Folha do Norte: Suplemento, Arte, Literatura - 1946
11e decidiu a dramathar nova– mente um mito helenico, como em Enlutada torna-se Electn , procurou movimentar-se com firmeza dentro das linhas tra– d icionais da tragédia g.rega. Com a sua Electra, não só fi– oou fiel em espírito a concep– ~o de Esquillo em A orestta– íh., como se empenhou em que até fisicamente o espetãculo provoCê"e sugestões n e s te sentido, estabelecendo numa página sôbre o cenário que da casa dos Mannons deveria aparecer a fachada com um pórtico branco de t.emplo gi;:e– ,go. A irensação trans:mitida pela sua trilogia é a mesma que surge da tragédia clássica: a de que o crime atrái o crime até que seja implacavelmente punido o sentimento primitivo e animal da justiça pela vin– gallça. O "c~lexo de Elec– tra", eni suma, é o mesmo na tragédia grega e na tragédia contemporânea de O'ljeilL P r-Oduz-ae igualmente o efeito psicológico pela ''piedade e terror'', embora sejam dileren- 1\s- os sentimentos religiosos 4.as n1ultidões que enchiam 06 teatros de Arenas e o das mul– tidões que enchem os teatros modemos. Liga-as, porém, a verdade de que o destino do homem lançado aa tiragédla é um destino metatisico. Dai decorre a neceSl;idade na tragédia da presença de uma fôrça misteriosa. ineooru.– tá.vel, extra-t-et'rena, contra a qual o homem luta diretamen– te ou procurando evadi1"-se, para cair afl,na1 por ela ven– cido e esmagad~ llá sempre na tragédia êsse personagem Invisível, que está dentro •do homem, etn luta interior, ou fóra dêle, pela ação de ele– mentos vindos do exterior. Es– te é o problema particularíssi– mo de certas &lmas - e a t;ra. g-édi.a é uma situação d.e sêre.i, f/Xcepcionais e não de todos os sêres - em face do Destino Gu da '"'Providência Divina, conforme a nossa concepção do mun<lo. No teatro grego, , essa fôrça mist~riosa era o Fado. Mas havia a,i realmente • luta do hom"'em contra a fa. talidade? 1J clai-o que sim, e isto se entende pelo ptóprio -~~ oomwn : cada homem, em.boca com o conhecimento ~ impotência doo seus seme– lhantes, sempre carrega a. es– perança <le que s,e possa sal– var, de q ue se;fa o primeiro a salvar-se. Ist-o representa um instinto animal que as i<léias religiosas ou filosóficas nunca • ooru.eguern sufocar de todo. A luta do homem contra· a fata– lidade não era muito visível em Esquillo, porque, como acentua Werner Jaeger, "o problema do drama de ~squil– l o não é o homem, o homem é o porta.doe do destino", mas ela está lançada em Eurip.edes, que justa.mente com êsse ele– ~nto novo aumen,tou a dra– maticid.ade, como a humani– dade, da tragédia grega, em– bora nos q4adros de um para– doxo, pois "este processo de .evolução conduz à contradição de que o homem, no instante mesmo em que eleva ao ma.is alto grau sua aspiração à U· be.rdade, 81:- vê obrigado a re– conhece-, sua caTência de li– l>e:<1ade". Depois do cristJanismo, de– ,a,parec-ida a religião grega, bOmo se a.cha colocado na tra• tédi.a o fenômeno imprescin– llvel desta fôrça de fatalida– de ? Há neste sentido uma explicação do crítieo Pierre– Aimé Toucbard que me parece lnsubstituivet : ''Le propre de la t ,raged.ie est de metlre face a .face deux forces notoirement 1négales, l'une ét.lmt: loujours l 'b.om.me dans s.es passions ou son 3J!IOur, et l 'autre, une puissanc-e abstrail, Invulnéra– ble par sa nalure même. Dana la tragedle grecque, le Destin (ou les Dieu:x) s'identifiait la plupart du temps a cet anta– goniste insalssab1e et myslé– r.ieux. Le christianisme, en personalisant Dieu et en péné– trant l'homme du sens de sa p ropre responsabílité détou.rna la !ragedie de son orientation cosmique inltiale, l'incüvidua– lisa: dialoguant avec s-a cons– flien ce. sa passlon ou son de– \l'oir, l'h<>mme-, chez Shakes– peare, Racine ou Corneille, lutfe eontre lui-même". Quer ,ÃiZer : o honlem lida contn uma fõrça de fatalidade que está dentro de si mesmo. Em Lenormand, como às vezes no pr6prio O'Neill, que se tem utilizado da experiência da psicanálise, o duelo se proces– sa entre o querer consciente e o invencível querer :Íll'lcons– ciente_ Por sua vez. o sentido filosófico do teatrv, de Strind– berg, com tanta influência sô– bre a -dramaturgia moderna como uma das fontes da es– cola expressionista, "m-0stra– nos o homem como criatura incapacitada para dirigir sua vontade e para salvar-se dos grilhões do d'estino", segundo a interpretação do critico es– pecializado, Monner Sans. E a p-ropósito de Strindberg es– cre,•eu textualmente O'Neill no programa para a represell– tação de uma de suas peças pelos Province.ntown P lo.ycrs : "StriJ,1dberg remains the grea– test int.eepreter in the tbeatre of our lives today". Não podemos esquecer, sem dúvida, que há no cristianis– mo o problema fundamental da graça e da liberdade, ainda reoen.temente estudado p o r Jacques Maritain num capítulo de Humanlsme intégral sob título "La tragedie de l'huma– nisme". Foi um problema an– gustianbe no pensa-mento de Santo Agostinho, de Calvino, de Jansenius, de Pascal, no pensamento de ortodoxos e heréticos. Sem querer pene- Origina FOI.HÃ DO~ROBTE Problemas DaTragedia ar Conclusão da l.& pãg. trar, com impropriedade. nu– m.a tão tr-anscendente questão teológico, lembramos, contudo. que nunca poderemos definir exatamente nos atos humanos os limites do livre arbítrio e os limites da vo11tade de Deus, ficando assim uma. gra:pde margem para a visão dos ar• tistas. Não temos, ante certos sêres, a impressão, certa ou er– rada, mas válida como impres– são humana, de que se acham conduzido.5 pa,ra a desgraça por uma fôrça misteriosa con– tra a qual se defenden1 em. vão ? Pois são tais sêres, com este lll!pecto excepcional. que. idealizado.<; em pesrsonagens, forneeem substância à Tragé– dia. E os personagens do tea– tro trágico. com i>S da ficção em geral, não são os sêres nor– mais, comuns, 5-f!m história. Nem Ed.ipo, nem Hamlet, nem Julian Sore-1, nem Raskolnikov são tipos vulgares. mas figuras excepcionais, criaturas marca– das pelo Destino ou pela Pro– vidência Divina. lo'!l o "misté• rio" trãgico a que se refere Eugene O'Neill numa frase ci– tada pelo crítico Arthur Rob– son Q11inn - que interpreta aüâs a sua carreira de dra– m&turgo como "a poet's que.st for spiriluality,. - : "Podem chamar a Isto o que quiserem, Fado, Deus, o nooso passado biológico ou moral. em todo e qualquer caso: o Mistério". Assim, o móvel dos atos na tragédia estã sempre envolvi• do em mistério. Mesmo quan– do aparece uma explicação, urna razáo objetiva ou a-pat'ell– te, por detrás dela sentimos que há uma fôrça invencível de Í.mi) ulsão e delemünação, recuando até as origens en– contramos o inexplicável do "sem motivo". Do contrário, ela não produz.iria o "terror". Também o pet·sonagem trági• co, mesmo quando comete um crime, quando viola as leis da natureza. não está possuído da consciência da cUlpa, que só aparece depois, sendo que às vezes não aparece- nu,n-ca, co– mo no drama de Desejo sob os olmos, no qual os amantes vão enfrentar a condenação à mor• te sem que realmente se sin– tam culpados no seu amol'. Do conbrário, ela não provocaria a ''piedade". É certo que há exceções, mas "o melhor - como acentua Menendez y Pe– layo - é que a .ação venha a consumar-se por ignorância. e 41.te o reeonhe.cimento surja ;• Domi ogi,,. a -• iõ--.&io- aã li tS. depois". E s6 assim será atin• gido o efeito arrebatador e transfigurador da cathanJs, Um equivoco irremediável seria imaginar-se que o efeito psicológico "piedade e terror" poderá ser produzido ou au– mentado com a simples acu– mulação mecânica de vícios e crimes como se o maior dra– maturgo t osse aquele que apresentasse em cena maior número de assassinalos e in• cest06- Isto aconteceu. p o r exemplo, com a .má imitação da tragédia grega e ainda pior interpretação de Aristóteles na falsa tragédia italiana do século XVI, em que as peças dos SperonL dos Giraldi. dos Gl"oto, dos Deci-o da Orte se resumiam numa aeumulação absurda e inverossimil de in– cestos, assassínios e crim.es sensacionais. Um historiador da literatura itaUàlla, Erasmo Peroopo, observa que "Gh·aldi encheu de assassinios e inces– tos o palco italiano, transfor– mado assim em malact.ouro en– sanguentado o u dormitórlo polui.do " e que "as peças de Decio da 0l'te-s6 pode,riam ser representadas para antropófa– gos". Essa falsa tragédia não se torna propriamente comédia, mas fal"Sa ou vaudevftle, pois c:omo diz Bergson, em l;e rlre, "c'est dans ses formes inlé– rieures seulem.net , cest d.aos le vaudeville et la farce, que la lidade E Os Escritores. • POR A. TEN6RIO D'ALBUOUEROtra "Insistimos: la origina~idad ·en el .~rte sue~a consentir en1renozar ~l pasado, en recrearlo y, sobretodo, en hacer lo de lo que hizo la gerac1on anterior. Pero en mejor refugio es el estilo. La originalidad no se conquista con la mueca, con el histrionismo, con la postura falsa". ("Es.té tiéa Literária". pág . 16. CARMELO M. BONET) comédie tranche sur le réel". Aproveitemos, nesta altura, e, ensaio de Bergson "sõbre • sign.i:flcação do cômico" para fixarmos com as suas pr6prias palavras que o cômico resulta da acumula~o. da exageracão,, da repetição mecânica, da plu– ralidade, enquanto o trágicct se caracteriza pela excepci.o,a nalidade, pela singularidade, pela unicidade. Partindo de um pequeno enigm-a proposto por Pascal em Pensécs - ,.Deux vis ages semblables, dont aucun ne falt rire en par• ticulier, font rire ensemblEt par leur ressenblance"-Berg. son chega à conclusão de que "i1 n'y a d'essentiellement ri• síble que ce qui est automati• quement accompll". Tomand11 do t-eatro a maior Pal'te doa exemplos necessários para in– terpretar o trágico e o cômico das situações humanas. êle de• fine o vaudeville como a arte que apresenta "une articula• tion visibleinent mécauique d'événements humains tout en leur oonservant l'aspe<:t exte– rieur de la vraisemblance, e'est• à-dire la souplesse apparente de la vie". Lança, por fim. es– ta proposição definitiva: "So. bretudo, jamais ocorreria a um poéta trágico agrupar em torno do s e u personagem principal outros personal!'ens\ secundários, que fossem, por assim dizer, cópias simplifica• das. O h erói de tragédia ê. uro2' Individualidad e ,única no seu gênero". (Surtout, l'idée ne vi~ndra jamais a un poéte tragique de grouper .aulour de son pecsonnage principal des personnages secondaires qw en soieut, _pour aln&i di re. der, copies simpilliées. Le h éros da tra,redie est une indlvidualité unique en son genre). Quer dizer: os dramas dos heróis trágicos não ppdem ser reve– tidos, nem seria possível a existência de dois Hamlet. dois Othello, dais Macbetb,. numa mesma pe_Ça. Há. é ver• dade, um caso de parale1i smc, de situações - não plurallda• de automática - em K i n e L eu , de Shakes_pea.re, mas isto acontece uma só vez, e quem oUBaria imi1&r Shakespeare nessa experiência singular atra vés da arte de um gêni" r ~- ■ - 0 11 rtt• l ■• zt O...O_n _ G_ a _ A _ P _ O_ h l ■ O -O-• . .. r·-· li _ O_ tt _ l'!l al O - f f e _ ct _ O_ fl _ a O -ll - ■ - 8- &- Cl &L ' ' 'Tratai de escrever bem, e a originalijlade de i-1 "La originalidad -consiste en una novedad sin 1 f bu · t . a1 d . t' - vosso estilo chegará por sí _mesmál'. (A. Albalat · ·- •- • re · sc~e11; 0 , ru ar es~ que surge espon anea i del gen10 mismo dei escritor". (Hugo Wast -1~ - - •=• -~~:~~-~:~~::e.:~-~:~.:~)-•-•"'' • =•=u -•=•=•-~::~:~:.d••~~~~~~:~~~:~~~-•-•-•= O verdadeiro escritor não pode ser.... s impl es copiador, mero r e pe t i:d or de frases alheias. Ele deve ter algUil\a coisa q,ue. o distingue dos de– mais, deve 1Jer personalid.ade. Cumpre o seu "EU" retletir– se no que redige. "O verdadeiro artista é [ um oriador. A&pim. a criar como cria [ a natureza" . (F eUc.ien Challaye - ''EII· &ética", pág. 60). Não se deve confundlr copia com imitação . A. Albalat ini– ciou o capítulo rr de "A For– mação do Estilo" (Tradução :le Cândido de Fígue-iTedo, pág. 41) , com as seguintes pala– vras: "A in1ltação consiste em transportar para o nosso pr6prio estilo as imagens, as idéias. ou as expressões de um estilo alheio. A imilação é o processo mais geral, o mais eficai, o mais oorre-nte na a-rte de escrev-er. Está consagrada por tradição. Ê pela im,i– taç_ão que se críou a nossa literatura francesa, saída das literaturas grega,s e latinas. e também é pela imitação que se formam talentos individuais. Corneille, Boilleau, Ra– cine, Moliére. La Fontai– ne. La Bruyére. todos os nossos clássicos tir,aram oo seus assuntos. e muttas vezes as suas fórmas dos escritores da antiguidade. I1nitar não é copiar. nem é parodiar. A paródia é a imitação curta e servil; é, como veremos, u.tn exercí– cio de estilo, um meio me– cânico de deitar a mão ao que não é nosso. · Quanto ao _plagiato, é o roubo desleal e condená– vel. A bôa lmJtação con– siste das concepções ou da exposição de ou~rén1. e pô– las em obra, segundo as q1.1alídades pessoais e o Ill<;>do de ..fer do imitador. Longe de supriin.ir o mérito ~ndividual, ê s ·i e processo serve p a r a o criar". Itog~r Picar ("Arti.fioes et Mystifications Literaires", pág, '14.l es~ eve.u : "A imitação, em litera– tura, é inevitável., porque um autor é f-atalmen.te do seu ambiente e nutre-se com a obra dos s,eus ante~ cê&sotes''. • A página 76 do mesmo livro, lemos: "A. imitação dos bons autores e, para aquêles que tazem a sua aprend i– zagem na arte de escrever um metodo que se pode recomendar, evitando - se que êle cwnule a curiosl- ' dade do espírito e a ori– ginalidade". Discordan1os, em parle, de Roger Picar. Consideramos inevitável não a im.úação e sim a inf luênc la. Quando al· guém se entrega perslstente- 1nente à leitura de d,eterminado escritor, finda por sofrer-lhe a influência. 1l um ato esponta– neo, natural A imita9áo seria servilismo. O verdadeiro escritor é di- 1-erente dos outros, mesrn.o quando escreve pensamentos iguais. Di-los de m-odo espe– cial, de modo diverso, Essa mane.ira pessoal, perso– nalissima de dizer é o estilo, caract,erizador de cada um, é o seu eslUo. Não deve integrar o que Rui Barbosa classifi'COU de : " ed' ' d d . . .m tocri a e _prot>ensa a arremedar os · vícios porque incapaz de in1itar as virtudes" (Réplica. n. 469). Infelizmente, de quando em quando, surge um indivíduo com esquisitices literárias e consequente grupelho de aplaudldores que se transfor• mam em macagtreadores de suas e&travagâ.ncias literatu– rescas e entram a trombetear– lhe toni(roantes elogios, in– censam - no, contemplando - o idiotiza.dos como um Novo Me$sias literário. Buffon afumou.: uo estllo é o homem". As estra.vagâncias literárias refletem o caráter de um ho– mem. Tairl'e declarou : "É pelo es• W.O que i,e ju}.ga um e@irito, :_tue se desvênda sua qualida- rientes deixam-se dómínar pe– ie dotninantA!". Ia mania da. .originalidade, ge Karl Vossler afirmou.: "E.s- fat.et " acrobaeias de estilo e Como se vê, o probl~ma da tilo é a linguagem.Jndividual fracassam. Alguns reagem, ab· tragédia não é- uma q_uestão diferenciada da general". (Po- sw-damente se consideram in• de assunto, mas de tratamen• sitivismo e ld>ealisrno en el compreend idos e. . . curam-se- to ti:lesófico e arlist:ico : um Lenguaje", pág. 23). Reaparecem normais e enca.r- assunto torpe pode ser trata.de , A nosoo ver a mais exata reiram-se nas letras. com g<randeza. enquanto o su- definição de estilo é a que nos De quando em quando, um I bume Pod& ser rebabcado até ministra Hugo 'Wast: "Estilo doen te de orfg-lnalldade conse- o ridículo. Sem uma filosofia é o conjunto de processos ar- ~ capitanear um grupo de da vida, não é poss[vel a con. ti.sticos de um a utor ou mais outros ataead0& do mesmo mal cepção da tragédja; sem um resumidamente sua maneira e êlff, com estardalhaço, fo- estilo arttstico, não é poss[vel literaria e habitual" evoca- ra:m atroante malta de apiau- a fórma da tragédia. Ela é es• ción de escritor, pág. 104) . didores e \ransformam o 1eu sencialmente !Uosotia e poesia. Um homem que ge_ preza. chefete num vel'dadeLro [dolo, Estará Eugene O,'Neill em evita de desempenhar o papel atribuindo-lhe qualidades ver- contradição com estes prlnc.i• humilhante, de ser cópia de dndeiramente sagradas. Cria- pios ? Em certa parle da sua outr.o, inclusive no redigir, no se, assim, um pagé de esquisita obra, sim, bastando lembru seu processo de escrever. tribu de l!teralhos, que escre- as restrições que lhe têm .sido · ~ imprescindível o seu es- vinham a lnvestit enfurecida- feitas não s6 por criticas con. tilo ter personalidade, ser ca- mente contra a gramática e servadoras como O~ar Carelll racteristico, ser original. ln- contra o bom senso. e Elmer Edgar Stoll , como dispensável (l) é, p:orém, co- Não admitem que ninguém também por Cl'Í-ticos avanca– medimento. É •inadmissível a discorde de suas opiniões es- dos como Ludwig Lewisohn e preocupação constante de orl- ta·pa.furdias, nem de aua sin- Francis Fergusson. Contudo. ginalidade, de ser diferente de taxe grotesca. São histriões li- O'NciU se aperfeiçôa constan• todos. lerários. temente. e quanto à formo êle O individuo corre o risco de Há os que escrevem com possuJ sem dúvida um estllc, tornar-se grotesco, de apalhá- pe.riodo por demais exíguo, ra- à altura da tragédia. Se em çar-se. de ser um truão (l). cionados (o termo est4 em D~jo sob os olmos ou em Só os grandes genios, os pre- voga), sac:rlff.cando o senUdo. Ana Ohrli,tie os homens apre. destinados, de talento excep- Unta ou duas palavras. ,. senlam linguagens dos sêre11 cional, conseguem um estilo Vocação para redator de te- primitivamente li~ados à terra. excepcional. Um homem não legramas, com rumo perdido. ou ao mar, bave1;1do nela, po– se transforma em escritor or l- Outros empolgam-se pela rém. estrutura, vigor e beleza. ;inal apenas porque deseja e linguagem pornposa, com ra- em ~nlutada tom.a-1Se ~lectra sim porque dispõe de quali- ridades vocabulàres. adjetiva- o estilo adapta-se tambem aos dades para ser t1Scritor ori&"I• ção à farta. transbordante. per.son,ens. c:rescendo e m naL Enxurrada de vocábulos des- elevaçao e magnitude, como É preciso ser un1 Victor ru..-c.~sários. ~ 0 estilo do pa- fõra. s~til e requintado para Hugo, um Rui, um Chateau- 1avrorlo. Muita palavra super- ex-pri-nur certas nuances _do briand, um Dostoievsky, um flua para ex-_primir pouca coisa pe~mento. em Estranho m• Machado de Assis, um Vargas ou nada. "Um diluvio de pa- termedlo. Fuc.ando este aspec– Vila, um Guerra Junqueiro. lavras num deserto de idéias'' lo, em elogio à lingual(tem de Carmelo- M. Bonet, brilhanle como dizia Volt.aice (2). ' 1'~011rnlng be<;0mes Electra, as• professor argentino. declarou: Tipo de prosa arrastada, es- Stnal~,u o cr~co _Starke Young ''En general el a.rtista. - eI pecjada, elástica (S). Onibus que the tr1te ?arg_~n or the verdadero no el hist{ i.on - to- superlotado pushing of a s1luahon to an ma el rumb.o que senãla su Alguns r~co:rrem a abstra- t:.?us extreme have vanÍS1 pensamiento; si es qn épico, ções, a frases aéreas, vagas, : . . •• gustarã. como Flaubert, repro- inexpressivas, abundância de Fo1 ,com esta ~rilog1a, aUãs, ducir impa-sible la realidade substantivos comuns coin ini- que O Neill realizou a sua as◄ interior y la exterior". CEsté• eia.is maiúsculas qu; lhes ser- piração de atingir a mesrna tica Literária, pág. 47)_ ve de ornamento. Estilo bola allitude da tragédia grega, Rugo Wast, um grande mes- -de espuma de sabão. Mais do que qualquer outra: tre. escreveu : "'Nt.ng-una obra Irá 05 que fazem al:iuslvo ela representa real e simboli• extravagante es d11radoura. emprego d as compaTaçijes. camente o po~ de eu.con~ Las sensUlu , lu mas seguru Desmancham.-se a confrGntar nos nossos d_la:;, entre as li• vos estreeis com o exoepoional, 0 chõro do recenascido com nhas da trage~a. clássica e ~ o exag-erado, o violento, o ru• wn solo de contrabaixo· 00 linhas da tragedta moderna. tUa~te": ("A Arte de Escre- olhares da mulher amada 'oom ver' , pag-. 10) . ,.•Por y~ ~azel ine:Jtp&- Para remeS-.lla de livros: Rua Duvlvler. 16, Apt. 502..
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