Folha do Norte: Suplemento, Arte, Literatura - 1946

J)Mf,lfjgo. n, ct6 ÍIÕí'Í'ÂINõ. ~ 1111. EC>LBA: l>O BOBTE - 1.'Plgfna --- - ,LAZAR SEGALL NOTAS LIT~~~~!~~ ORIGINALIDADE . , POR GERMAIN BAZIN (COPYRIGHT DO S. F. I.) JlllllO ao aatO'L'. S6tg1o Mllli.t c:oJú••t•, dlundo ~ .,. al– lfc:o. do paate.do , •pesar de teNm aldo honesto1, esti.o eequec:ldoa. Shn, podem fku e11q12ec:lclos do pliblleo, mu o auto, c:rlttc:ado por •'-• P· nhou na 1ua arte. S•m dúvi– da, h6 aqui multu p(ginu que °" c:rUlc:01 mbec:,e•erlam - dubledade9, O Nmo,to de 161' mal. M6a t odoa o AD• tlmoa, e11 que não aou critl– c:o, atnto-o em all1l d6se. Al– cau Amoroso L l m • ou'rill dlftr que Talne esc:reyen : wn llwo s6 1&d c:ompreen– cUdo ap61 ler aldo lldo tl'ts vuea. Conc:orda c:om o c:rUf– co frenc:'11. Concordo ltm• Mm. Por iuo não 6 pou{Yel uma c:rlHc:a dltth., mala ou meno• tmpoulvoL hehdoma– dúf.a. Todt vla, em IS anos. faflndo c:rltlca empuelh•-– eom oa c:rUic:o• Imortais. llflrm• : "Kio b d f6rma mal■ alta. de all'li.dade que • Mia– tlc:a. Liberta-no• da ••çi4"' exterior pura e 8lmpl111, para nos le'l"U à "l'lda •c:onlempla– tlYa", à Tida • apoa16lka" e à. 'tlaão 11<>brenatura1•. E Os Escritores LAZAR SEGALL é, sem dú– Yida alguma, o pintor brasilei– ro mais conhecido em Paris. Sua estadia entre nós, bá quinze anos passados, deixou sulcos profundos : {números artigos e dois livros escritos em francês, um de Waldemar GEORGE e oubro de Paul FIERENES. Em 1937 uma ex– p osição na galeria "RENOU'' et "COLLE" revlvia a curto– sidade que a ausência não con– seguira e,ctinguir. Sem que se tenha ligado a qualquer gru-po ou tendência, conquistou êsse tndependente..na arte moder• 11a um prestigio que todos lhe reconhecem. E não fôra a nos– talgia do sol que o afasta para !onge de n9s, SEGALL seria atualmente um dos nomes consagrados da "escola de Pa- i l'f". . Que maravilhosa- aventura a deste artista emigrado das frias margens do Báltico e cÜja vida acabou por se fixar em meio às terras ro'ltas, re– lu.zentes ao dardejar dos rai05 solares, nas ce-,:canies de São Paulo! Nascido em Vilna, em 1890. deve SEGALL sua !or– rnação à Ale1nanba, enitão cen– tro de atração dos países bál– tic_os . Em 1913 uma viagem ao rédor do mundo ' o conduz até São Paulo. De 1917 a 1922 pa– rece uma das ''esperanças" da escola expressionista alem!i, ~ cujas hostes se contam muitos eslavos : K.ANDINSK, CR A GALL, ASCHIPENKO, SEGALL. A nostalgia dos tró– pioos - nostalgia oriunda do breve contacto ,do joveni de 23 anos com a terra generosa - é mais forte que tudo na alma errante do eslavo em bU9Ca de uma pátria acolhe– llora. À embriaguês do sucesso, SEGALL pretere as seduções do ·desconhecido, n1,.11n pais no– Yo. Porjsso, em 192!, reg.ressa ao· Brasil. onde perm.anece até :l9!9. ;Mas, de súbito, ei-lo pre– sa - de pTofunda nostalgia da E uropa, Regressa, então, a Pa– ris e encontra-6é com Walde– inar ,GEORGE que t~nta ti• liá-lo ao "neo-humanlsmo". T er-se-ia assustado a inde– pendência do artista? Teria o encantamento d06 ttôpicos en– feitiçado sua alma com algum sortilégio invencível? Pela segunda vez recusa SEGALL o sucesso prometido, a car– reira aberta e triunfante e se r etugia, desta vez para sem– pre, no Br&.sil, cuja atração o domina. SEGA.LL será um pintor do B rasil ou um pintor brasilei– r o? Um pintor independente, e.is o que é antes de tudo. SE– GALL é um pintor que sem– pre rec.usou a pertencer a uma escola ou a fazer parte de q ualquer grupo, e que tanto s ob as neves de Betlún como IIOb as primaveras de Pa~is ou sob a canícUla dos trópicos permaneceu sempre profunda– mente eslavo. ~. . . brasilei– ro por adoção e po.r naturali.: 1 zação, sua escolha nos obriga a considerá-lo como tal. SE– GALL é um artista de São PaUlo como ?!CASSO é um plotor d~ Paris. A influência d e SEGALL sôbre a tormação da moderna escola brasileira é. aliás, notável. Foi êle o pri– meiro a levar, para o Brasil, os princípios da arte moderna tal como tinham sido elabora– dos em Berlim, Munich e Pa– ris. En1 ,l,943, no Museu de Belas Artes do Rio de Janeiro, grande exposição retrospecti– va de sua obra consagrou-lhe a posição de precursor. Para quem conhece a alma- brasi– leira - tão estranha e com– plexa que não se enlrega es– pontaneamente ao europeu a não ser que êste, ao desem– ba:rcar, se livre de todos os complexos - essa .fusão com a alma eslava, por paradoxal que pareça, não deixa de ter JUa razão de ser. A melanco– lia brasileira, ê$se desencanto em suas m,ais poéticas expres– sões deveria oferecer terreno favorável para o desabrochar daquela nostalgia - um dos atr1butog da alma eslava e ~ue produziu do..iB gra.ndes pintores modernos: CHAGALL e SEGALL. A consciência, tão particular ao es.Iavo, duma vi– da concebida como eterno ex(– lio d~veria harmonizar-se, de maneira teliz, com a tristeza do brasileiro, que, no mais íntimo de si mesmo, se sente, de algum modo, como um oci– dental exilado num pa.fs tra,. pical ao qual. aliás, êle ama apaixonadamente. :t: liciito formular-se a per– gunta se o "complexo de exí– lio" nesse eslavo enraizado nas terras escaldantes do Sul, não correspondecá a alguma inconsciente necessidade de afastamento da te.r.ra natal, afim de melhor viver de sau– dades. Quando SEGALL pinta os campos de São Paulo, as pequeninas vacas com que po– voa seus quadros são sempre, como as de CHAGALL, os brinquedos de madeira que os mujicks esculpiam. Os sofri– mentos dos israelitas, lançados para os confins orientais pelo ::-edemoinho dos povos; Ja'lnais ressaram de o inspira,r. F.m 1937 SEGALL pintou um gt-U– po de cadâveres, a que intitu– lou "Progroms" e uma ,las rrats importan-t.es de suas telas, o HNavio de Emigrantes", tem, como tem.a, o desânimo tios 6xilados amontoados no con– vés de wn cat'gueiro, expulsos da pátria pela bat'ba,rie nazt-J. ta. Nas complexas tonalidadc5 da. alma eslava, SEGALL é, se qu ísermos, uma espécie de CHAGALt em tom menor. Sua arte não é uma arte de ruptura, tnas ele harmonia. Ao contrário de seu C!Ompatrlota PORTINARI, no qual a ex– pressão brota com selvagem violência, SEGALL é ma.is discreto. Ambos pintores do sofrimento humano, um o eJJÇ:– prime com revolta, outro com t"e3ignaçiio. Ili l'llulto temp~ que LAZAR SEGALL reptl• dlou seu expressionismo origi- nal e a elaboração de um 'lUa• Nio H dlga que a obra est4 !.lenta de pec:adOII. El'ra • -,rra d.o1oroiamen1a, l11111en– tavtiff\•Dte, quando c:ham.a de medfóet'a o Uno ele A1't· xta Cane.1. -o homem, kM desc:on!iec:ld.o•. Pois ie o ""º do c:lent.lJlte c:orreaponde à anpatla do 11,omem, .. fes llOff lur na alma e m..mo l'I& btotogla, e ainda 1Ueza– rlanMnle por ?átiu paua– gena, •o h omem , &no deec:o~ Dheet.do· nlo morre. !rio ~• se.r medíocre 1lffl Uno que rul1te a "l'úla1 teUuru a iode fflt que o abro me en• rlqu*40 um pouc:o. Vou para o trabalho mala firme. A al– ma torna-.. mm tonm. O. c:rftlcoe enam u&hn. Andl'4 C ide d eaconhec:ea o ..ior de Pl'ouat. S6 mala lar• de entoou o •mea c:utpa•, Dls que Santayana, ruósofo norl•- amerlcano, 9'16 f6ra da TI.da . porque fol encontrado em 1944, em Roma, lendo tranq:ul.lamenfe ntekens e Rac:lne. Pois estou com San– layllllt, E hll••• com a pr.S.. pr1a Vida, pol■ 6 o autor que Ealà a( "O c:rttlc:o lltGl'úto•, o Uvro que H bU&la em ti ano• ele experllacla crittea. Honeatldada, Criação, Jute e Coiragem, San■U>Uldade e ln• tellgt:nc:la - eil u cuac:l•• rl■lic:Jll d61.. c:rltlco que hm• to tem trabalhado pela nona LlteraJun. NOTA - Para remessa de ll– vros : Caixa Postal, 293 - For– taieza-Ceará. Critica Lilerária E Cri- tica Religiosa Continuação da L• Pâ.gtna como. os documentos o pro– vam, perfeitamente verídica. A guerra de 40 despertou em F rança o sentimento reli– gioso. Os livros que tratam dos problemas mlstic:os gozam atualmente de enorme siuces– so. As obras de que estamos falando têm visto suas primei– ras edições elevarem-se em poucas semanas. Mas o fra!l,– cês conserva sempre, quanao analisa as invasóe$ da fé ou as agitações afetivas, essas qualidades de anãlise, de su– tileza, que são suas qualidades mestras. Humanista amante da beleza, deleitando-se nas pes– quisas da arte, êle estuda o sentimento religioso nas suas refracções através da obra li– terária, para melhor o apa– nhar nesse desabrochamento supremo onde o canto da al– ma para Deus se transforma em poesia, em prosa musical, toma11do-se a rooa puq>u:rina que se balança na mais. alta hast~. • DE ALVARO DE CAMPOS os farois de tuna locomotlva ou as orelhas da sogra com as velas de um barco em dia • de temporal. A originalidade, o estilo pessoal, obtem-se oom o de– curso do tempo, com a expe– riência, é um aprimoramento mais ou menos natural. Dize– mos mais ou menos natural porque póde ser cultivado, de– pende de estudo, de tirocin'io. Com experiência e dedica- ção. o escritor vai adquirindo personalidade literária. Os mi– ciantes não devem copiar, de– vem procurar assimilar, po- rém, sem servJlismo. A sua própria personalidade termi• nará por sobressair em n,elo das as,;imiJaçôes conscientes, isto é, com o escopo de me– lb.orar. Serã capaz de p1-odu– tir obras de alta valia (4). t:irCoDc:lllÁO da l ,a pâglna O verdade.iro escritor sol.Ire• vive. O palhaço lirerár!o não chega a morrer. (1) - Rubem Dario, orgulhoso de nua pel'$onal!d11de uterãna, declarou : "Ml literatura N mia. en mi. Quien siga servilment( mis buellas perderá su tesor~ personal y paje o esetavo, no po– derá ocultar su s!Uo o Ubre.a". Hugo Wast (Carlos 1\'tartlnez Zuviria), o glorioso escritor mo• ctehl.r argeut.il10. :t.Je me llon, a com a sua amizade, e&e!:evcu em seu notablll.s!mno livro ·\loca– ción de Escritor" ~No L'lay que coníundil' la origl:nalidad con 1.a extra\'Qgancia. Um autor r~co de pe.rsonalldade proprla será &t<?'ln• pre original, auoq_ue no se em– pene en sed<>, porque "el estilo es el hombre". "Un autor sln per• sonalldad, sentindo-se Incapaz de sec realmente original, pues que no le nace de adentro ninguna lnsplracióo, se en1penara en lo– grar esa orlglnalidlld de los ado• cena<tos, que es la extrav,1g'.lnc!a, y escribi.rá con térxninos l'a• A força de ler bons autO'tes, de contemplar at'entamente páginas bem t rabalhadas. o leitor acaba por assimilar sem es.forço, de$etlvolvem--se-lhe as qualidades ·e o seu estilo assi– náia-se, a sua pel'90nalidade "'rojeta,-se no que escreve, na- t' ros ..... turalmente (5). "Aprendendo O que se fez (2) um déluge de mots sur 11n antes dele, aprende o que a.iJn- desért d 'idées. da se pode fazer", escreveu Gabriel Sédilles ("Le Genie dans l' Art, pág. 198). Hugo Wast CVocación de Escritor, pág. 121) declarou: Estudio de los grandes maes– tros pero no imil:acióri". A originalidade espontânea é a expressão de talento. A originalidade forçada reveln incapacidade criadora (6). A primeira merece-nos ad- miração e repudio a seguniia. O insucesso de grande parte dos que pi:etenderam. ser es– critor é CQMequência do des- con1\ecimento do idioma ou de preocupação morbida de set orlp.na1, ou dos :la.tores. •(3) - .Tulio Dantas, que &O• bre.ssari enl~ os moís prln,oror.01 estilistas do nosso idioma, ,·e~rl- minou essa pomposidade, com as seguintes palavras : "Eu cl'eio que nós todos, pr1Jsadores dns linltuas neolatinas, .abusamos daJI palavras, sacr i!icamos a limpide% da entoçlio aos efeitos de •=•a verba.li7.ação excessiva, e prt>el• mimos, para que as n.ossas ohras vivam, de simplificar os nossr.-a processos llterál'los. Quase tortas as literaturas portuguesas con– temporaneas (eu. propr!o tenho de . me pcntt,enciar) está. Jfógadll em palaV(QS inuteis, ' dr<>, longe->de se-.r o eleito de Dos poêmas que Femandi1Pe18êa eMreve u 10b lllll de um transe, é, para êle, lenta seas pseudónimos, Alvaro de Campos, e,tes frarme.ntos de tê– Acautelem-se. E s tu d em a nossa lingua e não se deixem domí•nar pelo anseio martiri– zante de ser dü-ere:nte, de ser original. Lembrem-se de q 1e. (41 - .r:r. Rousseau decl3rou : ~.L'esprlt ct·Imitaci6n a produit le!! beaux filts". meditação dos mei06 plásticos. d.lo e pessimismo. Chegou assim a um verdadei- _ ro classicismo. Seu quadro "Navio de Emig-rantes.. é uma das compooiçóes mais sérias de nossa época. SEGALL rea– liza também belíssimas escul– turas bem equilibradas, de superficies calmas, volumes densos, exprimindo todas elas certa .gi:avidade camponesa. um.a feminilidade oostálgica e terna. (51 - O tnst;rne protessor ar– gentino Canne.lo M. Bonet, es– c~veu : "Ci;eo que solo hay un medlo de ser orlgtnal : no em– penar-se en serio y volcarse e11 la obra todo lt1tero, st:n reticen– cias, con una sinceridade lnfan• liL La origir\alidad es corno el A arte de SEGALL consti– tuiu belíssimo ex-emplo dUtna carreira b.armoniosa que atin– ge à curva severa da maturi– dade. F açamos votog para que não perca o contacto com Pa– ris, contacto e.sse que sempre soube manter. O Oue Leremos Breve R IO, via aérea (A. U.) - Em edição da Livraria José Olimpio vai apareçer, den tro em pouco, uma obra origina– li.ssima : "A vida de quem não vê", memórias de um cego, do professor J. Espinola Veiga. Livro cheio de revelac:;óe$ tné– ditas e das mais curiosas. ••• Ainda da mesma editora te– remos a segunda parte das "Memórias" de Goethe, com– preendendo a "Viagem a Itá– lia'' e a "Campanha de Fran– ça", tradução de Osório Borba, com mn prefácio de Brito Broca ••• Raquel de Queiro,z e&tá tra– duzindo para a Editora José Olímpio ~s ''Confissões", d.e Santo ~gostinho. Almir de Andra<k ultima a sua grande história da músi– ca, a,gua,rdada com o maior interesse. ~-· Alvaro l.ins já entregou ao editor José Olímpio os origi– nais da 5. 11 $érie do seu ''Jor– nal de Critica". obra que vai ficar como uma suma da lite– ratura brasileira couLc:mporâ– nea, ' Falta-me um senUd o, u.m láto para a vicia, para para a glória. num cireo. a figura que mais 0 amor, se diferença das outr-ol.S é o. . palhaço. " • Nio ser nada, ser uma figura de rnmaaoe, sem vida, sem morte material, wna idéia, qualquer coisa que nada tot<oasse útil ou feia, uma trombra num ehão lrrea,I, 1IDl ~ nho num transe. • Fase11 fallaf ó aombra futll chamada gente! Ninguém fu falt:r.; Dio rases falta a ninguém... • Meoendez y Pelayo disse : Para mim o melhor estilo é o que menos parece e clda dia penso escrever cotn mais simplieidade. (Historia de los amor : no se busca, se enc.uentra, Heredoxos Espanoles, 2:' edi- ção, pág, 35). (S) - VaS<:O Bolelho dt, Ama- Como é admiravelmente sim- nl, dos ma1s eruditos fllólogps ples Machado de Asflí.s! E ju.sta- p0rlugueses, escreveu : "A afc– menl,e por isso é tão lldo e a tação, o rebuscamento, o ufcnço, sua obra sobreviverá. o artificio, o tequlnte, o apuro A conlrastar com isso, t,o. eJCagerado estrangulam u vlrtu– ~ g~e se es!orçarn par~ ser ... ~es mais apreciáveis de qualquer vês Orlg1nais, estao esquectdos, escritor. ,escre, •ed.or ou falador". ninguém busca ler-lhes os li- CAledllações Criticas slil<Ni a Un. T ens, como HiUlllet, o pavor do desconhecido! Mas, o que é conheeldo! O que é que tú con'heceB, para que chame3 des– clKlhecldo a qualquer coisa em especial! • Pobre vaidade de came e osso chamada. homem, nio que nio tens lmportancla absolutamente nenhuma!' e Gt-andes mágoaJ ele todlls as coisaa serem bocado1. •• • Pode ser que para outro mundo eu pos.'la levar o que sonhei, mas poderel eu levar pa.ra outro mundo o que m.e esqueci de sonhar! e Sempre, sempre, sem.pre esta an~stia excessiva. do es– pirito por coisa n enhum.a, na estrada de Sintra, 011 na estl'a– da do 1onho, ou na estrada da vida.. • • E' tão engr a9ada esta pane asslatente da vlda. e Sou eu mesmo, a charada slncopada roda. decifra, nos serões de provi.nela. • que ninguém da Na casa defronte cidade há sempre! de mim e doa meus sonho11, que feU- e Todos os dw ' 'sine linea". , • Não estou pen.v.tuJo em nada, e que • 110ml Todos as tas de antor carias ~ amor são ridículas. se nã.o fossem ridicuJas. Não seriam car- • Minha. dôr Dio há aves, é inúW como uma faiola, num.a terra onlle • Falta-me-á sempre qualquer oolsa, sobrar-me-á sempre de que desejar, como um palco deserto. • O bl.nõmio de Newton é tão belo eomo a Vt>nus de Mito. • O horror do som do rel6glo à noite na sala de janta.e de um« casa de pTovincia - toda a monotonia e a rataUd&de do tempo..• Nasci para lffil.ndarlm sêgo, o chi e a esteira.. • de condição, mas falta- me o s011- v.n~o LYli vros. gua Portugue,sn, pág. 2.1). - Páginas De Um Diário (Couclosllo da 1.• p:i~.) frágil e fácil do amor. Laura amava com secura, como amam talvez os an imais e as plantas, como amam talvez os grandes· coracões. E foi iaso aue a . - perdeu. Perdeu-se num sábado, com um homem prático, de poucu páJavras, que amava aos sábados. ••• • O taxi margela a praia : - Sou ião feliz hoje que tenho mêdo de amanhã, geme Júlia, Faisca a pulseira no seio da noite fria. O pen• samento margeia o sonho. ••• Sufocar com banalidades pelos homens. Morrer sufocado. •• o desejo de mori'el' Tinha vinte e dois anos apenas. mas que mestra l Em que ondas sem mar submergiu o inoipiente na– vegante. - Que delícia I gemia enn-e algas de espasmos. • • • • Ao primeiro desmaio a sêca revelacão de tôda - uma vida perdida, a sua única vida, e de tal fórma reconstruída que era impossível recomeçar de no'Vo. .... - É pUl'a poesia isto, 'diz resultado de lêr confis&óes. ela. fum.audo. Eia. • •

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