Folha do Norte: Suplemento, Arte, Literatura - 1947

' L , • • ,, - • 2.ª Página .-FOLHA DO NORTE Domingo, 7 de Seiembro de 1947 Um Pré-Modernista DIRETOB PAULO MARANHÃO destino de todos os precursores: ultra:paooa<io ps.Jos que ' ganha– ram. consciêtlcla técnica das ino– v;içóes praticadas, peÍos que sis– tematlzairam a revolução, foi de mna certa tonna esquecido e até oihado c01n a descon:fi:ança que i>rov.oca.m os que carregam con– sigo sinais mutto v.isiveis de uma época. O precursor, é aquele que ~ali2.a todos ou alglllls pontos ! de uma revolução como M. Jour– ' daio fazia prosa: ~ln o saber . :Ora, o revolucionàr10 ignora pro– ' posi<talmente (embora muitas ve– z .e s su)>conscientemente}, ês.ses modestós p-reparadorts de seu c{l- 1nlnho: para que nao seia me– nor a ~úa glória revolllcionà- Wilson MARTINS (Copyright .l!:.S.1. com exclusiv1dade pai·a a FOLHA DO NORTE, neste Estado) r . t. Ji-----A R---TE 1. SUPLEMENTO ·- . 1 LITE~ATURA] • ,. • \rAI SE ESCRE:',TENDO, AO ACA.so• •• Adelino Mag.~lhi'í ?S ~ - ()BIENTAÇÃO ,-- ~n'llioria uos tr<1~s e a:nrudes 11- nica: torm.a1, C1eca1 sensi•telmen– terârias " pessoais .de seu te,n- te depois de 1922; dir-se-ia que po. E as.shn ê.sse precursor do a sua capacidade de rov~l=:o– Moderl).iemó foi, na ma1-or parte nário das letras se esgotou lego de ~úa obra. ~ simbolista; como que a revolução adquiriu cons– foi u-m cronista esse grande con- cientemente êsse carater. O sr. tist:i,. ~ um declama~o.r ê s $-e A-delino Magalhães, que e.oro grande e~teta. !!:$~a ,nalor p_ãrte "Ce:sc,~ e lm_pres.sõ~" (19l6J. 'Vi– fOi justamente a que· deLxou de sões. Cenas e Perfíf' 1,19t3J e ter réssonãncias ttm nosso tem• "Tumulto da viçia'' (1920), se co– po - foi a que sepultou ,i_u,.~e loea,ra "adlante" de 1922, c·om os ,-0111.pletamente os avanços ,i.ue . seus âemals livros (1922 a 1939! com relaçao à sua época dis- colocou-se "atrás" de· 1922. É um t1ngu itam o- sr . .i.<iel:no Mag.i- autor cuja obra ellvelhece na ra– lhaes. zão inve rsa, num dos mais cu– ' • ,J DJ; . IHAROl.DO MARANHÃO - ~ .... _., ----- ----- ---- COLABORADORES: - AJvaro Ltns, Alme1<1a f'lscnet. ria... ~ • Aurelio Buarque C1e Bollanaa, ·sened.ito Nunes., Bruno de 'Menezes. CaJ:los Onmun<>IUI <1e Andrade Cécll Melr~. Cléc Bernar<\!>. Cyro dof> An:los, Carlos E.dUl!l'<1.o, B'. Paulo Men, i es Haroldo M.irannão, João Condé. Marques Rebelo, Ma.. •!lu~ B.andetra, Max Mártln.s. MurlJG Mendes. Otto Maria Carneaux. Paulo .i?JWo- Abreu. R. dE> Sousa Moura, Roger Bastlde. Ruy Gullherme Barata; Serglo Mllllet e Wllson Martins. Po-r ,Jutro JadO, sintultanea– roeilte com i:, ~eu "pénchement" para 'l futuro. o sr . Ade_Hno ~'! ga.Jhacs co1no se necessitasse de uma base sólida. para o ilnpul• so, a1n«rrou-sie por comp!e.o à UM DEP_OIMENTO Ora, o problema ,na1s !mpor- r1osos casos da literatura uni– tante situa-se, a :n.:,u ve?', ein versa-1. Com e1ceção da inte!'CS· aesc.obrir a·té que ponto o sr . sa.nte coletânea de "pensées oe– Adelino Magalhães tesponc,e às ta,chées" que é "Os M·arcos da atuais · exigênc,ai.- lí;.:,tl'lrlas Emoção" (1933), e que por sua porque é ês.se, .n-1e,ie:1C!ente do nafu:reza o b tê m · classificação valor hi5tôr1co, o índice de -per• particular no conjunto .das p ro– petuida.de de qua1quer escritor. duçóes çlo autor, toda a sua obra (Conclusão da úÍt. pág,) .PIRANDELLO N-UMA à sua época não é c,bedecer às itl- Hã os que foram homen.s de nâo vale. ciuaruio a enoaramos junçpes da moda. S01nos sempre seu ten1po e 1nor reram com êle: pelos aspectos da qualidade e da de nossa época quando temos em são os de exp:re.,s1~ rr,ais poli- \!XllPortãncla literária. aqueles tzês nós uma parcela qualquer de t ica que literária (.'la republica primeiros livros. Dá!. nat·,~aJ.· personalida.ds ·. e nunca p_assamos das letras ex.i•~tem ta..nliem os n 1 enie. 0 progre..s!vo isolame.-ito 1\NF ·ORA GRE . de simplez unitadores quando políticós). Há. ao, .:,ontr:\rio, os a que se viu reduzido ês;,e au- G A nao a terr,os, por muito que nos que, além das fortes raizes com tor, a ponto de ser um tl <>lne m~stremos áléntos às ".!ovldades. que se prenderam a u~ épo_ca por assim dizer descon.hecido na · A soguiida. observaçao vem a e até a u·1na cidade, como no moderna geração. ·:entret-attt<>< COBRADO SOFIA proposiio da.s ·· inf_luêx!Cias. Se- cal\O cie Joyce. - projetax.am para essa geração dê.ve -1he muito gundo Lêdo l-vo, Mar ia de An- o futuro e pa-ra ·-0 mundo as suas mais do que ela mesma pode su- (Copyright IP~, com exçl usividade neste d rade influen<:iou a jovem ge • desoobertás no cam:po de conhe- por, · E sta do, para a ração. pr inci_Palmf:n te. pelo . seu cimento do ho,me1n. ~or.a. que a.s suas "0o,a$ "pior". Nada mau Jllflo, p ol.ll O sr . A<lelino Magalhães per• Coinpleta·3J" (Lr,r-aria Editora 2.é– cóm efeí-fo O qUe alguns jo.vens tence simultaneamente às duas ,io Valverde _ s,o. l94p . 2 fozana bu~ar em Márló de An- categorias . Se. d:e fa:to, o grosso voltimes) foram, pubhc·adas. i<'-'b– · FOLHA DO NORTE) Se Pirandell-0 aind,a vives:se• teria hoje 79 a.nos. U1!1a. íd:a. de respeita.yel que nao sur– p;-eender'ia dados os prece– de<ntes de Iongevidad~ de seus . S '"d " :progehit-Or.es. . ~.u t>M · on Slefa·fio viveu 8·9 anos; sua mãe chegou à casa dos oiten– ta: e as úlHmas p-a,la.v.ras d-0 ei>~t·itoi- pronunciadas ell!, seu ~eit-o de morte foram: Que pena!" A v~da a,paixonav'<\;o. ape.sa r dos numerosos exem– plos de pessimismo que se no. tia,m em S'\la obi'-a, ~ma,rgur,a devido ao futo de nª-0 pod:er erguer e,,empre· carlticps fe1i– Z%. '.J"alvez esse br~do. -reve- 1-asse !I a-n~ia. de recO!f<J.UJs~r o oue perd,e,c,a_ t-Od;;is as n.ov1da– des as des.cobertas do mundo nov'o. As parti-cularidades _des. sa éi;>o-ca alraiam-ne mais e ma.is, .>à medida q-ue env.e1he– cia. Suas atenções v·oltadas . ~, • . •1• para a Ame·r1ca. provam o 1n- féi-êssé que tinha po-r u~n con– 'tinen:te jo'Vem quanto o fo-ra a . Hélade Ao transoortar as cinzas de !»irandello, de .avião. _para a Si– cília seu filho Stefano acre– d itou interpretar as ~uas idé- !as. DP. palermo. a urna · em que- estão con tida~. foi trans– p orta-da par.a Agr1geiato. Pira.ri,d·ello nasceu em · uma casa d-e campo a quatro qui– lom·eh·os de A~igento. na J)!."-0- .pri-edade da familia chamada "O cà-os". Sua mãe refugiara– se no campo poroue na cid!!-– de grassava o cólera. Luiz veio ao mundo prematuram.P.n– te devi.do -ao susto que ela !o– inou. ao ~. o mairid,) cheg~1. r em ca;sa a tacado pelo mal: conta~ieí:a-se. assisti13do os en– fe·nnos. Deu. a· luz $0, sem au. xHio de ~r,teira. naqu.êla _ca– sà 'no lopo de· u.ma col,1na, d iante çlo ma,r. Outroi:a n~que– les" luitar-és .se er.guia,,--Agr1.can– te, a ci<láde gre.ga . Os te-mpI-os que fícar.im de pé ~tes-tam l.).ma C}Vilizaç~o adia~t~dissi– m.i .e mes1no na proprJed'<!.de que se encontram recolhid~s drade é o que de m·enos sólido oe sua obra pO<l"e-se con.side... ar : nete-se vol unta"r-iamente O ~r. n-as sa,las do museu g,tego. Na havia eni sua admirável persa- definitivamente estranho aas Adelino Magalhãe<~ ao julgamen– casa da fam ília algumas pe- nalidade: a posição crítica, t an- modernos pàdróes llt.eràrios, é'>D• to ·dos que conhecem os limites f ervadas como to das idéia.s -poHticas como das servando, p'ortanto, uma signifí- e as po;sibiJ. idade& àas técnicas ças . ora,l)J. cons · · ·id'ias ~•1·,•1·,caa. D'a 1,·r~a.o """· ssoal e -o P.Uram·ente h 1 ~~o·r ·1ca ex u. - d • O ·to nre- " - ~ ., ,-- aça . ' • · ,.,. · • que_ êle ernpr<1 6 r u ao m. e s -m ,o· recor açao. eseri tr a,.. de ·ho.nestidade na criação. que te uma QUt;ra pàrte, a menor inas t-ernpo que sabe,n o que em s.ia clava partkulat>we-n ,a uma levou Matio de Andrade a exagê- .a melho.r. que se mantém mooer- obra não r eaponde às exigen :.as beÜ,ss,1 :r.na ânfO'r-a ~o quinto sé- roa perigOs 0 os, mas 1ambém a so- na e que, no plano da ter.nic~ que hoje fopr.u,amos à Ji-teta– culo ant.es de Cr-i-stQ, na qual luções totalmente novas. tirM!'m l!terâriã. co.rres,po.nde à: ·c ,ntri- Utra. o autor de "Inquietude" está con,fi,gurad-0 o mito de os j.ovens os sestros polêmicos buiçâo d'o sr. Adeli.Jlo 1v1,1g:;.Jhães vem reda,m-ar O lugar q '1·e me· Orestes. D.e um lado vj-se a . somente. E o próprio '!lestre sen- para a renova ção do ficcionismo recLêl.amente lhe cabe nas letras cena d-o ericori,tro do Jovem ti.~ tão bem êsse ?esvio_dos dls- entre n 6 s", .. . brasileiras; mas ao m.-,,rno tem- o . . .. - Eletra c1pulos ·que ao fim da "'ida se _O ..a·Ut?r de Casos e .l.11,;,res- po deve res:igna.r -·.se a ver c-o,n - restes com sua. irma . apa-vo.rava com a anarqu\;i e a ~oes ~01 uma esp.éc ~e..de,..moder- . siderada' como puram~YJte ht~tó Do outro. Ores.tes q.~e ergu_e ign<>râncla e rigidas em normas -nicta av_an,t la lettie • -:0• 1 n a l - rica e transitória um.i grance o pun.l;lal con,tr-a •a i:a-1nl;la_CI·t. e stét icas . Foi e.ntão energica- ~un:ia~ ~!~gular!da-d'es.• .P o: 0 é_ ~ porção de sua ob-ra. tenes sua mãe. Figpras da tra- mente cont ra o d&scala:bro e sua~- 1de1as de reallzac:i_0 ?.- 1 i. o sr. Adelino - 11,J-agallláes a·o g-é.dia de Sófoclie-s que Pir-a,n- prinélploµ a ';,x:lgir d isciJ?lilia ,'! ti ca hão nas.cere-m :1° de:;~!º de_ realizar pqr incstin to à sita tare– del!-0 não só tr.~zia no .s angu-e, estudo. Sua Lira ~auhstàna . acompanh ar. inovaçoc:s est, •·nha_$ fa riivoluclonãria. e•capou quase mas _gostava de tê-las junt.o de que não chegou ª ver eaua~'a, J_á (po,rque. ã epoca ~m que c~o,- Ilesa dos exce-s·sos técnicos que ; S . . _. . _1 con- fo~ um e;cemplo de depu, açao t>· rera-m. ~s 11;ov-açoes . -"~F~?e1as !!zei:arn do" 1:n,11sse_s de J,o,·fe·. s~- s1. , em-. qu~ JamalS no O •. • gorosa, ' de l!mpe;l,a . e stllistlca. aln.?-a n.aQ. _t~n.1-lam s1,.1r.,i'1o). e g.uhdo a expressao de VtrgJnta fesi;asse, P1rand-elil;o sen,t1~..s:e uma "brecada" violenta na re1ó- muitas de1a-.,., alé'm de mode:n1s- wo 0 1f. unia •·'memorâvel. catás- 0 último expoente dos trag~- r ica gostosa, pó:rêm .a;rtificlal. de ta~. t<iram tambéi;n mpdernas.. º tl"ofe". comq foratn out,·as. ta;n– cos gregos. o seu mais dedica- suas produções anteriores . Infe- que na:o aconteceu com_ 9 : 0 tah: tas- catástro(es. em maior ou me– d-o renovador. Desejava ren-0- llzmente a Influência . f<_>i a do dade do que, se produzut ·'º ,1 11 nor gráu. as obràs dos lnfluen– var o mito g rego v il;a ndo es- '.'pior". A do _melhor v ira com O fluxo da t.ecu nd <! !~V<?!~\/~'? !:!~~ clados domirta.ntemente pe1o es– clarooer no íntimo do ·homem t empo . E ser á .grande . , •arla de 1922. critor dubllnense. ·os seu~ me- d . Vamos acompan1ia:r com inte- Mas. o que há de ,n t~re~:l.n- lih.ores contos. os daquela pri- u:ma verda, e angustiosa. cr1:1- rês$0 a .série de depoimentos que te "" caso do sr. Adellnó Ma- méi.r:i fa$·e. poss'(il de inovaçã·o cial corno nos é dada pela Vl- ''Jóaqu im" promete publicar . E•- ga-lhães ê que a quali.1a ie . lote- \êonica a.penas O neces$ário e &\1- d.a -mode 'r.na. Os gregos er.am- 'perando qUe sejam tão r icos l!e rári~ de ~eus livros . .no.1-\,!amE"n- ficle,q-i-e par_;l ma.rca.r-l-hes u,m;i lhe mais famUiar-es do que ;,U,ias quanto êsse de L êdo Ivo. t:? sob o ponto-d.e-vista <1a téc- .i-rldi-viduaJtcl"a<le distinta do que Shakespeare. Arrebactav.am 0 no. _____ ___ ..;•:______ _ _______ _______ se. vinha faze-ndo .afé então, sem faziam-no penetrar no clima dentro d~le. não o abandona. si•nYples caixa de pinho p in. cair no Puro vlrtuo~tsmo qve · - d' · · b t -> · d " A · fo viela. por- exemplo·. g·l'andes tre- d.as nal'Xoes com um ime 1a- va1n 1nais. conhnuavain · ~- .a-ua e .-resc-o, s cinzas • ,, - , ehos. de "?v!acunaima". lnfeliz- tismo que S h a. k e s p e ar e tendo à sua po·rta. es,p,•ri~os ram encerraq.as numa peque- 'n\ent·e. porém. os mesmos motl- não 1 h e p 'ér mi ti a. Um inql!ietos a pedir-lhe que os ·na· ui:na de zinco. i-gual a to- ,1-Qs resp.olJ,~áYei~ por êsse even– dia em sua casa d,e Rorn11. em ouvisse. Assil)1 nasceram "O, das as outras. oncl~ perm~ne - ,tual .,ctuilíbrJ.o concorreram pa– via N-omentana. indicando. a .!'~is pe,rsona_gens" u-ma ob:r :1 ce'ram até agora. M-as d~ s.de, _o ra irno"(lir quP o sr, Arl-<>li,~o ânfora gr-ega.. disse à a triz imaginada duraPte anos e es- primei-ro momen to os filhos e M!lg~Jtiiies com!]>let.asse atê às úJ– Ma1'ta Abba : "l\:lJnhas cinzás crita em um mês netos haviam tido a ideia de timl); c!Jrnrequências o monu- aoa.bàrão lá dentro" . QU,er-:-a O de.sej·o que manifestou de conservá-las na ·ânfora oue ment:o litetárlo _cuj as b.a5-es po- . V l"· · 1 d · dh ornºv" sua º·ºla de •rabalho. demos identifi<•ar nos seus tl'ê, d izer: o wrao ao ugar -e . ter suas c1,nzas conserYa ,.s ~ = v :,rim~. rOs v >1taue,. p 1 : t<>r ~i(lo onde viera,m. porque jamais dent ro de u1na ânfora grega Seu fi<lho Stefano re<:ebeu es- êsse ;,separador d e ! -ft.od <?r, 1 js,:rio esquecera o lugar de na.;ci. foi referido. também. pela se- t a ânfora j untamen te coin os ultra ,pass-ado l'Pl 3 c-o_1·!·i,:,te que menta na ziona meridi-o.nal da rrhora Donata Rinenti. Mas em pa•peis os apontamentos e as a partir de 1922 renovou comple– ilha. a terrra grega da Sici l ;a. dezembro de 19~6. quando se outras· Jembra. nc.as do pai. t&tnente a ,,c~~atur3 Jw.,ii'<·ira : Anuela terra perm_ itira-Ih_e abriu o seu testamento.· vil!• Agora . depois de dez ano~ a corn o me,~10-r apr,,-•eir;un<'ntc " d' _... f urna. de z inco foi ~•~rtà para d<'s !unda,men•os r<:'m-f,,fl~:1$ cr•~ c oi:n pree-nder atingir ><IS or1- se que p·e 1 a so-m-e..,e osse " ~ caracterizam ~e'l:r .~ d>< an~»li- g ·e.ns d-e enigmas que alhures seu corpo incinerado e qµe cn:1e · ~ - cinzas p1Jde-ssem s ,er d" d . - 1 .,_ • ,. . • d b d ·t ,d • f a;; e re 9 ,~aç,ro t.,::ptca. C:'•'? se não se teriam apresentado. Na, desejava funerais e po re. ,e,posi a as n -a an ora grel!a veio depurand'o dep 0 js •d ,, s p ' rue- qu~1a terra a tenden.cia para o Tev.e de fato um enterro de e transportadas a seguir para tas com qu:e as "invc,:-11lttl•.'.Jd-~ su,ti-1 é uiria cã:ra.cfieristica do.s pobre e não pudera-itt a.com. Agd~i:,nto. aurive1'des" saudaratn o _a,pa_re;cJ– hab:itantes onde. cada homem pan•har o feretro ne·m os pa. Por enquanto a ânfora fica - mento d'1s ~YJtes m1l ;»·.e.' !l.tl' ~~ia– v.ive enrcerrado de:rttro de uma rentes ne,m os am1gos. Um -rá -numa sal-a do mu.s•i<u ,grego dãs liberd-a'des. ilha própria. os afeto.s P as carro _puxaqo por um ca_valo à esoera de que a 1\IIu.n-icipa- Nffio se-i . aual a :.titude f.,) sr· V 'd d. d · rt Adelino Mag-alhães 1;er.•11te a afirmações Qe a·mizade não conduziu seus restos pa.'ra e- 11 'ª e n1<l)'I -e canse ~r a casa Semana de A-rte M-irte:·na ,e s1<a·, menos que me tenha pa,s-3'ado des. pel'cebi<ia. nenhll.\'lla (:lar-a to– mada de posíçãp diante d.ti reju– venescim,ento que. êle antecl!)a• ra de alguns a,nos: mas ex,stem os te&femullhos in4 l-:etos, o,o ' ti– po dêste, já nas pr.'meii:iis tll'lhíl4 de "O~ M.a.rcos da E,noção" : "A propósito: e freqHe1ite. nas revoluções, os 111.tls 2r– dorosos serem l\âo r)s p1ecur– sores, mas sim os própri::is fi– lhos do movime.rrw; º"' e..ui is· nem nele pensavam - Filh<>s e consanguíneos da agita! ç.ão .•. " ("Ob . Com,p1.~, ll, pgs. 225/ 226). J!: justamente o c-.,5<.1 a:) n,.>!;$0 Modernisn10 e tatnbem e oo sr. Adelino Mag-alhães. com rel:;!,'âG a éle. No ésjrép. to 'le tlln e re– volução e-m niaI'cha l!mllr:3gi;._da, com 'as desc"óbertas de ~, ,nes~ rna que d ia•riaimen .e J ~:~H1-- liãO houve lug.,r pàra a .e)C!)e1·i'õ:,('ia Já consoli<iad,a de quem já a rea. Liza,ra em grande ->3 r;•e é' si-z.i– oho. E aqui aparece ·11-a~s .1 :,1 n,ot"i– vo do silêncio e rio (lesz:l•IIH?•ci– menito que foi o r,remià Jo si-, Adelino Magalhães : o ·;:,.rf,cl1rsor é seT11Pre um >fid-1vld•.tl\l'i~-ta e um solitário. ·enqu~n•') a!'- revo– luções só se podem fazer coleti– vamente e por eq•.11i,es. ;;,;; ) !'o!:, re-gtmes de trabalho a1it ~~f,rj cos e contradttórios: e ::0,110 v sr . Adelino .Magal hães não p(":e-ria. forçosamente . ser o ôhefe do mo– vl.mento, porque .0.5 r.he !es; só nia!s tarde ;i,pare-:ee:n. nilo en– controu um lugar 1:inra ~! tnlre o~ do grupo _q4e· bat.i!J1,i;3, E foi p0sto à ma.rgem. Hoje, que essas agit1.çõcs j~ sedímentaram os seUE resultados e jâ stlenc.iáram os ~eus exc~s– sos. é possi'{!)l .reconhecer ~o•n faclli<;lad-e relativa a evoh•<:.ií.O que fez do sr. Ad·el'no J\1~~a- 1'hães, a partir de 1922. u-m "lni– mtgo" do Modem.is-mo. t. pos~í– vel identificar o proi::ess-o. psico– lógico que o ~ez abarido11-l!r o~ arrôi-os de ante-1922. volt•n i o., numa es pécie de re&SPnH,me-ntc, ll.i!!Tá~i•o. ãs fórmulas oue msjS dep·ressa morreta,m no Sin1a-.qJ s ·~ mo: as crônicas mais ou merios esfiapadas. sem gra.nde u,ni-dade lnterl<:>ç com as e1<cl21n~ç·es: ..Evoé !"' e "~leluia !'', rP-net~das de três em .trê.s- linhas. Enq.u 0 n– to as ãguas reyot1as do M1-«ér– rttsmo lentamente só éãPãHTã– va.ro para a .fecundação <!<> um vaslo territúrio da literat\ rra brasileira. o sr. Adellno l''~" a– lhã"es Insensivelmente se af30Ta• va para triis das na$cente~ qu,e ê 1 e aJudara ~dire!an1ente . a prospectar. Jt élato que essa ~egunda fa$$ compreende prO<luções d p qu11- li<lade notavelm<?rite \nferío~ às d::t p1,im~lra e al:!sohttámei,-t.- PS• t ranhas às eicl'1~hcía•;,. atua ·s . O que nos interessa hoj_e nq !,"'. AdP)t,ió Magalhães é ó a\te élé assjnou .no pt'ê-m~ernlsmo . e ~o seu ca,rnPO próp,;o que é " de "fi""i,onismo. "0$ 1!,.farcos da F,,no– cão-·. por fil\ar-se a um gê~e– ro pouco praticado pelo ai.:tor, em nana in.flue o•.:; ln1ices de.te 1\11..,.amento. · Quen1 diz "pre-Modernt~1"1>'' ~– tua bem o sr. AdeEno r-:1-~ea– lhãe..s em re\1 pa..!'Pel hic:.t,írir-o e literário, Nâo créio ct ít' cam~n– té jústos o; exa,têros oue ·'o ro– lo.caram. u1n t-emipo. ent•e _ce''t09 grandes vultos d-a HtP!ra.tnra '.'"·1,– versal . Pa•a isso f3lta-11, ... •11n– tan1-ent.e com maior f'E!tv_u ..,~ n'""a técnica. ou 1,<-ia, com um~ tfc– nl.ea consc;ente. o ter rea11~~ 1 0 urria 0-bra de interêss-e L•n lver.– sal . Não a esc:i-eveu, ao que :r:n.e p;;:i:_ece. .n1as de torlolÍ os escri– 'tores do 'PJ'é-r.noderul<m-o b~-am– leit'o é o mais <'a1racte•l~•tco. o ·mnís vivo; o mais fecundo-. Coloca<i•o, 3" sr'm C'OP1õ •·m·a "' dos Pirandelr-o. os camwneses dss-cobrii'à.m obj ebos antigoi; sti:rgidos durante o trabalho - vaso"s,. ânforas. Ia,QJJ?ad-as - che-gam para desilazer a i.o. rano, e ain,da · an-t.es de alc,111- natal do e~ritor on<le se es- conseQuP.ncl;,s e é ~in~n!ar çn,e li<lã-p. Ele querH1 através Ja çar uina curva da estr.ada, ueram recolher os dra1nas, os n~-o e~lsta ein !'.eps livros .• n<"m ·a.rté recon.ciliar oS homens v i u-se. o cavalo pôr-se de ga. roman-ce.s os tlocu 1 me11t-0s. os n·eS!'e !nter,e..-sante ·•!)s !ITf1re9s oom a ,vida, HbeJ,ta.n-do-os de lope. Algurnas pess·oas intimas c?ribecJlhOJô'.. ·h1d 1 0 quan to se d.a Emoção"_ que o t.le \' _•ria ecn– um peso. Escreveu mes·mo ha,~rialT'-se reunido no cerni- editou e con tinua s-e.ruio edi- rêr qu2~·,i ne.ce ·,,âri:i•"lÇf'!é - o NU~ os .persona.a-ens de sua t~I rio. o~ resto« · rno~tais ha- ta;!l-o na Ifulia e no e;icterior test,emunhQ, de su:i r~~~a'o per~,n- ~ "' .,,_ p· ., 11 te ·o moviime'ntb. 'i,ã-o e;.is,f~. a fàntasia uma vez formai:!c-s viam sido eolocados numa se..,,:e· 1ran9e o. >- pnnke entre tl<:>is perlodo• li-t 4 - rários e~r-e "ífic.os , o sr, J' d 0 li~ no ·Ma.raJ,t,~~ não p-oc!erla <>s– ca:par afl !lestl"no c_!.a duh!edade. na ~num,bra de õ.uas lp1es - urr.a de.r.rra•;•iadament~ longe, "u– tra irn::u f.icjente?.l;le"'!e porto . T;er crescGber.tÓ a tetnpo a direç~I' íla luz que se• apr.o-xJ-roav;i t>. " •"'1 p.f;,i1de mé•lt-o -:: ain,da q,le <'- t~– r.ha volun.târiamente a·b:sn.~o ~.-– <!o ·de'pols. ao sen,tir que não -i;ó– r•a r ec.onhec!do.. • _..,... ____ ---- (Concl usã.o da 1.ª pág.) ·n-0 IDélir u.m pMU!-0 colh-e de !;ct!: daquela estiêla, .ilgo de. névo.a; o g¾ d-e •pra ta · :cJ.e um co:r:a-ção. L ai·ga, a b antlona ao .móbil azul < da somlbta ma,is r:ara. L a1-.ga, aban<lona i calma dos gongos. 'à fot .ç'a dos gongos.. D .i vi<le. com a$ :chamas, -teu espinho •el~ge; • var~ que Deus ch~gue perto, .pata gil.e .Deus testemunl;ie. • • ~ - N~o, não .dir~i a's dez peças musi– cais qi.ie mé acom,paruha,riam- à il!ha desér· ta, :i;n-e.u prezad..o J >Çt_~é ton<lé, Den~to em • < • , ,: ...... pou,co se pevg.unté\i-a tarn.d>êm ,qua-1s os dez q,uad:r-os, q .ue .o escritor leia:r-ia - ou. as :dez Fepr-O-d'l1ções a côves. Go-mo ;iá s{i lhe 1,>e<'gu,ntou qua-i~ os de;i; livres. Não. sé a .•illl,a des.erla d,eixaria de ser -d~erta, 011 -- A VIDA NO PAPEL mesmo de ser ilha, pelo acúmulo de <iis– c~s, tela..s, o-bras i-Jnpressas (e dez a-rtimais <l-0.méstjcos ou o utr<>S., dez peças de ro:µpa, ' '.dez panelas para dez r~eita-s d~ co2:inha, dez . . . muJrheres, dez ;mil vezes dez escri– to:.-es brigados _entre si e fazendo barulho), como tam,bém me faléc-e inteiramente o gôsto <le br.incar--de-enten<ler-de-música, de pintura, de Iiterattira, <l;e futebol, de _p,ól ít1ca in~rn:.acionàl ,. de éol.eé "ão de sê– los;, de huma,nismo, d e existencialismo e do m.ais q.u-e constitui o u p assia c001stj– tuir p ropriedade partic1,1Iar de oa:da um de :ri.ossos queri<los colegas e amigos. E eomo você, prez-ado Oond~, teve a- gentileza ou a itr.prwd>êneia de me .incluir, ao abr.ir o· Seu ~nquêritQ, entre os "OUJV.intés co.n:s– tan-ta;", p t efiro <l:eixa,r obscuro e contro– verso este pon to, p aira uma ey,entual bio– gl'a:fia. '.FJnalmente\ con:f.esso- lii,e que amo d-en~Is . - e d€f-endo minihia so– liâ.âo, para comp,rome,íê,-la na ilha d0S escritõres. • • 6 --- Leitura de Ren'<l-n: "A partlr a.e .. - .. .. . 1851, crel-0' que nao pregu ei uma u,n1ca mentira, sa:Ivo, naturáimente, .i:nentiras alegr-és, de .pura eut,·apelia, mentiras ofi– ciosas e de polidez, que todos os ca:suistas permitem, ou âinda as pequenas escapa– tórias literár ias, exigidas, e'.1n função de uma ver<la<le superior pelas necessida- , . . .. des -de uma frase bem eqwlibr,ada, ou i>ar a evitar o mal m.aiox:, que é apunhala•r um autor. Um poeta, poc -e:x;em,p-lo, nos envia os. seus versos. E' pre~iso dizer--Jhe que são admir,ãv-eis; pois a falta <lfsso se– r.ia o mesmo que dizer que não valem nada, e praticar u-ma injúi,ia atr-oz com u,m homem que <teve intenção de se( amá– v e l c-onos,co". Pelo qure torno sem efei,to a oarta iá escrita ao romancista W. • • 6 ~ Conselho para, salvar o seu do~ , miu,gio, d:apois do ç1janta,rado: "Não pas– seie nos morro.s onde há mi$étia''. • • . '7 - Aidlmiradoc é aquele que acha es– plêndido o ~(le nós escrevemos, mesmo . --~ com erros de rev\são, e princi:Pahnente co·m .ê 1-es. • Despeitado \1-ão é o que ªJha ruim; ~ o Q'lle não leu. Se- leu e nao gost9u, e apei:is u,µ1-a l;>esta. • • . s-- Psicologia dro literato. Ao abrir o s.u,plemento de d.omin!i(o, semp}e o receio de que os outros colaboradores tenham esorito coi,.sas melhotes. do que as suas. Satisfação ao verüicar ·que nada presta . • ~- • • • 9 - Como bate o coração vazio ? Bate como se estivesse cheio . .. Irr.agens n oturnas, que desapa~em. logo se fôrmam; e que m ·a-1 se deixara,m - dist inguir. Vem delas ull\ desejo v -eloz. muq'o e desesperado. Pr.azef e consôlo de andar. Lo-nga,men• te. A praia inteira. Pensa nos paralíticos, qu,e devem criar pa,ra si um movim-ento interior, a deambulação no tempe, nã~ sei qu-e outr.os d~rivativos. Tuas p;ernas– nuRea saberão 9 bem que te faz-ein , lE?~ vando-te para longe de ti m$smo, até 9 pont9, -em que l;Íão te r-econl~-ecyas mai~~, ou :r-econheoendo~te, não te d0qs dê tJ m-esm'Q. Quando elü~ próprias ilfto te <li– v.ert·e~, esiwre ~ ~ão;i:inho q,u~ catt~~S' ,.,. Çj ..

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