Folha do Norte: Suplemento, Arte, Literatura - 1946

•• • • ... ~ ILI tt I U a •■ b - O ■- o- o- "- 0 - li l■I O _.,_ ,, •• ~ ----------,fl ■■ C -04IIIHMll9-0- n -- ■-U-J .. ___., __ , _____ O_I .. ~~~~-- ! _,_ ., _.,.. t:,ft _ n _ ll _ O P if _ O _ 1J EU Q _ lj _ 0,.. ___ ___...___4~Cl - tl t l Cl _ " _ U_ P_ C,1 MARIE Boje ncabei de ler o teu .for– moso "Diário'', que tú guarda– vas com tanto zêlo, longe dos olhares profanos e mallctosos. Meu sentimento maior, na der• r ade!J'a llnba, em teus últimos momentos, !oi encontrar-te tão tarde, quando somente teu es– plrilo paira sôbre a terra. Não sei como creaturas como tú pos– sam ter vlvido entre os homens no me:lo da tw:ba-multa. marc11- da unicainente l)Or idéias _me– r:osas. Sabes que a tua glória ttll uma contradição, como foi a Domingo, 25 de- âgosto da 19-t6 Dlrator : PAULO MARANHAO • ◄--· ...--··-·--•--~..---------------. NUM. 10 Ahdias Lima Nlio e recibo set um c1 itlco >ro.Oss,un;il par:i verlflc.ir que "O anjo de pedra", -t. 0 vol da Tragáclia Bu.r~. de 01áv10 de Faria !Llvrat'la José 01,1u– p10 Ed,lora - Rio - 1!145), é um livro lleSçomuoat tua própria vida ? Não eras tão bela, um olhar teu não prome- tia mil caricias e a tua voz não era a mais extraordinârla nota tt******-H-*tttt*******.,...·***~+*'ll-A-**irk**tt**tt****tt********tt-iWt-***********~*******~ Não é apenas uma lnLeJpn,tn– (;.ÍIO da agonrn do mundo, em es– pecial da elnsse burguêsa -E: um convlle ao que hã ainda de bum ~·m nós afim de sarm,os do , ,bis– mo. Sim, porque nós não t'Stn– ml.ll; m:ii.s rus bordas do abú mo, est<illlos dwtro dele, •envollos nas suas carn:iqas mais prof u,n– das. Deus p6de, entretnnlc,, 11- rar-n~ li< Já. Estamos oaq tl"la caverna de PJalâo, cheia ,Je sombras. Mas o sol re,;pl, n<', ,s. ce lâ C6ro. de toda a natureza? Mas a vida, embora fosses isso tudo, nada te concedeu, senão a vitória que o * teu próprio talento conquJstou. • Por Isso agora te ~lico que a :f tua glonosa imortalid.ade, entre i os homens, surgiu tambén1 d!: uma estranl'la contradição. Quan– MACHADO E OS PRONOMES t O pe. Lu is, o p<>rsonagem c-,:,n– t rol do romance, que que1 ,:;.,t– qar os ho,ncns, encontrn por to• da a paru a Incompreensão e a obsLinação no pecado. O mlJn– do é o anjo de ped.re , lntri,i-a– mente n,ergulhatlo nas n1a1s bruo– rontas Ionte,i do mal. Mario Casasanta , : d o escreviDs -às escondidas o t eu "Dlârfo", tão rntl:lno. em que chegavas a descrever o teu pró– prio corpo, as tuas lngenuida– à es, os teus Infantis egoJsmos e ••••ffH~~•ffff~•Hffff•••H•ff•-\4~ os t;eus intradu.zlvels sonhos de glória, não sonhavas que éle rt;S– taria entre n ós como a verda– d eita mensagem do teu coração. Onde a tua música e os teus ar– dentes sonhos para ser uma grande pintora ? Tudo 1S6Q es– -v-0lu-se com o tempo e laivez ro chor;irias de dor se viebSeS uni .minuto Bl)enas à terra e obser– vasses o desencant,o de tua obra. Vês como o destlllo é cruel e destr<>.i as creaturas? Vês como a fortuna lllcerta despre,o,ou tua bcley, teus altos sentimcnto.s rle amor, e levo•A•le tão cêtlo ? A!f. 'ffim a s9rle vacilante tez os ho– mens se esquecerem daquilo que tinhas de mws sagrado. De que te valeram as reierências elo– giosas de teu Mestre diante de tua plntura? E as mençõe11 hon– rosas ? E os prêmios que coh– qui!rlaste, depois de tantp esfOr– ço e luta interior ? Este sonho. tã(i forte em tua vida, quasi uma realidade por desejo teu, dllu1n-sc 1nais, e agora o tem– po quasl nos ajudou a esquecer-te. Mas não te lamentes, nem cho– res. Os deuses ouviram ruas sú– plicas, senttran1 o grande ar– dor do teu coração. Eles nu– mlnaram tua alma, enriquece– ram tua imaginação e povoaran1 o teu coração dos mais excelsos 1deals. E quando tú julgavas q ue apenas bavla um doce di– vertimento ao escreveres as pá– g inas de teu ~Diário'), ai vasa– vas d ~ urna de teu cornção os m.us ricos e formosos tesouros. L I o teu livro secreto compreêu– dendo todos os teus anse!os, la– mentando a cada páflna os teus infortúnios, admirando o teu <u·gulho e desejando an1parar– te a todo momento, tiio viva por v ezes apareces. Mfill 1:6 não mor– lTeste, não tens o sinal da mor– te que tanto temias. Salvou-te a sincer idade de teus sentimen– t o$. a grandeza moral de tua p~sonalldade e o exc..sso de vi- W- ConUntia na 2.• pJg. Conta-nos Luela MlgueJ Pe– reira no seu •·Machado de A:s.– sls", que o IJl'Mde escritor re– cebeu consideravel influencia de sua mulher no que toca ao ap11 ro da lln('Ua. Niio Jhe nega os dons de e,– tllo, que se re\'elam na escri lá das primeiras páglnas, mas sim a correção, censurando•lh<' a negUgêncta das m1nucias. Náo se entendia bem com a ortografia, escreve ela, na pag 132, craseava o "a" de manerra .fantasista e os pronomes eram broslleiramente capricliosos Carolina era portuguesa, u nha pnr irmão a l!'austtno Xa– vrer de Novais, ~ta .... prosa– dor, convivera com CamjJo. Logo, a coneluslio de que o apu– ro que Mac.hado velo a conse• gulr nfio 1e deve a un1a ardua aplicação nem ao si1nplcs ama– dure.::imeoto d<>s anos, mas a• influxo da mulber fino e 1 ..tra da A seu temPo a acenluaçú dos ºa.". Por ogora. apenas colocação do& pronome,-. A aflrmaçiio parece-nos meraria, como !!lmples a reluta ção. Basta uma pequena pesqui sa entre algumas páginas de Ma chado ante.rtorw e posleoore ao casamento, o estabelecimen to de- um rápido con!ronto eut..r os modos de colocação de pro nomes das duas fase;;, para s comprovar ou reprovar a con clusão. ~ o que vamos fazer. Machado de Assis casou-s com Carolina em 1896, ta pelo seus trinta anos Conhecera– quando muito, por volta d 1869. porque s6 nesse ano é ela viera palia o Brasil Or-a, como co1neçou a escr ver muit-0 cedo, há .fnrui doeu no "O Espelho'', trazendo o pri– meiro deles a data de ll de se– tembro de 1859. Tinha vinte anos mentaçilo de sua -puréza ou lm ...... .,.....i;, i ''"ª' e PUl'eza gr-amaUcal, antes do ca- o escrltor, e. como para nos (lar a medidA da consistência de suas fibras, abslru,ca-se :o I raçar o samento, e. o que, é mais, mui- -k.._. • ..,.__.,._++H•••._. • • • ••Jf• • , ,..-,.++-Y(" to ante!! de ver Carolina. :t ESCULTURA BRASll..EIRA: CJ,.'LSO ANTONIO - "M.OÇA Estão, por exemplo, entre oo ' ':iu:cLINADA", ESCULTlTRA EM GRANITO ClNz:ElNTO, ~r!melros ?crltos, alguns tolhe- t PARA O .IARDThf SUSPRN"SO DO hilNlSTAAIO DA EDU- tins que vem no primeiro volu- ~ CAÇA(), DETALHE. me das "Crônicas", edlç5o Ja- iC okson. Sairam primitivamente ~**'lh\"ilrilr** *** i\tt•~•*** ltk11-**** lt ,te•* ift ******~ --------~---------- perl.il de alguns tipos curiosos do fauna lileràrla. Amava as J~ tras: consagrava-se a elas com o calor dos devotos; 1"10 enca– rava de bôa sombra os qL1e, por desle.lxo, lmprobldade, carência de talento ou. desilpllcnção, pre– Lcndian1 sem meLx-elo1enlo as l'lS· poras dos eleHos ou não tinham na devtda conta a m1ssáo <10 cs– c.nior. Se os desancavn, era certa- 1nente porque se punha fócn do nu ,nero deles, lendo bem v1 \'a a oonsciê-ncia de seu munus e a 11Mes:-ária í 6rça de vontade pa– iª os clur<>S lrabaU,os da lOICI l· ~5o. Por que. 11- 1\,10 ,,er a,;s.Jl' , tacar O>l 4lllP r8%iafn (1 utn ... p. netu um meto ~ l1rnr dinh.-i– ro aO" lnc111J.1os 1 E'azer do lalen1n uma méqum:i, escrc,'c ele ao dl'r.enhar <>-• lan– queiros llferárins. e t1ma n·â qulna de obra grosa,. rno\'111'1 11elalf probahilld11des llnanc<>fr:ts do resultado, ~ perder a digni– dade do tal<'nlo e o pudor da conse.leneln De outn, lado. a não ser llTil eqtudlOSO, "orno investir cunlra ., turba dos que guPriam gnl{':>r os alto~. sem es!õr,;:o ? !i'/J I ão sobe ao monte sag,-ado, escreve ele ao cslurtar os para<ôtns dns letras, porque é uma excursão dtficl1 e s6 dnda a pés mais de Cerro e a vontades mal,> sérl.:ut. A satlra impõe deveres. nüo se compreendendo que o sou– rico se meta a castigar nos ou– troi; o que tem em si de ~obrn-. Pois bem. Lt-iam-,e- es,sas pá– ginas alnda Jn<te<·IMs, que os t:1- pogrofos certnntet1te, não deixa– ram de maltratar, como de rns– tume: l)Onham-se nos olhos os vidros lnquisHorlnis de Cllndldo de F1gueiredo, e verUicar--se•á que o jovern M"chado nícin es– corregou = sh vez nn colo– caçõo de pronom<!S, Ao eontrnr!o. 1101.a-!le-the ab– solut.a segurança. e a1é. se não nos iludimos, alguma intenç&o de malabarhrmos que Ih.e de– monstrassem a pericia. ...- Continú.l na 2. 8 p âg. ------ Nós vivemos governados peln ~Lei dos membros" a que se re– ler<> o Apóstolo. Os que reait,·m, os que lutam para não C-Hn la• mlner ::i :iln1a são perseguido!, mcon1pn,endldos. Mesmo e,;i,es ('aem, af.lnal. A onda da tm1-,11- dêncla n1ge, hlrlosamentl'. 1ra– gn.nd ,, ludo. Pe. LuJs desespen,-s., rt,nra J){:las nojles desert.,s, vo!'Jfl~ de Deus? Por que as almas ,e cor– rom~m ,ão amiúde 1 Por que 1,e lanç.-un no ln/e, no, propn, tu– dnmente 1 Pc-. Lllls n!iu , un\– pre.,nde t-:.~,,.., san•o cl ,egn q,1,1- t.e " w"""-'-~lllillJ ~ ~hof1 gunt:i a ~ 1'f111 Uttho : "-Padre padre, onde n,uJ .,n– conl rar o demônio 1 -Longe do n1undo, ~!1111•11 Jo o Reitor s1?1n vaéill.\r". IP 423l. Pura ilusão O dem,1nio t•~l !l e,u nóS. rondando os almJS. ·111- gl11do como e leão", como rln la Slio Pedeo, e li1t'!! dirjg1ndo os posi;o•·. Não é o Senhor do l\1on– do? ·o inundo estava arolndo naquela desgraça : as pal..,vrus de Cristo dilas e o\tvid:ls c1> 10 sr fosse,n as de um outro ser qualquer. rei ou [lló~ofo 11ran– de ou P<'(ll.lC.Do, chefe 011 r,rcra– vo. No entanto, ns palavru~ do senhor do rnundo. qu,em niio .1, ouvtn, qucn, n/io ru. sabia de r,,r, quem não as se,su~ m.ctic-ulo,;n, religiosaJ1.ente ?" IP. HI) , Trl,st.,n dt- Ataide nchOll um defello no livro : a pal~o ,:e. li.Uai ser n únlca que ocuµa es• as pãgJn,1s. Niio. Ê uma vu-tndc, "Nessa sociedade desorb1tali:1 e m<>rl.bunda, para U!lnr a s,tn pn:,prla t"<pressão. a paL'<ào se– xunl ocupa um Jug:i_y lnlpor! :,n– Usslmo Pelo ~n!eSS:lonárlo do pe. Luls desfüam os penltenles 1: uma litania dolorosa. Si'r;;l,1, .RenL SIJvln, :r.ra.tllde, o prol.t.'i.– l!Or SouFn... Todos n6s 1>ns.-~-.– mall por ali. A humanidade dei:• vai.rada, petrificada. EiB por <1ne •o anjo de i>'/dra" é o roma.n• W- Conll.nWl na 2.ª pág, Quando comecei a"l)ensar em alguns livros anti• gos, esgotados e POUCO acessíveis. para reeditá-los 11a "Coleção Joaquim Nabuco•· •• que por entre inultos contratempos e dii;iculdadcs sen1pre con.<;e– gul.u até agora apresentar dei publicações de obras àe valor - o primeiro nome do século pass:ido que me ocorreu foi o de João Francisco Ltsbõa N ão podendo considerar para o caio a.s sua~ obras c ompletas, pedi ao sr. Octávio Tarqumio d <> Sou- 118 que lhe or_gantzasse um texto de Olilras Esco– lhld••• que acabam -de aparecer e-m dots volu– mes. (1) Con1 a 1nteilgênc1a e o senso do hls1o– r la-dor, o sr. Octévio '):'arquinlo de Sousa seiecio-– :nou -realmente o que hnvta de melhor e de ~is -c'eprese.ntatlvo na obro de J"oão FrattcJsco Llsbôa, de modo a poder o!ecer-se ao leitor uma sin– te,;e fiel do pensamento e do estilo de uma dl\S mais Uustres figuras brasileira!/ do século XIX.. Mns não me lembrei tão prontarll.ent<> do nome de J oão 1"rancisco Lisbôa apenas pelo <'onteúdo es– sen~,'ll dos ,;eus livros, e sim. principalmente, -J)Orque na nossa época de tão evidente predile– ~ o pela c,rttica deve ser estimjJda e valorizada, cie maneira especial, a fl_gura que representa, na e>rdem cronológl.ca , o primeiro csp!rito Crítico em ação na Uterat.ura brasileira. Con10 se sabe. ::i _"VerdadeJra critica nasceu no '.Brasil. corl'l A Cham.a– ~a Escola do Recife, tendo à !rente Tobla.q Bar– ~to e SJJvlo Romero, quando adquiriu nl,io s6 um eentido .fllosófl.co e cientifico de d.!reç5o. mas ·também a {orma adequada, a termlnologJa pró– J).ria. João Francisco Llsb6a, por('m, to! precur– sor, o primelro a revelar um autênt ico espírito critico numa geração em que outros praticav111n ama f.'l.lsa critica com llnlmo de burocratas e ~o:r:mn de colegial!;. - 119-----------•--11--o,•__..,, --■H--•-.,•~••-••--~~ - Ili - • - 12 1-, 0-·n•- •.,.. .,_.ll _ a - o ■■ o • °1 Ao nosso -gosto do mon\en(o, go1,to e niio cH 1 n– cla Utetâria, é po6$1ve.1 que uma ou outra <,·n"<'. que = ou outra coristl'tlção, que um ou oulro vocAbu.lo no prosa de João Franct,;co Llsbõ11 JÓ nos pareça com pouco vtgõr. ou finura, ou l>ell•– za m~o na ordem puuunente estiHsllca.. .l\tns o que espanta é que J.s[o só aconleça com a ma,or raridade n1Jn1 nutor que esc,·evcu hã um s,•<'11lo. Como se verl..Oc.~ com os grandes escritores. r<>m aqueles que se estabilizam na cntcgorfa de ~lás• sicos da Jft\gl.\a, quando jA envefhecida ou ulh·a• passa.da uma idéia de Wsbõa alado assim pen11a:• nece integra e otuol~da a .forma cm que ., ex– primira. Esqueça o le1tor, no entanto, os q11c viel'am depois dêle. em todo um século de e-.. o– luc;:ão llter'âria, para colocar-se 11.ist.orkarnenl e nn épocn do escritor que nasceu em J8U e morreu em 1863 - e a sensação set.á de deslWDbramC'11to. Mais aind-a: que se co.mµarc a prosa do autor do .Jo:rnal de Timon. pelo senso estilístico e _peJa es-– trutura lílcrârla, com a dos seus conle.mpQrlint•qi,i com a de Varnhagen, com a de Norb11rto de Suu• sa. com a de Sólero dos ReJ..q, com as de Pereira da Sllvn, com a do cônego Fernandes Pinheno, com a doa. romãnticos f'm geral. scn1 e:i,;cluir JUE.é de Alencar. de eXJ)r~ssão formal boje quase il.1- suportável na lrowrtd.ão e vacuidade do .seu v..,-– l>aUsmo, àS vw.CB de um máu .gosto que se U>rna constrangedor como nas páginas dEl Como • J>C'I"• qu_e sou romandah• e vcr-se-ã então qve Jo.~o Franeisco Llsbôà n5o p:irece só wn escntoi· de outra época, rnns ::ili', iJe outro p:i1s ou de outra literatura. Com<> pf0$ador. !\Ó :;e a_proi..'ima dt·l<', naquele tempo. Manuel Antonio de Almei.dn. esti– listlcamente valorizado, por.;m, en1 oulTo planó. Uma oJ'.)iJ11ão de síntese, a respeito da J)oslçilo de Llsbóa, consf~t.irla em dizer-se que êl.e eiõlfi. para a :nossa _prosa como Gonçalves Dias para n poe1n11 brasileira. E estou m e le1tibr:u1do agora mE!"'nw (le duaa das i<r2s p1glr.'!S q~" sfto obrn.:: pri..J:.s do gênero: l'Toclssão doa oaao.s e A falda de 111, S . dos J\emltdio•. ...- Contlnúa na 2.• pág. Sem ter rPallu113o urna obra sislem-'tlea ou consciente de critica literária, como a reall-zaram .Se1,ots Sfivio Romero ou .José Vedssiroo, a verdn– ,t,_ é que Jo!io Francisco !.,.i,;bôa, como nrosarJor tstá colocado multo acima dos 'seus contemporâ– aeois das gerações românticas e numa despropo-r. • J0!'1NAL DE CRÍTICA · Um Clássico Por Excelência AÍ VARO LINS ção como q,ue er;candaJosa. Para encontrar p mente o tJtulo de "clássicos~. João FTanciseo t.ls • sadore$ que com êle se I possam co,nparar, bóa serâ dos primeiros nes.'ie peq11eno número. E matérlD de senso critico e arlé estillstica, te • foi este um ponto que não deixou de ser .fiXado ~o_s que procurá-los entre os seus suce.-;sore:s o por José y~ri.ssimo no ensaio que lhe dedicou na ultnno quartel do século XIX. E se precisá segunda serie dos EúudOf de Weratura hrul.lalra: mos para essa afirmacão de um exemplo ao m s- "Por muitos }'lSPeoros é, porventura, êle o mais l'.110 tempo _mu!to eloquente (! muito singelo, • J>OQero::o escritor brasileiro. Con10 prosador é tun riamos: .roo~ Ffa:ncJ.sco Usbôa não seria, cai dos mais originaJ.q, copiosos, puro.-. e elegantes da OQmo n\lnc'.'! o íol, de -co1npa:rar o nosso Gonçal IJOSSá lln.gua moderna. No Br8$ll póde ser apon- de Magalhaes com Byro11, v;etor liu.go . Lam. r- lado coroo o clássico por -celência, aem areta– tlne e Cluiteou~ríand., todos assim em conjuniO, ções descabidas de purismo e sem o culto ob- como o .fe,: o conego Fernandes PJnbelTo, ou • wleto do arcalsnio". Não dil'la, por me parecer locar Sousa Caldas ao lado de Milton como o um exngcro excesslvo, que Ltsbõa tenha sido o Pereira da Silva, ou elevar o marquês de Mar nosso tnaís poderoso escrLtor, nem que ,;e tenha à altura de La Rochefoucau.Jd, como o fe% destacado principalmente pela orJgtnoll-dade, A teJ'o dos. Rel~. Dàendo•se que J'oão Fran sua obra 'nlio tem proprlam-ente irande7.a, nem L1sbõa Jam:11s ,pensaria ou es.creveria qo.alq r profundidade. não nprt!Senta construção arqul– uma desslls tolices oaclonal1st:,s 1ica o.ssim evid - tctural nem irusterlosas e subterràneas cor.re :n1es te, _!!esde o seu mais elementar aspêcto, a signl - de ldé-ias. Estas, porém, não são neeessa ria.mente cn!:3-0 daquilo que se deve earactl!rlzar como a as qualidades dos Ncl.ássJ.cos", e o c~o é que pelo presença de um espirit-0 c.ritlco n o moviment~e bom goi.1:o, pelo est:Uo, pelo manejo da lú1gua uma literatura que ainda não gerára a verda • pela sabedoria vocabt.l]ar por toda a sua forma rn eri,tica literllrla artbtt,:,a ,;!e ~re.,s/io literária - êle continún n Se .ll êm de Machado de As$J.s existem na Jlte- ser h o,;;e um • clássico por exce]ênciatt como b4 ratura brasileiril escritores que mereçam estr.tta- cinquenta anos o definia José Verissimo.

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