Folha do Norte: Suplemento, Arte, Literatura - 1947

Pos-icõo ..:> ' O DEPOIMENTO DE CE€:IL MEIB.A • E ' • 1 . ~ - . Destino,_ Do Li ter o t .u r ô - Reportagem de PERi AUGUSTO - ' l - úµa.s n.póte·;,,es a primeir a p ergunta p r evê, isto é, que &e b •le' de uma -gerai;-ào modernistà pa :raer.se . · dentro d,oo molde,; dessa escola, , u ent ão da ger a- . çao mod.erna do Pará, compr e- - endi.dos os· j oven,s de meno.s · de quarenta canO< . • • até os q ue es– tão agora b albuciand o em ·maté– r ia lit erária. CECIL MEIRA E GEORGENOR..FRANC0 -DAO SEUS DE.POIMENTQS A NOSSA - "ENQUETTE'~ - ,. A ·POESIA CHA.MAD A" MODERNISTA PODE SER-TÃO BE– '""'A E ·EXPRESSIVA .COMO A PóESJ,A .'rl ASSIÇA'' . _ ·:.. A NOSSA GERAÇÃO · - ·E!. INTERPRETE CONCIENTE DA EMO ; ;ÃO. DOS -DESEJOS. DAS AN·SIAS E DA VONTADE DE UM MUNDO NOVO. HUMÀNO NO.SENTIDO DE SUAS NE~,. CBSSIDADES_E DE SUAS ASPIRAÇÕES SUPERIORES.. - r á ri.a. Ma6 ó que f aze1nos é ain– da quase nada , diante do que na . r eaJidade pOdemoo fazer . En-tre nós, p;,,reee que o mc,lhor processo pa-ra o estudo, 11ara a~qu(rir cultura, é ainda o es– f~rço autodid-at a. É • um feno– meno pr ovincian o, de que não ', lXJ,d'emos fugir. ' . ' m - o fu tur o de nossas le– tras e:!llá . enti-egue à atuaa i er-a– ção i:nte~ual paraense. É pre– ciso confiar nela e agua-rd a\-. os me-lho~ :f.rut-os . É , entr e t~nto, P ar.a n,ão t u g Ir · a o "P'()S&iv eJ destino· do lnquuitório, pas.sa– mo.'J a· t-o ui~ conllecimento de an1bas as hl-póteses. '·Não per:. , tencém os· ào gru-po dos que con,– baten: ·de man ei r:i s>xtrema a ohan1.:.da -:-0nente modern ista, guer .,erante a literatura mun– diaà, qu·er per an te a literat ura b.r.asile j,ra, e- quer , enfim. perante a liter.atura regional. -~ corr e nte · modf,misú:. tan<to se manite_sta em prosa ou e:in verso. Somen– t e a proga~não é ,n.a,is co:qiba\i• , do., p orque, na· reaJM-aoe·, houve ne&.1a p arte mais equilíbrio, Os p ro!iadores rn:><lernistas do Bra- 1nl s ão lidos com a mesma in– tensidade (iU~ 'JS OUtI'OS, aq uele'3 que preferhiam con.tinua.r ·os ve- 1: . -0.s cân on es. Ent retan t o.. o A ·enquett&· que ..nic!an-;os. <1omi.n90 pa.aaado teve am- ferençla e.1<>g1osa, .clua l>l).l a UJ1p1eNáo deixada ..-10 8 doill pla ,reperc,1'aaão noa · circul01, llteráric>& da cidade. Exata- depol.ment«lti iniciah ôa p r-nte "enqueueu; Mae ,o\dróii vL mepi e ex>m <> previzamoa, '!-ª pr im.eiras opiniões expendida,s r ão, e com o pronunotamento do• inielectuaill das d1Yer 989 pr ovocaram veidadei.re celeuma, p0~ 0 e m egUação o• co:rrewes lite:ráriall, teremoa certamente um verdadeiro de– noseoa ~telectuaia. , Glé<> Bernardo, l),ão obalante a su a co- bate de ' i~élar, qu e pllMlllrt t unl:>ém a blieresaar o público, · nheci~ · atitude de · ·combatewe, fo; comedido e ltébrlo em que 09mo eepectador aguw dara o .d.~fech o de tão bnl'OZ'- - suu _respoaíaa . Remlgic Fern ande>. foi justamente o eon - !_ante inquerUo ·.a:oje m,erimo-, no SUPLEMENTO ai r-.pós. , t:rário-: Inveeih, contrá a eoir:!ente modernhta, sobre tudo a tas _ de ceêu Melra, um nome que dispensa qualquer ' ap r e-– poesia , d.a qual. nãi:, fêz . uma e xceçã'- aiquer . Nem mesmo sem ação -enJ:re nóa e· Geotg'e~or Franco. >Ím JOv.m t alen• Mãnu~l Bandeira. que hoje ocup a uma POitrona na Aca. toso, que jà atingiu a A cademia Puaenae · de Letras. pas.. p reclro que a mocidade .n ão se esqueça ~ .que é no estudo· que . :ireo:xlO.S.. e ~on.tr, l!_r as gfa•ide,3 f0'9,- • t es para uma · produção liter ária que P<>S8a ~nobrêcer as noo&a• letr as, Proclam~-r · idéias vaziu , . sem dobrar, a .cabeça . i!lá e 1'10I• .te diante dQ,S livroo, é o mesmo , q1.1.e nada faze:·. Pert. ence.mo~ ao gru,pô <106 gue pensam que é at ra,vés dó estudo, da disciplina, que chegaremos a conquiMar a,J,guma coisa de gra nde, de .r eal . . .. . . ' . demJJ> Braadeir;, de Letras . mereceu as -homas de uma tt• tando a&eim ,: . • ' . 11 figurar 110 ~óJ doa imortais, ' e sat!sfa.tório. Fiar-se s omente n a Inteligência, ; julg-1r -oo •' um pred~inado; $ e m o esfor ço con.tinuado d-a aqu isição. dos co- ·• • lne6lllO· n ao ~ pr ocessa na poe- sia. Entr e nós sa,be-se que Eloy _ POJ'ltes _ se,npré fez critica acer- plet o . P or que I;,uiz de ·qamoes b a contra .; ohamad à · poesia . ~~ Jlº - gor ge~o ,,d-os p a s,;;,aros modernista agoia mesmo, um verst _s'em medida ? ~ao com– dos en t r evi-,tados, meu b om e preend1a êle q~e o ritmo e a . querid o mestrr. Remigio Fernan- harmo~ia 1>0<!enam e5!-ar corn– dez, c1:>.egou a compa~a-r o gor- · pr~ n did06 for:i do r!g1d o pr,n– geio dos mO<\frnistas com O ,ca- ciPJO dJ _métn c_a? ~e os poetas car e jar d os galin_ãct'os. Mas, p o- .node1:nistas quisesse~ to m a r nhamos as coisas em seus de• como , ex~~p!o par a s~a esc_ola .. vi-dos · tennos . Hã. entre a pro;ia _ para. Justlii,ca:i: a norm:i atua! d_e e O verso uina f orma , intermé- poesia. pode~!am serv1,-se. mu1- di ar ia, por onde naturalmen te to ~ m do _ve~so sem medid a se pode ·desenvolv.er O pensa• alegre e bran<lo a _(!Ue se re!e– mento hum::ino. E .;,sa zon.a J11ter- r-e o gênJ~ da · ~oesi_a portugu e_– mé<liarla é que foi -e5.e olhid a pe- .sa, Mas_~11:1-d:a nao 11camo.; aqu i, 106 moderni-;tas d o n,undo intei- ~á poss1bil1cj.~de de. f (l_Ze: -se p oe– ro. o· gênero em pro.sa é Uvre, • s~a sem mé t?"1ca e sem rima? Ha , sem métric.a. sem rima, e lev:. e t-emos, c~mo gran_des exem– e m conta apenas a •ha •monia da plos, m~gnificas poe.1as moder– fr-ase e a sintaxe pei-!eita. A o n_lstas. ta? grandes com~ as poe. oortrário nc verso que med;e a s1as ...çlass1cas. Nas p oe;,ias com– p~; i,a, é , nee<!ssãriÓ. além dessa 9letas de Manue l B;andeira en– m e d t d a - a me tri ficaçã o -. coniramos ca5(?5' de sonetos sem O OUESTIONARIO I) - Que pensa da .chamada · "geração mo• derno" do nosso Estado? l i) - Existe, n_a atual geração literária para: ense, alguma ligação é ,espeit~ às tra– dições da nosso c~ltu,a? · Ou, ao .con– t rario, houve uma solução de continuiJ, dade em · nossa vida cultural?. Il i - Çomo vê o futuro das letras no Pará, no Brasil -e no mundo ? h onr a.r O p a r â em qual quer . n;Jlecimentos. gerais, quer de , or– gr ande centro de c ult u ra. Entre d<'lm · lit erária.; de linguagem, de a gente mais nova p a rece que ciêncl-a, é uma vã esperancà. ,que hã mais vor. tade de .sub ir e da rá em malôgr o fa t al. Quanto cre-r. Hoje t alvez se ve ja com • -~ Uteratu.ra .do ~ rastl e Mu•n – ,ri i f • . d j • dllal, é preciso reconhecer .que a s req uencia nomes e ov en , boj e: como •outr ora : hã escr ito - - da · chamada corrent,e nóvlssü na • ref; de primeira gra•ndeza. cujos nos j on1ais, do que os de · mais nomes não conhecem !roi;itel– idaJCie. Sentimos apenas que não ~ rll$ , Se a<SSim acontece., p O'l' que hã bo~geneidadé, n e m . u m duvl<lar das f utur as geraçóe-;. de f.enti do uno entre essa mocid~ ·escr~tores? Na-da •mais Jógicõ de de, embora isso. s e e-Xplique pe- que temos ra,zóes de solira para ·!a fa)ta de uma sociedade ·qu e ,esp'era r qué O mundo intelectu.al _ os p ude.ssie ,unir mais :frequen- não sossobre, mesmo dlant e de temente. TS$o· são defeitos e fa. tantas id éi~s extravagantes · que lhas prôprias elo meio para,ense . po:- ai pr olileram e ta-ri;to ,n,al faz.em à l:ium·anidade . Mas de– v-emo.s ser otimistas e en-carar a vida sob oã specto ma•i~ leve q~ e l.:c uos pode n1ostr ar. a · fim de que partic1p;emos um p ouco das coisa;<; b el as e deliciMas que o m,undo noo p roporciona . . . ' ' • t ambem a r_ima, Nada disso, con- rima 1 :.ao perfe!tos _com.o 0- 3 de_ ~ompr eendiam que a existência topam06 com verdadeiros mons– tud o, impede de o escritor d_er- Ca-moes·, Boca•ge, Rau~un_do Cor- de uma ri'(l'la e - de um metro tren,gos literários, cacarejos de ramar a SU'l ln·s,;>iràção poi· n,eic rê a ou Alberto de Oh~eira · "!l,e- nem sempre devia ser funda.- ga,llnáceos , con1o diria Remigio d<.' um· processo en, que não há ferlimo-nos às' trad_uçoes f e,itas mental, e O -poeta précis·ava ter Fernandez, ma-;. ao la.do disso medida nem rima. mas em que aos sonetos de E ltzabetll Bar- mais liberdade para agi.r, Ai n• ocservamos a verda,dejra poe- l ~t-~fri!oe:;, q~ ;_• ã:~~ps~iaJ1; !;_! 1 n~~o'linj; t"d~!~~ ~ia~:º~~ da nesse sentido. o próprio Boi- si.a, que nos enebria e encanta . •A t nh d L Jn'u ac"- que a Ode é urol\ "de- Precisa-mos fazer iustica unica– prO!),riamente na p rosa. nem no m em os o .-,s emu o e e- = = · ll - Pen.an1os que a ge.rac:ão nova não posô/Üi a menor liga– ção com o pas~ d o de nossos an– tigos- h omens · de letras: Não po– demos citar um único escritor d o pas&ad-0, que aind a hoje tra– ba.lihe entre n ós que h ouvesse feito um circulo íntelecltlal e,m ·tôr no de set· nome, PTOCttrando de uma í.onna ou de o.ut ra orien– tai:- a gente nova. Alguns se– gulran1 pa r a o R io e lã st en– contram, outros que estã0· entre nós f azem sua própria literatu– ra . .;en, h aver sulcado o ambi– ente a ponto de a mocidade sen– ti;- nece!'Sida<le de · coloca r -se ao lad-o dêsse . nome - Os escriíores no.vos vão fazendo o que p o– dem, seguindo suas inclina,;óes na tu ra-is. Vê-se o en~penh-0 des– sa mocidade. por exe1nplo, no tra·bql ho const a.nte pata a for - · n~ arão do Teat ro do Estud ante. dentro de moldeê seguros, ·o ei – !orço r a-1:a term-os uma E."C'ola de F IJ.osofia, en fi m • uma ativi– d'~de incomum e'm matéria llt e- A PALAVRA DT. CEORGENOR FRANCO , I - A chamad.i ge!·ação mo– derna do P ará, à qual tenho a ea <l.is: llação de pertencer, P,Ode ser cl assificad a como uma · ge-– ração revol uci•onãr ia . E exnH– co: el-a não é o produto de u,m movimeiito ann ado, n,as -a ,con– sequencia n:a,t ural d á eyo1ucão social dos di a-s que· vivemos. a.qui, 1 0 s ul, na America , na Eu– r opa, em todo o mundo. enfim: • , ver oo. Para significar o vigor vrault, Em sua "Letre à Aca- sorde.m", o que não lhe im,pe- mente , dê.se conceito, jã tivemos oca- d em i e". F enelon , ~ naque_le e~•- ex clamar: "un beau désordre Quanto à 1noderna gerarão s ião d-e lembrar os fan 1 osos ver- tempo, cr!tloava a v'érs1f1caçao c,at un e ffet ae l'ad"! Se tal ,>araens:e, não r esta dúvida .que sos rie Luiz de Ca•nlôes: francesa e fazia uauaq~e e _" la . acontecia, por quê razão · se po- 'loje há um movi-ment o pa•ra ' •ersifiealinn lra.nc; aise avec un derla proibir que um ésicrHor. .-eergu-er as nossas . let~as e co– brando pas- certain.e .a,greté qui permet de usasse de um processo de lin - :ocá-las n um p ad rão mais alto, [sarinho su,ppooer quelque . rancune per- guagem outr o que não fo!'Se o Pode1·ia.1nos citar escritores e pe, 13,3 orde- s,nelle''. E, ai'noo La MC!tte Hou- tradicionaa? A poesia chan1ada p rofessores com m~nos de trln– [nando. dari "prononce un sever e requi- modernista pode 6'er tão bela; ta e cinco anos que estão ha- 0 verso sem medida ale91"e e s it<>ire cõntre la rime , s'indjgne tão e:x;pres.siva, como a poesia bllita,dos a . ensinar em qualq uer {brando qu'or impose ·de loutdes chai- clãi.sica, Encontramos d esta curso secu ndár io ou superior de Despedindo no t rêmulo raminho". n H a !'a pensée et en vient à · mu ita coisa terrui!enta e com- Escol a;; de. ovtros :F;$ta·dos, isto "Estava o Ja~civo e Com o biquinho as A imagem é per:felt~ e o 'si.m– bolismo, que nos vem do poe– ta, não poder.ia ser mais com- t>rE-conirer ce qu i a'appelle l a rJetamente esquecida . e nem por . em história. em literatura. em poesie en :i.,ro,,,". F.,~a a c:,pini~es isso ~~;,e materi al literário def- l!ngua•;,. em geo,:!ra!ia , em ma– n ão são dos dias d e hoje, Na- , xou de ser todo me-trificado e- ten,ática. em qulmica, em bio– quele te-mpo poetas de valor r imad o, n ·a me.sm.1 f-orma hoje Jogia. São nomes que podem PoflDriá ser uma l!eração _desi– lu-<lid a. tambcm , M a,s, clleia de vid•a e de vi•!!Or, de cora,ge1n e de 'convieção d e· idéias, ela cons– titúi. sem •dúvl(lá, a gr an-d~ es- (Contin-ú a na 2.a pág.) _______ -. _ ___________ ..,_ _____ -'----- ------ - - ------ - - ---- --- ------------ - - - - - -~squema Da Evolucão ·Da Antes de enfreniârmo's ti máré monta·nte da Cabana, ... gen1, e procurar n1ergulhar nel a, como b ons "filhos" do "pai de santo" dos r ios, teremos que nos deter, n atu1:a~– n1ente ainda que s,~n1 maior es delongas; n aqueles 1nov1- :mentos, aos quais se' convenéionou denominar, generica– mente de experiênci a, li):>eral,- -e qµe cu Jn1inaram com a nossa 'ch amada ·emanci pação da 'tutela r ei nól. . Há de parecer a muita gente que ·concedemos mais. importância ao pravio levante, de ·-mais ' fácil explicação· econômica do qu-e propriamel'!te pa:'triót-ica:· da;' mas~as ~o-· rad or as das "cab anas" dos arredores de Bel em e interior· dó Pará. do que às agitações, de m:ais - fácil explí~ação propriamente patriót;c?, que d et ~rm1naram a nossa hber- tação pol ítica de Portuga l. ' Não negan1os, em o n osso desen~olvimento, o pap_el dos movimentos políticos de libertaçao , Entretant <>, nao convém perder de .vis-t'a n unca o verdadei~o cón teú<lo d ~s -fórmas do nosso cr.esciniento - o seu fundamente econo– mico. Na Cabanaieín, esse conteúdo -é claro. Para as pessoas que véen1, nas cousas, ,apenas', o fenomeno -delas, e não :;i sua essência, toda a corajosa atividade de nos_sos avós libertarias cingiu-se, jungiu-se aos velhos padrões' de· moral idade pptriótica, convenient emente exacerbados, _na j ustificada pendência entre· o brasileiro e -0 português . .DJl'– se-ia que todo o continua<lç tumulto da- época tey.e o seu fulcro no simples óc;ic ao reinol . Ora, a realidade é-que a contenda não se travou ·exatamente entre o brasileiro e o português, n1as entre o brasileiro e o brasileira,- entre o português e o portus..uês, consoante os interesses econôm i– cos que os dividia. · r , A prova é que a circunstância- de ter muito p ortuguês lutado pela independência do B.1;asil e muita brasileiro se coloca'do contra. ela, const itui f at-0 de fácil verificação, e :, Levi I-Itll de MOU"RA (Especial para a FOLHA DO NORTE) -- IV-- Brito Inglês (que pelo non1e n ão se perca), secretári-0 . do l>.rigadeir.o ,po; t u-g.uês Moura, denunciava os plan os - do an10 a · Patr oni : O b rasileiro Malcher, a soldo · de Grenfell, foi quem coniandou a execução d e Batista Cam– pos, atado à b oca da peça. O brasile1ro d . Romualdo Coe– lho, como repr,esentante do Pará, às côrtes portugues.as , f~z o jôgo abçrt o de Ju•si tano. Temos fal ado E-r:l capital por tuguês'. Nir.guen1 se per– suada, tod avia, que Portugal era país capitalista ·. Ainda .hoje não o é. Vivia, desde 1703, con'J.plet amente submetido ao capita:1 i nglês, pfJo tra:~ado de M-ethuen1, com a i ndús– . tria liquidada, no regímen 1,en1i- feudal que desejava ver -também instaurado no Brasil. Porisso, o escritor Sergio Buarque de Holanda observa - e observa bem - que o grande d0minio a,gricola i á nos veio d o Reino . Rattpn verificou que a indigência industrial de Portugal en.1 1764, era calamitosa . Natui·al ni ente, o seu in1perialismo polit:– co (não confundir com imperialism-o econômico) confer ia– lhe cel ta f a<:ha,<la, cer't~ casca, certa ostentação ·ex terio.r, mera e~puma de cerveja, que lhe acarretar ia determina– d os desen1bar aços e facilidades . A prova é que quando perdeu. o in1p erial ismo p ol itico n o Brasil, não pôde susten-: tar o econômico, o inglês é que se apossou deste último, cuja posse;-aliás, iá vinha ensaiando, 'desde muito, e pi·a – ticamente lh e ·foi asse_gurada pelos tratados de 1810, obti– dos de D. João VI, e a ab ertura dos nossos portos, que só ao inglês - como ninguem ignora - favor eceu. a tur de um pouco os h istoriadores, que se utilizan1 da lo- Aqueles que nos atiravam, naquele t empo, d e encon– gica formal para as suas interpretações de superf ície. Para troº ai, nosso pobre e caro irmão luso ,(ainda h oje o mazein q uem, porém, aprofunda a análise da causa das cousas, vai através da história) pretendi am apenas distrair-nqs dos à essência delas, o fato é perfeitamente explicavel . No ver dadei ros objetivos da luta, in, pedir que a massa se vol– f un·do, era o interesse ' econômico, qu e QS a,git ava a todos . tasse contra a verdadeira causa do descalabro, -procurando Qualquer invocaçãn, patriótica o-µ religiosa, os conduziria, faze!' crer que se tr,:tava de simples questão nativista, sei:n mlliores hesi!~ções. P átria, Deus, t~do se_rve ~e ~an- que. resolvida, tudo solucionaria-, e, . com isso, p reservar o de1:r,a,_ nessas ocas1oes, p3:ra ocul~ar os verdad·e1ros intúitos, "slatuo quo" fundainental, interessante para eles. o po):>re move,s ,d~ at~. Temo~ v1~to, hoJe, como ?S nomes de p eus ' irmão luso· - já O observamos _ era n osso irmão até n as e da P aJ,ria tem serv1~0. apen as, a.os sa;airas do_ fasc1smp, _·condições materia is em que vivia n a p rópria terr a de seu e~tre nos, _para re.c~e1ar, abarrotar, a1nda n1a1s, as •ca: • nascimento, Até hoje, sofre lá com essa ex ecrand a figura te1r~s dos_ .b~nquelrcs de Ivm. Trun1an, ~ cavar mais d e fascista que é O ditador Sal azar, $Ó co,np.aravel ao b an– f unda a nu~eria -do n_o~so p ovo, J:,. ver<la,ct.e ~ que, n aquel e dido F r;il)co. -Nunca O proloqui.o :foi tão verdadei ro: cá e ten1:po, i:nuit_o por tugues _no Brasil estava i_nteressado ~o lá más fadas ],lá , capital 1ngles, que queria desbancar o capital por tugues · em nossa terr a . Ti-atava-se, portanto, de português contra O certo -é que houve portugueses ~ Br asil que se re- português . Muito_ bi·asileiro, P<?r seu iurn?, era • serviç?l velaram ma·is b!'asiJeiros do que os p1·óprios brasileiros, o dt!clarad-0• do caJ)1taJ portugves no Bra,c;il. O por.tugu.es · que farz •lt>mb.rar -aquele --1osé ,Toaquim Vitória d a C1:>sta., • Paraen-se .. . , governador do Rio Negro, famoso estudioso d a lín gua ge– r~l, que sabia a língua do indio mais do que o próprio in, d10 . .. ' · Temos .tan1bém falad o muito no-:inglês: A mu it a gen– te há de causar est1·anheza isso, pois se acostuinaral)l a ver , n a história dos t eimosos abocanhadores .do n osso t o– lo, o h olap.dês muito melhor colocado . O historiadr Artur Viana, referindo- se ao h olandês , e ao inglês, quanto às in– cursões na Amazônia, chegou a declarar. que "a principio col}.comitantes, f icvu depois em campo apen·as o p rim-ei ro desvanecido o último, ,sob o pêso de contínuos revêses": Trata-se de apr eciação d os fatos e.v identemen te do ponl:o de vista logico forn1.a-l . Aparentemente, o inglês se ·ref.:– rou ..desiludi<:lo do en1preenctimento. Só ap arentemente, quanto ao seu aspecto polít ico. A atuação, a pene tração do interesse econôn1ico ingl~s, em nossa econon1ia, son1én– te sof reria r evêses, sérios, desbancadores, muito -m·ais taN:l e, com a con corrência do podei·oso capital nort e-anie– ricano do após- guerra de 18. A Holanda era "a feira · c,1 0 mun do". Mas a Ingl,.terra seria "a fábrica ·do mun-do" .' E o "Act of Na-vigation", de ,Cromwel, em 1651, provou .Ísso a té com relação a nós. E é a pr ova de que es~e não êxito da experiência política _holandésa n o Brasil, não foi, por– tanto, ques,tão de c)i1na, .coipo parece crer, com muita gen– te boa, o esc_ritor Sergio B ilargue ·de Holanda. Referin10-.nos, én1 capitulo antetior, à pol itica -de P ombal na planície, com a criação da Companhia d e Co– mércio monopolista. Mas vimos çomo ele proc;urou cén – ciliar as cousas, busca·ndo contentar o inglês-. Fez mai..s . P roibi u a lin gua geral n a cólonia, tornando obrigatóriá a portuguesa. Está aQui outro fato que costumar tornar perplexo mais de um h jstoriador, desses que observa·m,· os acontecimen tos de 2c~rdo com a logicã for mal. Está ex'– plicada, a intep.ção p (;mbalina , Tr at ava-se de benef iciar o inglês. Ao inglês :r;ãc lhe convinha perder te1npo in~i> a-prender, p ór aquelas alturas, o tupi-guaraní. Com a lín– gua portuguesa já estava ele, afinal, fami l iarizado . Po!'– tugal era seu veJho semi-enfeudado de 1703. ·naí aquela eS<pantosa m edida do penetrante "premier". O ministr o do rei pottuguês que c·oso\l cêm a princesa das Asturias era .um progressista . Mas ao própr io Portuga l ele não pôde ' li– ber ta·r da velha e n cciva semi- enfeudação pelo capital in– glês. Objetar- se-á que estandõ Portugal subn1etido a -re– gímen $emi-feudal pelo cap ital inglês,' ~ste nã0 teria -in– ter esse em nossa in-ô.ependên_cia . Está claro que o oposto é que é o verdad.eiro . lilén1 disso, con1 a vin da de D . J oão VI, e a abertura dos nossos port os, o inglês percebeu o ine– vitável, e prepàrou-se para. tirar partipo del e, em vez de ser por ele prejudicado. O ine~veJ - e~tá claro era a l).ossa ind®.,.,,,i .r- .. - , \

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