava a tua felicidade". mais cético, mais convenciqo ção elas suas peças. alcançou - "Não se.rá justo que ago. da impossibilidade de fu~,i.r o terceir-0 _ prêmiõ com "A$. ra eu olhe igualmente pelo à fatalidade do destino tecido Nuvens". A concessão do úl. teu bem e te surre, u1na vez pelas filhas da Necessidade. tiino lugàr ao eis:trao.rdinário que o sur.ra.r alguem é olhar Cada qual imaginava que fô. concorrente, constituiu uma pela felicidade? E' justo que ra. o último contemplado pe– vitória dos amigos de Sócrar teu corpo e_steja isento de lo adivinlio que lança.va as tes. A: multidãf aplauºia com Pa!l~d~s · e o meu lJão? Não .sortes ê as -condições da vida. entus1:;tsmo Socrates riu cor· na~í livre, co1no tu? Cho- Deus é inocente, prevenia a dialmén te 'dos ataques. mas ram os filhos e não hão de todas a~ almas a virgem La· n)n.gue.m podia imaginar qne, c1?,orar os p~is?!': .. Tú di. quesis. antes de distribu:r a– vinte quatro anos aepGis. a ras que a lei tolera que o cada uma o destine irrevo– opinião pública se modif.rcaL men~no seja cástigado, e e.u gavel que a pr.ópria alma irla ria e aquelas mentiras enge- repl!carei que os velhos são escolher. O estranho adivinho nhosaménte urdidas iriam duas vezes meninos. E' mais limitava-se ao movimento de · contribuir para a condena- justo castigar os velhos que atirar a so-rte sobre todas. ção. a morte, do mestre, os jovens. P.orque as faltas Cada <1lma. recolhia " que 1he O gênio cômic•o de Aristó- dos inexperientes são mais ficaria junto. A desgtai;a con- fanes evidenci.ava-se pr:inéi~ desculpav,ei.s'.'· • , sistia em ser a última. palmente pela faculdade de O comediante N1costi:ato, A (ase h~roica · a·e Atenas tra9uzir, com perfeição a'e que fazia t papel de pai, es- havia pàssado. Os soberbos forma, o tipo psicológico do forçou-se para que o.s ateni. monumentos coln que Peri. personagem, que apresenta- enses compreendes.sem a sig- eles Olímpico embelezou a. va em cêna. nificação exata · do · conflito. cidade apresentavam as J?r:- Com vitalidade exuberap:• Não lutavam naquele instan. meir.as cáries. As verba.s do te. combinava ele a ex.centri- te pai e filho. O filho, o au· erário púl>Iico esgota· ram.se cidade da fantasia à verdade di tório sabia tratar-se de AI- du'rante a praga trazida Pé– do acontecimento cotidiano. cibiades-, o a.migo verdadeiro los soldaqos no retresso da Dava inostras de •ser um fel.- 1e Sóc'rates. Contendiam alí gue.rra. Ninguem estava em tice:ro, que e n g e n dr a v ·~ düas e~colas -pedagóg,icas: a étlndições de pagar impostos: monstros. com essa mistura de Sócrates de,prav.ava o dis· Os operários da mina de pra– ela verda:de sabida com a fa11~ cipulo . , ta do n1onte Laurio nega– tasia tecida dos fios malicio. Havia necessidade de co.r. va.1n.se ao trabalho sob pr e– sos do humorismo. Como a rigir o crüne da destruiçijo texto da 1ná alime_ptação re– verdade e a fantasia se junta. da famí lia. havia de mistér cebida. Os aníigos frequen ta– vam em propo·rções ábsolu- impedido o prosseg1,1i1nento dores do J?Orto, carregadores, tamen-te desiguais, enquanto das aulas de corrupção. E o marinheiros com licença ein o a-r.cabouço hu1nano se con. pai não vacilou.. Acendeu terra. n~gociantes, camois– s:érvava inalteravel. criava- uma tocha e abrazou a casa tas, aventureiros, enchiam. se ·a ilusão de u in retrato :sin· do filósofo. Os discípulos e o ag~ra as ru11s. A mis~ria con~ cero. ·Aris.tó1:anes copiaya o mestre gritaram J?Or soco,r- tag~ava. De modo su.r1Jt·een. estilo parlatório de cada ti- ro. "Quem vos tú.andou t.11· der.te. desenvolv1a.se formi~ gura sujeit a à crítica. d~ sor- trajar os deu.ses e eonte1npla'r davel onda de a.versão e me. tf que dava ainda mais a im- o curso da iua '?" respqndeu do , contra os gue p:cetendial'll pressão d e haver.se limitado o pai desesperado, e .orde11ou saber ma-is do que os a11te- a repelir em versos o que ao escravo: "Continúa. arra. passades. · outros dizia1n en1 p rosa. Ele ia. destr ói... Que paguem O momento era provício à próp1:ic reforçava esse pare- assim todas as culpas, e prin- evasão dos ódios recalcadps. eer, guarido se ' ilirigia, ao pü- cipalmente a ausencia da fé Ai;istó~~11es havià-se tornado b-li·co l}a parte princip&l do re1igiosa" ·.1. amígo de Socrates, freq_uen– c◊ro. con10 na parábase dos A mu ltiaãQ a·pláudiu as u1. tava a C!.8..Sa d e Agaton é in– "Acarnienses": ·· timas pal'á:fras do comedían. vestigava com o divino tnest:-e te Nicóst1·ato. Aristofanes os ,,problen1as da origem do ''nl).S comédias (!) autor) antegozou naquele instante a amor. Os tempos havÍil,1n fará brilhar sempre a jus. vitoria da sua con1edia sopre mudado. t!c;,a e advoga•eá por vossa a dos outros conco1-rentes e · Foi aí- quando o chel:e do felicidade. não com adu- a queda <la popularidade de parti~o den1ocrático, na pre. Jações nem 11ãs pro1nes. Socrates. Na terceira noite st:nçao de conquistar_as sim– sas. fraudes, baixezas e anacu até o palco, agµardan· pat.ias. do povo, encomendou i,ntrigas, senão dando.vos - do- à.e pés o solen~ julgame\1. a Meltto o .ato de. d.snuncla't' bons conselhi)s e pi:opon- to. A mul:tidão pate0u-o. 'Os. Soe-rates. como cr iminoso do do-vos o mélhor". cinco críticos reprova.raro a Estado- - • peça. Aristofanes fór.a v{l;nci- ------------• O S.ócr-ates de ''As Nuvéns". ·dp. Cratino obteve O prfynei. G O N G R E s i Q que expunha as doutrinas· físL ro p:ren1io e Ameipsias o se- Arr d ré Gide e ~e.ve re.cente- cas de D,i.ó~enes sobre o ar co- gun,do. mente na Alemanna, aíim ~ mo princípio fundamental. dis• No ano ·seguinte, de 422 partlcl;par do Congresso da J'tL– cutia na mesma linguagem e A. C., ele voltou ao fllaque a ventu.de Alernã. cQrno um do.a C?IJ? a mes:n1a fon~a ~e. .tacio. ~o~rates, na tenlati?! de tus- conviâaõ.o.s de horui' . ' , c1111a-do Sócrates fllosof1co. As tif1car a. fraque'za de As ~ duas figuras - · a do J?alco e :;. l\fuvens'\ Na pav~ba~e da no,. PMMIO NO~J:;L DE 1947 das r uas - provocavam a sen- va comédia ex_p~lcou que no O Prêmio Nobel àe. I;,iteraJara sa~p de q-U.e estuqavàm u,m ano ª!1-terior dir,,Igi'l'a sµ;3s de 1,94,7 acaba de se.r con:f.erid~ assunto que lhe.s era çomurrj. acus,a~oes con t ra os vam}l,1- à eS'critora norueguesa M.aria N;ío se ('catava, portanto. .aJ?!il· ros d.e ,íáces pal'.id ..as g,,ue "es: B~·ek;l«~r; p~lo seu livro "I\iã rentemente, de duas pessoas trangu1a,m nas trevas . E da1 Ma ria". /'
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