Folha do Norte: Suplemento, Arte, Literatura - 1947

• • ' • A carrei·ra de Igor Stravins• . ky aeha-se intimamente ligada ao ' desenvolvimento do pró· prio processo estético da _nos– sa época, época de pesquisa e do apogeu do espírito de la. ,.. MUSICA • l • ,_,, • • • FOLH~ DO NORTB • Domingo,. 21. de setemEiõ cfe 194'1., ~ • bora tói:io. Os bocós (inclusivé bocós muito lidos e ilustrados) pasmam diante da versatilida. de de S travinsky; não podem nem de longe compreender qtre as suas diversas ''fàses" -ormocao ISCO eco do êste um dos principais mo. tivos de prazer intelectual q ue esta obra produz. Obra que nos apresenta Uma con• te1nplação do universo rica em timbres espe-ci$, em mo~ tivos de dança e música que conduzem a unia espécie de gl-otificação que se me afi– gura. de tendência religiosa : o que seria resumido pelo grande final da "Symphonie des Psaumes", louvaçãQ do Criador e da criatura. apresentam aspectos diversos •de um espírito inquieto e m'.ul· tiforme que procura, afinal, o que todo o granae artisj;a pro· c u ra: a unidade. Sem precisar len1brar os. três famosôs pe· plano rnperior, revela a an– riodos de Beethoven. meneio• siedade do espírito humano n aremos a carrei'ra de Mo. procurando, através de _técní– zart . sua passagem do estilo oos diferentes, a perfeição do galànte para a severidade do con·hecimento. Mostra· as va. contraponto e fuga, que se riadas fases <;la cultura enca– inici a com os seis quartetos deadas umas às out'ras, em di· dedicados a Josef Haydn, e versos tempos e em-'díversos depois uma volta do estilo países: e quem pode contem• gala11te misturado com a fu. plar, como do a1to de uma ga. que caracteriza sua pro- montanha, êste esl)etáculo so– dui;ão de três ou qui;tro anos berbo. compreenderã e acei· antes da n1orte. Mas eviden- tarâ a un idade do espi.tito temen~e o século XVIll não humano. continha os germes de inqui- Assim Stravinsky. nesse e ~ação que o século XX con- afr.esco prodigioso que é "Le têm (Mozart morreu nos co. Sacre du Printemps", assiste, m l:)ÇC$ da Revolução France- através dos ritos dos antigos s ,u Citas, à própria formação da . • --\$::;im a carreira de S tr~- , terr.a; até c hegar, passando v1nsk--y, seIJ?-elhant_e em ~nu1• por "Edipus Rex" ou "Apollo tos pontos a de P1c~sso, e al- IVIusagete", à v ida de salão dos t~m~nte repi;esen.ta_hva do 1 ~- nossos dias, com as magnífi– ptr1,o da noss~ epo;ca; nao cas dissonâncias de "Le jeu que rendo con1 isto dizer que de ca r tes". o au tor de "No ces" seja ape. -3 • XVI ~;V\urilo o/V\en·des .... ...... (Excluslvi(lade da FOLHA DO NORTE, 11este Estado) senta•m como o músico clãs. de música. Quantq a nós, que sico por excelência - Mozart. não temos nenhuma respon·– De fato. numa e x traordinária sabilidade de critica. não po– carta a. un1 amigo, o autor de deinos disfarça'r e confessa.! "Don G iovanni" confessa ter mos que ao ouvir "Petrou• a cabeça. fervendo de idéias chka" ou '!Le Sacre du Prin– musicais: e, se achava em ou.- temps'•, · ou "Noces" ou "La tros roúsicos o molde para Syrnphonie des Psaumes", ou aquela idéia, apropriava 0 se mesmo êsse inefável e e-alu– do mesmo e o refundia, p ois niado ".ApoLlo Musagete", sen– ass1m ganhava tempo para timos nêle um espirito gera– passa-r a outra operação, já dor de alta emoção musical: que o seu "demônio" não po- pois aquelas obras nos desper. dia deixá-lo sossegado. tam um gôzo estético do mes· E ' claro que nem todas as mo nivel dai; grandes páginas realizações de ,$travinsky ofe. dos mestr!!s do passado. Esta recem o mesmo interêsse e é á chave da questão - e não uma perfeição· igual. Em todo a absurda e infantH preocu– o caso, mesmo nas obras mui. pação de tol.'neio de valores to impregnadas do espírito de - a p·reocupação de saber se laboratórj o adivinham-se as S t ravi nsky é grande como marcas de um artista pode. Haydn ou maio.r .do que Schu– roso. E' fáeil observar que mann•.• Stravinsky é um genio pes- -§§- • inte.r,corrência das cultu ras só pode p'roduzir resultados fa. votáveis ao desenvolvimento e progresso harmônh:o da in– telectual idade humana. Stravinsky é um artista oh. secado pela dan~a. ..Stravinsky é uma fa):)ulosa mistura, de báróaro e ci__viliz.ado; é uma pers<>nalidad-e riqufssima de contrastes, sendo inútil pro· curar na sua ob·ra o que ela não quer nem pode dar - uma i.m.possivel coer ência, uma monotõnia e uma insi· pidez que a obra de Grieg, por exemplo, oferece com tan– ta generosidade. - §§- Quanto aos d iscos, infeliz.. mente não- se enco:ntra ag0ra muita coisa d e Stravi,nsky. Mas numa dis-coteca reduzida como a que planejei, os a.1- buns de "l?etrou-chl!'.a", "Le Sa-cre dn P rintemps", "La, Sym-pbo-nie des Psau1nes", o "Capriccio para piano e or– questra", o ••Diverlime!)-tO sô· bre motivos de Le Ba1ser d!' l a l!'ée" a "História du Sol· dat" (esta na edição argen– tina, gravação em geral defei_ tuosa) e "Apollo Musagete" poderão representar d igna– mente t rês fa.ses significativas da produção de Stravinsky. nas um obse.:-vador do nosso t i:mpo: porque êle mos t ra. corn as suas incu·rsões aos di– versos estilos dos mestres de séculos passados , que a cu1- ta,ra . quanuo elevada a um - ---- • quisadoo-. 1.\-tas não sabemos O fenômeno Stravinsky é De resto, êstes famosos sal· se .a posteridade ratificará o um fenõ1neno de intercorrên– tos ~e estilo operados por juizo. de certos críticos atuais eia de culturas, que também Stravi-nsky recebem antecipa- que acreditam ter emitido um caraeteriz.a a nossa é poca. damente a ap'rovação da p arte parecer definitivo, o de que Neste ponto frisamos que noo~ daquele que os manuais apre- S travinsky não é um criador sa época deve ser louvada. A --=-----·--- ----....... - A ciência da combinação de instrumentos atinge em sti;a. vinsky um grau supremo; ci– ência essa que foi comp.rome. tida em R i<:ard-o S trauss, pelo seu mau gôsto e -exeessivo pêso de erudição alemã. Em Stravinsky a utili zação de certos elementos, como a ba– te-ria é sempre feita con1 um sens~ inigualável da distri· bui:ção d e va lores; sõpro, cor– das e metais re-ceben1 um tra_ ta1nento de igual carinho, sen- Mais popularizado, "Pe– trouohka" até boje, d epo is da. primeira audição que conheci - lembro-~ bem em 1924 - guarda pará mim, passados ta ntos anos, o seu. encanlo próprio, o perfume maravi· lhoso do seu li"rismo. E' uma "réussite'' rea.Jmente extraor– dinária. ... Petrou-chka " não cansa nunca, e sempre mos. tra novas s urpresas. Ouvindo– º de vez em quando,~~ apro. ~imarel)'.los desta fonte pere– ne de renefva,;:ão e reeduca- - ; ; . çao, que e a musica. CURll'!BA - o último livro do sr . Gilberto Freyro (..Inter– pretação do Brasil..-Josó Olym– pio, 1947), bem pode ser encara– .do com:> um novo retrato do UM NOVO RETRATO DO BRASIL O primeÍ1\0 é comum a quase roda a obra -do autor e a êle ja me referi uma vez: que as pes– quisas do 1,r, Gilberto :t·reyr& Brasil; e é interessante observa,r renovazam fundamentalmente a sociologia brasileira, e, até a sua antróFOlogia, Introduzindo, no como ao tom sombrio e pessi- campo dêsses e studos, uma ob– mista da obra de Paulo Prado servaçã;) aguda, com muito da sucede o otimismo bastante acen- sadia Intuiçã o cientifica, que ca– ?uado e confiante do &aciólogo racteriza todos os seus trabalhos de "Casa Grande e Senzala". e a aua posição de mesire das Ora, o sr. Gilberto Freyre ha d ,; ciências sociais entre nós . ter motivos para ser Otimista on- Livro de sinlese como é, pas– de Paulo Prado fôra pessimisia, aam e devem passar sem grande a na descoberta dos motivos que escândalo por "Interpretaçã,, , leva:am êsses grandes escritores Brasil" alguma$ generalizaqôes. a atitudes tã.:) diversas e contra. ou, quando menos . alguns pres– !litórias esta:rá não só um bom sup:,stos de conhecip,enioa e de ean'linho paTa a interpretação idéias que o sr . Gilberto Frey– pa obra do sociólogo moderr.o re a1ribúi ao leUor e que O lei– como para a da própria realidade to~ nem sempre poss,íj, ou. que brasileira, que tem sido encarada, muitas vezes possúi dmerentc,s ..iraria da história, mais coni • cont:ádos dos que o autor sub. cnelancolla, senão com desespero, entende. outras vezes, a a,m– :to que com a confiança que nela pliação de certos pensamentos dem<>nstra o sr. Gilbert-o Freyre. leva o soci6iogo brasileiro a im- Para não talar senão de dois propriedades _flagrantes, c (! m o fios nossos mais agúdos lnlérpre• quando afirma, pa1<alelamente , a :tes, Paul.o Pzad.{) e Alb.erto •.ror- uma observação de Legendre (rle :res. vê-se logo como é nova a que a Espanha. co:no a Rússta, posição do sr . Gill>'!rto Freyre: estaria no ponto de encontro de e de que é uma posição !tua, inti- dois continentes# o que é certo), mamente assumida e aceita. não que ela também o estaria entl e nos deve restar dúvidas, ainda .ciois climas, dois tipos de solo que o caráter de conferenciq pa- _,. de vegc,lação, duas zaças, duas ~ :1:a um público estrangeiro pu- culturas. duas concepções de desse tirar destas lnte; pretações vida, doia complexos ecológicos. eõ suas asperezas e -0 rigor com Naturil.Jmente. não se prec·isaria que o brasileiro costuma exarnl- dizer ao sr. G1lberl<) Freyre que, nar as suas coisai., quando não se a expressão ''dois continen– descamba para os des1empêros fes". por sua ampl;itud'.' , pode fulcos do e o n d e de Afonso compreender um feixe )usto _de Ceh<>. slgnificados, todas as outras sao. E aqui flcain resumidas e de- • Jlneada.s a■ dual at'ilueles prin– cipais com que nos :temos oh-ser.. 'VadO: ou a candura satisf.eita do u ,fanismo de quem se dcslumb:-a diante da grandeza inegável com que geograficamente fomos pre– ~iad'os, oµ .o pfssim,ii.mO amar– go dos que acham C{Ue nesta pais só o homem á pequeno. O CUberl:o Frayre · procurou, visi– velmente, uma posiçã.:i d,, equi– _Jíbrio no meio dês.ses excessos. e dessa PflSição de equilíbrio pôde -ver muito mais coisas do c:;,u •· viram os otimis.tas e pe~sinúsias - ainda que a êl• se poss'l.m ,fa– :zer 03 :reparos de algumas gene– :ralio:ações n.-m sempre equilL bradas ou de uma observação às vezes pouco obje!iva porque demasiado p;rcsa ài> id.iosincra– sias do au.tor . De r9sto, dt>Sde logo o sr. Gil– berto F:reyre descobre claramen– :te. como em t()dos os seu s li– -vros, uma personalldcde vigoro– sa d emais para se sujeitar com humildade aos ar~u.mcntos Jr– :r<.'st>Ondiveis dos fatos, e é as– sim que n,;1s diz destas conferên– cias exprimirem "o ponto de vista de quem tenta sugerir uma f i– los,~fla do '"fusionlsma•• étnico e social brasileiro; e não o ponto d e vista dos historiadores ou .so– c.iólogos i,igldamente imparciais, se tais hist"rlaciores e soclólo– !1'0& realmenle existem••. É pos– áiveJIP mesmo. que não existam. com a rígida- imparcialidade com que o sr. Gilberto Freyre pre- 1>endeu. caracterizá-los: mas ao menos muito• existem que se ~•forçam por se a.proximal' " possiv-el da impa:tcialldade sem a qual não exiate ciencla h one1!– ta. e nem por menos D. Quixo– te dizia dos historiadores - CO• mo hoje podemos dizer deles e d aociólogos - que não "fos– a. m "pu lltuales. ,re.-daderns y -aio :111•da apUionadMn que "habia'n d o so~ nuemado1, cnmo ln, c.ru • 1'•<:<>n :a,on<!da falsan. E clar11 qu• o •r - (Cont. da 1." pág.) P Íra quem obse·rva os fa– tos apen.as :nas formas em q ue s e apresentam, paree~r1a que incorre-m-os em ~uivo. co, não só quando declara· mos que Pombal ajudou o jesLLit a como quando afir– m amos' que Sousa Coutinho prossegu~u nessa ajuda, de vez que não ignoramos que -o anti, go Conde d e Oeiras foi inimi– go acerbo d a ordem de Anto. nio Vieira e Francisco.cde ·Sou. sa Cou tínho veio co.mo n oss o govei:nante exatamen te no reinado da louca -religiosa. cujo ódio a-o ministro do f ilho d e d. João V éra tal que lhe seria antipático tudo_quanto lhe l embra , se a passagem de seu grande inimigo pela admi– n istração. Isso prova apenas que as l eis do desenvolvimen to m ate– rial das sociedades estão mui– to ac_ima d as m-éras quest-iun– culas de grupos. O qull' o dester!ado por D. Maria 1 queria para o Brasil, quando a inda não sonh.ava com o desterro, quando a inda ponti'ficava no governo, era, nada mais, nada menos, que o regimem semi.feudal, desejado pelo j esu,ita. Accin tece somente que esse extraordinário supervisiona• dor_ não chegou atrasado, d« séculos, como o jesuita. Aliás, ele ch.'egava, sempre, à hora ex.;ta dos terremotos e das tr1.tI1sformações. Cr iou para o Brasil um regimem, na bas,e das condições objetivas exis– te11tei;, 1: as quais -p,ocurou, al'gutamente, melhorar, desen– volver Nlngu..m mais poder ia deter esse ava ,,,l Sousa Cou– tinho .acelerou Os agricul– te, u ·c.-"'11 o chamou, e esse chama– feira de N~– (Copyri ght Wilson MARTINS E.S . I,, exclusividade para a FOLHA neste Estado) DO NORTE os preconceitos sociais, politicos reduzem-li& priincipalmen±e a o e até científicos que cQnhece- norte do país, e quase exclusi– mos. Maa, a sabedoria instinti- vamente ao nordeste, e que, por– "ª com que o português soube tanto, as respectivas c onclusê>ea resolv<i? êsses problemas na sua na.o se podem generalizar para ~olônia a..-nericana. é que surgi- lodo o Brasil, ao contrário de> quando menos, insufioc:ientes, geográfica, ambas registradas por ram todas as condições favoráveis qu:s êle mesmo ac: adi:ta , O se- pois tan!o a Espanha como a Menéndez y Pelayo, já em 1876. a uma d , mocracia social. que já gundo, dele decor~ente ó o fato Rússia oabrirão mais do que E' facil verífic.ar que essa unida- exi;;tia no Brasil, -conf;irme re- ele a literatura brasileira pare– dois climas, dois tipos de solo ilb F · • -'• G 1 de literá ria (muito maior do que giata o sr. G' eri-0 reyre, mui- cer restrm,.--ae, para o sr. , - e de vegetação, duas raças, ~ua• culturas. dtias c oncepçi>es de vl- parece á primeira vi~ta) não po- to antes de que a palavra tives- berio Frey:e, a meia dúzia de ,ta e doif complexos ecológicos. deria significar senão manifes- ae livre curso no vocabulário nomes e de obras, mais dire,a- taçâ.() superficlal de fenômenos político. A miscigenação, e tam- mente ligadas à região qµe i ão E Juotamento decorre dessa mul- mais profundos: de ',!ma unida- bém. as Bandeiras (Cassiano Ri- profundamente conhece . tiplicidade a psicologia mais rica, de, ou pe.)o menos de uma in.ti- cardo), foram preparando O ter- Além disso, não se sabe a q ue a cultura mais emaranhada e o ma semelhança. de cu!luras, que ren.:> para que uma democracia prop6tUo num C;ll!_itU½, sôbre maior ..dramatismo" que o ar, o ôlho agudo do socl6logo re- salisfatoria 'florescesse duxante -o a "'li1erutura moderna" do lira– -Gilberto Freyre, com ioda a pro. gista agora e cujo inteiro levan. Segund> Rei.nado, em cer!oa as- sil apar1>cem o Aleijadiruio • pri"dade observa nos russos e iamen1o ainda não se fez . pectos mais solidamente do que Gregório de }4a1os. dL<1.b ação tan– hispânicos. O que mais sobressá! neste li- depOI'!.._ acq_ntecorlá nas diversas to mais grave quanto se sal;t Expõe O ar. Gilb"rto Freyre vr,a do sr. G-ilber!o Freyre, mes- Repúblicas. que as coruerêncrai; foram . da.da• , ne&te livro um ponto-de-vista, o mo para os que &Slã·o acostuma- , ln para um p· úbU-o - estrângeir,•- d idé, · De uma f orma geral, ' ter- •'- ~ da unidade de cultura da Pe-' os com as suas ,as a respet- neces.11á:riamente alheio à nos.4 · ,..., j. 1 to do assunto. é a exposição ela- pre1açãQ do Brasil" corresponde ní.nsula lb.. uca, que u go novn ra e convincente que ·nos faz a uma síntese que o aut~r ilves. c.-nnologia artística . e literá:ja. no Brasil, e que, embora ape- doa problemas de miscigenação, se reali,zado de seus e.s!udos an- Pode ser, apenas, uma impro– n a• rápidamerue mencionado desde 05 que forç,osamente te- teriores: dai uma certa• insistên• prie~ade do titulo, e não deixa (pg · 4 8 J' vem .confirmar certas riam ocorrido no Reino entre eia ·em idéias que já foram mui- de ser intezessa,ite a inlei,pre• Idéias que_no plano literário já crls!ãos e judeus, até os;" para to discllilda5 entre nós, cujo de- lação que o sr. Gilberto Frey– tinham sido defe nd idas por Me- os nossos dias delicados, que 68 bate não é essencial que agora re nos oferece da obta do Alei- néndez y Pelayo, Para o grande ·t A ovidad ·po~e·m - nh ( · d s s verificll.Lam na colônia entre se rep, a· n 8 • • , 1 adt o am a que aa cau a critico espanhol. não havia uma_ encontra-•e no último capitulo t --•a serem va"lidas na- o brancos • negros, entre brancos • apon ª" s, a. , literatura cas:elhana, uma litera- _ '"A Literatura Moderna dQ • 1 5 • as) auft-•o a· 1·,,.,. e l ·ndios, entre indi<os e ne=os. aao e><c u 1 v . =• , - lura portuguesa e nenhuma das ~- Brasil" _ no qual o sr. Gilber• t d na d, B asil tal 1 Problema. q .\1 e Clent·1ficame11te ra ura mo er :) r 1 • literaturas regionais que orgu hos f· • d' · l -~·ar • n-a 0 sa- 0 d'iferente• dos que ·esli- to . Freyre tent-a um panorama vez º~"" 1spensave ace,.... nem sempre muito jus,ificados ~ · 1 • veram à base do "melting pot•• d& nossa evolução literar a nos que não se zestr!nge ao grupo de de territórios caiacteristicos pre- lormadpr dos povo■ da Peninsu- últimos 25 a.nos. de um pontQ- autores e obras menaionaàós pe- tendiam e ainda pretendem criar: la; mas que. trazendo desta vez de-vista sociológico. Dois de.lei- 10 sr. Gill>er-to Freyre, e que an. havia uma "'Ute?a!ura peninsu.- consigo denunciadores aspectos los capitais encerra, a meu ver, tes seria melhor subordinar ês– lar". correspondente à unidade de diferenciação física. criaram ésse pequeno estudo.. ses a,;,tores e obra.s à -renovação , ·- ---- - ---- ----~--=---.- -- ----·------- de terl·as "da desia-ualdade introduzida em nossas letras e ar- ESQUEMA DA EVQLUÇA-Q DA SOCIE " tes pelo ·Movimento Mod'<!:rnista · • • com g ue nesse Estado se cos- de 1922 . DADE PARAENSE tumam dar terras d,e ses.ma . o sr . Gilberto Freyre não dei- ' r i as ficando os mais pobr.es xa de valorizar devidamente o feiras sangr.entas da Cabana- impedir a fundação do la tifun- sem' elas -para os_ poderosos Moderi:tismo : acre~ita. m.esmt,, gein. dio im,p rod utivo. Ora, a ver. largarem muitas Jeguas, e es- q,;e foi_ um dos dois mov1men, O nYfnistro de d. José 1 era dade é q.ue antes do famoso tas nos melhores sittos, im.ij_OS- :to.s m~•• importa~tes d.as letra• estadista detentor e revelador S ebastião José d e Carvalho e sibilitando-se aos de menos . e da vida do Bra.'!11· o out~o ,;_eu– d_e t~o just.\.s, a,certadas, pers- de d. J osé I já havia. não so- - te' pa d.a - do que discordo 11ue1ra– pect1vas, que a gente se sente men te a preocupação de im- p os?es, p~r nao ª:/> re!ll, 1 ,- ~ente - o movimento ro9iona– f · d · 1 ra 11' eul~lv~r a,~ de ma-1s on- Usta que se ve~ificou no Nor- ascina o a JU gar que ele já pedir a criação do latifundio ge, que so sa.o as que se~ham deste poz volta de 1925 . Não, ve– pensa.va em o nosso desenvol_ improdutivo, mas d,e criar a. d 1 tas d a vi vimento para ale"m dos m ·a•.·- evo u , o que se ~v1 e . • pequena propriedade junto tar não se concedendo mais cos f eudais. O historiador Ar. aos cenl ros de mais consumo. tei·ras a cada morador que as tu'l" Cesar Fer.reira Reis ch:ega Em l '105 os o{icia is da Cã- de gui necessitar pa:a suas a afirmar que na legislação da mar~ em ca·rta ao Rei sequei- lavouras, e as .co:nced1das co1n épO!Oa houve a preocupação de xav;un contra a d istribuição excesso refcrma:ndo-, e a data ------ ---------- - · delas". POETAS NOVOS DO CEARA E' claro qu-e, antes ou de- ...,.,..,,.,..,.~~.,.,-.,..;..,,..,...,.,#4'.,.~~,,.,.. pois de Poml5al. ~ tecomen-. Poema Para AMinhaNoiva Vai êste poema para a minha noiva como se pu próprio losse visitá-la . tste m~u poema escrito às horas mortas, ir luz já quase morta duma vela triste, vai pró minha noiva . t meu coração ferido pela ausencía que vai ser beijado pela minha n•oiva.. É minhalma que vai desleita nestes ./ersr,1 para ser beijada pela minha noiva ! _ Vai êste poema para a minha noiva., para a minha noiva que está bem disfantel Este meu poema, mudõ para os outros porque foi escrito para a minha noiva, correrá caminhos, mares, sóis, crepúsculo1, sempre viajando como um clandestino porque foi escrito para a minha noiva. Vai êste poema para a minha noiva • • I, r-_,. ..... _ -..,.. ~ , ..,_,,,.. __ .... -- dações a esse · resp_eito, como as ·relativas à l iberdade do iri.– dio. ficavam mortas e sepu~– ladas nos alvarás, ca1;tas r,1. gias- e decisões. Mas se tal o· çorr ia relativament-e ao abo– t igena e .à sua. liberdade, para a (jual j'á estavam cri adas as condições. que não dizer com respeito à divisão da proprie– dade que era med ida anti– teudal? E' verdade que 1>sse modelo d e obstinação que foi o m:.nis. tro d o vigesimo quinto rei portugc.és procm-ou lil:>e.:ta, o gentio. nã-0 · só do colono, qut– o escrav:zava, como do n11~. J>ion"ário (:{ue o cateqiüzav:1 e o t,ubmeti2. ao ragtmern rle ' 'dis<:iphna absolutl\ '' das m.:':– sões, pua usar express-ão dl) c itado historiador Artur lie:ls , sujeitando. po.rtanto, o índ:.::> a caracttrt istico regimen1 s e.'li;__ feudal. · Mas· nã·o ign9,ramos q-,1.e. com issó, o grande Se:\)a,;;ião J o ·.é não vi~av(l, senão ! j.ti: i.~,r o. seu ct. nsp:c.uo desafeto - o j?,,uita - o mesmo qne, rle– ;,o!.s. por nm sarcasmo do d,:s- 1 :nn h~t,i111 ""1,>- ""4 ...1...- -- ...--. .,,. jo influência nenhuma, nem .n~ vida nem na lUé:ratura brasilei– ra. elo movimento nordeslinn; tôda .a moder.na literatura do B1asil existe debabe--i dl) si9llú do Mo<lernismo, inciusive a d\l• queles autores' que direta ou ln– diretamente fizeram o •moder– nism,1• do No.rdes1e . Faltá a êsle capítu1o de •tn– terpri.tac;ão do Brasil• em p,1- meiro lugar u m a Ori.entaçjic> mais firme. que evit-11sse a !n– •1>gurança com que o sr. Gtl– ber.t.:, Fr~yre se atira d e:, Aleija– dinho para -o sr. Jos~ Lins d<> R!,'go, dêa!e para Gregório de Matos. dai novamente para (t$ , . . . ,.. romancistas contemporane!ls a para o tean-o de rc,vista, para fi– nal!Jlente falar do modernismo - que. segundo entendo, seria o p:>rfto de partida c\,l>ssa h istóld'3 toda . E em segundo lugar. fal– ta-lhe, como disse. uma ,cléla mais satlsfat6ria de conj unto a oespeitp_ da orioniação, das 1~:n– deni::ias e dos resultados de nossa !itera.lura, depois C') ~922. Pai no _parec~r. rn~smo à~ pont'.l•de– vista sqclolôgico. muito inc0=.– }'.'leto o pano:i:ama de nossa li!"– -rntura moderna, traçado pelo sr. Gilberto Freyre. Essas e ou1,as p~voc;icõeg ,.,, debate conf'.rmam em "lnterP,re– taqã<> do B,riu,il" un;t livro d& 9,:ande vltaUdade, que. flc;ará .,.., n o ·s s a lileratu.,:11 como ó cr.,,. ;n_nugura uma ppsic;ão ti.e eo,:u\11- b-rio entre as séries ottmittas a que aluclln ne Inicio . O desf,-<> do s.-. GUberto Fio1·re tem sí<'o n dl' escreve11 alqµmas obras fun. dameutals e ittdKl'>'P.n1'-Ãv-41f,t• o.n-

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