Folha do Norte: Suplemento, Arte, Literatura - 1946
Domingo. 22 de dezembro d e 1946 • FOLHA DO NORTE 3.ª P.íg! ne ,,,... Conclusão d a l , 11 pãg. DEFINICóES "Ser do seu tempo'" par.; uin pintor é particlpar. ta1n– bém, por sua vez. por c?m– bates CÍ;, vanguarda s o c 1 a l, graças a escolha dos seus PORTINARI, PINTOR .;:, DE POESÍA temas e ao uso dos tesou– ros tecnitos de que dispõe: é exprimir o seu tempo ~om os DO POVO BRASILEIRO ••• ,!\. poesia cria al,o que 1t,; entende, com palavras todo mundo entende. b e.rlo fficl;• '!!o •• não que Al• Poesia é um i>r,ão de enten- d bnento da v ida, e poéta um •ish1nário que vê o sentido d11 y lda. - Wilhelm D'i1they ·-·. . Os poetas sao os nossos or- ~ãos para. compreencler a vida. - Withelm Diltbey. ... * A poesia abandona o seu do- tnini o própr io quando. des– prendida da. vh•êncla. preten– éle eX]lrimir pensamentos sõbre • natureza das eo·isas. Então se ' origina uma fórma iniennediã- r ia t" ntr e poesia e filosofia. 011 d escrição da natureza. e seu efeito é lntelrllml'nte diverso dô peculiar â.s obras poéticas. - Wílhelm Di11hey. " 3 • O poéta começa onde o h o- 111em a~aba. - .José Ortega y G aset .... Poelll. poietes. aquéle que erla. Qual é noJs a tarefa do poét!l. senão a de enunciar os ebjelos e os Sl'res de tal modõ fJue éles existam 11ara sempre: • de criá- los com o puro f er– wor do artista, atento a leis pl'ofundo.s da nat11re:,;a, sem outra ambii;áo a não ser a de • ê-lus se Incorporarem por !li m esmos ao g-rande ritmo a que d evem a viila? - Maur'ice B etz. ... * A poesia é uma. Jnterprelil• tão da vida. - 'Bradley. • * • A põês-fa prl"fere criar novas r ealfdad es a contar o que e:icis– -u. - Jacob Bur ckardt. •• • A qualldarle essencial da nrdadelra poesia é que ela d.e11c<1bu um mundo n ovo, no Jnundo já conhecido. - D. H . Lawrence .... ~ arte poétieâ é um jogo de espon. e freio, m1Jito parecido eom a eqni-tação, porém aind.a m ~ dlficU, por jogar com e lôgo. - Alfonso Rey~ ••• Mlrma VaJéry que a poesia JU'OCUl'll criar uma linguagem den&ro da Ungua,em, e bem P1>$SO dizer Igua lmente : fóra tia linguagem i:ecebida. Nesse ~«do. p oesia é combate con– tra • li:n~uagem. - Alfon.,;o Beye.. & 11oesía não tem absoluta– m ente como objéto comuni(:Jlr a quem quer que seja quat- 41.ue r noção determinada, - p ara o que a prosa deve bas– tar. - Paul VaJéry. ••• Pot'l;la é uma espécie · euca– risliea q ue alitnenta e.m ve,g li.e ser alimentada, e que não a bandona as coisas vivas soer– ,tli~_ ., pelo seu sõpro. a.ntes 115 cklxa 11'vitadas para sem– pre . porque seu impulso as jn– P para mais além do l'a.mpo d f' &TAvitação da morte. - l!:duardo Gonz11le,: Lanuza. A poes ia nã.o responde a per– pnta, :tlg-uma. Não é uma res– posta a algo gue nos entriste– ça,. e. o que é mais importante, prl"tcndc ser um valor total JndepentlPnle de co!!mos. por– goês e para-guês. Si:us dados não admitem Integração algu– ma pols já são integrw.; por si. Cada revelação p'!éf;ica ahi:an– ge a t ntalidade ilo cosmos, do mesmo modo que em cada gõ– ta dágu,a estão compendiados t odos os elemC"ntos l]Ue formam ., oceâno. Não é uma resposta, é uma e,•idêneta. - Eduardo G onzalez Lnnuza. a poesia). - Adolto Casais Monteiro. meios do seu tempo. Nao ~ª!" ta ser um fotógrafo de m.ise• rias ou g-randezas, nem entre– L.EOPOLD DUR~-ND (COPYRIGHT DO S. F . 1 ) Poesia lgua1 a arte mais rismo. - Paul Dermée. ••• gar-se, ao revés, a mil explo• uma arte que, na verdade, na- vez o ün.ico pintor n~ atua tl– tt- rações plásticas capazes. ?e da exprime. 0 nosso cama ra- dad~ que .oube realizar, no sa tisfazer a própria audaci.a, d braslleiro Porti.nari (: tal- , conJunto da sua obra,. e~ta pp,a:r~a~v~a~n~g~l~o~1·:ia~r~-~se:_a:l~g~u~é~ni:__:::d:e_:::ª:_.:.:,____________ união fecunda entre a tecn1ca A poesia ê dona de Iodas as proba.bllidaile!!. até da proba– bilidade do improv:i.ve 1. Agatão ••• O nome de poesia significa razer ou fingir, e poéta é o tingidor. - Juvêncio. .... A poes ia procura instruir ou agradar; às vetes seu objéto é a.gradar e instruir ao mea– mo tempo. - 'Horácio. :. e o moti 110. as dóres, as ale• ..- c-... nrlv<;ão dn 2. 41 PI\!! grías. as misérias do povo que O Retrospecto Do Ano... êle canta, modelando-o na me- dida da sua uoeuça ou dos seus ímpetos, e com o empre– go, por outro lado, de un1~ téc– Borba, me parece o portante. mais Lm- DEPõE O CRlTICO ADONIAS FU,110 Na livraria da edi tora "A Noite". ouvilnos o crll]co e ro– mancista Adonias F ilho : AS IMrRESSõES DE O'tA– VlO TARQUINIO E LUCIA MIGUEL l>EREntA Otávio Ta1•quinio de Sousa. o ilustre bíógra(o de José Bo– nifácio, respondeu: nica dotada de todas as rique– zas e de todas as liberdades reclamadas p ela in lensidad<? do assunto. ...poesia. con1pleb 1 ••• - Voto no "Sagarana" Coo– arte suprema e sidero o melhor livro de ficção - "A Rosa do Povo", de Drummond, e ai "Poesias" do Odorico Tavares, são muito significativos. Quanto à ficc– ção. voto em "Sagar.ana" e "Agua Funda". E. no gêti e1·0 ensaio. no livro de Osório Bor– ba. "Soml>ras no T une.l" . Na obra de Po1linari II ter– ra brasileira está presente toda inteira, como as planícies e os rios da R u,sia nos seus cantos populares. como a Espanha nos poemas de Frederico Gar– cia Lorca. "Eu sou u1n cam– ponês" - diz o nosso canta• rada. Mas um camponês g u.e se rez pintor. se1n com isso aban• donar sua terra e mais perlo dela. sem duvida. poder IYIJI.• nejar ainda a enxada ou o arado no seu rincão :le Santa Rosa . Ele pinta músicos to– dos em arabescos que da1,çam, dedj.lbando com seus dedos enormes, mestres dos ritmos, os flancos de seus clarinetes ou as cordas de seus violões. &le pinta sobretudo lavadei– ras curvatlas. esfregando com seus magros braços., seus de• dos grossos, a roupa que acom– panha o movltnento dos cabe– los que lhes caem sôbre o ros– to; êle pinta os negros, os ín– dios, 011 mendigos, todos oe -contrastes e todos os ofícios, mas, acima de tudo, a dõr mais dilacerante, a angustia mais profunda: a morte e a grande aflição do~ retirantes. t:le mos-' tra os mais pobres dentre ê.le.11, .filhos d as solidões despovoa– d_as, aqueles que nem nomes têm. os deserdados da terra. ~ que pefambulam desconhecen– do-se a si mesmos, enterrados pintura que se move, e s iea penYartte. - Em i 1e champs. ••• de 46. Em poesia. destaco Lê– mú- do I vo, com "Ode e Elegia". Des- Quanto aos estrangeiros. pare– ce-me llln acontecimento Im– portante do ponto de vista es– tri tamente de nossa literatu– ra o lançamenlo d e mais um romance de Wasserrnann. •·o Processo Mauri~zius·•. A poesia é um campo recha– do. uma álgebra. Dist ingue -se da prosa pelo seu lado a lusi– vo, por seus meios ellpticos. Inquie tam-na correspondências e relações desconhE'cidas. que a prosa. ignora. Além disso, toda poesia que não é adivl~ nl,ação não existe. - .Jncques Dyssord Lúcio. Miguel Pe1·eira contes. tou p ronti<men te à nossa per– gunt"11: - Não li todos os livr<ís Qlle já saíram ês te ano. Dos que U, gostei muito da "Rosa do P,o– vo". do Drumn,ond, e das "Elegias do Pais das GeraisN. do mineiro Dantas Mota, no <u,1e toca à poesia. Quanlo à lite– ratura de ficção, também gos– tei, e muito. dos romances de Clarice ·Lispector, "O Lustre", e de Ruth Guimarães, "Agua Funda". Creio merecer o mes– mo relevo o romance de Lú– cio Cardoso, "A Professora Hilda" . ••• . . . a principal faculdade de um poé ta : a ranlasia, que não se deve eonfundJr com lmag"i– nação. faculdade mwto infe– rior. A imaginação nos d:í • ornamento e a côr, alisa as s u– perfícies : seu m aior e-sfôrço é nos oferecer um simul acro de v ida na alegoria e na personi– ficação. A fantasia é faculdade e.ri.adora, intuitiva e espontâ– nea i é a verdadeira musa. • deus in nobis. que possui o se• i;r êdo da vida. capta-!l no pró– prio vôo. em suas aparicões mai1 fugazes, e dela nos d:i a impressão e o sentimento. - F rancesco de SancHs A poesia não é uma. trans– crição livre d e certos estados, de, certas postulações int_.lee– tuais : é uma maneira d e viver a linguagem. e qu.e pod em manter l'elaçóes com o drama ou a filosofia. mas não sabe.ria aer determJnada por êles. sob pena de perder seu caráter próprlo. - Pierre Em-manuel ... * P oesia é criação verbal, mais n l'tla. - Jean Royére. ••• O poéta é a a lma de mU mas. - Shakespeare. •• • Reunindo agora estas derim– çóes, vejo que não são funda– menta !mente contraditórias, sendo que várias se ajustam, senão se repetem. Poesia é pa– lavra e é mistério, pareceu, dizer-nos q u as e todas. em cõro. Um certo modo de eo1n– binar as palaVTas. Um certo modo musical. E que sugere em n ó s certas sensações .. "l Jm certo", "uma certa" : não é possível usar de mais preel• são. ~las que.JD :imar a preci– são procure 1>s relógios, as ba.– la.nças de laboratório; não pro– cure dirlonárlos. nem litera.tos en1 ,:-era 1. úLTIMOS LANÇAMENTOS RIO, Via Aêreo (A. U.) - COrrêa Pinto. poéla paraense, ac-.iua de lançar o seu segun– do livro, uma coletânea de sonêios. ••• Lauro Rodrigues. qLte se estreou a1,1spiciosamenle com "Mínuano''. acaba de publícat-. por intermédio da Livraria do Globo Editora, o seu segundo livro, este de versos: "A ron– da dos sentimentos". ••• U~íA ABS'fENÇAO. CO.MO NA OONFERf:NClA DA PAZ Ausente do pais durante al– guns meses. Guimarães Rosa, numa rápida palestra pelo te– lefone, fez sentir ao reporter que oão tiver'a tempo de se pôr inteiramente erp dia com o que se publicara em 1!r«f no Brasil . Deu, entretanto, seu vo– to, quanto à poesia, ao livro de Carlos Drummond de .J\.ndrade, "A R osa do Povo". Quanto à prosa ~ ficcão. o sr. Gu ima– rães R osa fez como se ainda estivesse na Conferên cia da Paz. agindo sem dúvida por deformação profissional: -Abstenção ... Em livros de crônica. pre.fe– riu o de Franklin de Oliveira: - Gostei muito de "Sele Dias·• que, na minha opinião. é muito mais import1111te do q ue se poderia pensar. O VOTO DE Ul\1 REPORTER O reporter e cronista li terá– rio Almeida Fischer. latnbém depôs neste inquérito: -Na minha opinião o n1e– lbor li111·0 de ficção de 46 é "Os Servos da Morte" , romance de estréia de Adonlas Filho, - escritor discutido e combalido, às vezes até negado, mas in– rlubitavelmen te um notável ro- • mancista. Na poesia. acho mui- t-o Bons "A Rosa do Povo", de Carlos Drummond, e "Ode e Elegia", de Lêdo Ivo. Posso discordar das idéias de todos. mas sob o ponto de vista lite– rário, seus livros são a m.eu ver os melhores do ano. nos respectl vos gêneros. W- Cc,netus::.o d:i l.8 pág AS IMPRESSÕES DO AUTOR DE "m STóRIA p& ltOSSlA" O au tor de "História da Rus. sia". Otlo Schne.ider, respon• deu: - Na ficção. "Os Servos da Morte", de Adonias Filho. Na poesia, "A Rosa do Povo''. de· Carlos Drummond de Andra– de. Como grande aconteci– mento literário. acentuo o lan– çamento do primeiro vol11me da "Comédía Humana". de Balzac. FAI.A GRACILIANO RAMOS O romancista Graciliano Ra– mos, na Livraria Joaé Olym– pio, diz à reporlagen1 : - Quanto à poesia, "A Rosa do Povo" está em primeiro lu– gar. Menciono ainda os poe– mas de Oswaldino Ma rques, que são uma excelente revela– ção. - E quanto à prosa de fic– ção 1 - Considero impossível res– ponder honestamente ao in– quérito. Há vários livros que ainda não lí porque 01al acaba– ram de sair, como os roman– ces do Jorge Amado. do Dio- O TEMPORAL nelio Machado, ele.. Há outros com os quais já havia travado conhecimento quando entra– ram em concurso, de que eu era juiz. Assim, para me pro– nunci ar a respeito, seria pre– clso fazer uma releitura de li• vros como "Sagarana", de Gui– marães R osa , d' "Os Servos da Morte". de Adonias Filho, "Capricornius", de O vi d i o Chaves, etc.. A OPINIÃO 00 CRIADOR DE ''ABDIAS" O romancista Cyro dos An– j os, aulor de "O Amanuense Belmi ro" e de "Abdias", disse ao reporter: -Em poesia, gostei multíssi– mo de "A Rosa do Povo", de Drummond, e de ''Ode e Ele– gia", de Lêdo Ivo. O primeiro é uma velha admiração minha. O segundo parece-me uma. das mais altas expressõe.'! de nossa jovem poesia. Em ficção, li o "Sagarana", e laço côro com a uma direção . Inútil. Ao ela rão de um segundo, ludo era opinião geral. que acoUieu en- terríveln1en te b!"anco, para depois 1.icar tudo inteiran,ente tusiasticamente a estréia do negro. Então, percebeu que do lado direito a ~ua es- contista mineiro. Outra estréia barrava nas suas peruas mais pronunciadan,ente. Ah! ra- expressiva foi, sem dúvida. a ciocinou, devia ser a enxur rada que descla agora mais forte de Adonias Filho. Limito-me dos r!lontes que cercavam a lagoa. E sen,pre segurando a mencionar os livros até ago- a mão dela. foi se virando até ficar· de f1'ei1le para a sal- ra lidos p.or mlm. Assim, nada vadora pressão. Aí. começou novamente a andar, os posso dizer. alnda, sôbre os pés. cada vez n1ais pesados, trêmulos, dormentes. lutando dois romances de Lúcio Car- com o lodo do fundo doso e o de Clarice Lispector, - Firme na minha mão, e atrás de mim. eseritores que admiro. · Caminhavam O venlo 1nudava de dil'eção. mas a ,- Cyro dos Anjos referiu-se, água continuava batendo-ll;le contra os joêlhos. e cada vez ainda, com s1mpaLia, ao llvl'o mais forte. e se ~lava cada vez 111ais forte era porque do escritor Cláudio Tavares quanto n1ais pe.r~o da praia mals intensa seria a enx ,rrada. Barbosa, "Mundo Fechado". Sentiu um jubiloso calor invadir-lhe o peito: - Estamos perto. nêga Percebia que estava perto. mais pe1·to. porque a água batendo cada vez co1n mais fôrça, já estava abaixo dos joê– lhos. Durante alguns minutos patinhou com água péto pê. Estavam salvos l A chuva diminuía. diminui.11 o vento, como se estivesse cansado, e um novo relâmpago fez que ela como Cinderela. - Um muro ! U1n muro ! 1llle repôs os óculos, amarrando o lenço encharcado na besta para que a água não escorresse diretamente pelas leules . E encontrou o muro, um muro de adobe. AS lMPRESS6ES DE UM ENSAlSTA O ensal.sta Ascendino Leite-. !.l.l tor de "Eslética do Moder- 11ismo•· , respondeu: A poesia não é um processo de clarificação, embora o poe– ma. fE'lto. p(JSsa ajudar o a u tor • <'onhecer-se melhor (lllllS is– ao i- i;ó com êle. e só a ête tm, poria, nem nada te-m a vêr colb A Agir Edilora dé-nos mals (.lnla bõa tradução de um livro sério e atual ''Princípios PoU– ticos". de Jacques M11rltain, o grnnde pensarlor francês de nossa época. Chegaram ao hotelzinho, onde brilhava um lan1píâo de querosene, pingando, imundos, tremendo de frio. E la per– dera um sapato como Cinderela - Foi de ama:rgar, hein ! dísse, despindo-&e. Mas uun– ca desconfiou do perigo em que estivera. (Do romanoe ''O espêlho l)artido">. - Na prosa de fJcção, acho que "Sa~arana". "Os Servos da Morte" e "Um rosto notur– no". são esplêndidos marcos de referência. Na poesia, voto en.1 Lêdo Ivo e Antonio Ran– gel Band~ira. No ensaio, o li– vro de Franklín de Oliveira , e uma sur11resa qL1e cc111ve11ce como afirmacáb lilerária de p rimeira ordem. pelos seus irnlãos de miséri& na pobre rêde que !oi o seu leito. ~e pinta o silêncio que o entet·ro da criança e seUil acompanhantes vão atraves– sando na itnensidão dos cam• pos. E, por fim, o caminhar dos retirantes, sua miséri a en1 revolta, levando consigo s11os chagas e seus tar1·a !>Os, ness,.;; passiageus adversas ond~ nao.i pa réce convida .- ao repou;.u J!: com al~gria e confUln~A que nós rendemos aqui ao r so camarada e a sua obra ij 1• • menagem que an1bos merecem e que a J\ ll' .•rica lhes ven1 ren– dendo de h.í n1uito. Talve-: nossos amigos p.intores - e êles eslão dentre os maiores - sairão dessa exposição com o desejo de pa r f.ici.par mais iu– tensamente da v1da do !'"' tempo, coisa que éles at f ra não fi1ero.1n ainda. <Do "Hun,anilé"l PRÓXIMAS EDIÇÕES Otto Maria CP rpeaux es l~ escrevendo para a Iávn:iria José Ollmpio urna "Histórin da Literatura Russa" , em que estudarã o desenvolvimento das letras na terra de Dos• toiewsky. sob um novo pl1'lno. Carpeawc está tenn in:indo também o seu grande lrnbalho em três volumes. "Literatura do Ocidente" . - • •• De Marie Twain. um do, grandes humoristas, a J?sé Ollmplo lançará a c<mhen1da a'U tobiografia. ··- Na "Coleção Tucmo'., apa• recerá breve "Os Poe1nas Tra– duzidos" , de Manuel Bandeira. editados aRteriormcnte em edl· ção de luxG. • •• Ledo Ivo, depois de "Ode e Elegia.., já tem pronto um no– vo volume de poemas, a ser publicado breve. ....- C'oncl1JJ1lio da últ. pág. Tristan Bernard... blico mais vasto. Jl,ttavés de toda a sua obra se fará lartra colheita de fórmulas qo,e. ern todos os tempos, asseguraran1 o êxito aos moralis tas: - "A g.rand& preocupação dos ho– mens de negócios trar1ceses. iião é ganhar dinheiro: é ün• pedir os outros de o ganha• .-em..." Ou alnda: - "O ver– dadeiro amigo é aquele a quem não Lemos nada ttue di- 1:er; satisfaz (lo mesmo tem• po a nossa selvajaria e o nos– so empenho de sociabilida– de". E .tlnal,n,ente: - "Foi Deus que criQu o mundo. mas é o Diabo que faz vi.ver" . In– cansável mente fica.riamos cl, tando traços e traços, cunha– dos com essa lronia. A lenda. pa:ra sempre aureo– la esse glorioso escritor, esse velho e -acolhedor "Marech:11 do Riso Francês". Sua v elhi– ce moça está rodeada de ate. tos, e êle reune agorn os spus versos - enxarnes de quadros. de sonetos, de epi,g!'amas. rle acrósticos - act·escentando 110- vas peças à coleção. Neslas. somenle nestas, êle deixa ,, vezes transpart'Cer uma san– dade do pa.!;sado, como nesta quadra: vinha Vinha S11mlu o dôce tempo ero que a r pataVTa com tal tacUldade. prlmeíro, allE, que o pen. [sarnento 1 Eu era um poéta. de verdade , . T rlslan Bernard é um mo.ra – li5ita d e-µi.asla i;lo su til para Jg– flOr:&i: que. na França, tudo acaba por um.a canção.
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