Folha do Norte: Suplemento, Arte, Literatura - 1946

• Domingo, 28 ~e julho de 1946 --L:.---~~ 1 .....,..,. •• ":1'******~*****.......************~***~~'- ~ ALMA SONORA-- ! • FOLHA DO NORTE ~-----~---------:#"----~---~-~ ' JOSÉ BONIFACIO . l ~~.l m Conclusão da l.ª pãg. caráter muito nu,nano que o Se o estadista tjvesse sempre levava a . ,nteressar-se por ti,td9 tôdà a cc;,nc.iênc_ia do.. seu papel, ,,. . ........ ~ ' ' Escri:lorés Poriuguses Gor .. tempcrâ1~.uos: t ~· D.A · R A. Ç A ~ * * * o que o cercava. pelas peque- José E!onifácio teria renunciado . A p"Oeslà modernista. l)orr.ugues&. ~!\O desel,nbeelda nqul ent:e nós, • n:il> coino pelas granres co,~as à atividade poliUca lo_go após a apresenta, lt1conte~t~ve;men~c. uma- rica e vartad-.; êo:it1·1bulçáo ,i· llte• á 'd , · a d · · I a d· · A · · - ratura européia da. pr!m~;r a n,~ tade déste- sécuio. Na refq!'ma p,iétlca, * *· l"")I,..; .\(.V.,.. Jf-)(. .. ; "' CYRO PROENCA i •",,.,.... ~ ........ :ti- li: °'1- )(.,.,_ . ,Ha um se.nticto inat o de be– l eza e emoção na reaiiclacle da ,./\.rte. quando as idéias e as obras refletem. tm sua >ssen- • . sua nat!ll'esa e d a sua gente, transubstanciados na figura viril ao ser tari~jo. audaz e. (e• me11~rio ' na~ vaquejadas, e ter– n o e apaixonado e sutil nos clescantes à • viola, em noites de "luar d~ prata'' , qua_ndo se sente enleiado . e perdido pela "chifrada dos óio de uma ni.uié" . da "corumba" cujos eia, um ânimo criador, um clíma evocativo, u..rqa impres– sao surpreendente de natura- 1.i.iiade, urn vigor singélo de fórma, de graça e encanta- , mento. - É po_.r esse prisma que se revelà a inspiração das almas "pezinho, privilegiadas, que têm o con- quando dansava o baião. dão de '•xêr" subjetivamente, parecia dois pombinho de cón1preender 12or intµição a ma,·iscã pulo chão. .. ' '. e interpretar, de l!ffi ânê,!lo Panteistica, lírica, inspira- da prop:nia personalidàde, o da, ..singela, a poesia de Catu– .simbolismo de 'todas as cou- lo é estranha e genial na sua sas no panora1na ~ul'tifario · linguagem rúst ica, no sabor da vida . Porque, no ·coração das géstas sertanej as, no ar– do artista, do artista de ver- rõjo das irrragens imprevistas, dade, há · mais sentimento no calor dos arrebata1nentos, quintescenciado. mais grada-' no fundo moral da religiosi– ções emotivas. mais- P.Oder de dade, no surto dos. pe.nsamen– penetração, de receptividade tos ·e na beleza virginal, ingê– e . sutileza dq qtte no seio , da nua, insuperavel, das con– humanidade vulgar, que o cepções. torna capaz de perceber as De todos os seus -versos tres– mínimàs tonalidades dos sus- cala o arôma silvestre dum . ymidos e bemóis da nature- nativismo sadio e - coniorta: sa e as nuanças espectrais das dor. Sua musa é cabôcla e 11.lzes do mundo. . . . vive se narcisando no espêlho O que, no comum das cria- das cacimbas do . sert ão. É turas, é um estado d'alma uma diva enternecida - Ama– -transitorio, con:'equencia de zõ.na solitaria em perêgrina– ~ choque_ afetivo ou de Ull_}a ção pelas r.echãs, 1:1elas vár– d9r. i:io artista é uma :'ensaç,a_o zeas. pelas selv_as brasilicas. mental permanente, s1ngu_la~·1- colhendo a flôr da inspiração sando-o. n:iarc~ndo-o, def1nm• no cérne da propria naturesa do-a na diretriz de um pode- bravía. · rosf magnetismo: - o ld~át Põr isso seu pensamento é E ele traduz as suas emoçoes alcandorado e o seu espírito em ?b;ras, em ~ensamento, vive se embebedando da luz em . forma~ peregrinas de be- do sol. da claridade dos lua1·es. leza sentimental, f~ze~d?·O do afágo das ventanias. dos com o carater quas1 d1vmo suspiros das fóntes. do canto de Cr1a~or. . . do pass.arêdo. do deslumbra– . O art1sta é u~. eleito dos mento dos Céus, corno os je– deu~fS !; da_ ~ehcrd~de_; ma~ gnitibás seculares e os paus– da sua felicidade intima, e dárco de cabeleira colori– bem de ver, indescritível •co- da . . . mo um sonho, plena de gosos Na idéia cent ral dos seus espirituais, isenta de vilanias poêmas e stá sempre o Brasil, e pecados... "brasileiro como que!" É a_s~iJn gue compi:eendo, É impossivel · iixar prefe- amo e interpreto o Artista - , .rencias na sua ob ra literaria, a lma . solar, homem-de1:1s • .- toda ela simples, espontanêa, genes1s .de um mundo d e 1de1as recamada das fulgurações do e de ritinos, consubstanciado, gênio, matizada dos tons ver– ·identif!cado pela propria ir- . de- amarelo da nacionalidáâe, rad1a9iJ.O d~ beleza da sua magistral, deslumbradora. é:o– Arte, transf1g"\.!rando um _pen- mo. um monumento ai:guite- samento do Ceu!. . . tônico saído de mãos divinas. * • • Catulo foi - todos o pro- Neste conceito está Catulo clamam ..:.. o maior e mais d a Paixão Cearense, o rapsô- e:xpres~ivo ·poe.ta da raça. Foi do i.nc- omparaveJ., Q maior "doutor" e;m poesia. E, no poeta, intrinsecamente brasi- Bras,il, o único váte. talvez, leiro, de sua época, . enamoi:a- q u e conquistou o ane1 sirnbo– do cantor dos , ..luares do ser- lico criado pela -sua imagina- tão", ô sensitivo mais· comple- ção desaçaimada: - t-0 da alma cabôcla, que ele "Uma Saudade brilhando, •. compreendeu como ninguem. Na cravação de uma dôr!" . Catt!lo.desapareceu do mun- Agora, no p,.undo da Ver- do obJetlvo, mas o ;seu nome dade. _seu espirito sintilante -f icou edificado, solidamente, - "Um boêmio no Céu" - na nossa dôce saudade. con- já t eve, decerto~• novosv·diálo– sagrado· nós seús poêmas· imor- gos, em versos, com S. Pedro, tais. vitalisádo, "ad-eternum" é anda efn serenatas no azul nas vibrações de har monia do$ do firma:mento, abraçado à se~s v'ersos,' impregnados do~ imagem espiritual do seu vio, aromas agrestes da "Mata Ilu- lão. em camin.had.as pela "via– ;minaua" e do "Sértào .em !atea" da gloria. cantando Flôr". onde o · "Marro3·eiro" para Oeus. para Jesus. para os résa, epternecido e cheio de Santos. , para as Onze Mil Vir- , 'fé, o "E.vangelho das Aves"; gens. "sob as bencãos de luz chora,. comovido de t ristesa d1> Cruzeiro do Sul " . .. · as tragédias fenomen,ais d~ E a sua alma de poeta, co- 44Terra Caída"; canta, em se- mo a dos "p.oetas e profetas renatas ·eternas. os "Poemas consagrados'.'. depois de co– Brávios" do "Meu Brasil" e mungar a hostia da bemaven– declama, com ' 'Alma do Ser~ turanÇa, irá. saUQOsa e sonh_a– tão", -tantas ''Fl!))ulas e Al e- dora. ' gorias''. como ''Um boêmio no "Para os púlpitos da Luz. e ,,, . eu . . . ., , _ Suspirar a. alelu(a dos seus yer- . Toda a , .sua ob-r;a !iteraria [sos. ê uma exaltação do Brasil. da .Para serem coroados pqr Jesus!" ME-U SONH.Q · ~ 1 Jurandyr Bez~rra · .1 ll~- ...--................ _... ...._._ ..._ Meu Sonho ·é ver-te junto a mim... falando, Com essa voz de taça de cristal. As palavras de Amor, de quando em quàndo, Dentro da inspiração do nosso Ideal ! ... :fvlas êste Sonho que inda estou sonhan~. É um Desejo subli1ne, espirituaJ. Às vezes árdego e outras vezes b1·ando C.omo o Bem misturando-se com o Mal ... Se meu Destino não for teu, nem fôres. Meu cálice de l ágrimas e amores Eu me contentarei co1n o que sofri. •• . . . . Porque para minha alma - tua escrava: Tú serás sempre aquela que eu amava, E eu serei $einp"re o que pensava em tf, •• 11/7/411. ,~on; Vl a CUTlt>Slo;i e . E , l$SJffi n epen encl/~. sua llllSfaO eS• que tem- caracter_lzado ~ cr! aç.ãc- literária do J,l<>SSO tcmp(Í, encont!Otô "$ i :i.ut - êle aparece- n,<lsta biog1'aEia, tava coinpleta e te,·m"inada. a sua poesia lir:ca po,tuguesa um prrlodo de esplendor ,.omo &61u<!nte já a!– o;-a empenh.id :i. r,or. el<er:tp 1 o·, flgurà' só faria crescer no a:fas- cançara no Quinh<>ntisn10 <> ,no Romautismo. E entre os ,,-,n\es de 1müor . em resolvêr, numa genial ante- t a1nento e na renúncia. Perma- . valor dos wçtas novos d~ Pórt•;!l'al está. sem dúvida ali:,llma. o de ;\lbo,·to cipação, .o problema da e1nanci• necendo na "mêlée·•, êle ficou de Serpa. ' pação dos escravos, oi-a "interes- afinal inc luído naquela observa- Para ,Albért o de Se:pa o · moderr1is1110 não é umn céga e puerU r'e·,olta - d ô contra ,, passado ou uma anslo;/a basca de originalidade. Seu modor• sado nos am"Ores ligeiros e de çao . e' Arinitage s bre os An• nismo é, antes de tudo. a des1>obcrtn de novos me!os de expressão e a e1nergência dos seus an1igos. dradas : ar.l>ilr~rios no govêrno recu~a a ,1111t, Jlteratus: penüacçsa e e.sgotad~ que se resumiu ·11un1 a1110r Temperamento muito huma• e facciosos na oposiçâo. . Ele veio desabusado~da palavra e na obsessão do vciso perfei to e di>. rhila csque– no, 1nas também autoritário, 'isto a represent.ar lament,ivelmente sita e d/ficll, o modetn!s:no de A!Jrerto cte Serpa ê a luta p~la natura• veio colocar a ação de José Bo- um exemplo eminente daquílo lldáde e pela sll!lpllcid;1.d~. E a sad ia reação :!e uma il).tellgcncla superior .nifácio sô.t,, um signo de cont.ra - ' que se tornou O prine"ipál vício- a mórbidas_ e cávllosa$ mani&& literárias. e essa lutapela naturÍl.l!dade dição : orientação r-eacionária da política brasileira: ·uiná atitu- e pela slmpllcidade se rc'lela na poeslá modernista de Alberto de seri;>a no esfôrço de uma ~radução dlret~ dos estados poéticos que- dispensa os . em politica, e idéias avançadas, de na oposição e · çutra no go- convenclonals e caducos proces10s verbais coin que a versHl~ação i<ntlga ace)'ltuadamente l'evolucionárias, vêrno, •co'm a te'ndfncia ca- seduzia os poétas desaviso.dos e Ingênuo·. A arte dó verso é por de– em matéria de problémas sociais. da u1n par-a considerar os seus mals sutil para ficar r>.duzida a medidas estabeleclõas, a apoios rlttnlc1>s Qs seus projetos revelam não· inimigos cor11.o inim"ii;os do re- artificiais, a pr incipie.~ inecãnlcos e a fórmulas consagradas. tJm verso só O estadista, mas O estadista gime .e do país, ·P"ara a sua his- é a expressão da vida E a própria vida que se faz, música de palavras. E como a: v,tda · é tnfir::tLamenve variável e cmnplcxlt para que a sua corn a vis;í.o do futuro. com a tória pess\)al, porém, a l_uta _po- tée:nica possa caber nuin pre tcncloso e rl<liculo tra iado _de verific , çlio. capacidade de compreender as litica até o fim serviu para en- A poesia não se submete a ritmos preestabelecidos. Pertencem-lhe todos necess"íclades do seu pais no mo- gt•andecer os seus últimos dias. os r itmos. até me~ro.o aqu{-Jes ritmos inumerã,vei~ de qu11 . falou o nos$o mento e na forrna em qtre êles para· tornar co1noventes o exi- grande Manool Bandeira. !<'o!. pois, cont ra os mumlflcadore~ da poeslá se projetarão dentro dó tem- 1 uo na Europp, 0 retiro em Pa- que $e Jogou o moden:1sm·o de Ali>crto de Serpa. O -seu lirismo s,e trans– po. A propós ito, 0 sr. otavio quetá ·e a morte etn Niter.óí.. m1te diretamci:te a.través da mús íca dos . seus ve.r.sos naturais e ésponUI.~ ., neos. Daí a sua· n.t,i t ,1de v-erdodciran1ente revolucionârfR.. Revolucí•ônárto Tarquinio de Sousa r ecorda as Esta grandeza do final trans.fi - ~le é, porque cont ra; la _a mult idão dos mcdiocres _que s.t a(ast3ram da. suas idéias progressistas sôbre a gura -lhe a biografia como o •poesia le,•ado:; vela· Ilusão da retórica e pela Idolatria da fórma. con~&– situac;-ão dos escravos e dos fn- quinto ato de ' u1n drama àf'1;l• ml n~dos pela ' uxúrla da pa.lavr,, e pela i,a!xão dos ritmos precisos. Fro– dl os, abolicionista sessenta anos go. E aqui estão tambélll. algu- _cu,·ou êlc. e c!1cont rrm a l.)oesla que se ac~ava abandonada e pernlda_ nr. antes da~ Abolição. cotno 'tam- inas das melhores páginas cscri-· . llorest a enceoada d9 st1nt uosldhde parnasrnna ~ do so_rtlléglo shnbohsto.. bé t - ~ :.b t ~ t 1 . 1 , Ot • PClrts·~o. r.nonant,.o vs \;e'J cnntemporâ neos, na ma~orta. cont 1nuavam ~ as suas sui:es oe_s so re o as n.,s _e tvro pe o s1 . avio flé1s a escol•as ·1ait1,11dées, rol t'le ter às puras fontes de onde Jo~ra. &e ensu:io no Brasil. ainda hoje Tarqu1n10 de Sousa, que trans- poesia _ 0 coraçf,o do hemeii, E. se a fórma da sua poes!~ foi atln – atua1s porque sem solução vá- m.i\e realmente ao -leitor a e1no - gidi, por 1,1m idea l regener1>por de simplicidade e de e.~pontanridad,o. c,.1 rios cios problemas por êle .dis~~- ção dêsse acabai;!lento do "velho s°:us t_cmas pott.;co~ part ;c•pa\'i de uma at ualidnde, pois siio _a.sp•ct?s. d~ tidos. No entanto como pohti- do· Rocio·• tão- abandQnado ali vida ,nter!or . •~n· lmentat e espiritual, do -homem dos nossos --â1as. co, era te,npei·ame;1tal o seu hór- pelos se\_\s ·cotlteinporãnêos qQan- Diferente de qu ase todos os seus companhe_iros de renovação poéUc& . . . ·. ern Portugal, ""xageri:tdamC>ntP eerebra1s. Aloerio de Scrp:1 cousenrou-so ror_ aos ltberats e democratas t? acompanhado agor~ , Pe_lo_ sen- lmiine de , eonq:,lieações intcl~•tua!s. Tudo nêle resul tou eq•lilibrado, mais avançados. _aos quais corn- tlmento e pe.la arte hterana do Numa gradaci\1> ha}moniosa casam-se nos seus versos um suave ldealis• batia e per seguia como simples seu biógrafo: "Na íncompreen- mo· com as notas realistas de um dellcaio e agu<lo obgcrvactor di.s c~u– demagogos ; feita a Independên- são e na mediocridade dos con• sas. Assim é oue. às vez~,. Qu•ndo êle se sente apenas ;-um e~pett~<lor eia, a sua preocupação foi se ten,porãneos enca'rnara-se O fado seceno do mundo que o clrcur,ôa" . como bew a1_?ontol.\ Feliciàno _R~mos, identificar com O sentimento que· lhe quis rouba~ tudo O fa- a sua poesia. ~b.\et iv:i., é uma pin tura e~ QUJ nao faltam a exatd11'l~o do . . . · ' ' dêtl\lhe. e a f1dehdade do con•unto. sirva de exemplo êsse ehc\oso aristocrat1co, procurand9 ap.ro- do que persegue q,,,ase sempre os instántâneo : • • ximar o Brasil da Santa Aliança, homens realmente superiores". colocando a autoridade do ,Im- Na lncompréensão, sim; nà me– perador acilna da Asse1nbléia, diocrida.de . creio erue n·ão. pois favorecendo a - própaganda do à sua época pertencem: por veto suspensivo e, !lté do veto exemplo. o visconde> de Caitú. o absoluto. marquês de Barbacena. e prin- l?oliticamente , .rosé Bontfáci.o cipahnent e u1n autêntico .esta– era um dêsses homens indica- dista, Bernardo Pereira de Vas• dos para um só aconteciment o, concelos. a quem o pr-óprio sr . personalidades que o destino re- Otavio Tarquinio de Sousa elas– serva para um só feito. para um sificou. com muita justiça. como _episódio em· geral tão grande um "lider político do, p~ime.iro que nada ,mais seria .. necessário Reinado. da Regênê1a· e da dê.ca– para a sua legenda na. história. da inicial do _segundo Re'fnado.., O acontecimento de José Boni- ao .fazer-lhe a biografia há al- fácio foi a lndependêncJa do guns anos . ~ Brasil . _e isto significa mna glô• Livro de sintese. sem notas ria singular para o seu no1ne . de pé de. página e sem rigores "Foi êle quem mais concot·reu na apresentação bibliográ~ca - para reter no Rio ·o Princ_ipe Re- de acôrdo. aliás. com as condi– gent e, quem melhor compreen- ções particulares en1 q_ue foi es– deu o papel de D , Pedro e do sis- cr.ito - êste '\José Bonifácio'' tema ·monárquico no movimento conté'm o essencial do seu ns– da Independênci-a. quem ot ientou sunto. "ten/lo junt ado o sr. Ot(l: e conduziu o ânitno l.nstavel do vio Tarqul.l}io de Sousa à eí-tt:: ·,iovcm Imperador, quem estru- dição, e aos c'onhecimentos de tur.ou o pensamento popular historiador .a agus[eza psicoló!:!l· daquele . instante no plano das ca e o bom gosto lite1,ário do ra-,,ões de Estado. Não fôram escritor, do que resultou uma dêle, e sírn daquefes · que se- obra que muito acrescenta ao seu riam depois seus adversários, nome já ilustre e respeitado de lníl!iativas ousadas como o Con- biográ(o . selho dos Procurado·res. a Cons– titu inte e a- aclama~ão ·ao. Impe– rador, mas cpube a J.osé Bon.ifá- cio api·oveitá-Jas. da_r-lhes a for– ma,- a estrutura política, sem a qual' talvez ficassem sendo me– didas vagas ou tumuftuárias. • (1) O.tav.io Tarauinio -de Sou– sa - -''José BÕnif/.icio" - I,ivra.:' ria :rosé Olymp!o Editora - Rto -~ 1945. ; Pa,;a rem~ssa de livros: Rua Duvivier. 18, ap. 502. "O sol faz mais sóis nas vidraças que guaulrom ir~.nq rtilo, . r ,mi<:-tt},ri-Os !á q,~ntro Sôbre os ,n,.ros ctebru-~am••S/l t r epadei r,as flodçlas . E d1on qui-n tal nein. a voz- aguda dtnna ctia1tro. r.orrtndo. U1tt t1a r. <le naJnoratlos ollta o chão e Q , céu azul sem T1,l 1.ve, i~; Lon,ge, pelo río. os' barro~ uar.i:!cem parados 1nrma riO!Ja r~.za. . . . . . Outras vezes a poesia de Alberto de SerP,a, Já de natur•tZ$ ' intensa – mente ,subjetiva, interiorizada. toma uns est rÍÍnbos tons fugitivos e Inde– cisos, à maneira de um Ve•lal:t•? 'v tt de um Samaln : "U,na luz de sol foge nttm h.orizoflte distanttJ,– Um Tlt,nor • de passo!. ttue . regressam J'H.I~sq, Uma so·morá ,,zonga-s,e l)~r t1tdo e -pel'f~ qtmas. Um som morre d•s(o1111ecido e· lOngtnquo. U•ma brisa levJss·ima traz a lernQrancn ciu.m tdQ r.n.tarf!ecer, E destollia-se ttma f!6r sém vento e' sen, contacto . ..." E, revolucionário embora. ainda persistem nos sP.us poemas sobrevl– vênc::ias s i.m!Joi":stas. Est ão ne;r.~ o~ outonos,. o.s cre.púsrulos. a.s néVOS'~. Oi!' novHúnlos, todo o impreciso e o vago das pai,.,.'!etlS" ímpresslo~l,st-,,<. õ poêta do rigõr descriüvo i~~nsforma-se e nos oferece uma t>oesla éni que as tórmas. 'a 1112 e a, côres sé C<'nf•tndem nitra jôgo mlríflt.o ou nos chei,am !?elos sons e pelos oerfumés. · Mas, nesse poéta de v i4a ti, teolor ti\o Udn.'1e e o sonho, comum aos poétas- de a alma: "Os ~raços são !Y.a, Q<Le Deu.~ não acal>ou. ' T6da a t,-anédia do homem esti nl.> qu<Íse qt~ fal f ct aos bt•<fços tlarrr ser.:un a..sa.$" . o ~oofl ' to ent r.e o. rel:l – nõ.o d:eixa de fer!r-U10 l':lc começa a sentir a trlste:i:a de um mund'o para receber a. poe~ln e -p•ra aco lher- o poéta : qu~ não parece feito . . •:Para mi11í veio êste destino errante de poéta . ... Comi116 q iúcert.eza e f1•ou3'id.<to ,co11tintta d.e nasso.s, A escuridão P.1n todo:; os Cât }li1t}los- i1r.evitávei:c, , A séd'e 1>ara q!le só há / onte""s sé~a•. A to,.,e· (flle nenhztm Jr•ito satisfai, . • As nt1l~1ti <1>1de n~o j)óde o corpo este1 der-se" . • ' M(ls \sso apenas sso breves colaosos da sua .$1\úde espir itual e . onde reconhecen10.s · 1 n;nbPm : tlma qerta influência do l)essimisn10 ào AnU,nto "Nobre e do r:c~nri,o Ver de : ·•·uma a1t9'lstia cte sonho <1lorioso• e fr,tll,ado• . ~ Conclusã,o da ui~. pãg. Con•ucto. na: .,-;.,õa~e. o que predomlua em Alberto de Serpa 6 um sen•no lch•allsmo. A rwdnra • a siripllcidade o atraem. 0 seu cli,n0. é o <'llr..-;a ().a lt;tíânqia . Como Rilke. êle sabe .aue, a ~alvacão está n5' ·".. volta à in tnnrAa .oúe•. rara o poéha, é a pátl'ia da poesia. Aco'ntece. po• ro de riniàs incomparaveis. Cqntudo, se não fosse· cóinpa– rado com ·· o pai, Maurício se– ria poeta d e elevada esta- tura . . É menos dramaturgo do que Edmundo," mas a sua sensibi- , !idade s.abe th·ar de um fato insignificante cenas empol– gàntes, sem recorrer . aos· ce– nários teatraü,.. Faéilidade, abundancia, elegancia e · _liris– mo são os distintivos de -Mau– rício que no teatro, no ·ro- manee ou na poesia, teria ce– lebrizado o nome de Rostand, se antes Edmundo não se ti– vesse dado a êsse trabalho. A mocidade do meu . tempo admirou mui.to a Jean Riche– pin, saldado, marinheiro, car– reg~dor,. boêmio e, ao ·'n1esmo tempo, ppeta-; romancista para terminai: acadeinico, no Ültirno quar.tel da vida. J oão é um Hercules de t~ento que, ob e– diente. ao 'temperamento vigo– roso, invent,1 palavras impre– vistas, rimas opulentas, ri t– mos originais, · metáforas e outras cintilações que chegam a do~r no espírito, co1no cer– tas . faiscações doem- na vista. vocaç·ão !iteraria, sem pre- r-ém. ·11:ne oo.ra l! maior pa.rte dos homens a lnfa,_nc•a es~á Jtremedláir,~1- ·llr tit" ,ne,rdirta e · C'Qm e 1a se. vãn tts COlLsas ma.ts belas que pos.c;u \m.os ·– ocupações materiais. E1nbora a '""ri)Ícia e· a bondade;. No n:undo cruel de hoJe. os \lo.meus esquecidos de muito valor; não chegou de Drn• tisque•eranl-se. também. de ser puros e b9.Íts. E, enUto, par,, ao nível da gloria paterna . que o P~• t• nua~sse ro!!ar a Deu"$ por êsses homens maus e violentos. " Terminal'emos citando f.ran- O\'P<la dr A_l!>E!rto de <':~rpa ndaulrlu uma ressonãncJn prnJundamente. cisco~aur iac e O ·fil ho C la u - mís,•ca Foi oreoct•padn r~m -o des •l uo huntano. no horror dessa l!•)erra d io lVfauriac . Franci·sro é O <nt~ 11assnu, q,ue a sua .vo7, l~;vantou-s~ v,ara teélt ar. um cQmovenee ·poem& - <le um só ypr~o. :•oracão na Trinchcita" ... QUt' parece a.ntes um veTstcul<> ·escritor católico pôr. éxc el ~n - de · salmo blbllco : . , · -eia,- poeta e romancista, soei.O• , •• logo e psicologo, q11e nâo es- "Se."h~r, an.te ,,s ~a paz •· da ,norte, fl.1n~ 011trtt paz!", q ueceu as lições e os princi• • · b"d · , onde vlb,:am uma infinita fé e µma lnflnfta esperan~a. ~ PIOS rece l os no coleg10 dos· l\1as. passida~ as horas ar.n9rgas da gµ<!rra , êsse po~ta.. que o_ dTam~ jesúitas. Pôs a ' sua , pena a·o 11n!versal perturbou mas pão envenenou. nem corrompeu O C6raçab, V/11- serviço da arte, das letras e tou-se. como um homem S1mi;1"' e l;iom que é. para. a terra. p ara ,, da .religião e procurou estu~ materna e . dndivosa terra. que. !'t rav~s de tôdos os tempos, tem da.do dar para apazigua- l os o<; Cún- sempre ao homem. livre d!IJ; p:1lxões érlm,inosas que o assaltam, o mni~ flit~s que a mocj d~~~ de en- :~';f~d~ss~nr~~~e:ª P:~~!s :a ~;.~;r':'aç~~ ~erfa"nt~;n;~ 1 ·!~c1i'º{r;\;~ 1~: 1~ . c;;~~ ·-tre as 4,uas !llund1~!S encon- ~ v'qclana e rural, d,,s pequenos povoados. ·dos r.ampos. dos aldel\os e <l~s tra entre a Fe e a Vlda, entre campezinos. Como Sã de Mirar.da, seu ilustre antepas.~ndo da remanso1'lo o espir íto e os 1 ·se·ntidos en- Quinta da 'Tapada. Alberte 'de Serpa traz. a gora. a9s homena, uni" tre a I~reja e O Mundo.' • 1nensae:ein poética que é um . conviie. à exist ênçia ,s\m11les e pura. Ull" •., · · lição de -sabedoria e 11ma Rtomessa de Cellcldade. ' ' ..... f'.., P·. M. _ RECREIO Na claridade da manhã pri~averit, Ao lado da brancura lavada da escola. As cri'anças confraterniz_am corn.. a alegria das aves .. , ' - O filho é mais "av.oado", se permitirem ' o plebeismQ. Jâ escreveu quatro obras consa– gradas (salvo· a "Introdução à l.\liística do Inferno") à erí– tica de autores como Balzac, Cocteau e Benda. Não se· tra– ta de crítica literaria~ mas de uma crítica de ideias óu de ideais . Claudio Mauriac não parece possuir a . maturidade, ne'm o equilíbrio do pai mas, erri todo caso, revela uma p er– sonalid;ide original e fremen• te que, sem eclipsar a fama patei,na, poderá acrescer.: a r alguns r a ios " " -a't1reola. do nome de Mauriac. A m~o dôce do vento afaga-lhes os cabelo:1, E o sól abre-lhe. rosas nas ·faces saudáveis - Um só! "discreto que s·e esconde às vezes entre nuvens brancas. •• . . ' ' As·, meninas dançam de roda e .cantam As· s uas · cantigas sirnples: de ·sentido obscuro Acompanhadas de gestos senhoris e graves. · e incerto. ' . ' Os rapazes correm sem tino e- :travam: lutas, Gritam en:t.usia~mados o amôr espo~táneo à vida, "'Ã. 'vi_tjã que vai chegando desi;>ercebida e breve.•• E a jovem 1nestra 6lha todos enlevadamente, Corn um sorris-o mfste1ioso nos lábios tristes...•. • OBRAS : - Varanda, Descrição, A vida é o dia de hof-. • O filho · Jacques é mais proxim.o dos pregos, mas não se mostra mais artista . Jean R iéhepin lutou· pela vida, de– bateu-se contra -a miseria, frequentou meios 'êxquisitos, foi canditlato a deputado e passou pôr maus pedaços an– tes de ser o· conferen•cista aburguesado da Universidade dos Anais . O filho, encon– trando o ninho , preparad0, só ====:::::;;===;:;;;.:;=========~---:.:-=-:l;;·-::::-=··:;;:-=-=·--· , teve o trabalho' d:e ··seguir ·a' ~ Conclusão: na literatura ~ã.o raros os g_enios · au talentos. com filhos geniais ou talento– sos. l-Iaverá exceções mas; co– mo lá se diz, a regra é con– firmada pela e:il:ceção, Poema,; da Noite, · Drama e -l.isbÕll é lon!i.. 1 • •

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