Folha do Norte: Suplemento, Arte, Literatura - 1946

' ' ,., ••• 0-0 •0-o·-.n -,r•■ n ••o ~ um mundo sem amor e sem amarrar fachos nos l'lUJOS doa aJegna o da ficção do sr. Gra- ga~ nunca me causar.am ad• cluano Ramos. Aparece nos seus miração. :Realmellte são esr,an• J'Ol)'lance.s toda uma galeria de tosos, miis é necessár io vê-los, f ílel'SOrlagens egoistas, cr1,1éis, ln- à d is ta n c i a, mod.lficados". , Sef Siveis. Paulo .H'.onorio, em "S. Elogiaram-lhe cena vez, \lOJll ~ ernardo".. ergue-se como um ~ risos, e p o r pi l h é< r I a, O '\'imbolo, marcado }?elo ciume, seµ p li l e t 6 cbr de maca• J)éla maldade, pelo egóismo, .Pelo co, e êle deixou d~ acrÍ?ditar .im temperami,nto áspero e solitá• elogios: "GuaTdei a lição, 1eon• rio. Os seres dêsse mundo de . se:rvei ~ongog anos ês&e palet.õ~- ficção em quatro romances - um ---~ -.., Conformado, avaliet o forro; a,i d'ôs mais · impresl!ionantes, so• .,_______________ dobras e os pespontos das ,mil, bretudo pela construção l!terá• . ' nhas ações oõr de ma_cacó · Pacl• J'la e pelo senso artlstico, de tô- Domingo, 14 de Julho de 1948 Diretor: PAVLO MARANHAO N1.JM . 1 encia, tinham de ser assim. Ain,. da a literatura brasileira - são da hoje, se fingem tolerar-me em geral desgraçadôs, criaturas brança!} um car4t'"1' de- lntransi- "Croce: ''a ·emocionalldáde ainda exacerbaç,ãQ, .e ~ e~rimlu p~la Seria impossível que êsse .l'm- um romance, ob~rvo-lhe cui• :m ~~ .. 1:eftontro cóm 0 de&lno, gente realismo. :tle não nos re- não elaborad~ esteticamenté" - extetiorliação· daquilo que, nela biente de educação detormáda, dadoeo its inanga11, as co st uras, ♦ · umi · a...,.. e destroçada$, N.ão vela sequer os seus lrotthoã q.e e só adquµ-e ' a exisUincta., l)ela ~ grávara mais profuJldamente. "e ·crueÍdadé e dur'eza, não se vejo-o · como êle é realz;n.eni.e: enconti:am sen:tldo para a vida, men~o, os sonhos que ocupam tOl'ma m.ediánte a intuição que No· mundo infantil do sr. refletisse na ~aginação do ro- ch,infrim e côr de maéaco" · Do n_lio se associam nem se solida• a maior parte do universo das vem a ser a mesma coisa que a Graclliano Ramos a injustiça ,e mancista, não 1n:t}ulsse decisiva- ambiente ' familiar, ª impressão ~m em. movimentos de áscen• crianças e ·que vão sendo depois eXj>relisão. artistica. Dlga,;nos, ergaja no horror dessa divisão: mente nâ sua '.V'lsão dos aconte- definitivlJ "que lhe ficou se tra,, ~ãof;. carregam, com ª aw;;d~ncia eçquecidos ou destruidos pela então, , com mala segurança, que de um lado crianças submissas cimentos e dos llomens. Além duz neSt.a cOJ)fi/;são: "Foi O moo~ ...e _e, um tamanho poder · e ne• realidade, no contacto com os ~êsst fenômeno de captai- o pas- e maltratadas; do outro lado, dali sugestões Indiretas, êle in• que ·m& ortentou no11 primeiros gaç_~~ que só encontra corre.s- adwtos. .E o que vemos aqui já· sado e dar-lhe forma pela in• adulto$, cruéis e deypóticos, dica c1aramente ·as impressões anos, 0 pavor"· Do pai e da mãe ~7s n,_c\a numa ej!pécle de ni• é ell6a própria realidade em to- 'tuição não há lugar propriamen• Pais, mães. mesb,es, todos os que guardou para ~mpre de t·evê •:pedaços deles, rugas, olhos mo moral, num desejo secre- da a 11t1a dureza e crueldade. ~ para o ato da escolha. Ao. adultOll _pareplam dotados da nus- certos episódios da infância, Um r,alvQ!fos, bqcas irl'itadas e ~m "° de ariiquilamento e deatrui- Nenhuma poesia, nenhum se- ... d ..+ t d ·· são =rtlcular de oprimir as dia, o seu pai julgou que êle Jábfós, mãos grossas e calosas. ção. O ambiente ·qt.1e OS' envolve · ª"'ª~ 0 ~ ce.~os ª~~ 011 ª m- .-- ti-nas· e leves, tra:nspd~entbe», .. 1 . nho, nenhuma fantasia na in• :tAncia e ao se f1Xàr em outr!)S crianças. Um mundo intoljll'â• havia escondido um cinturão, - ~~ ~em qua quer co1Sa de deserto fância triste e solitária do ro- artista ã f bitr i vel de castlgo11, priv.a<>ões· e ver,, quis obrigá-ln a encontrar um Porque não se senti u amado, ~u de casa fecb~da e .frta. Ne- 0 n ° e,> az ar ar 11D1en• " .. • nem teve -uma lnf.. ncla d'e t-- _.._ 1 - · 1nancista, Pergµnta•se o que é 1e., mas determinado pelas im• gonhas. Uma ou outra exceção ob'ieto em que ~le não havia se- " ,.,. ..,,uma Ba vaçao, nenhum socor- . te al ~ F ! d b tal nuras e afag.os . o sr. Grac1'11a• vi ã • rigorosamen re e o que é pressou que se prolongaram que atravessa.de lev.e essa:,· recor. quer tocado. o surra o ru • :ro r do extertor.• Os pei:só- irnagl) )a.do nêste livro de memó• nêle, que o influenéiaram, que daçõe,r não chega a partir a .uni• .mente, sem investigação e ,stm1 no Ramos· reagiu co~ sentilnen• 11.aéir.en_s esdtão entregues aos seus 1·üib? E a resl'>ó.sta nã.o ferã im• marcaram depois os •ewi senti• dade na, fisionomia de infort(i- cúlpa. Ao reviver agora elita tos de ' indiferen~. e àespre,, 1>r pl'1os eiitinos. E não contam · zo em face de ~-da a humanidª· portância '})ara o conhecimento menios, idéias e. visões õe adul· nio e desolação. Tomá quase cet\a, reconstruida no livro com "" - sequer com ª piedade do ,roman- psicológico do autor. A since- t q\le o l!Specto de uma figura do magnifica intensidade literitta, de. l!lle .não escreveu estas - c.ista, O sr. Graciliano Ramos 0 • mó~ apenas por motivos lf•. movi.menta as suas figuras hu• ,--------~~--•--------~------~---------"I: teriirtqs, JntlS para se liberfi)r manas com uma ta!'13nl1\l ~p.as- ,···jo·-a-N_AL,..a>-DE-:-cn~TIC-A ~ ' .. dessas lembrança.a: Qpressivru, e 1!1bllidade qqe logo indica o ~ torturantes. J'sêreveu a · hlst6,, llesencanto é a indiferença com ---------------- ria da sua infâncllr porque a de- ,~~ ~1!1~e!!~! 6 i a \U:~~:::~~ l I n f Ô. ne .,-a u m R om·'a n· e ·1 s t a· =u.~~aim:,r~bri!~o 8: :personagens êle trata com ver- D e CQmplacênclas para co.m os ou- clÍ\.deira •simpatia,· e êBte não é tros. .Refere,,se aos pa1s C41JJI eente, mas um cachorró, em réi!lismo. com objétiviàade, co- "'Yio;Jas secas". ' contudo apieda• {Especiál pai:a a FOLHA DO NORTE'no Estado do Parál mo se estivesse deallgado deleir, tile gue não lhe, concede dire- ••---------.,. --• · ·--------------.- ;N ã 'O manifesta J>l:Oprlamentê lamente, 0- sr. Graciliano Ra- Al■ 0 •• 0 - 0 -l)- 0 -•· • 0 ~-CMII --V" õdlq a nenhum doS eri! que ·o mos a provc;,ca doe leitores para --- ALVARO L'IN$ ---- fizeram swer, mas dã•llfes uma c,s seus personagens, E isto só ~ retrlbuiçã,o na, :frlezà, na du~ acontece quando nas ralzes da rtdade no.rrtlsta não 6 l\m pro- Não será slgnlflcativo que em outro mundo a professora ll'la- o sr. uraetnano ~os- vt nela za lmplacâvel c-om que os ·revi• :wjda do romancista também se blema que /le :resolva nos mes- "Infância" não apa;êçam os ins- ria, com a voz suaver C<?ID Gdl o "f>t!U "prlmelro contacto com a ve. ·E êste rigor, êste sistema 'encontram os mesmos traços de mos termos da sinceridade nas tantes agradàveis, feJJzes, as nu- seus impulsos de ternura:, que jusiiça", e eopienta: "As mlnhaa a11-t1-sentimental de observação, :ln.felicidade, tristeza e solidão, os relações sociais enlre os ho- sões e sonhos do menino Gra• endeu a principio o menino· Gra• prn;neiras relações com a 1ustl- estendendo-se a si mesmo sem vestígios ou as sombr.is de so- mêiis. Um , artlsta, ao· deformar ciliano Ramos? · Que tenham si• cillano Ramos, jâ acostumado, eJ.'11 ça fôram doÍ'Ôrosa:, e deixaram• !i\lab~uer condes~dêncía. V:e,. !l)hos sufocados e estrangulados. a vida, não mistifica a ningµém, do conservad0$ pela memória, casa. coin o · tratamento de "bo- me funda impl;essão". Seu pai, ri.ficamos nestas memórias que () autor não pode então exprt- mas apenas a ··lli mesmo. quando de preferência, os momentos de los. chicotadas, cocorotes, pu• j'Ui.z substituto 4e inter1or, pren- a atitude do sr. àractliano R;i,, ~r P.ie ~ade Po~<!ue o pudor e .a '!:!!!! !.~~.! !r.í!Si iw . §! prg_prtv ~!lliéid.ade, tr1stéza e solidão, xõe& de orelhas•. A professora dera impulsivamente um pobre mos, em face da vida. não é bem Clignidade artistica lhe impe. uma imagem _ ela tem sempre as humilhações e decepções da Marlà, p0rém, é um episódio dla~o. que nenhuma fàlta co- a dO . '"humoar· , ma, a ao sai– dein de ter piedade de ~ mesa autenticidade, SEI não a ,,dos fa.. Ínfáncia? E' que os primeiros que loeo desaparece; a rea}lda• meiera, que ~o praticara ne- easmo, proouto da revolta d• m<>;- Ele não-tem ·pena dqs seus' tos. a :da vidn Mterlor, que é a f◊ram s~ciai!I e efêmeros, de que fica é a da professora nbum m'im,e. .Testenumhan'do êa- uma Jeni;ibllidàde vlbr.atil e texi.– pe.rsonasens, porqµe estA,,Profe- prJnclpal ,io caso. Ele é re;il• talvez porque menos trequentes, Maria do o.. qua$8 \i!:âdica no sé abuso de autoridade~ êle es• sa. Sensibl1idade que, malt ra• tado .neles, \e dispõe de forças men~ 0 Que. "ima'gina" ter .~ido. logo esmagados pelos segundos, t,atamento impieQ~ dado à ~e- cieve agora a respeito dele: tada, macerada, llu.focada, reagtil ,ruficientell para de si mesmo As memórias do sr. Graelliano maia constantes, e fôram ~s nina Adelàide. E o que foi o "Màis tarde, quando os castigos depois por intermédio da cri.a,o inão fel' pena nenhuma. Este fe- Ramos constituem, ,wdo O indi• que J)el'inàneceram, q ll e lhe espetáéulo d.a infânc;ia desgra- ce:~aram, tomei-me em casa in• ção d.e um mundo de :flcçáo e~ 1nõmeno de criação· literária nos ca, a expre.s.são re!J]ista das suas marcaram a nàtureza humana, çada para a visão do sr'. Gra- solente e gT08118iro-e julgo que que se projetaram as sombrall :toman:ces do sr·. Grac!liano Ra• lembr.ançai;, e ~ão aJnda mais E quando se decidiu a ·eacrever liáno tia,:nos vê-se no capltúlo á _prisão de" Venta-Romba in- e as sensações de um pavorO\SÓ ~os aparece agora devidamen- autênticas e r,vela~ora~r ,nos de- um llvro ·de memór:las ·a senslbl• comovente "A criança in:feliz", fllliu nisto. Deve Ü!r contr1- mundb infantil. k esc'larectdÓ · n!l revelação- da tjllhes que êle, p.orventura, lhes lldade -reagiu em toda a sua um dos 'dltimos do livro, buido também para a ~on- Literariamente, o sr. Gracilla• 11uà ínfâncla 1><>r intermédio de tenha acrescentado pela imagi• :fiança que a autoridade me' DR Ramos encontrou no gênero um -livro de_ memótias.- (l) nação. ~ • IPlsptra". Teve desde cedo a sen- memór.las uma forma de- i:ari1 l!: em "Infância'' que podere- Para ~ defini} e se revelqr há La' Pl Q L sação da desigua1dade entre Otl adequà,ção para a sua. arte ,. ~~~ er;::r::r3Jº.~ !':~~~iª~~ :, ~uee~Tiftoe~e 00 !~:::r;~ US . Ue ente t:m:s~i,:;~v! ~~:r~!ça:en:: :~: 1 1~ep:r::, 0 r::;! t5!!:iº-~1!~ ~s memórias da vida real ex.• ~emoriali~. Não lhe é J!O$SIVel - • varo nas rêdes e os que se aco• de todos os seus livros, Perce,, plicam o mundo de :ficção do ,narrar tudo O que _aconteceu RUY GUILHERM'.e BARATA coravam nos alpendx:1!9, O gt. be-se aqui o apuro do trabalho romancistá. "Nul ne peut écrire durante a infância, nem expri- bão do meu pai tinha diverSOII de çomposição e esUlo, o segll• ia vie 'd'un hÓrnµie que lui•mê• mir tôdas as impres,sõ- e ' senc~. ~ ~eltes; no de Amaro havia ro artesanato llterârio. A se-e~ .. d'-ft ~~ e_ O !iilênclo n-va as cadelru de um lado com a.s cradelr«• do b " o f l 1 · · ,ne - _,era J e a n Jacques çõe:, de · menino. Muitos episó- ..- , [ ti numero~ ~acos , .· o e o- ra, a :ft1eza d~as impressões de :Ji,ousseau pa1·a justificar as suas dios estão mortos pelo esqueci- As veià.s aufocavam-de úíllla lenla agonia O a no,lte era ':a1:i re do seu ambiente no Interior lnfâncla en,~ontJ;'a a devida cor- "'Con:fessions". ~e envolvera, n-o mento, a muitas lembranças s-erá • rno candefabro lmovel, tomou-se cetico quanto ao he- resJ?cndêncta no seu estilo so,. -entanto, ªll mlsériai; a confessar dliicil ressuscitar porque se .toi-- Entre o 11er e o não 1er erguill,-se a,inem611la e os ·ilonho11 roismo: "MaiS tarde; entrándo na brio, ascético, livre de adornos. J1uma forma de poes4l porque a ·naram confusas e ,ingeci_frâveilJ. [p~eavam e~r& o jarro• o .c:o~61o. vida, cont!n:uei a venerar a de- A prosa do Sl', GracUiano Ra• i!lua s,inceridade era a ,do sonha- , A1J reeordai;._ões da h:lfâncla em I E sôbre a 'mesa familiar onde o ilso da aU$énte não .se apaga, cisão e o heroísmo, quan~o Jsto mos é moderna, no seu aspecto dor. O sr. Graclliano Ramos é qualquer péssôa representam i ( 0 • Pfà~s~ª baila:tl~ - vivos como peixes· se grava no papel e os gatos se desnudado, no vocabulâtio, no 4P ~ti-sonhador, por ~celêncla, "matérta" - no sentido da fi- ( l transformarp em papa-ratos. De ' e deu à expressão 'das· suas lem• losofia estética de Benedetto .l~-- . - -- - ------ -- - - - - - - - - - - • - - - - - - ~- - perto, os individuos capazes de ~ Conttn4e na '·ª }JáglJll'l JIA p~ra r-asa da .minha sepultura, deseja- ~==~:::2==-::=:=Z-::~~_:::;:;:,;:::;::1:::,-,;:s ;;-~·=-- __ _ --::-_- - - - :.=~=-·::z::::::=::..:::;- CONHEÇO um poder {mico ao qual nada e ria que meus fi\hos pusessem este epitâ- ningu~µi . resiste. Esse poder tem um nomQ fio: ".;\gora, sim, tenho páz". profundo, Chama-se o tempo. IIÃO há mulher, teia ou bonita, qu; não POS• Ocios D.e Um Espirito Sonolento ~ sa conquistar. um homem. • J. ALVAREZ SENIOB ,SIU!... l'ala:me com os teus ollíos que eu te responderel com os meus. E .ninguem ou– wá aquilo que as, nossas almas c.onfidencia– .rem. • JiMA mais divino e, do mesmo P.asso, mais terreno do que o amor. O homem é que . o apeia do Céu para o localizar no charco. D çonquistador de mulheres, como a <µli– < gente abelha, vai a qualquer distância até encontrar o nécta, para o mel da s~ yolúpia. 1 mocidàde de outrora tinha 20 anos a~ • 20 anos. A de hoje prolonga-a até aos 50. E o velho só entrega os pontos na 'vizinhan– ça dos 100 . Os cabelos pintados e a barba rapada são os responsavei's por essa precá– ria il"!)-são, que é só dele e de mais ninguém. E' menos da mulher de sua int imidade. A realid_ade extingue o. desejo e, em seu lu– gar, unplanta o tédlo, DEVEMOS preferlr o ãno velho ao novo, Com este se adianta mais um passo para a morte. E' fundamental a diferença entre o amor do homem e o da mulher. Esta exclue tudo d<! âmbito das suas preocupações, ' ém bene– fício dG ser amado, ao passo que. ·para o ho– mem ela nãó é senão a menor das coisas que o in'teressam. ' A vida nos lares humildes repousa sôbi,a os ombros da. mulher, que passa a ser, desde o primeiro 'instwte conjugal, um organismo de •função rotátiva, oséiiando entre os ua– balhos domésticos, os cµidados ao,s ·filhos e a _paciente assistência ao marido, que nem iin movel _principal da ·familia n~o é o touca• sempre_ a julga e trata, com justiça. Sôbre ,,, dor - objeto de Rerdição e camuflage - essa '.faina diuturna ceyra os olhos para o :mas o leito. Nele -a virg~ transl;orma-se em descanso da noite, tantas vezes interrompj.– m.Ulher e concebe o hoínem. E' no leito que do, pál'a cuidar dos filhos, e, depois, , para o se consolidam os tundamentos do li1r. O tá- da morte. . ~o estéril, :m· que não vagiu -gma Cl'iança, No túlnulo dessa her.oina obsei:u-a devia é como um ovo que gorou. Muitas vezes, a gravar-se· o epitâfio que o grefo da antí• e<~usa da~ uniões infelizes tem essa orígêíh e, guida<le r-eservava à companheira laborio– .em senti.do o-posto, as que se constituem sa: "Esta fiou bem a . sua lã". livremente encontram na :fecundidade aben- . . çoada a força que as eternízará. O casamento mfeliz ~ão dois corpos deitados no mesmo leito, ~e costas um para o ou- JIVER e morrer. Para isso nascemos, Mas tro, · • o pr~eiro dom é pio.r do que o s~gi.mdo, ~rque a vida é ' sofrimento a <.itte só a morte • · , 1 poe 1,enno. EXISTEM palavras que, como. pontes de ·li– gação, nos aproximam e outras que nos separam, como abismos. . . NA mocidi1de assemel~amo-nos a uma arté– ria ppde'.t'osa. Na velhice somos um fiá• gil c,apilar. O homem, li,eria um animal fiel se nêl~ habi• ~ tal!Se O cão. O bonde é corno a pobres e Ticos. morte: conduz e nivela AS mulheres podem ser divididas em duas categorias;,;. as que çlão e as que tudo pro– metem e naçia concedem. A,inda bem que as . . ~.~ - . . , pr1me1ras sao em mru.or numero ..• Q homem é incestuoso como o deus pagão que comia os próp-eios filhos: engendra a mulher e êle mesmo a devora. • p:RIV ADO de uísque, o _inglês e seu filho, o · americano do norte, consi<;Jerariam morta ou, pelo menos, agonizante ' 'a liber'da'd,e em ~ .a J>átria. A lei da pro~bição criou ~se "slo– gan , E' lastimavel que as mulheres bonit;is se vistam em demasia, privando o outro se– xo do 1>razer d~ as admirar, desejá-las· e pos– suí-las .• • ~Iatonicam:ente. A natureza de-via permitir ao h.omem o que faculta às al'lvóres. Estli!s perdem as folhas no 'verão e Ten.ovàm-se na pr-imavera, D1!-1 à mulher honesta ~ mar:jdo fiel e., o âm01' dos filhos, e ela póUC.O mais VOS ter~ a pedir. DEUS não disse àl:I çriaturas que seriam imor• tais. Por que, então, temer a morte? A mulhei,, e o cão de caçfi nu1na coisa se pa- l'ellem: a mulher não esquece a sua estréia ,no a\JlOl' e o pei'çligueiro· guatdà, para sempr,é, no oJfat o, o pitiú do sanguê da primeira vi:. ttmà que .acuou e :feriu. · DEFINIÇõES do casamento: "P~avrinhas, palavr1:1s e palavrões" , · -"Sabor de mel. no começo e de sal amargo no :fim". -"Ansiedade e, depois, bocejos incoercl,. veis, andando o tCI'\lPº..•" liº leito da adultera. o amante faz o p,apel da galinha chocando ovos de pato. . A mulher que ama entrega-se ao home1n da sua preférêncla antes que êle materialmen– te a possua. O primeiro beijo entreabl'e o velário . último ato dà comédia do amor . para Q Dº~ !áb~os que se unem ~ão dois cox:pos na im1nenc1a de se -eonfund:u-emi SUPOMOS que seja fácil iludir- a\ companhei• ra da nossa vida, A natureza dotou-a, po– rém, de um sentido de sobrecelente, que lhe permite adivinp.ar se já a enganámos ou se estamos prestell a enganá-la. ' O beijo da mulher é uma provocação e utn apêlo. Con-bspondemos a ampos muitas vezes para a infelicitar . EM amôr a palavra ê o gesto. mais eficiênte do que QS sentimentos fortes só de leve se podem ·exprimir. A paixão amôrosa pod.e ser ~mparàda ao fo~o em lenha JJêC!l, q-ue qepr~ssa a conso– me e tràn$forma em c-inza. Nas raízes da pai– xão está oculto o germe que a destrui.rá . ·o prime.iro beijo da mmher. é 1,Jma ofe1'enda · autecipada dQ S1lU corpQ.

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