Folha do Norte: Suplemento, Arte, Literatura - 1947
• 1 • 1 • - -· • ~ • - ---------------~~~~~---------·- ------------------------------------~~~~~~~~~--------------~, Numa entrevis~a literãria, em que se manifestava um poeta de vinte e poucos anos, iexcepcionalmen:te bem dota– do, li mais uma vez a opinião, por muitos preferida, de- que a geraçã-0 do movimento mo– dernista apenas descobrira o pitoresco do Brasil e não propriamente o Brasil. Pare- • ce-me que ai s.e encontra uma · ,condenação injusta. E ' certo que. em rigor . os modernis. tas niio des5:obriram o Bra· sil. 1nas a verdade é que se· empenharam em ver e sentir a vida prasileira, descobrin– do-Jihe f,1ces ignoradas ou pouco conhecidas do passado _ ~ do presente, reagindo con– fira a excessi:va influência– européia I principalmente a da tradição portuguesa e ·a d'.LS incessantes: e o r rentes francesas, na busca de temas xegionais e na puocurà de wna forma de ·e,;;JJ'ressãó tãn– to quan~ possivel nacionali. : 2ada. Vistas hoje. quantas -0essas obras - quase todas - n os parecem postiça,s nos seus excessos, superficiais, pretensiosas, , ingenuas, sim· - plesmente. pitorescas! Vistas · no seu tempo; porém, e l e– vando em conta os padrões literários dominantes contra os quais tinham de iutar os .autores modernos, com.o se nos afiguram ricas de vivaci. - da.de nos seus t:ransbCJlrda. ~entos, originais, oportunas, lntensamente vivas na sua :fisionomia brasileira! O tem– po. contudo, é implaca.v;el em materia artística, não consi– . derando cii'cunstancias aci. . dentais e. sim, a~nas. os va. lores intrinsecos e permanen– tes das obras de arte. Isto ex- ' ·plica que hoje tantas produ– ·ções da >geração modernista 'de 19~2, e11J veirso como em 'prosa, estejam fora do nosso gosto e excluídas do n'osso in. .teresse, amarelecidas, cadu· .cas, ultrapassadas, · material mais de história literária do q ue de literatura. como acon– t ece, aliás. com t odas as es– colas e movimentos artisti. c os.. No en ~a n~ . desses na u, ira;gios per1od1cos e inevi ta– ve1s, em que desaparecem tod~s as cargas imprestavei s, s emp-re alguma coisa , algu– mas 9bra~ funda1nentais, ca. Tacteristícas e artisticamente bem aca,badas se salvam, per– manecem de pé e se prolon– ,gan1 pelo futuro. para repre. 15en ,ar a escola, o movimen– :to e a epoca a que tenham per tencido. Un1a parte• das !realizações literárias da ge– ,o:ação modernista está nest.e caso. sem fal ar de obras mais consíde1,aveis feitas posteri- ormente, de autoria daque. Jas figuras que ultrapassaram as limitações e preconceltos ,,do movimento de 22 no sen· -tido de um ideal de arte me. , mos contingente e mais ge. · T.aL De qualquer forma, exis. . te uma herança do moder- nisino, que tem um conju.n– ·10 positivo de significações. não sendo das menores. en– tre elas, a valori'zação da vi. do", "Poe1na de encantação"• Domingo, 19 de outubro de 1947 Diretor! PAULO MARANBAO NlJM. 47 ·-·----·------- - ·- ... _________________________________ ' ----· q_ue co1~tituem tnansfigura. çoe.s poet1<eas de cenas e fa. t-0s observados todos os dias, ontem co1no ainda hoje. Mas neste volu1ne a '-peça que n1ais se destaca, a que .se apossa mais depressa, mais definiti. vamente, do nosso interessa e do no~so gosto, é "E ssa ne• gra Fulo". Trata.se como s~ sabe, de uma peça, represen.; tativa , digamos de umã peça clássica da poesia modern,is. t a , sem deixar de sê-lo da· poesia· brasileir a em ge:ral, Adquiriu uma existência au. tonoma, conquistou o que se pode considerar "a consa.. gração do r ecitativo", em sa. lões, festivais, teat.ros, como acontecera com "O acende– dor de lampeões". Ouvi.a já declan1a_d,a, como quadro de, uma revista na Praça Ti:ra. JORNAL. DE CRÍTICA POETAS DO MODERNISMO da brasileira, tica e na sua -pressão. na sua maneira tema• de e:it• Pela eoincidencia de terem publicado Uvros no decorrer deste ano, podemos agora co– mentar, iw mesm.o tempo. a obra de três poet!js ca 1 tacte. rfsticos e importantes da ge– raç.ão modernista, t~os três de ida<les aproximadas. hoje nas vizinhanças da casa dos cinquenta anos: os srs. Jor– ge de Lima, Cassiano Ricar. do e Raul Bopp E são três nomes não apenas represen. tativos do movimento moder– nis"ta, mas sobretudo daquela tendeneia regionalista. nac:o– nalista, bi'asile-1ra. que tan– to marcou a nossa atividade poetica de há vinte anos pas– sados. Ali ás. nenhum deles se encon tra mais hoje ligado às tendencias afro-brasileira, verde-amar ela ou do antro– pofagismo, dentro das quais escrever am os seus versos de mocidade: o sr. · Raul Bopp_ porque •pouco ou nada pu• blieou depois de "Cobra No– rato" e ou tros poemas do mesmo fei t io; o s'I'. Jorge de Lima, porque abandonou o seu grande caminho de poe– ta do Nordeste para seguir o da rel igiosidade; o Sl'. Cas– si ano Ricardo , porque J1 0S surpr eende agora com o me. lhor. t alvez, e mais bem rea– lizado dos seus !ívros de ver. SOS. "Um dia depois do ou– tro", bastante diferente de "Martim Cererê" ou "Vamos cacar pa.pag.aios". l ALVARO LINS - (Especial p'ar a a FO possibili_dades, o que me pa. recia um d~sperdicio de va– lor e f-0rça cria<lo'ra, uma pre. LHA DO NORTE) \ - ferência pelo horizontal vez do vertical. Mésmo- 1ne sentisse arrepenclido, em que po. DUAS ELEGIAS' Po ra Sonia Maria (Especial natingivel, para a FOLHA. --~i DO NORTE} • ém tive nas mãos os cabelo~ Jo,uro•s que os ventos [ da tarde soprariam. na,tingível e morta, ão houve a mfância om ai\llas de. piano, francê~ o vesti<lo r·ôr d-e rosa . squecidc1s estão a6 ccm,panheiras que esperavam [ a vinda. s.9uecido o nome na iuga da Amiga. or outros can1inh·o-s tua vinda s-erá em te buscar-ai por outros meios , sque cidos estão os ttigais, as sombras a casa, f-0go à pagado . á mui-to que o retrato da • Mulher Ma,s eu q,u~r o ainda os teus pa~S,)9 leves na sa,l;i encor tina<la, de Bíbli.a sôbre a mêsa. ,\.gora eu te esperar ei sempre. • • inútil. ' nao espe,ri [ por t í . porque num da<lo m.01nento tu aparecerás num vestid.o d,e rendas brancas · - louros cabelos em carhos - . ..- t antando as . nmdinhas que El a antes cantava. Enquanto nã0 chegas a vida coiit:nua encurralada no val t . 1 • ll 1 1 1 1 Reli os chamados poemas 'do Nordeste do. sr. Jorge de Lima olhando de vez em quando para un1 n1agnifico quadro, por ele pihtado. e que guardo con1igo como uma das sua-s len1b1,anças de ami . go. Poeta, prosador, pinto,r, o sr. Jorge de Lima tem se movimentado através de qua· se todos os generos, teorias e artes. E já agora, contem– plando o seu quadro, não sei s e me arrependa da aspereza com que null') mon1ento de mau humor me referi à cu– riosidade, à mobil:dade, à vo. l ubilidade de seus ímpetos MAX MARTINS ,Pad·a realizar todas as expe- _ , ,, riencfas e esgotar todas as 1 -•~1--,~~.,__•~-·- •- t- ••-~«-o .. ~ rém, isto nãó .significaria uma dentes; corre mundo e bem revisão no julgamento oJ'>jeti. merece a celebridade. Antes vo sobre tar,tas obras falh.a- de tuâo. ela se impõe como das ou n1eno~ felizes do sr. obra . poetica em si me,sma, Jorge de Lima. Dividindo-se Qerfe1tvnente acabada no es– tanto, ele nem sempre a~rta_ pJrito e na forma como obra· o alvo ou chega a um obje- ,irtística, independente dC tivo ap'.reciave-1. Para só me sua sig,n ifi'ca~ão social. A sua !'eferir ao poeta, por exem. construcão e inteiriça com<1 plo, sabemos que três fase~ ao um bloco.- enquanto no de-– travessou o sr: J11rge de Li- senvolvirn,ento da história 8 ma: a parnasian~. á regiona- no jbgo das. palavras - que lista na f<1rma moderna e a lévezà, que graça, que en– reli:giosa. A primeira éra tal- canto, que originalidade! Tu– vez inevitavel, e déntro dela do, em "Essa n~gra Fulô", é esereveu o seu tão famosó "so- ao mesn1 0 teinP.O muito es– neto "O acendedor de Iam- pontaneo e muito bem cons– peões", q)..1e lilificil~en t~ de- truido. hármonia ideal da sapa,recera ~a cron1c~ hter31- ·,inspiração poetic,i e c1,ó tra. na do Brasil; a terce1r.a, nao -balho l:terário. Resta-lhe ain. me. pa•r~e 9~e ll:\e tenh_a s~do da, para maior valorização, e 1nu1to prop1~1a. Por mais _s;:1- conte u d· o historico-social, cero que seja o seu catobc1s. pois sugere. como nurna f o.. mo_ pratico, a sua "poesia em togra.fia, · todo o' sistema d« Cristo" está m_atcada po_r _um existência patriarcal na epo• t~m vago e 1ncarac~er1sti co, ca da 'escravidão negra. Em. difuso, como se ele nao domi- bO'ra seja muito conhecido o nasse p~eticamente a n1ateria, poen1a. desejo transcrever, a despeito de u,1n ou o.utro como documentação, nlg11,n11 poema bem realizado con1 es- dos seus versos: sa inspiração religiosa. Ao .-n~u ver, na segunda fase, nos poemas da terra e do J:ío– mein do nordeste, é que se en. contra, em toda a sua plenitu– de, 0 admiravel, o autentico. o comovente -poeta -que é o -sr. Jorge de Lima. E uma nova edição de muitos dos _poemas dessa fase p que l,ICaba de aparecer em volume la11çado pela "Revista Acadêmica", con1 um prefacio do sr. G]· "0' Fulô! O' Fulô! (Era' a 'fala da Sinhá) Vem me ajudar ó Fulô, vem abanar o meu corpo que_eu estou suada. Fulô. vem coçar minha cocei ra, vem nle catar ca.funé vem balançar niinha rêde vem me contar uma história 1 que eu est ou co.m sono Fula Essa ne~ra' F,qlõ( berto Freyr e e ilustrações ,do o Slnhô. foi. ~çÓità; ·.• pintor Lazar Segall, sob O sozinho a negra Fulô. titul$J um tanto impróprio de ; "Poemas )il.egros", q1;1ando O A negra ti,i:ou a s~ia mais adequado se1:ia talvez e_tirou o cabe~ãc, "Poemas do Nordeste" <l). de dentro dele pulou Verifica. se que na epoca nuinha a negra,, Fulô desses poeinas já as situa1;ões religiosas preocupavam o sr. J ol·ge de Lin1a, mas preocu- , navamcno somente con10 poe· ia e como observador da v-i– da popular brasileira. Não -era a religi ão romana o seu tema . mas a religião defor– mada pelas superstições e fan tasias, mjsturada de mi– tos e crenças tanto africanos como indígenas, tal qual es. tá difundida nas massas po– pulares do No1tdeste. Vejam– se a proposito os poemas Essa negra Essa negra Fulô! Fulôl 0' Fulô? 0' Fulô? Cadê, ~adê teu Sinh,,õ Que Nos~o Senhor me man• [dou? Ab! Foi você que roubou foi você, negra Fulô! Essa negra Fulô!" Se algun1as produções da poesia moderna vão se per, "Dia,bo bTasíleiro" "0 me- (ContlnleÍa na últ. pág,) - ------------ - -- - -·- ---· .:. -----------------◄ Arislófanes Trechos da conferência pronunciada pelo sr. De.• móstt,nes l\fassa para o curso sobre teatro prom0,vido pelo Departamento Cul tural do Teatro <lo Estudante do Pa.rá. A conferência realizada~ que foi a 4.ª do re– fer-ido curso, oonst itúi um dos capítulos de uma obra do Utzstr e intelectúal sobre a vida política· e a cultura grega., a p1thHear.s,e pro:,cimamente, mtitulada "DEL– F OS' " A origem da com-~dia grega pe'rde-se na o,bscuridaa.e dos tempos. enquat1to a tragédia foi desde o principio a e.xpres. · são artís tica na fé r eJ:g iosa e das façanhas he'!·oieas no solo da ·Atica. Sócrites consicerava Homero o pa1 insigne da tragé. <li a . porque foi este poeta quem celeb1·ou a glórt'a dos deuses :n~• Vf!rsos mais belo~. Os deuses homéricos gozavam da eter– n a bem· av>?nturança Ent.r-e ,is divindades olímpicas conta– v ii n1-se seis deuses e seis deusas, que viviam em palácios n1agniíicos, rodeados de brilhante cortejo de ma·ravilhosos · s ervidores. Uns estavan: encarregados de preparar os banque– tes, de arranjar a mesa de serviço. de tanger os instrumen. tos da músi::a e enc,antar as !estas imortais, com a dança. a poesia, o discurso, · a representa◊ão· dramá tica. E quase todas as divindades olímpicas in1iscuiam-se no trato dos negócios hun1anos, revestidas da figura humana ou da feição animal. O heroi era o pr ote~'do dos \Ieuses. A inspiração poéti– ca conced~ -lhe o privilégio da or\gem divina. como a Hér– . cu les, filho de Zeus e da rainha da\ cidade de Tebas. Alcme– ,..n a , a mais formosa das mulheres. Em suá honrá dedicavam. se O$ slcrificios, as festas onde se re"Dresentavam as pr oezas que praticar,1m. • \ Na comédia, 0 assunto tratado era- &xclusivamente hu– ro~no. O he:oi aparec'a alí com a missão de educa<lor ou de censor ,POlítico. E talvez po: que se ir:iteressasse com os pro– b1e1n1s soci~is da htim.anidade, o comediógr afo não era con· si detado u1n poeta_ e•mbora imitasse, na estrutura da obra, o verso pop•iiar usado na poesia satirica. Ca·racte1', xava tan1bé,m a comédia o humor ismo escarne. ced c.r, que ~sultava determ inados indivíduos,-apresentando. 0o em cêna a,berta "com o próprio nom~.' Nessas ooasiôe$ O' a,- , . E A Comédia Política • -DEMOSTENES MASSA- 1 tista trazia uma máscara. irnitando-lhe as feições. No caso em q1:(e ·o autor l>t! referia apenas ao nome da pessôa, fazia.o, de preferêf.lcia nos entrea tos, na parte em que o côro se drrigi-a di,ret.amente a.o púb11co. De 1naneira sutil. às veze-s pérfidá. o autor da c•Jmédia influia decisivamente na opinião pública. Ninguem estava livre de hum,0:1·ismo ridicularizante das co– médias representadas nas fes t.as de Demetel' Cloé. p roteto'ra dos tr:gos verdes, ou nas dionisíacas, consagrá<las a Baco, o deus que ad-Jcicava a seiva dos vegetais. As criticas aos homens públicos de Atenas tornaram-se de tal maneira acerbas que Anlímaco fez -aprovar um de-cr e· to. no qual sP. proibi, a rep'!:.esentação das peças cômicas, onde os personagens figur,-,ssen1 com os no11es de cidadãos ·atenien. ses. Nem mesmo assim . ele próprio es<:apou da lançada que lhe desferiu Aristófanes. Os magistrados eram apOJ'\lados co– mo indivíduos incapazes, ingénuos, facilmente enganados pe– los oradores. que falseavam a lei. comovendo o tribunal com discursos eloquentes onde a verdade dos fatos sempre desa– parecia. A·ristófanes cha1nou.os castà de velhos. zangões que comiam sem traba•l h.ar o fruto dos labor es alheios. Descreveu– os como vaidosos, a quem o Estado concedia imunidades ex– cepcionais: uns cidadãos p r ivilegiados que, apenas se ap.re – sentavam nas salas de sessões, viam.se cercados pelos crimi– nosos que lhes suplicavam: "Tende con1paixão de n1im, pode– roso pai,. eu vos peço pelos furtos que h>0uverdes cometido n,o exercício da magistratura ou no aprovisionamento do exé'rci· to". Ora comparandCJ-os a umas ratazanas. que se alimenta. va.m clandes~,J)amente nas despensas do erá-rio público. ora chamando- os de bestas ferozes, tolos, tra.idores da democra– cia , p·erguntava.: "Nãc. constilúi deploravel escravidão vê>r es– ses · v elhacos e seus aduladores, exercendo as principais ma– gistratur as e cobrando para si elevados proventos?" ... "Côn– side1·a i~ pois, tú e "todos' os teüs companheiros, que podeis en'ri– quecer.v~ sem dificuldMle, se desprezaTdes e.s!les lisonje,ado- ret1 que estão semprt Aila-rdeando aínôt -a-0 povo". - ' -' Na Grécia Como c)S magistrados, os poderosos genera.is t.imbé1n re• cebiam os flechaço~ de r idículo. Se perdi am as guerras, e'ram incon1peten tes; se ·as ganhavam, perdulários, vaidosos. Entre as diatribe·s sofridas conta-se aquéla em que dois chefes mi. lita;res discutiam u1n oráculo que lhes an\)nciava a liiíha de sucessão dos gove::nadores da Yepúblic.a. iPrimeit'-0, apareceria um vendedor de estopas; a sfguir. um comerciante de gado; de·pois. um Jsdrãol den1agogo, ,explora<ic~ do p9vo. qtle era Cleon. Os doís ingenuo,s haviam sido ludibriados por esse ini– nligo da de•nocraci'a. O 0Tác11lo prenunciava que ao per verso sucederia outro mais pel'verso ainda. Um dos generais interp_retou o agrada· vel auspício• e concluiu que o futuro da rep'l,'iblica caber:a a um vendedoi· de tripas e chouriços. Os dois -simplórios foram, então, ao rn .:-1cado• e ao primeirD encontrado saudaram: - •~oh. chourice·iro venturoso ! Vinde a nós, homein que– rido., a quem está reservada a nos.sa salvação e a da repúbli- ca !'"' . - "Que é isto ? Por que :me charoa:s ?" E o general r evel.ou ao homenzinh,1 que os deuses o ha.. viam escoJh'do para governar o povo. Isto signifjcava que de simples vell1{dor de t rip!ls pa,ssaria a· chefe do mercado. chea– fe dos por tos e da Assembléia; conduzir ia o Senado pelo frei-o e mo·ntaria re;idência no Pritaneu . O pot:re vendédor não se conv-enceu: - "Mas. bom amigo. se não recebi a menor instrução, ~ a.penas sei ler e isso mesmo, pouco, como poderei .governar Atenas?" - "Precisamente", respondeu o general. "a única cousa que te prejudica é saberes ler. muito embora n1al. Porque o governo pop•Jlar não peirten.ce aos. homens Íl)struidos e de condu t.a irrepteensivel, senão aos igilorant es e corruptos. Não dei,,prezes o que os de~s te ·prometem nos seus vaticínios". Os polí'iicos, comi} Cleon. sc1riam ataques eseandal,osos, desfec,hacl-Os em )ingua,gem p rovoéadora, ,muitas vezes porno– g!'áfica. Mulheres, como As,pásia . ccn~elhei ra e amiga de Pé– ri'cles eran1 acu~,136 do exercicio do mer:~ti,íci-o- e das des. . . . ,. graças da r<?.J;rublLea. ' lCon;tinua, na. Zª Vàg.) • • • •
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