Folha do Norte: Suplemento, Arte, Literatura - 1947

C UlUTlBA, ag0$t o - O r on1an– ce br asileiro. en contra-se numa ene,i:uziUlada: entr e a chama(la geração de i930,. que, de ui.na :f.orma geral, demonstra poucas ~ossiblli.dades de renoVaJ:-se, e a novissüria geração de ro1na-n:c:is• tas, p 'o b r e em quan,tidad_e . ·e ;pauperrima em quaHdade, amea– ça sofrer um colapso esse gê– ner-0 que, de resto, jamais se distinguiu entre n·ós pc>r uma v i• 1,alidad e exagerada. 1 Domingo, 10 d e a.gosto de 194'1 • Diretor: PAULO MARANHAO • ------------~,!Ili~----···· -----~, ,, e NUM.. 38 os romancisias de qu e a ltte.ra- ' t ura b rasileira -tanto necessi.ta . Dos r om ances escritos pela 1110- vissim!j geração, nenhum s.e apre,. senta i'eàlmelÍte com o - valor qe o·b,a s,ignl.4cativa : uns se de5ta,. caro por sua intellgéncla - vir– tude q\/ a.se negativ,i na :fie.cão, por se filiar aos fun damentos 16- gtcos, p ortanto, analíticos do es• p ir!t o, e não aos sinteticos, pro– fPrlOS da imagi-naj:ão criadora; outros, por singqlaridades apre,. ciaveis, mas nenhuma pela Ulll• da.de · e f orça emocional sem a, qJJais não pode existi r !'.\ roman• ce. Nenhum deles, pois perma• n-eoet á: sã o li'itros circunsta.n,, ciais, cuja pr;incipal virtude . esta,. D a brilhante geração ··post"– moder n ista, tanto os h ômens co– mo i:>s asl>U,ntos, e ainda má-is a flti\ude espiritual que mantive• :ra:m perante a literatura e o inundo, parecem cléf!ni tivame.n– te esgotados. Sem ent rar, natu– ralmente, na apreciação particu– lar e detalhada de cada um dos iromancistas, a verdade é que <podemos con~luir, á vist11 do que p r oduzem atualmente os seu s :maíor es nomes, que pouco se •i'eve esperar dos que, ·durante uns . b'ons d.ez anos, dominaram G>l'np leta1ne)1té a nossa literatu· :ra de f icção. Crise B r-o si l e i r o rá'. talvez, na qualidade do "vi• 'en-de paraitre". Entre o que. se pode saLvar d• ge r a ç .ã o de l930 e a inc6g• ni'ta da n o v-i s si m a gera• çã.o. o r omance - brasileiro a.i:- ·Não s , como saben10s, a pl'o– duçJ,o s.ucessiv:a e ininterrupta d e livros o que nos dá a medidà de vita1idade dum romancista, mas antes a sua possibilidade ou .capacidade de "renovar-se" en1 oada nova obra, sem oerder, esta claro, nenhuma das càracte– Yisticas de estilo e de pe:rsonali– dade que lhe marcaram a fisio– nomia !iteraria. Nein a ren.ova– ção no ·r on1ance _se· mede po:r q ualquer sinal extel'ior de fra• se-ado, d istribuição de cap!tulos, jogo de estilo ou escolha de as~ sun,tos. mas se manifesta por su– til processo psic ologico, quase i-inpos.sivel de defin;r logicamen– t e, mas nem p or isso menos sen– &ivel e atuante . Na incapacida– de de renovar-se, os rQ'manci~ -tas brasileil:'os do "post"-moder– nismo passaram a 1:epetir-se. o q ue r epresent.a o prime-iro sinal do esgot amento, antes do silen– c io final. Far ia e ao s eu i,nterroinavel "ro– man1oe do con.fession.aiio'' não sef realni.ente o que d'izer; m~s acredito . que á'o volume qua111ti• tativo de sua obra n.ão corres- ponde. um gráu p r oporcional· de qualidade e :eernianencia. Essa é a crise do ron; ian.ce bra– sileiro, Um romance" qµe parou em algumas :formulas e ,1lgumas Idéias interessantes, muito limi– tadas no espaço e no tempo, perpJe,xo entre as so)icitações do futu,ro, torçosamente enigmatl– caii, e as d'o ~s~do, batidas e cansadas. Pois . e.orno todos os gêT;1eros. literarios, 1 e . possível• mente, com maior impe riosida• ·de que os demaís, o romance se caractetiza p or $Ua natureza di– nâmica essencialmente' infensa à . ' . permanençía em formul as e re- ceitas esta-gnad as. --Wilson MAR-TJNS -– (Copyri'ght E.S.l. c_om exclusivi,4-a<le para– a FOLHA DO NORTE, neste Estado) rei,-a , ao assunto regional . tr~– vestindo-se duma or iginalidade exotica que · já jhe assinalei u~ d.ia, como ainda, transportou para a fi cç·ão períodos históricos de interesse resumido, automa– ticamente esgotados com a pró• pria n arr atJva . Os famosos "ci– c!os" que estiveram tão .em mp– da, já indicavam uma curva de "durée" limitada., e n·ão deixa de ser eloquente o fato de. o sr. :rosé Liris do Rego, seu maior re- 1:1resentante, ter aJJ,andOI)ado • a denominação famosa na reediçao de seus romances. É · certo que seria dlficíl pre– ver o simult.ineo esvaziamento dos romanci.t,ls que os explo- • ratam, fato que naturalmente nlío suporta uma explicação li– near, mas antes se pr ende a um feixe de causas a que .não pO<le– rei ~e ref#"it neste estudo de conj unto, sabendo-se que elas podem variar, e certamente va– riam, df romancista pa:ra r oman– cis.ta, Ao carater "historico do·=· ro– mánce brasileiro dos anos 30· po– demos atríbuir, sem d uvida, um dos mais p oderosos ~otivos de seu declinio• e a:tual desinteresse. N.aturalmente multiplas causas concorrera·m para que esse. ro– m.an, c·e existisse tal como. o co– nhecemos•: o i deal modernista de impregnação absoluta d-0- senti- Por outr-0 lado, aque)i\ gera• çã& de romancistas não somente se .preri.c).eu exageradamente à ------ Carlos Drumn1ond de ANDRADE (Es,p e-cia-J para a FOLHA DO NORTE, .neste Est ado) 1asta o seu triste d.est ino <íe gê– mento d.i t erra, a lit er atura de .nero em decadencia. Ern de<ra• car ater documentario que t ant.o denci a, que tudo indica será esteve ein favor , a supervalori- tra.nsi-tória, pois é fora de dUvlida 2.ação d-os temas -lociilis e r ·eg!o- que os . generos literarios p.ãct nais, etc. desaparec.em (quando mu1,o se Além disso, cir cunst zncias a-i'Q- t ~ansformam). nem o romancll d a não suficientemente estúda- desapàrecerá como. forma fundoa,, das. fu:eram com que a get<1ção mental de ex-pressão 11as Jiteratu• seguinte não fosse nem de ro- r as ock\entais. ma-ncistas nem de poetas, mas A \nten sific ação dos .estudos de criticos, e à plefor a criado.ra critic o,s . m,e Paréce sig;nlf.icatrva dos anos 30. estudada , pr,atica- de um re,,igora-mento da litera• mente, por um único cr itico tura brasileira. de uma aqui.si • ç. ã o de ím.portan.cia _gen~a. sr. Tristão de A-th.ayde, ~e- pols somente as g.q,ndes litera– deu um per!O(lo de irttensa me- t ur ...s J)'ossue-m um. pen_sam~n.10! dttação sobre o fep omeno lite- critico reS!)éltave1. Assim sen• rário, enquanto a .criação, .so.fr !a do, quando tllmos ,moti:iros par~ uma _queda inegavel e hoje l!l ar- supo,r q,ue as letras brasj1elras se, mante. J>.l'eparam ao• desemp:e-nho de :um A curva d:e evol ução d o nosso papel de r•elevancta no mtµ1dll r omance sofréu, a$$im. uma des- (tjue le,gitima-mente n, es cabe <f 'cida b rusca e de certa forma d.o qual estão afastà~as por baT 4 inexplicavel. ameagando alcan- reil'as, quase intranSPon}v-ei,s). se– çar o pon to zero se n este fim de ria absu r do concluir pelo <Jesa• m' als uma década não surgirem pa-repi.mento do romance. essaese ' pecie de f iel de tó<i'ás as !itera• • • t uras . . .Antes C-i}be.ria pre-ver, de;ntio das tenden ctas simétricas dp pen• sarnento. que os movsimen.tos pentlular'es• continul)râo a se PtO– du zir com regulartdade, e.. assmi. • como a uma ger ação c; f-tie~, a <ie 1922. sucedeu uma criad or.a, a d e 1930. · a essa uma- de Cl'i'1· • cos, a de 194-0 - seguit •se-ã à a-\ ual uma J!ova geração cria• dora. de rotnai:icis'tas. posslvel• m ent e .m.a1s cultqs. mais Jas:trados i" eeriameni.e ;;mais;; perma'llen• tes que a m aioria d os qué nos dér~m os bons romances post. :m.o,j Pt"ttlsµ_s O cas o de um J·o;;ge Amado, oter ecendo--nos con.tinuamente •O ~spe1âculo de wa ilecade.ncia ,!i– teraria, seja por se ter eril defi– :nitivo debt.ado empolgar pela po- 11tica pattidaria, seja (o que l'eputo mais provavel) p or ser r11pida.mente esgótado .as suai; re• ,servi1~. de ,ori_ginalldade_ é fotç_a c;rjadora, me par.ece . dos tnaís expr essivos. ·Escolho desde logo a segul:)4a hlpotese.- pot qué o :mes-mo fenomeno em ·outros t o· mancistas da ·mesma geração que n jio desenvolvem atividades po– Utiloas tão absorventes ocorre taml)em de maneira inegave.J. in– <l ican,ilo que se trata dun1 caso coletivo de. substitui<;ão .de pa– d rões l !tera.rios a que os "velhos·• não puderam ou 1:Jão souberam l!da i:>tar-se. O .exen1plo do sr . José 'Americo de Almeida, aban– d O'(lan<lo a lit eratura de ficção <llan te de situação ·semelhante de e:xtenuaçã0;, não se multiplicou ç u não se multiplica com a cla– rividencla e o senso de aut o– c.rft:ca que . seriam de deseja,r . . . A S pedras caminhavam pela. estra~a. Eis que uma forma obscura. lhes barra o caminho. Elas se in– tci-roi,am, e à sua expetjência mais particular. Qonheciam out,ras formas de ambma.nies; e o perigo de cada objeto em _cit;oulação na terra. !'\queJe, todav.ia , em n·ada. se asseme~a às i=gens trituradas pela ex. per1ência, prisioneiras do bábito ou domadas pelo ins– tinto imemorial das pedr,as. As p ecira.s det êm-se. No esfôrço de compreender, cbQgam a imobilizar-se de todo. E na oonte11çã,o. dêsse instante, ft- .am.se as pedras - para sempre - no c~ão, com.pondo montanhas co– lossais, ou simples e p erplexos e pobres setxos des– gue o d ia dos ventos, e o d06 pássarM,_ e e do ar pu– lulante de inset0s e vibrações, e o de toda. vida. e o da mesma capacidade u niversal d~ se oorresponder e Por enquanto. o pensament• critico domJna a literatura bra• silelra. Ni'>s supl! !ment.os Jitera• r ios, esses termometi,os :in!ali• vei!t. não p_as~ar á de il'ecz :po1' cento a proporcão do :ficcioniS• mo,. cont r a a da 111ater\a.,crtti• ca, n os ~11$ v..,rios aspectos: de literatur a e ae arte. da~ !çléias polltici>~. da socledad,e . . . Os edi,. t~~es já nãé . pnblfcam b ons TÓ– ma.n<-es b rasitelr ós nem em pe,, ouena n em em grande qu àntida– d e. e não deixa d e s~ s ignif!• cativa a reedição do, l ivros dos s:rs. José Lins do Rego. Torg~. Amado e Gr.rclliano Ramos, en• qu3nto nen hum nome novo apa– i:ece. .da Tl)eSma forma, pór i:(ue :rios oferec,e ma r~em pa'ra suge.s• tivas con siderações o ~alo de uma edit or a pl)ulista inici,a~ suat at lv irl" õ~ 0oni um roinanc_e dta sra. Lidla Besoµchet , . • publica– do na Argentin a há dois ou três .anos. ' se cÓmpletar, que sobreviv..e à COU$ciêneia. O' enigma tende a paialisar o mundo. " Talvez que a enQrtne Coisa sofra na intimid:tde de suas fibras, mas tJ·ão ~ compadece de si nem d.a– queles q,ue .reduz à con gelada expectação.. Ai! de' que serve a inteligência - lastimam-se as .pedras. Nós éram05 inteligentes, e. contudo, pensar a ameaça não é removê-la; é criá-la, De todos os ron1aJ1cist,1s da d éc:id a dos 30, apenas ~ és ou ciuatro me parecem em condições id e re·nova-t-se, ·e, p.o,rtanto. de perm,1neéer ; . o · sr. Graciliano Ramos, ou.ia vitalidade · 1\ un1 dos p ontos altos da literatura b~asi– ~eira, CQ.J\temporan~a; o sr. Erico Veri$simo; por força de um t em– p er a•mento univer sal. de ct1mpo :mals v asto de moviro·epta~ao: e o sr . José Geraldo Vie_ira . que, !)ot t r âs d~ sua fraseologia rebar – b ativa esconde uma diis nossas m ais completas vocacõe~ d<? rn– nt<!, ncista. Qq,antó ao sr. o tavJJo·d.e_ garrados. Mas a coisa sombria - desmesurafla, por sua vez - ar está. à n;ia~eira dos enigmas. que zombam da tent.a.tiva de hJterpretação. Fi mal de enigmas não se decifrarem a si -.,rõprios. Carecem de argu•cia, alheia, que -os liberte de s ua confusão ama ldiçoad a . E repelem. n a. ao mesmo tempo, t_al ê a condi~ão dos enigmas. Esse tra..vou o a;van ço das p ed):as, rebanho des preveni. elo, e amanlã fixa.rã por Igual as árvores, até que eh.e- Ai! d e qne serve a sensib ilidade - chor a m as pe– dras. Nós éramos sensiveis, e o dom ife misericórdia se volta contra nós. quando contávamos aplicá-lo a ei;– nécies menos tavoréeiclas. Anoiteceu, e o luar, moílulado de iJolentes canções <1,ue ·preexistem aos . instrumentos de musica, espa,lba. no côncavo, j á pleno d-e serras abruptas é de ignoradas jazidas. melancólica moleza. O crftlco não é pr◊f~ta . e ge– ralmente err a nas 'p'rof.ecias que aveutur;i: dei;xemos, p.ois. em st– l eucio as preví,<;õe1, qu e a i;'.tua• ção atu.al do " º "' º "'·"e brasilel ro ~las a. Coisa i~terceptante não se resolve. Ela barra o caminho, e medita, obscura. - - -------.----- poàerü.1 nos ~nspi.rar., ' I ,1 INTRODUCÃO À DRAMATURGIA INDIGENA .., t onfe:rência pronunciada óntem., n o Museu "Emi– !o Goeldi", em prosseguunenio ao cui:so sôbte t'~ro, promovido pelo Depa:rlamento cultural do Teat-:o do Est udante d'o Pa:rá J . Nunes PERF.IRA religiosos, porém, se eippenharam em dar inicio à cate• <fl.lése dacr.uele.c; brasis. p!)'ndo nissi, la.nto ardor quanto as- Sem nenhum exagêro•. p,odemos considerar ª Ca.ría túcia. senão um tàto deli~adi~simo, poi.s muitos deles tal– de V.u. Çam.inha com<;> uma con.tribuição fundamental à vez. tivessem dúviáas acerca das condicões humanas e di– '.Éf nografia das :Americ'as, muito. embora essa ciência des- vin;,c ,d&qu,ela gente. ci:tiiiva só posteriormente, com Mártius & Spi x, ganhasse n c:érfa é o.ue a }l;_!<tória: do Desc.c.brin:tento df'\• Tndio ai; f.tirmas, a solidez, o colorido e a essência mesma da F rai:ileiro, con<ru«nto j á tenb'l sido n~rrada. à !;aciedadE', vida e dos cQStumes· dcs -povos que foi levaq a a esiu,;lar. ainda boie con"Prva .pa,;a nós .;ncanto especial, pois se ,O companheir.o do Almirante Pedro ~lvarez não se oferpr~ às ni~,s divers.i.s indagaçi5P.s. nos tecomenda, u aquele documento, apenas como um Q uem não tlensai.Tá, com~ nó«. f,.eauent.t>.'1\ente, Qas cro1;t1$fa maravilhado. . re;,cÕP~ ,,.ue i;, Dei;cobriml'.:rito do Jndib nrodu7,iu na suá Há n~le algo do m<>d,er no home•m· de é:iêné:i!!, sereno, indiv:4validad~. ,na. s tia r-~nd.icão de or1mit:ivo ? e minucioso. a quem " índices -antropométrico; ôferecem E queni não p.e~sar.á. :como nós, fre,auentemente, no eléroe~tos para a identj ficação de um tipo racial, para compo:rtamento do conquistador o.u do l)ovoador p qrf:u– e sua comparação a . ouh:os tipas: ou a . outros individuas, !l"ês itiattte daque!a g e_nt~ é dii.e<uP.la~ ~er•ras que se lhe mas que .n ão os pode utilizar à falta de aprop.ríada apa· ofet..,,.;,,,m n~. )'lua. inte~al vi.rgh:idade~ 1'élha.gem. Na da, entretanto, desde a data des!'c Pescob:rimento, A-s. mulheres indígenas se haviam mostrado aos olho~ se com.'pa.l'a à acã<:l dos catet?Uista,; ca;tólicos, vindos ao l t"Ct~ Vaz Caminha na mais linda· e:x-press~o da sua nude.z, a_arrir.lÓ "!. fecundo I:leinC'I dos - Pa'!)a<-'~os :P.~ª- ganhar alM1:lS ~ e é a inoc~ncia, e os homens indígenas, ,também no à reliqiíj.o do c 11 ist.q. reduzir 'rebanho!; seívagens a ovelha); lafais caiivante de.!\ seus modos, que é a dignidad!i!. dÓ<:ei.i;, arrancar às trevas do paganismo a mentalidade· Logo, o c.ronisi é'. do achamen,io d~ :rf.rra de SAAia · ptirt'itiva. C':tj~li\ e:'n:trou a louvar aquelas mulher es ind_igénas "nô - Para acfueJa ,nàiada eram os mt.,~ionárjt,s "pagés de ·nhas e gen:tis,. COI:ll os cabelos pretos e compridos · · · ", uma nova espécie", na expr·essã.o de AJfred ?detraux:, E'. os que· se a.s m uito bem olharmos não se envergonhavam". seus ãws. muila,s vezes, rei,etiam .aventuras fabulosas J , E, tudo isso num ambiente suntuoso e. pro:pício a 8!l· dos. herois-de-cult,u ra que ela cultuava. i ,_Mculo tão deslumbrador· Assim, -para os que estuda.raro ·a nossa •f<>rmacão so- _,,. • éial e econômicai 'fanto J uànJo os aspéi;_fÔs tn.l!is comple- Ccmo. :se c~mporfar;pn, simullaneameme, clian.i~~- xos da noss1t evolução _cultural, to:da iriferi>:reta;ção e todo• .., ltios, ·,n'.ten dl" "1. l'.1-ndum oaturam, os marujo$ d'!l conceifo, que cont;-ar~em a opinJj o d:os' nossos h i siorla– o ug1,1.ê$p. e os religiosoz. qu-e os acompanhavam ? dore!i" e dos' no.ssos, eni::111~s-. imp.o:ç_ta'.hi núm colho inwu- • p onto de vista mOJ"al do que do ponto de vista sQcial, quf, a nQssa formação .se iniciou sob um signo totalitá:,:io de violência, de desrespeito e d .e crime • contra o Indio e a sua democracia, pcµ,tra a sociologJa e 'ª eçono.mia das pci– pulações p rimitivas que se· estendiam ao longo do ' lüor~ e ser,tão a dentro do Brasil. Mas o e-xãme das cal'acterísiicas marcantes da COM!' posição do ·.POVO .b~asileiro nos-levaria a áfirniar, tan:µ:iém. cc-mo Romanz.o Adams, e studando as 'pQpulaç.ões do Hawai, que não há hoje rai;:,as puras e. provavelmente nunca h11• verá, no enfant<:> não foi sem consequência:S tremen([;as que nascemos dos con,tactps. p itcirescos daqnela ~sbórnia remofa. de marujos com índias. coníaminand.o-se·-o nosso • r' e " sangue e ·a nossa 1>;sic::.ologia coP.1 o ~e a soci'edade ~i• dental tinha de rnórbidô e de grandioso; · o~ 'se,~ s achagµes físicos e as suas çoncepções político-religiosas. Mesmo quando, nas l'fdu1:rões. os jesuifas p.retende• ram dirigir as uniões entre indígenas - natúralmente com ó in~uito de ai.segurar à pz,ópriá Compàn }i.ia 'e à ·e:,ç• pansão da sua política imperialista um rebanho humano, d_e.traços _físicos e cµJi!:rais !Pàis ínie!Jl'.OS, - o q~e ~p v~– r.1f1cou, foi u~ retardam,enlo apenas .numa c,om.o biçqu1• :rriica da -nossa aoulturaç'ã o e dá nossa miss-egenação. C.on • seguentep,.~nte-, no q u.e 're~peita à con9:tiista espitituaf d-? Indio, o fen.omen~ ~roc~sfa.ado enii'e dois o:i::ganísmos. O Missionário ou o Cristii;U:)ismo e o Ptimitivo . ou o Pàga– nismo, importou, para ncs s er~irmos· ~e um cç~ceiió. oportunissimo, de .Jacob Bua.khardf, nô' "término de uni ní'undo -antigo. na S'18 rupiúra CO}p êl~\ embo:ta, a ·meu ve.1',; em propórçõ~s mais, espetaculares;, aqu-í, do q\!e- 11() Im~r~o .de Diocle,;iiano , ~ de _Max,imiliaJi;o. · entre o P~a~ nismo. @ e- Cristiá..nisnfo, . xnarPi4$. assJm coino mais tarde os po.voad.q~ ~~• ent"i "'ru;respeito a prop:ria Yetdaôe., . de !Wt~.19. ~:~ " la!-r~ ena carne.. ~ Nós, enfretân!o, inskiimos em afirmar, menos do Dsm.á is: tainb-ém. pa:rll,• o I nl!io, havia, che,gaâo, - na expressão do seu hisiori a:dor mais' com:p~eto e autoris~d!G. (Gontli>.llA na 2.• pai;,),

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