Folha do Norte: Suplemento, Arte, Literatura - 1947

thn tato t1em ··• 1oi,o a. ~pt~u. há _tempos, na e t D N. t . p . F . .. ., hJ, l.in, an_a. }J:; um. analista; =aç~ treàb1!%àt~1?1á 1 otn: _ :ar a e . 1· ero1 ·. . º8F•a, · ·· ranço1-s Ma·u-ri-a·c ~~ª:fotd!tr~b~~i:: ran't,e a Eáséoa p" ublka:r vêm combater, lembra um m. 0 • s ·n . · · 1 , . ~'-··to 1 -.• ~ -~- .. f~µ1ininas, reve1ar.·a a exi~- . <> -up emen 1.,.,ra · ·· - " · home~11 que c-onheoe os · :aboratório. ~ .• . · . . · téncia de um e~ritor que ·· · · ~ · · . rlo u~1 a.rt, i~o de _François conhece como poucos O que - --Lêdo IVO-- outros homens. Foi a esse Françiois Mau- Ma ur1ac, distr1bu1do por dever - • t Eiil sua me:Sa de traba- _riac, _ ao cria:d?r d~ uma un a ·· • 1 t· · · ª as pe. 95 oas, e em a · - galer1a fem1n1na t ao ex ~ . age~c ª no_ iciosa ·intuição invulgar dos cãml- lho, descendo aos dias per- . . . - !r.,.n~sa. Dias depois, em nhos da queda d ._ (Es~ial para a. FOLHA DO NORT.E, neste Estado) didos, sentindo O perfunle traord111ar1a_ que .s~. tor1;1011 um dess-es envelopes azuis :- e ª servi dos pµÍheirais ora ·calmos comu111 ouvu--se _dizer de destinados . geralmente à , dãJo. '· o diabo no corpo, à mulher reafirmar un1a conb-ecíd~ ora íntranqHilos q_u·e far- u.ma mulher ·mais ou me- corFe.s.pondência con 1 ercial, A ca;rta continuava so- que ~uec-e a f?J)lilia e verdade. &se grande roa falham surdamente em nos estranha que é ••~rlla vinha a su,rprêza em uma bre m1nhª' mesa de tra- foge com, um amante. mancista, i11ca.paz d-e cons- sua vasta obra, êle sabe personag~m de Mau~1ac", forma que era ~ mesmo balho. Quem a teria ess Para Ma.uriac, que pos- truir grandes catedrais ro- como poucos . o que deve que algu_em escre_veu,. ign<;>– te1; n.po ingênua e pitores- cx1to? Nas ruas, nos pon- sui em alto grá.u a intui- mane;gcas à . maneira de transmitir: com um sim- rando que seu- d~tmat~- ca : "Ex1no. Sr. François tos de ônibus, nos bondes, ção dá miséria humana, Roger Martin du Gard ou pies d~talhe n"icológico, rio resi~e em Paris, e nao M · Red • d , t essas plobr(l.S CDiaturas não Louis· "'"rdinand Céline e ,,,_, no Brasil aur1ac -.-: açao e...' nos rens, nos lugares J, ·,.. • t · 1 tod ed'f· · d · · Depois de rolar em vá- mais movimentados das têm segredos. seus roman- que publica pequenos ro- cons ro O O 1 icto e Depois de algun1a inde- :r-ias mesas, a carta ve10 cidades, estão as pessôa.s ces, quase invariáveis em mances carregados de a.n- uma baixeza humana. Ten- cisão, resolvi abrir a. carta. pa;rar às minhas mãos, ignoradas pelo.. rontancis- seu pr~sso de narração, gústias, ê&Se grande esc-r1- do ª certeza de que cada Era de um homem res-iden– naturàln1en'te se1n que eu tas, e que entretanto se a- cl rcunscritos a uma paisa- tor que repete sempre os ~m tr-az O seu de st ina mar- te em ~Nitemi, ·que coIJfes– pudesse evitar a 1:iergunta proxin1am dêl-es no mti- gem brumosa que é Bor- mesmos têmas sem jama,!s cado no ro sto , e atento à sava a Mauriac o seu d,ra– de algum companheiro. mento em que a página em d-e~ux com os seus plnhel- se . esgotar, êsse católico v:erdad.e p~ana1:1a de que ma. espiritual, e aponta'la o d,esejoso de saber se fôra branco eede. lugar à en,•e- ros ou Paris com os seus que nos comuntca friamen- os olhos sa~ as Janelas da seu humilde end·ereço. caso adraJtido no jornal un1 c,i- Dt'na-clora, ao avarento, ao dramas turvos e apaixo- te uma fascinante íntim!- alma, Mauriac escreve ro- tô~se possivr;l ao ron1a11- dadao chan1ado Fra.nçol.$ adolescente que está com nantes, são unânimes em dad•e com o pecado, é um manees como quem levan- cista. de "Le Myster~ Mauriac, e que tarefa iria ta um gráfico dá. sordidez Pron,tenac' ' responder-lhe êle desen1):ienha,r. "Quem o chamou, me cha- Dura:nte alguns instan- aou", dizia o missivista, ,.. te,s, a carta a que me re- J~pois de relatar a sua tiro esteve diante dos a:ngúst,ia re1igiosa. Q.S -seus meus olhos, sem que eu me • temores e a sua solidão. at11evesse a abri-la, pois I t mo sto' onso o Seria imposs1vel repetir as não me era destinada. linhas dessa carta escrita Alêm do mais, 0 non 1 e de ,. a lápis., em um papel ordi- François Maur:ac se ce1'ca nária;- ma.is impossivel sempre de uma atmosfera _ ajnda expor ao publico a e11cantatória. Saben1os que Para- 0 Clé.ó Eernardo - . êste poema inquietação de U!Ú ho.(llem .. n1a.rcado pór um grande é u1n dos ma!opes roman-_ anti,go ·" sofrinlento. oistas do nosso tempo, o . Em u·m n101nento qual- espéll.1-0 mais fie1 daquilo quer, uni artigo âe jornal a que se charna de "to- lhe revelou um caminho de manoe .franc~" pelo seu O ritmo está cansado escrivães, L e,c?arecim.enbo : era Mau- ju•to equilíprio. entre ª a- sujo, far-to, jnexpugnav,,. 1 • condutores. motorneiros, riac. Escreveu-Ih-e, do ft1n- 11álise psicológica maf~ revisores de jornais. r 1 de sua angústia, do seu sutíl e a mais curiosa . 1- Sempre e sempre um des-conb:ecime::ito dos no- xaçã.o de u1pa paisagem quando poder-ia ser ou:tro As gravatas, os relogios, m-es d-0s escritores br-?si- soc:1-al e frun:iliar. .- p~ro e dinâmico. o. cigarro, a cosinheira. leiros; e a carta veio pa- ·Mau.riac, romancista da~ ç ieto, as academias. a ginástica sue<;a. rar na redação de um ma- paixões humanas n1ais cho- Mudemos a cadência Prô diabo as fugas de Bach tutiJ10 cariooa e jamais cantes e grote.•cas, analis- terá respo.•t 0 • Fran"ois t d . ·d A d t b' n I d as sonatas direitinhas , "' "' a e un1 mun o em que o ·n emos am em pro a o Matrria.c será, para O ator- pecado aparece sob as Ppr que sempre prá frente, prá frente; e o Mozart com:p.ortado do M:1rilo. mentado n1issivist&, utn formas nlais inesperadas, Bêstas, um atraz do outro ? no. me cheio de ansiedade. obs-ervador de caminhlQs Q d d O d U · l d . ue esan · é a · r em n1versa • Sem saber qu,e Franç•'.)1$ qu-e par-e_cem . irigir-se a Tra~iczão Nacional Mauria' e e· u-m· romaJ1n·1sta · l b Uma hora atrás da outra ~ - "' para o .n 1 a· e se ª rem pa- · e a Rotina Municipal. debru"ado sôbre a inquie- ra a n>vara"o de ·sol11 I rrita-mea -sucessa-o.· "' · · s~ · ,.. :, e - • tação e os pecados d.os ho- ções eng:a.ruuio ,ms que le- Abaixo a inalterabiliâade '- mens, alguém lhe e.écreveu. van 1 ª un1 a maior partici- o gôsto safado de ser tradição. Tudo e todos que não mudam. E' verdade que essa carta; pação com o Demônio, a- escrita canhestran1ente, se cabarà de. re~éber uina O O ritmo está cansado. senhores. e.xtra"lio·u de um_ m_odo . pi- t e t _ ri:tmg ~stª Çi;-nsado, senhores. · - - car a. · er ainente, ein ·sua Completo. neurastênico. enferruja.do . t --,. .es.co , e não será re(;pon- car.r-e:ra de ficcionista, . dida. milhares de mJ.Ss1vas des- Tossem os !uberculosos Nos ron 1 an.ces de Mau- . · · - ~ Sempre e sempre um li.sa.r:un sob os olhos des- Dansam as .meretrizes ria.e, entretai.1to, e~tá a. · h. · ·- · t 1· t d quando poderia ser outro se · ornem ln[;!! igen e. u- Suam os maquinistas re;t;,posta. E esta não traz plamente feFítlo pelo ela- R d , - puro e dinâmico -·· '-¼.,ude .,. do"ura. aos b,, - 1 l eco:rrem os a vogaaos " ,.. rão do S-Obrenatura e pe a essencial e atmosférico. men.s, antes os inquieta ' ·• · d ·s · · hu Todos andam, todos aman., ~on.~c1el'lc1._~ a n 11 eria - · a inda mais. Mauriac, que mana. Eram con.:."elhos so- todos comem, todos sonham, M esta· ta- 0 pe•·to de· Deus. c~- edicos, padeiros, eletricistas. • v- lict ta.dos por ~Jni--as an~us- . cristãos. escritores, financistas. nh2ce ínfinitan,ente a 1;iadas que recorrlan1. .a esse - Mas isso não é idioia, .senhores? condíçào l1umana, e ja- frio e sagaz p~ofissional presh,íterianos, burguêses, comun1s11.ts : n 1 ais conseguiu evltar que d-a..ang'ús.tia: Eran.1 relii.tos Abaixo os fur,cionários públicos Um apêlo. um apêlo só, mas dramático: as suas per.sonagens n1ais d:e criaturas inceridiad:as t; Mudemos O riímo · amadas, aqueles que re- n,n·o .,.mor e pela. tentaçao, -cretinos, iguais e contribuintes para a ·a1xa fletem o pulsar d1. seu sr.n- ..,_, "" 1 {d l\ 1 d -·a Mudemos o riimo. senhores. e que, tendo lido ~eus 1 - e ~posen ª 041 gne e o bater de seu cora- vros durante uma viag,~m Abe.ixo as carlomantes., O ritmo e st â r:ansà'do. cão, rolassen1 desapr un1a- âe trem ou em un1a noi- da1nente no mar do peca- te de téd-!io. reeorrian1 a OLDO MARANHAO do e da fraqueza, senJ q_ue f ie. poh; o corrhecilnei:it<> HAR - · lhe fôss-e permiti-do sá~Vl,1,- das personagen;<; miiur:-a- las. e~ia~n~a~s:_:-~P~T~in~. -::_ei~·p:a.::ln~1.'..'.e:1_.::1t:.::·~:::._ª::s:____________:-___ ,2_____________ _________-.---------- - ---- o erno e- 1oge-m ' - .. OUVIDOll Un1 vento forte s.opra continuamente, varrendo o éha– pa,<l~o que os olh--s acompanham até o infin ito. Há 13m f·ormigan,ento no n .iriz. O pêit-o está mais leve, os puhnoes parece que respirà111 mell1or. Clin1a superior, me i-nfoT111a um habitante do ]u.gar, com evident,e orgu.lho. _Par a tuberculoso ... ~ prega o• olhos en1 mim, e c1ta, o exemplo. de um certo s1,1Jelt? <lo Rio que es'tava pondo os pulmões aos pedaços e ;que ficou 1 ra-dí eâJ1nente c.ura<).o. O sen:hor é do Rio, não é? Respo;iido sucumbido: -- Sou. --Marques REBELO (Copyright E. S. I . com exclusividade para a FOLHA DO NORTE, neste Estado). panha sane;i,dorà, vem sendo renovado tacita1nente na esp-era-nça de melhores dias. Todos nós temos a nossa cur10- -sida<le - n1eti n1eus olhos na casa <lo hon1-em - e.ra uma mulher forte, agradável, muito risonh&. Talvéz· não !ôsse bonita. CATA.LÃO O ho·m:em ri pé:ra dentro. A comitiva passeia pela • o trenzinho especial <la Estrada de Ferro Goiás, q::ie esta.ção, espreitan <:lo o horizonte longínquo, tita retra•tos, nos leva a Catalão, põe·bi-asas en1 tôdas as roupas. A Vla– faz perguntas aos moradores, elogia o lugar. No ceu de gem de u1na hora é feita sob o cheiro palpitante de fazen– tlm anil -imaculado, de uma clarida-de qu~ dói nos olhus, das quei.t11adas. Dermeval Pimenta, di.reto1· da Re-de, expõe voa·ni gàviões. ' planos ao iliretor da Goiás. Pedro 11:agalhães, Alberto Diz-em que em Ouvidor, pois estamos em Ouvidor, Bher ing, Lustosa S·anch:es, engenheiros da Rêde trocam h-(.IV.Ja. un1,. Rrátiea q\le os,pad't-es tanto deram em cima que opiniô-esl-com os ;ngenhejros da Goiás. Os repótteres ane– afinal acab,a;:am - a d-é casamento ,po. contrato. Ha-via xos introduzem apartes bestialógicos no duelo te-cnicoló– c.ival:heíros que :escin.diam n1uitos ,contrato.s. Cada resci - gico. De i·epente O trenzinho solta um api to importante - ,são correspondja a uma c<1ntra-tada de melhor qualidade, esta.n1os em Catalã". meus amigos ! (Era wna- vez a n1inha é lóg.ieo. Ora.. tratava7se duina pouca vergonha que pTe• Sl.leter verd<?, que í'àzia tanto, fur'Or ... ). i;isava ser extinta. Estaremos por acaso na América ?, - investÍam mo.a-líssimos alguns cdns-ervadores. A vergonhst fo'Í eittntá - não estamos na América ! Mas ainda há alg:un$.fe1iz-es i-en1a,1escentes dessa· é,p'Oca· .pri:vílegiada. l\1e .v.poil'tárain uro dêle$, suj-eíto gordo, nútricro, exuberante, boaiS côres, SQ1'riso franco, a figura. fls\can,en:'r,e, Iílais atraente <lo luga::. O seu úJtii.no contrato. feito,Q_há cinc.o an-os, quan,do se extinguiu e p:;j-viJégio a;pós terrível cam- O prefeito, que é gaúoll-o, tem fama'. de homen1. duro·. Ca,talão tamb'ém erlil tkrra ~ura. Se, ern c·a,da lugar, de ceJ"ta rua que me ·n1ostraram, fôsse planta,da u.ma cru~ pela -aln1a tle cada•ho-lnE'n1 saido metto em lutas políticas muni– cipais, nã-o passaria nela nem uma bieicleta. Está história õe assaltar ca<leias e 'ti r ar os presos era p roeza de to<l·1. os dias. O juri era uma farsa. As autoridades, d~sl'e~pe,1:1 veis. Podia-se n1ataT à vonta.de . Quando os c.oro~é1s na conseguiam dar coito, havia o ma-to q.ue era o mars ben volente dos c<n-onéis. O fugitivo se·afundava no mato, on(! não há estradas, veredas apenas, fiêa:va por lá se_g?Tº· S" a batida atrás era rr,uíto forte, ~le atravessava o Rio Ver de caia em Minas e nunca 1na-is se sabia âêle. O gaúch,o tir:ha tral:)alho. 'Viera com a revolução, lutava <lia e noíttr U111a nova mentalidade polític-a tirou de Catalão êss.e.s tristes costumes, deu oper'tunida-de ao prefe-ito de guard~• o seu tempo e a sua energia para ·obras mais dignas. A c1 1 dade prospera. Já tem seu can1po de ·esporte, suas ruas calçadas, -es,bôço de jardins novos, construções .novas, um ar de li.n~p,eza. Vive tranquila agora. O sírio consttuiu um grande palacete de cimento armado. Em cima mora a fa– mília, e-m baixo fica a loja. Quando nós passa.mas a moça chegou na sacada, d€-pois riu e fugiu. • - • Senta1no-nos no jal'dim, sob olhos bisbilh,oteiros de, moças das casas fronteiras. Pass·an1. sujei.tos de botas. olhan1-nos deseonfiados. Passam meninos para a escola. O coreto é um monumento notável de· uma administra• ção passada tão notáv-el, que há unia placa come111orativa . da sua c-onstrução, com :fa,rtos adjetivos à pro-g,1,essista e honraaa gestã-9. Desgi,:aça-c'lamenté a progres,sista ob1·a es-til um péiuc-0 abandoníl<la,: lâmpadas quebradas, degraus car– comidos, ba!austrcs sôltos, •pintu.11a estalando. Pa·ssa o pe– guen.o vendedor qe, amendnim, a1nend-oins ao:bertos de açucar, em cartueho~ <le,papel vermelh-0, deliciosos amen- doins. a-. ,

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