Folha do Norte: Suplemento, Arte, Literatura - 1946

Se Q Talento Se H-erdar·? Pode AUTO - RETRATO CRONICA A RAUL E WILSON 1 1 A 1ng es De RUBEM BRAGA Os descendentes herdarão o t11lento ou gên,io do,s ascen– dentes? Um pai t_ransmitirá aos .filhos dotes litera:rios? Filho de peixe é l)eixinho. Muito b om . na bistoria natu– ral. Na hlsto1,ia da arte hou– ve gerações de m'úsicos ou pintoi:es: os casos Bach e Ca– raccio, Na historia das letras n.ouvé talentós que se prolon– garam na prole. <!.,ois Dumas, com credenciais d1·ve1·sas mas com talento mais ou menos igual. O pai ven– ce pela imaginação, pela fe– cundidade, pela popularidade; o filho p~la obsérva,ção, pela penetração, pela psicologia. L iterariamente, Alexandre Du– mas Pai é menos artista do que Alexandre Dumas .Filho. Entre a espun1a e a navall1a sou Jegenda. O espelho neutraJ.iza o angulo da morte, ,a barba estranglllou. à ;netafisica e o problema do mal é bem re1noto. Aqui sim J l).qui resistirei .\ mimica, ao diciouãrio e ao laboratório· - a her,ança do punhal in·iU1a de novo • - o fantasma de Abel não me .i.ntlmida. Vejo a testa é.rescer entre aspirais de íw'no, o olhar que não vacila, - a rupa sem memória e o peito rasgado pela furia do poêma. .Aqui sim, aquJ posso esmagar a virtude e o pecado, aqui d~rotarei o homerQ-harpa João . e Luiz. Racine· ates– tam a: incomunicabilidade do gênio. João- Racine é o prin– cipe dos trágicos, ao lado de Corneille. É · o ressuscitador dos heróis antigos, o conhece– dor do cora!yãó humano, o ana– lista das ,Paixões, o versifica– dor haJ·mc-nioso, o clássico por excelencia. Luiz Racine, o :t;Í lbo, quis ser poeta, apesar dos conselhos de Boileau; foi A familia Rostand é de poe– tas . O sol é Edmundo em re– dor do qual gravitam do1;1a ~semunda, a esposa, e os dois filhos Maurício e João. Quem mais sustenta o brilho do no– me é Maurício, autor fecun– do de dramas ou comédias em verso. Lí rico, sentimentàl, descritivo, esph:.ituoso e ob– servador, segundo os casos, Mauricio, com versos cheiõs de 1i_cenças poeticas, não tem' a cadencia, nem a sonorida- • de, nem o prilho, nem o ~- 1;1acho do velho, q17e, apesar de fanfai:rão e "poseur", :foi um ' profundo cot)hecedor da Jjngua, um perdul',lrio de fan– iasias e metáfor~, um joalhei- e propto ,es1ou para a descoberta do sexo; O -i>incel da-n1e o pode,: do pati-1ar<:a -Is this an elepha_11t? Minha tenqenci~ imecjiat.a foi responqer que não; mas a gente não deve s-e deixar levar pelo v.rimeiro •impulso. Um rápido olhar que lancei à professora bástou pãra vêr que ela falav a com set-iedade, e tinha o ar de q.uem propõe um gr.ave problema. Em 'llís– t a disso, examinei com a maior atenção o objeto que ela me 1~ ap.resentava. · um anão co1n lira de gigan– fé. Cont.-.dor e.e pés metri– ces, alinhador de rimas, teve ve1. por outra ti eohos menos soporiticos. o· seu ~aior de– fci to Joj de versejar aepóis do senho.r seu pai. Mais perto de nós temos os NOT 'N. BIOGAAFICA: 131' Conclúe na a.a pãg. , j a navalha 1ne traz à tinlidez e ao mêdo - o pal!Ívrão' rola na boca e llalva o mundo. 1946 Ruy Guilhe11me Baratà ' APONTAMENTOS LITERÁ·RIGS . . -- HAROLDO MARANHÃO -- . , - EPl carta, Marques Rebêlo me fala de um novo romance - "O espêlho partido" - qú_e vem escreYendo desde 1936. E como que se penitenciando de u-1na suposta demora, diz qire é "um homem ~m pressa lite1·ária". O Q e 1 b . , Nessas palav.ralt se resume, creio eu, todo um ideal de lite- / S ue O a:_ oram. • ratura: idea1''por uma serena realização da obra Literária em que o escritor ten~a em yista a preocupação permanente dé .re- •~• N a F Q_· LHA tocar os detalhes, aparar os excessos, repetir experiências, sem _ a pressa imediata da divulgação, que é a responsável de muito insucesso desastrado e sem xem~dio. Uma realização artís– tica, que talvez muito lucrasse ·com um acabamento refletido "'~ ·;._ _ , ~ - _ _ poden'.tl,o attéé. se frtornar obra de algúma .significação na hie~ ~ i ., rarqu1a· es . tica, .acassa e se dilúe no mar do anonimato pela precipitação gulosa da letra de :fqrma, na ân$ia de logo ' transformar todo o material i:asc-unhado rium 'ID :folio" que se i><c:::,;<::~~-<:::><Y:::$,<:::-:;...::::>-<:~ç::,,<.:,:,-<::::,;.<~<::,;.c:::::::,;,<~c::::,..::;:::;-~ aprume corretamente na estante ..• , Gaatão Vieira nasceu em Belém, em fev&relro de 86. Não tinha 'nenhuma trom– ba visivel, de onde uma pes– ,sôa leviana poderia concluir às _pressas que não se ti:atavà de um elefante. Mas se tirar– mos a tromba a um elefante, nem por isso deixa ele de ser 'um elefante; e ,mesmo que -111 o r r a êm consequência da brutal operação, continuará a ser um elefant.e, continúá, pois, l!-m· elefante morto a ser; em _principio tã:o elefante como qualguer outro. Re:fletindo nisso, lembrei-me de averi– guar se aquilo tinha quatro patas, quatro grossas patas, éomo cdstumam ter os elefan– tes. Não tinha. Tampouco consegui descobrir o pecjueno rabo que ca'racteriza o grande aniR)J!l e que, às vezes, como ja notei em um c(rco, ê1e cos– tuma abanar com wna graça i1tfaµtil. • Terminadas as m,inhas ob– servações, voltei-me p a r a a professora ·e disse convicta– .mente: -No, it's not! Ela soltou um pequeno sus– piro satisfeita: a demora de minha resposta a havia dei– xado - apreensiva. ltnediata- mente me perguntou: -Is ít a book-? Sorri da pergunta: tenho vi• vido uma parte de' minha vi• da no meio de livros, conhe– ço livros, lido com livros, sou capaz de distinguir um livro à primeira vista no meio de quaiJ;quer outros objetos, se• jam eles garrafas, tijolos ou cerejas .m a d u r as - sejam quais forem. Aquilo não era um_ livro, e me.smo supondo que houvesse livros encadez– nados em lpuça, aquilp nã<f seria um deles : não pátecia de modo algum um livro. Mi• nha resposta demorou no má• xjmo dois segundos: -'No, it's not. Tive o prazer~de v&-la no– vamente satisfeita, - mas sé por alguns i;egundos. Aquela mulher era 11m desses esI_)íri• tos insaciav_eis que estão sem– pre a se propô!! questões, • se debruçam com uma curio– sidade aflita sôbre a nature– za das coisas . -Tu ít a handkercbief? Fiquei mi.tito perlurb.adõ com essa pergunta. Parà di~ zer a verdade. não sabia o q_ue pqderia ser handkerehief; tal• vez, íosse J:Í.ipoteca. . . Não, hi• poteca não. Por que haveria de serhfpote,::a? Handkerchiefl Era uma palavra sem a me– nor sombra de dúvida anti• pática; talvez fosse chefe dcJ serviço, ou rel·ogio de p.u:tso. ou aiµda, e muito provavel• mente, enxaqueca. Fosse COJl}O fosse, ,respondi impavido: -No, it's not! , Minhas palavras soaram altó_. com certa violência, pois m:.e repugnava admitir que aqui– lo ou qualquer outra coisa uos D" Conclúe na 2.a pâg. • Fez os estudos ~rimários na escola da professora Antônia :Emília da Conceição e Silva. Curso 11ecundãrio ~o antigo Liceu P a r a e n s e, onde o concluiu em 1902. No â;no ,segu,inie ·m~riculou-se na Faclllí!a4.e de Medicina. do Rio de J'aneu-o, estudan– do concomitantemente o curso de farmácl~ que le.r– minou em 1904, aos 18 âru,s. Em. "J.908 recebeu o grÀu de dout01' em medi– cina por aquela .Faculda– de, tendo regressado à sua terra em 19Ó9. Tem exe'IL'.– cldç c~gos puhlicos, como ,ptédicO-l&gista, • inspetor sanitário. E', atualmente; d.iretor aposentado do Ins– titut_o 14'édico-Legal, Cate– drático, por concurso, da Faculdade d& Me d l c l.n a desta capiial e chefe de clínica no Hospllal da San– Ser um homem sem pressa literária - .ês'se um r óteiro e uma ad:,rertência para os no.vos afoitos que não sabem ou não podém subjugar a paixão da publicidade, prolongando, sem– ! pre o mais possível, a estréia do seu nome l)a lombada de 1 um volume. Será falho e postiço o p.ersonagem de romance tiver uma forte sübstãncia humana a ser explorada. O RG tJ l -HO GASTAO VIEIRA ta Casa. Copiosa produção literária em pro&a • verso nos jornais lqeala e algumas rev,l,111111 do suL HumerOIIOI traba– lhos ctentítlcos. Cronhlt'a, •conteur", crítico de ute e lite– rário, Nas FOLHAS ellCl'eve, desde 1938, 1111 PALESTRA-$. Hâ muito tempo que, m<!ido por um natural i;entlmento de bdio ao assassínio de meu malo– r:i;ado :p~, ,dr: lruclides da Cl1Jlha, desejei expõr ao públi- co a verdade núa e c: r.úa sôbre mentável acontecimento a pe;11• que não -, Alguém quis insinuar qµe a biografia é um sub-gênero d,a Jiteratura e que, para reco;rnpôr a trajetoria de uma vida, bastava apenas reunír-se o material r elativo à existência do biografado. Preferí respopder, a quem m~ falou njsso, com dois livr os e dois nomes: "Coelho Netto", de Paulo Coelho Neto e ''Rio Btp.nco", de Ãl1<aro Lins. Duas aefinições no gênero : a bio– grafia falhada e a bjografia realizada. A primeira, inconsis– tente, desi'gual, jnf,or;me, nada mais é, afinal, que um amon– to_adp inexpressivo. de indicações, sem estrutura interior, _que permita um panorama de co.njunto. Enquant9 a outra, modêlo da verdàdeira _consf.rução ):>iográfica, encerra uma unidád~ ,fundamenta\ e uma consciência ;literária, q_ue tornam poss'íve1 reconstituir a paisagem hUinana do biogrã:fado, transmitírido– nos -dêle uma sehsaçliq de presença · fis'ica e espititual. Acho que a 'tendência para júlgàr a - biografia uma reali– zação inferiot" da lJtftratura nasceu na mesma fonte de onde provei~' a h-reSJ?Onsável à(irmação de que o critico é um es– critor "raté('. Ambàs. essas incompre~nsões, que ~acilmel'\te se genera– Ii;zaram, devemos-·nós aos ilustres ignõrantes de cousas literá– rias. E êles, no Brasil, sãó tal)tós 1 EUCLYDES DA CUNHA FILHO , i 1 ! Gastão Vieira Ando a fingir ·agora que não a amo. que uem me preoCUfi>O se ela existe. E canto, alegre como um gaturamo, vivendo, como vivo, sempre b:iste. - ................. Mas, escondendo o mal gue não proclamo, no _peito o coração, que tu feriste, geme e ,padece, e eu nunca -reclamo, porque quem ama assim sempre resisfe. Um dia, se estivermos frente a frente, verás em mim o homem inqiferente, ,não notarás, sequer, meu sofrimento. ' Serei como uma estátua da Bravura : sofrend,o tãnto a dôr qúe não tem cura, - nem um suspiro, nem um só lamento.•• 11-VII-46. , • Jiuo de pensamentos. cansado pela super-excitação de espl'ri~ :meu pai saiu de casa às 8 bo• ras da manhã de 15 de agosto. com destino a Ji'iedade.. .. De p3$Sagem fQi a casa de nosso primo, Nestor da Cunha. o covarde assassinato cometiélo pelo •COJlSUJna()o banàido DiJer– mando de Assis. Não o- fiz deVi- 1 do a ter que envolver nesse la- sôa de minha mãe. •----------~------- 1 1O••D-IJ_ D _ O___ C,1 -· ir ■• o - o- ti -e-o,.; Estava desarmado. Prec\sava de uma arma... Forjou ter que matar um cão danado, que se achava '110 jardim 4e casa, ten– tando morde)' a nós, e as,si.JJr c,onseguiu sem dizer para que fim verdadeiro, um revolver. com meu referido primo. Hoje, porém, não posso mais deixar de o !azer, nao só_para prQvar o quanto a nossa .jus• tiça andou errada em copceden– do a absolv,i_ção ao ass~ino, comn tàmbem ,para lançar um protei;to, justo e obr_igatol'io, contra :as .monstru..osas calunias lev:antádas em tôrno de meu infeliz e :finado irmão Solon. Portanto, relatemos os fatos: No dia 13 de agosto do ãno de 1909 me achava eu em con• valescença de uma congestão de figado, na -enfermaria do Gi– násio N a c i o n a l ~in-tel·nato), quando recebi a vlstta de minha mãe, levando consigo o menÔr Luiz. Nada me falou com re's– peito a desavenças com meu pai. Horas depois, 1neu bom pai, em comp;,nhia dos drs. Araujo ti.ma e- ~loriano de Brito, me forain ver, sendó que notei es– t:a_r meu pai algum tlf.lto aca– brunhado. Determinou levar-me p,rr.a casa no sábado. à tarae de sábado µ{a eu em companhia d,e meu :pai, coJR destino à nossa ºª"ª· l!i/o oonõe, expôs-me muitas co.iSas concer– oentes a rusgas com minha mãe, J.alan.<Jo ,nais que estava des– stos.o com a evidente inco1n– bilidade de gênios eXisten– entr.~ ele e ela, e que iria ovtdenciar para qu,e tosse oneet'lido diyórcio, f/endo que h-la. vivér, em nossa companhi.a (ea • meus irmãos) junto ao meu avó', ».anuel a l'. da C,'úilha, Durante tod,_o o trajeto meu pai ge mostrou abatido e triste. Em dado momento perguntou : - V:ocê prçfére ir :viver com seu velho. pai, caboclo, sozinho, sem' m mãe, ou ii com ela? Respondi-lhe que com • êle. Então me falou ém vál'ios Pl'<l– jetos feitos para a nossa no:va vida. Sentia eu então dois senti– men'tos iristés... Tinha que abandonar minha mã-e, po_i: coi– sa não compreensi-vel e ignora– da para mim: via meu 'póbre pai abandonar SlJa esp.qsa. Po– rém um como que sentiment~o e :fôrça instintiva me fazia tcnd·er parà..meu pai. Chegado que fo1nos a casa, meu pai jantou, sendo que pou– co. ' A noite enta~o).ou conversação aX)imada com d. Angela Ràto, ti.a, do ,era.Pula sargent'ão," sendo qü.e vim a saber se t'ratar em respeito à m.iriha mãe. Num dado mQmento, meu pai me chaT11ott e dissé : - Queridinho, sua mãe não estã, em casa de d. Tulia, 1 (mi– nha avó). .,Deve estar aonde? 1 Acabo de saber toda a verd;i– de... 'l>iga-me se você sabe âl– gurna coisa 1 ... Um -tanto assombrado, mas ao pieshio tempo sentindo como que se l'a,sgando- o yéu da inteligên– cia, .previ cla,amente º~ 9ue era... Julguei pecar contra mln'J1a mãe! Porém a!J ·lnqcente• visitas a ca– llll da Píedade ie :me afiguraram • mo1111truo111111 . . • O olhar perscru– tador' de meu ._pai pi.e inquiriu com ânsia sofrega e mal con: tida!. . . Previa um desatino,.. As minhas suposições do momen- to seriam reais•? 1 - Em que me fundava eu para isso pensar?... Só pela fuga e para• deiro desoon'becido, até da pró• prla minhã avó, que disse a meu pai ter ela estado 11i na sex– ta-:feira, 13 Pt agosto, iiurant;e · o dla; e aflrnioll meu pai 'ter ela dito no mesmo dia que 'J;)ara lã iria e não mais voltaria para a casa; quando. , . Pelo co$ãrio, sique,r esteve lá uma hora, pois (l;\le saiu e lá "não pernoi– tou. . . Onde pernoitaria ? . • . N.11 rua? E ' o que já s;ibia meu pal , e o q1:te eu via atl'avés da· con– catenação dos fatos e atos até– el')tão ))assagos... Num r elãnce me apercébl do perigo iminente que . corria o nosso lar. . . :fiquei pasmo, nad;i me podia abl'ir os lábios I Jn,. sistiu meu pai : · Ehtão ?- Você nijo sabe coisa alguma do paradeiro de sua ,nãe? , Não... Respondi num suspiro e ... Es$e não deu a -entender a meu pai que- eu também jâ des– confiava de alguma coisa 1 Porém eu não podia crer na .minha razão 1 ?• • • Julguei que estava cometendo o maior dos crime,s, em julgando minha mãe como éu. o estava.,. Meu pobre pai., av.a'lio eu ago- ' ra, quanto não teria 111otrido 1. . . .sava. Porém, não concluiu, co– Ele que " amava mais do que iµo o conclu1ria um estrsinlio; a si mesmo... julgou apenas que nossa mãe .l;letlrei-ine J)-Or momento da se hav!i, retugi.ado -e'm casa de J;ala, pois que ele desejava f,_a~ seus protegi.dos, por não ·lhe lai; em particular com d. Ange- quererem acolher em ca'i!' de llca. vovó. Tomou o trem e partiu v ô,ltel, momentôs depois, no- para PJedaae, na noite de sá– tando em meu pai uma super- bado, às 2 horas, sendo que, em excitação espailt-0.sa . Entre mui- lá chegando, fez ver à ~minba tas coisl3s que disse, tinha rela- mãe a biconveniência da esta– ção com o .sobrinho de d. Ange- df_a dela naquela casa. ~ não lica. o quis ouvir... O bandido Num da~o momento, disse : q® hojê é Cllsado com minha ''Amanhã hei de por tudo em prQgénitora tomou parte' na pratos linipos" 1 ,• conversa, digo discussão, e com Acalmou-se ou antes cqnteve- a;res de g.ran-senhor J:>roJbe a se por momentos e falou em ou- meu irmão de continuar as "in– tras coisas; sendo que me recor- sinuações". . . Soion, indignado, d,o bem, ele ter convidado a ir sacou :rápido do revolver e vi– dar um passeio, c/lim ele, no fdia sa-o l Minha rllae se interpõe en– seguiníe, pela manqã, si,,ndo que tre os dois... A mui_!;o custo (l. ,Ant:elica fez ver que a umi- D!norah congegue fazer com dade ,me faria mal; visto ter eu que Solon se retire da sala, sen– estado de cama, ,ainda na ves~ do que Solon di~e antes de se pei•a. ' retirar : "Pois bem, a senhora Ao subir. 1jfim de me deitar. não quer ir para casa hoje, por dando bôa noite a meu pai, coi- dizer que chove; eu não sairei sa à normal se passou. daqui se1n a senhor.a..." Passou - Meu pai acompanhou,me a noite num àipendre, nos -fun– com a_vista até ao último de- dos ·da casa, carpindo .sua dor de grãu da escada, vendo que me '!;ilho abandonac}o e desprezado olha:va co,m uma expr.essão .miíf- por sua m1ie... tica de amor e saudàde... S6 As lágrimas lhe i,aiam dálma hoje é que posso avaliar a -ex- e ele não t.inha coração bai.tan– pressão e significação daquele te para o consolar ... olruu· l • , Pobre " irmão. ~. tua nobreza - Solo1:1,, meu irmiio mais .ve- to! ca causa de teu$ mais a-flitos lho, mais perspicaz e maif/ expe- e desdftosos dias 1. , . ' ' . .rimentaao 1)4 vida, soube logo - Depois de uma noite aipta- til!ar a conc1llSão do que ae PM- da, por um troropamento conti.• Ao ver Solon que era dia do aniversário da i;no.rte do -nosso tio Antonio, pai de Nestor, dJa– se: "Que coincid"êncla 1. •. " ' Julgaram tódos ser o motivo . de ele lá ter ido. . . Manifestáva ciµma 1 Saiu, como se fosse um pas– lÍeio.. . foi à cidade, dai a Cen– iral, tomou uma passagel"(l de ida e volta a Piedade e pal,'tlU ..• - No silêncio dá noite, um in• dívlduo cautelosamente se!l>apro• ximoll da casa n. ·23 H, da ru11 ~. S. Copacabana e procurou ouvir o que se pa!lliava., • Esse lndl);fduo era Dinorah 1 Vinha, a mandjtdo do seu. 1 monstruoso irmão, saber em que ~.stado s,e achava meu _pai. .• Não estado de saúde ! Facil é pi:ever. que na(ta mals :fazia que uma infâme espionagem l Ouviu, sugundo declarou em 4eJ)oime?)to à policia, que u.ma conversação animada e aJitadà se desenrolava entre meu pai e d. ~.ngelica, send-o que not.-.ra e entendera bem ter rmeu pai dito: "Amanhã hei de por tudo em pratos•limpos_!'' Furtivamente, tal como viera, se retirou, l'egressando 11 ,Pieda,;, de, a dar conhecimento do que goubera na trágica e Indigna co– missão de que fôra incumbido..• Não o vimos. Mais tarde, vim t;;JT Conclúe na 2.ª pág,

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