Folha do Norte: Suplemento, Arte, Literatura - 1946
• Auto-Retralo De Roger Martin Du Gard RET A L H O S OLatim, Na Origem Das RIO - via aérea. - Excertos dl um dos úlf.imoFI artigos de Agrippino Grieco : Por PIERRE DESCAVES - O cidadã.o que nos al)a.rece hojl' de sonete r et'ffda al– guém que andasse pe.Ja Ave11ida DWJ'I ülburi e . .. de fraque ... - llu.i? Carnei.-o... (Copyright do S-erviço Francês de Informação) -&-atos que lêfta Zola às ocultas e elogiam madame Cravl!D pubJit"amt'nte. P oueos escritores ná que pcr- 111;,ncçam, como ROGER Jl.fAR– TIN DU GARD, afastados de quaisquer ,nan.i!estaçóes llterâ– Tl:is o autor dos '"l'hibault" roge a folúgrafos e a entrevistadores. ~•1ando pns&a por Paris. conse– gue despist.,r os lncllscretos com p:iciêncl a e pcrscver.inc:-n. atê aq>J1 recompcns.idas. Em recen– te recepção. íellll pela editora Gal11mard conseguiu escapar a w ~l~lente" Kodaks. re!ul(iando– ae no vão de uma janela. Sq_ uma olreuns~aia excepcional o ol>rlanria a ama demonstrai:_ão p ública co,no aquela cm que bá peuco telnpo asslnou um arügo .a /nvor das Bthliotécas dos Sa. na:túri0$, em nome da Associa• ção de "La t.eeture au Sana1o– riwn". nasociaqiio por êle f un• daffli em companhia de alguns ,"mlf!OS, nas vésperas. da l\ferra, a ra-i de, remed lar a escasse:t de. livr os de que, se ressentem ns d'oentes dos esúlbelcclmentQs de aailde: teve de assistir a um.a g rnnde V.l!llda de caridade, em benellclo de sua As.so.<:ia4ão, no bel o pãteo d"' antigo "Hotel Bo– cbart d.e SaTOII" O poderoso r-omanc1sui ae11a– va-~e em ex,cebmte 1ónna fisiea, 7os1e JJ1!0 e chei<l, iluminado pot 'Wllá IH!la vJda interiol', fronte nobremente dellnead;. and'l!r Je, ve. Laureado com o Prêmio No- ~. NOTA BI0GRAFICA : bel de Literatura de 1937 é o m~mo em 19-ltl : servidor lc>al e deslnteressndo de uma arte a que dedicou toda uma exlst,~nela de labor lnten~u. Em 91!u primeiro Uvrir · "DE– VENIR", publtC'ado en1 1!108, pôs na bôca de um de seus oeT90JnJ • gens estns palavras sl11tomàtil!as. que tão bem lhe q,.1adranr "Faça literatura se q111ser, mas oor amllr de Deus, ná<l tale ru&liO • • .Em qualquer l\lpótese, n~o fale antl!cs de h3ver !elto lfte.ra tura bôa e duradoura· R<lger Martin dtJ Ga:rd faz U– teratllra hã quase qu:Q'enta anos, c,Qm admirável consciência. 11ã-0 hesitando em destruir obras ma– nuscritas e 1té lm))Tessas-. que não lhe sattstàzem. i: muito d1· f!eil consegU.fl' uma totografia sua l Aquêles que o c<lnnccem i: ah em perfeitamente. qu• se acha descrito no Personageni 44 um dos i\el.111 r.omances - reti,,'áo pouco llsonaeiro e não sem Q– plrlto : "Era feio dwna fea,ldade ri(ltouJa JJUl!I sfmpá'tlca. Alto. llmbr o, largos e baJ'l'lgudo... A primeira vista não s.1 lhe dJllln- «ullí, no rosto., !:Coão • nark : um ,rt:tnde miri:t, mon~o n.o r1!Dtl'O dum rosto 11:ranllO e gordo de revrsta teatr:rl. Clistanholt O!! <:'ahel&S e .. tfr.liclos J>M'll ~s: o bt~e- rara. sublinhava o desenhg - Nenhuma novitlade dizer que g lória IW}UÍ no .Brasil é anonima lo em relac:io ao .-esto do m1lodo. - A parteira dá-nos hon, dia, o coveiro bôa noite. -Quem garanti,, (ftle a presença de espíri to de Clándie dt' Son11a t'slá sempre ausenú> ? - O refr~co de lfaracujá é uma •a, glórirul de Curitiba. Lá. & l)J'eza.m maiSc do que. os versos do Emílio e do Em.illa.110. -Nossos rmtologistas são. 3belmts elltre rlôres de papel. -O T.risláo da Cunha eicrrvia para a etunid.tde eoisas qo.e não chegavam ao fim da st"m:t n a. - Desencorajar all[o.é.m da. ca.rrcira das leuas importa em favorecê-lo. Merejkowski Ressuscitou Os Deuses PAULO ELEU'ftRIO Fft ,HO A literatura russa , Vl!l'Salll:N sGbrc ~suotos ou temas típi– camente russos, - tt.uer a fia época imperial quer a da éra sovieti.ca, - apresenta, de u.m modo geral , uma te11d@ncia inevitave-1 para o dra111a &U a. trngédia. Traja-se de côres so:mbti as, cemo o n~·o d:ic– toiewslrlano ou 1J cinitenU> gorkiesco; às vezes veste-se de vermelho, porém vel-m.el 'ho de sangue humano, de carnlfi• cina. d.e matadouro. e não aqu~le vermelho glo1i oso e alefuiante de um Sienltie·wicz. De branco ,ó "1á Tolstaí, de · ' uma pureza lnconspu'!'eavel de neve polar. mesmo no seu "Guerra e P'az". critor rusao tão me.dite:uâneo em suas idéias. Escelberrdo Leonardo, realmente o homem m.als impressionante ão Re– nascimento, que era tilósoto. matemátic.o, anatotnJst.a, en• genheiro. mecânico, arquiteto, fíi;ic.o, alquimista, escultor e plnt-0r, para a figura cenlral do monumental "afresco" hls– t.órico que nos dá em seu ro– mance, Merejkoswkl trans– porta a smi angústia, a inc~ pfeensão eterna do gênio, em tõrno do problema do Ho– mem-Deus e do Homcm-Ver– lllll dos nOl!Soe d:iu, par.a 111- t uá-la naquêle momento gran– dioso em. que a Idade Média dava Iugal' à Renascença Dentro d&s-e tom severo de Os ' Que Cole'Tboram deenração ambiente, 011de· 0 '-A . tl'fs é uma atitude n1ental , ~ , de jurii~:a a11s.ina.lln· unia 1í~- CMD eleito, as intet'l'~êet são as mesmas, Pois" a n.atu.r.l!– :za hu:m:anaa não•mm:Iou• • ~ dra– mática existência ambulante de "meuer" Da V'mcl, - pas– sada num magni f'ico panora– ma de. reis, paJJas, gmmnti.ro ;e, artist,as e pollticos, cmntem-– porãneo que f oi de LndiJVÍl!G' storza. & Mouro, de lfaclíia.– veli\ de.- Alexandre V1 f!' d~ Cásar Bór gia, de. Rafael, dé!' Migut'Jángero B ucnarottl, en~ fim, de todM êBlll!lf UO?N!ll (!Ue sombrearam ou Uumitta1·am os caminh0& do Renasci rn.1m~ Lo, - servlu pata essa marir– vilbos.a interpretação de lltc– re,tkowski. Por inhmnéruo dtr Leonardo. de Gio•anni Bel– tr.i ffio, de Savonarola e de outras personagens que se 11gi– tam n« livro, o rom&nl.'.leta stavo procura a Senda, a Via, N F O L H A 1a m.ística, de CÕre!! !'Uave.s, a cuja inquietação retigí<IS'.( a ~ levou ao Mediterrâní!O, fonte () ', perpétua de crenças, 11a espe- .,-,c~~-<:::..<:::><:::::,,,c::::::,.~,.c:::::.<::.,,c;::::,..,~~..-<::::.<::::,,,c::::::,.-c:,~:,,-:;:~:::-,,,.1!::::,.~, rança de peder interp't"etar os i ~ 11ím.bolos sagrados da teologia a,•ffe-látina, do peyanism11 ' da idade clássica, !!"m face da, , (:::'.'::,.<::::...CC:::,,<;:::,.<;::::,..,,;::..~,<:::.-c;::::,,<;~::::,..,~<:::,-<::::,,,.ç:><:~:::,,.:::::,..<:::,~,.,;-;) assimilação cultural surgida 11 com a lle.naseença. Jtuy Guilherme Barata nasceu em S aniarém, , Essa figura é :'.:>müri Me- n este Estado, a 25 de j unho. chi 1920. Ê bacharel rejkowski, romancista, poeta em Di,-eito. for m a d o há d ois anos pela n~ e cl'ítico literário, Iale<>ido em F a eu l d a d e. Esneou 1940. A sua obra é u-n 1nt'r• b •~ d 1 9 ( 3 golhe profundo rro !)assado, pu ucan º• em • re.ffetindo a fnnu1e!a"5o de "An1'os d os abismos", ... ~ seu cérem-o diante dasjnte.rro- retànea de poemas, gações mitológicas da Grécia n um a edição José Olim- e de Rema, cnj03' d1ruse$ pa- pio, q:u e Ál'Yare Lins gâM pranteou em ".T'ltliano, o consídero.u e o m o • o A1>Ó6'tata''. A maneira <fe mais signific.&tiYo. livro Wagner, q_ue; com su.a músi- de estréia em poesia" ca delirante, arrancou do fun. naquêle âno. do do Ren1> os v~ilos deuses T. - - col_.____._ a a_ germânicos, dando-llTl!S tórma •~ ..,.....,..,... • e voe através e~ suas romli- reYistu "'Tena lmatu- !lá.veis sagas sonoras, Merej- nt", "No'ridades''. de kowski ressuscitou os deusf!s Belém, e no "O Lino". helênicos e latmos na porten- do P araná, e nos j ornais tosa biograrta que jnt'itulou "O J ornar. do Rio, "A "O Romance de Leonardo da TaJ'd.", da Baía. "Uni- Vinci". Ruy Gu.ilhenne f.larat.n t á.rio", de For talua. e - P OLHA DO NO R T E. ~ Livraria d.o Glob-«Jl em Tencie:na pubficar, bre•emente, 0 seu segunclo li-no. tradução de :Breno Silveira. a.caba de oferecer aos leitor!!! brasil eiros êsse livro do es- o Caminho. Narrador forte.. palnelkta scgt11·0, Merejkowski não só resa1.1scita os cíeuse5 paJãots como também reproduz, eom clar~ e exatidão, ia vida de Florença "cúnquecenlist:r', os quadros movimentados da hia– tótia heróica dflquétes diaa ma~i.ticos. •• romance biogrtlfjco p()SBÚ~. eietivament~ um ca– ráter e"Xce:pcíonal, 111na nova e profunda: expressão dentro da literatUl'll históric.o- íilo,6. tica. - "~ brasileiros t êm o "" modo an.o.te :n.~ õe fuar, aJ10 ditereJtte tlo 2 ) - VocábuJos arca 1 z a– dos. em Portugal con– servaà os no Br.ll!iil. Especial para a FOLHA DO ~TE lalal' dos huriuec, - fMe m-Odo é tão lerítfmo ee... e de qualquer tato da Uor uar.em JtertUPellll, tanto aqui eomo a l é JQ .-aar'':' (JMi de Si N aaa - "A. J,.ÍP«1la, VernáAla!', t.• sé– - f e, pia-. %101. Nno sem tempo, já se mtlti1- ficou e concelto de linguagem cometiclo no 13.rasil. Bft.A.811.,EIJUSMOS: Não são de!! li2.es de linguagem cometi– dos. no Br~sn. BBAS ll,EIIU'Sl\lO : é a ç.laa– $iúeação de um fenômeno lin– gai!tlico e não· apenas de dis– l ates de linguagem. Por uma qoesUío de tr,adição, ainda os b ra1,ll e.i rli<m os são, nas gramá– ticas. incluidos entre os "ri• e.IM dil! Un,rua«,em''. l!: incoe– rência, que também comete– m os, em nosi;o livro - "Pontos de português", já na 4. 0 edição e dii qual nos penitenciamos. Par a nós, "BRASILEIRJS– )10S" são vocábu los, pro.oún– ci;lg e constro',ÕU cJe wio DO Bnail e ma.bl ou men.os des– JeOD.be.cklort em rerto(AL (1) . Quanto aos vocábulos, pode– riamos teT a mesma definição que apresentamos par a os ame11icanismM, isto é: 1) - "P;:iJavras ttl'igin&rias d~ li:nguas ind:Ige-ruu1 e incor11ornda1 ao nosso léxico". :t} -Sig;niftcaçôes novas al.)'ibuídas a vocit.bu – los recebidos de Por– tugal. • 1 - Voeábu1oe de origem d\lvidosa, a q u 1 em– prepdOli e dl!.s'<!onbe– cidog em Portu&al. :f) - VoeábuJos de outras lbiguas que aqui s,ec deturpam. Para nós. o têroio lt:raailel– rismo tem um sentido amplo, l}Gl' isso, di1eordamos de Cân– dido de Figueirêdo, à p,ãgjna 192 de sua "G11amâtica Sinté– tica", exemplificando os re– giona fismos. Clta : "Alenlejaoismos petém, O brn.dfeWsmo b-.b11la, O mlnotism.o sordado". Não é pOSsfvel equiparar-se o Alentejo ou o Minho ao Br.i– sil. .. Com mais acêrto, talvez, deve$Semo.s considerar : lwd– tanlsmos e b.rasUeJrlsmos e cada grupo e.oro. várias subdi– visões. Aqui no Brasil. há têrmos pf'Culiar11~ a determinadas re– g iões e desconhecidos em ou– tras. Por exemplo, pa.coea, no Amazônas ~ sinônimo de ba-– na.na (Gastão Cruls - "Ama– zônia Misteri<>h. <Elu<ildário, pág. 292) . Carlnlã é certa qua– lidade de musa de mdbdí&aa". (Ibidem, J»\g, 283). S'ão_ voclibulos de~nbecl– dos nas demais regiõea brasi• BRASILEIRISMO o SEU CONCEITO Por A . 'l'EffõRIO D 'ALBUOVEBOtm l eirns. .E como êsses, podecla– mo11 n·anscrever muitos outros contido.s. no efucidárlo de Gas– tão Cruls, após ao seu impres– sionante livro. CGTnêlio P lres, no final de "Cen'Ve,l'Sas ao Fé do Fõgo", coloc11u um vocabulário de têrmos tUados em São Paulo, em sua maioria desconhecidos no Sul, Norte, Nordeste, i.ano– rados p or dezenas de milhões d.e bra!ilei.ros, Entre- í!les, transcrevemos : a e 11 b I t, a d o (amulado), bacaslo (tiro for– te), bardeado ( transportado), bolan1ln, (clrco de cavalinhos), cambeatear (anda11 u;opega– mente>, e a 1'J> a (capinaÇ,ão), ehuptm (marido de professor.l, sustentado por ela), eniar a (hábil no jôgo), etc.. Valdomiro Silveira, no final de "Mlxuangos", também nos apresén~ um vocabulário de têrme& regionais paulistas des• conhecidos, muitos dêle!, na maiOl'ia de outro! Estados. Entre outJ!os, t)-ufadamos pru,a aqui : Jlllnbava.r: matai a faca ou pWlha1, balada : espiBg;ird a de gress'o calibre; bMCapé : lev.i.a– no, de maus medos; eabor,la.– do : que tem o corpo fechado por feitiçaria; c.ian&a : jogar a canga para alguém, encostar o serviço; ehá (servir de), aer objéto de zombaria; desapia– xado : ~ercilado; Neorrineia.: coisa aborrecida, coisa que contraria. Mui tos outros vocábulos po– de.ríamos reprod.u.ir . No Rio Grande- do Sul. são correntiOf!; centenas e centenas de 'YOCã– bulos que não circulam nos demais Eatadoe. Muít.oa dêleii atnavessaram as .fronteiras e penetraram eln território bra– sileiro, procedentes da Argen– tina. Citaremos tão sôn1ente al– guna : abaca,ala:r-ce. ablcho.r– nado, abombar, aleitado, a..., char-N, alacranar, a. t ar I f e. ama-n"'8a•, arnairr;o. IDJllalÜOn– pió, anduengo, a.nda:rivel, aperos, a plru!har,· aquere11clllr – N , baaraal, baianada, b UTeaJ', t,ataeaco, bortebe, boDehefro, boml.ca.r~ eabol1dro, c,ibres-- Ling·uas Néo-Latinas PADRE DUBOIS As Jinguas néo-Jatinas não somente dffivam do Ia ti m PQl)111ar . eomo são o latim po– pular cont.innado. Concordo em pa1 t.e. Os lin– gllistas colocam de um lado D 1atim popular. vulgar, cas– trenlle, plebeu. pe<l estre. usua1 e barbaro, e de outro lado, o latim erudito, literái::io, nrba– no e. clássico. Se.m preiujzo de outras denominações. Outra distine,ão interesi:an• te: há o latim !alado e escri– to, o latim de ouvida e àe vis• ta. Os clássicos escreviam de um modo e falavam de outro mGdo. - Os pezzles de palav;ras cruza.das de Ci-OerG• e dos seus contemporâneos J>GUCG têm que vê:.- com a linguagem pgr êle., falada. (Bodmêl': The Loom or Language, 3178) . Segundo Suetome, o impe– rador Augusto sacrificava a elegancia em pról da claresa. Falando a um esOJ'avo, Cicero deixava de lado seus tame– s.os. per1odoc. S. A~s.ünha, para ser entendido do povo, arrostava as iras dos gramá– ticros. 0 latim !alado, mesmo por pessôas cultas, arreeoo-se do escrito. Trocou a ut\'ersão pela ordem direta. Sµprimiu muitas fina.is : eanem, cane; domus, domu. Desi&(!fil a acentuação: fácere. facére. Riseou finai~ &uetus, f.ructo, Assim proeeàeu. com e t e com o s no fim de eertos nomes. Mud ou o gênero'!' d ol'5Us P-O? doraun1. O neutro, desa11ru:e– ceu dlant~ do mascu:lln<r. im– pel'ium, o império. Folium, pela aparência do. plural, pas, SOU. a !~inO! folia. O latim falado. da gen'tt! inBtruicl:i dispensou a qufnta e a q\Ulrta pe:clinaçõu. Indj,– cou os ~asos por meio de pre– posiçüc..~: paucl de nustr~ (Cesarl, poucos dos nos,;03; fillus de i:ege. o filho do l'ei; ad car1uticem. datio, dartti ao carnitiçe:; pecunia a.d i:d tem– plum data est, deram dlul1ei– ro a este templo; cum discen– tes invés de e.um discenti– bus. I.Bodmer). Iravja o latim falatio do. magistrados, doe generais. dos retores, dos gramátiC!IS, d.oe escritores, u.o.s es.tudiosos. E havia o latim falado doa ope– rámos, dos a.-tesio!J, dos sol– dados, do. mercantes e elos e. cravos. E.<.-tes trols latins pe.– net.ravam nas p.r.ovinc.ias con– qui&tada.&, ande. reubid08 »elo popular e J)el& inteleclllal+ adotavam elementos do Jdlo– ma local Concluindo: cs latim dos p o– vos subiu,ad011 eoblta-oa do latim falado pelos homens cultos, do latim falado pelos homens do povo, e de- pala- tar, e,ala"eira, calV~ <Ntm Mar, campear, e11rohelll', ciur– fosear, carfOIIO, ~ . e&n1f!ar, earreti>ma , eltuqve, ahJmbiM', e b l r l , i , cHn11do, -*Dliar, m stea.r, qu t:tudo, d11.11tobota.r, c,,..can,ow, em- 1nú&r , em11ilcha r , encariju , earleonar, flDIJUfTUal', ellbe•e– ..., nete, rllftdan,-o, 4111erinda, -illabre e ~.ntenas de ou– troe poderíam011 ap01i:lnr. .Em Minas, em Mato Grosso, em GoU1z, no P aran á, na B aía, etc., há vocábulos em..-•-, que lhe são próprio!!, deplora– velmf'nte aind.a mal estuda– dos. * possível que, agOl'a, com a tundaeão da Academia B.ta• sileira de Filologia, que tanto roe honra, elegendo-me, por a~ção, membro couespon– dente, o estudo cms braeDel– rumoe tenha nova e mais se– gura o:l'ientação. C o m o em cada Estado existe um ou mais membros correspondent,es, ~– dll um encarregar-se-á de es– crever acêrca das peculiarida– des llnguJstlcas da regjâo1 em que reside. Há necessidade de dividir 011 'bnallel~ em gerais, l.sto é, o, que são usados em todo o ~asll e em regiona.ia , aubdlvidid08 e gauchismOl!I fR. G . do Sul), minelrlsmos, baia– ni.smos, amozini~ etc.. InadmiS11ivel f • r g a n úa.r uma_d lvisfio para OII l1J111tan:ia– mos : alentejan lsm.oa. . t.:,im., monlanlsmos, n:àuotlsmos, 1:tc., vrns regionais. Não e..xato dizer que as néo-laUnos der1va1n do latim vulgar é, pois. linguas ~omente Aliás. pouco sab1:mos cestas l!nguas no período inícJal. A1J primeiras frases trancesas da– tam de 842. do juramento de · Strasburgo. As primeiras li– nhas. italianas censtaJr num documento em látim d i> século décimo. O primeiro es• crito espanhol apareet>u nas Glosas de Silos, wn ~É'C'ulo antes do CID. O primf'íro texto b1:::rtuguês, sem mi,;i ura de la · , remonta a l lH1! Que llngua falarian1 oa franceses. Italianos. espanhóis e portugueses ? Recorrem oc sabias à epigrafla mas, como di,z; Estevam Cruz, as Inseri,. ções têm muitos frros de or- 1.og% atia e. gtavaç:ão. Valem-se de- gramáticos que cBm!l11 te– ram vieios de linguagem. po– rém tais, gramáticos não (liío para a reconstrtuieão das nove Unguas néo-latioas, C:!it.c11 a glria dos personagem de tea– tro. quando não navia orna. • sim centenas de girNis Os fllólogos COD<!Ol'{h•1n e1II dizer que 011 n~-latinos em– pregavam um latim barba– ro, misturado de celtico, de basco, ;:e fran.co . de visi'f{,~de, de árabe, segundo as provin• cias. O latim barbaro é um latim clássico estroi,iado, com mdicios de sua origem cláil– sica. O latim vulgar, m~-w– rado com elementos estranhos_ forma uma nova iingua vlva. Coexistiam os dois nos pri,,. meiros tempos. Na formação concomam duas correntes: • popular e a erudita. IB.-a– chet) . Quando surgem em cêna, aa linguas néo-lati.nas são ar– caicas, incompreensivei.s, de– sordenadas. Progri<lem pen&– samente na ld1K.le Média ,u,· lado do latim escolattico. e n• Ren ascimento ao lado. do Ja,,, Um pretensam11;1ni. CUIS!!IC~ até ganharem feição Uteriria. A teologia. a tilosofül, a j u– risprudência, a arte e a ciên– cia incorporam nestes idiomu um gnnde número de pala– vras latina'S clássicas. A ci~ eia, n ec.esirltada de novas J)a,, lavras para suas novas de11- cobertas, vale-se do latim • do grego cJássi.l!os.. e fabri ca termos que nada ~ do la– tim vulgar. Finalmente, se l'e<:orrermoa à etimologia, eneontrarPmOII mllharu de pa~v.ra.s neo– laünas que vieram da maia pura fonte clássica. A fã~ mos um bom balancete. igno– ro se oe designaüvoe de ori– gem rustica venceriam, pelo n(•mm::o, os de origem urbana. Djg.amOlí, POÍlll as llflguU. néa--lallnas procedem do latina vulgar e, do latiJn cl2llaico. em • proporções ainda niio bem doadas. e deixar os brasilt'il'i6mM constituídos em. um só g.i,upo,, aparentando desconhecer q:ue há milhões de .Pes&Oa.s que em,. pregam r,cuclôsmos, por f'll.l!IT)I, pio, ignorados por dezenas d• milhões de brasileíro3. O VOCABULA.RlO DO JUO GRANDE DO 8lJ'L A INFLUl!JNCIA. DE Ullf• GUAS ESTB-PGEIRAIJ OpUlentísitimo é o vocabull,,. rio uaado no Rio Grande de Sul e mais ou menos desco– nhecido em outros Esbdos. Sobretudo nllll refi&-s d• Interior e nas Jlndeiras, NI material abundante para ob– ser\'ações lexicológicas. Já foram feitas václas aite• p anbas de va-lor~ e nritérlot desiguais, Entre êles, temos: "Coleção d~ Vocábulos e J'l'a,. ses Usadas na Provlncl.a de São Pedro do Rio Grande do Sul", por Antõn1o Alvares COI"Uja, Rio, 1824, (Foi reedl• tad<> em Londres e.m 1856 e no Rio em 1861). "Populárlo Sul Rio~ dense ou. Dialeto Nacional.., por Apolinário Põrto AJegret, "Dicionário. de Vocábulos :Bra– sileiros", de Beaurepaíre. :ao– bm, "Vocabulário Sul Rlo– grandense", de Romangueua Corrêa. "Dialeto Sul Riogran– dense", de João Gomes Cam– po.e Júnior, publicado em Ca– choeira, ''Novo Vocabulái-lo Brasileiro", do mesmo autoJ:. or Ccmcl'iie na 3." pá,:.
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