Folha do Norte: Suplemento, Arte, Literatura - 1946
A Impressão qqe se tem, de- acei-ta uma série de princípios e pois da prjmeira e de1l)orada e9nverrç9es, que obxiga ao ho– \dt ut':: de ''Ulysses", é. a de que mem renth)ciar a uma. porção .de J,;ir,1es Joyce, p,;,s.suido.r: de um atitudes e de }X'etensôes. Mas é-spir1to torr encial e exuberan- Jaines Joyce é diferente. Jr:.le Jl.ão ·1 e, n:io p'ass.., na esfera do _pen- se preocúpa com os aspectos s: 1.men.to , de um grande pr_oy o- mórbjdos da vida como niorbi– cadol", O seu livro, aproveitá.n- dadés, ;E;le não divide os h.01nens do-se das íncertez-as hq1nanas, em ~ensatos e insensatos. l!:Ie niio da precariedade dos ju!zes, da assinala no mundo deis sentidos, súperflúidade cios co'n'ce~tos, da a ~existência de uma cai'acteriza– co.ns.lgração Irracional dos·. eon• çrão especi!ica. de um' ·"com,non ílltos é om convite para l?rig;i, sense". O que êle percebe é êsse Ao lê-lo e relê-1o pacient'!,)nen- mundo escondido que existe na te, com a paciência de um me- sociedac;le tór,nal, ê$Se homero dico e tnetieulosidade de· um contraditório, insensato, absurdo, ::ienilsta, Yurig termina a lei- égofsta, altruista., que aparece tw:a pl'o.tundamente ' irritado. Há no hom.e,n convençio.nal. Não se um loi,co atraves~ando, sem pe- t-rata portanto de u1n irlandês di-;- licença , n área do bo.w sen- ir.ritad.o co1n o f9rmalismo puri– so. I-Iá, pi'incjpalment e, u1n louco _ttno de um mediey.al· católico, que usa de sua ~qucura pa1'a com a a,lm;'I abastecida com tô– enfrentàr o mun.do das conve- das ,as substância.~ rqmauas, que niências. Quem lê' os críticos de se desorient~ e se revolta.. Por– Joyce que. s~ localizam .nó aspec- que, êJe Pó.de períeita)n<mte sur– to Jite'J'ário e poHtico de sua gir na Con\unidade ip-glesa, ao obra, :fica com a impressão àe lado de Virginia Wolf ou l}'lesn10 que Joyce é, em v<:,rdade., uma ao lado de Oscar Wilde·. Éfe nas– objeção idàndesa contra a ln- ceu eiri Dublin. C-0nhéceu muJ.to -glaterra. ou melbor, uma obje- e1n a vida da cidade. Ali for– ção coJitra a Ivlarida ingresa, 1l:lé mou o seu esptrito. .e,'.SSim a vida atacáya um setor, ,eomo o seu tomou fór,na dia~te de s.eus patrício Bé.rnard Shaw atacava o lhos na sua cidade natal. Sen– outi:o. Mas se se estud-a mais t i.u, na própria carne, ás exigên– demoraditmente a sua obra, per\ cj.as do catolicismo e tambem as ce.be ,se q.ue o seu alcance é. mi.li- exigências urbanas. Educiiâo ~– lio maior, de um caráter muito los jésuit-as, êle. dono de uma mais Universal e que ela é, antes energia vital pouco co"1tiin, não :le· tudo, no séu aspecto Jrritante se deformou, nem se confor,mou e p1:o;vocadpr, um esfôrço de li- com a edtu~ação que recebia. O l>ertação. Um esfô'tço que só· se ,que era um mal para outrós ou· explica nas condic;.õ~ atuais do um bem para os óutros, era, mundd moderno. Muitos· escrjtoa para êI.e, uma e'l:.periência. A sua. ,es se utiliz,im dos loucos para passagem pelo. ' 'Cong!ov'ess Wo.od falar a verd.adé e pai,a confiar Sc.lioOl", e . de.pois, ··~1o "Uni– ~ êles seus·· desesperos -e suas versity College" não con'$Íitúêm loucuras. Foi o que accinteceu r esistência para seu coo.heci– ~on11Maupassant.,_:fol o qUe acon- . mento da vida. •Ao ~!)ntrári:o. teceu principalmente com os e.s- l!:l':'; como, espírito 1Jijre. sem critores russos. como G-Ogol, Des- coJSa alguma qu_e puper5e con– toewslü e T.olstói. A loucura ter sua libexdad~. sen"tià' •a v.id •á, vài rQ:Jnpéndo c9m todos .os pre- em sua plenitude, mes,:no nas cohceltos. "Eompe, como diz aµlas d~m<;>rà_das e ex/lustivas, ChestQv'. CQm o telhado p,otetor mesmo nos- patios, -nai; .))oras de da ch!i!i-iaçãp. .pará encontrl!r o desc~nso e prio i:ipa}mente g,u;'in– c::;mlnlio infifütp das eslirelas". do ~oma c<5hhé'(;iment.õ · do. p~– ]yfas, ê les !-alam çomo loucos, ;;amento catQlico. atr.av ~- de São fl!Ja1TI ·êop10 talava o nosso pol:Sre Thoma:z qe Aquin_ó. , Q).ii~cas }!orba, at-i;avés da -peh.a A éseoU1stic·a · qµe, p~ a mu-i– de . Ma:-c11ado de A.ssis. .J\Ba r-ecem tos, era a ·reaçã.o ·perigoíí'3, o ar· na sua renúncia. na o~iít11ção tiffclo coni pressor d'a:s> almas, de seus próprios d,espropo,sifo~. patà êle, era. uma semeadura de São diíeréntes e diferenciad~. vida. De posse da lÕ_gica aristo– Hã uma sociedade no.rmai:. qüe ~téliea.. de to.da , r ique7..à, conojec– írequentam, uma soeiedade q,Te tura da escolástica e principal• • ( NOTA · BIOGRÁFICA~ O:s Que Geiaboram N·a FOLHA~ Álvaro X.ins nasceu em Canaarú, Pernambuco, a T4 de dezembro de 1_912 . Estudou inicialmente no Colegio sare~ siano e- no Ginásio do Recife, lngr!'••an<J:o· maia tarde ltlll F.aculdade i!e . Direito. ~da ~cadêmico tomou parte em ários movimentos unt.versi– irioa e fez jornalismo como ·e.dator do "Diário da Ma– ihã", jornál do qual foi , iie– ,ols diretor. É'-curloso aa)ien– ,ar. ~e nesse p@ríodo de sua vida Alvaro Lins foi também i,oéta e ~ ironillta social. Par– ) icipando da vida púbijca. fol secretário do governít,do~ Cu– los de Lima cavalcanlL O seu prlmelrÕ livro apar~eu em 1939, "Hillfória L.iter'ãrla de Eça de Queiroz", ob;ra' re– cebida pela crítica,_ "ºm gran– de entusium.o. Al~aro Illin!I velo para o Rio em l!ltO e aqui ,recebeu um. convite . do 'Correio eia Manhã" para fa– aer o rodapé de critica llf•– ária. Outras obras do eaerl-, or : "-.Jornal de Cri.tlca" (l.ª, •.a, s.a e 4 ,ª Hries); •~otas :-e um Dlãrt9 de Criticà."; " Ãélvarct Llna foi incumbidó Alvai::o Lit1s peló Ministério das R:elaçõéa . . Exler.i•ores - ~ando e_r;á. ii- lular da~e~a p_asta o sz:, Osvaldo ~anha - par.a esc:rev~u;_ a biografia de "Rio Branco", que ap&r<!C<tU .em 1945 e ob_teve os prêmios' "Felip& de Oliveira" e "Pandiá Calóger.as". :Atual– mente, ·a• convite do m i nistro João Neves da :Fontoura, etá dellémpen_hand9 o cargo de consultor técnico e liJe.rãrio da Divisão Cultural elo Itamaratí, Álvaro Lins 4 aipda pro– fessor do Colégio Pedro II; os aeus rodapés de critica do "Co>Q."eio ila Manhã" sãQ também publicados nós. aeguintes jQfflllilJ l "Fplha ,da Manhã", de São Pa.úlo; *A T:ribí>na''.: dé flantos; "Diário de Notietas", da !laia:. "Jornal dó Co– mércio", de Pernambuco, e FOL~- DO NORTE, . ' ! • 1 j volv),a-se como a vida, desdo- As PROVOCAÇO ~ ES' 1 hrÊ~~~~~, e~s~. ~~s~~;{tigur-ai:: : as trandes vidas, que "o J1ome-m iona1 d<> hómem. P bome1'l se– ria, '()ara sua sens1bi~ade 1nu– si<;al , u1n sér que sabia o qu·e queiia e não sabja expressar o qµe queria. . . É notáve.1 a obses, ~ão de J oy,l'e en:i tôrno dó 1nun• do expresslOnal. 1t1e estuda, e Tl'\3is que pôde, as linguas vivaa e mortas. li:le estuda músiea li qhanto pócie. Cheio de di:licul, dades, vivet:tdo às vezes, na maior penúrí,a, não deixa os Ji. vros, não . deixa as bibliotéeàs, onde patê1lteià. .ma.is do qu• tudo, es.~a di-ficuldadE- »xi,,·essió• nal. 1 .to } í eit.o da poei-ra dQ mufldo, não j · lj, es-que.ce a sua origem"; .e ·tuqo • DE JAMES. JOYCE o qne ~stá ainda inanimado um . ' 1 • dia falàrá e raciocinará''. 1 h . ~ · t:&1 êsse o im,riílsg de Joyce, ! 'j fol essa sua loucu1'a. Desce m1,11- . to moço quis romper o mundo . =::::============::::::a: 1 de $CU h'orj~onte visual. A. sua - Candido Motta Filho - mente do seu realis1no. Joyce se sent.e espiptu:ilrne111,e 1t1ais rico. Como ·sa be; como um ani· mal saudável, escÓ!he1, o a·u– n11,1nto pára s ua·~ da, êlc sabe aprovéitar cpniô ninguém; as \•i– taininas que u111a longa e secular. experiência religiosa lhe Qfere– cia. Por.q_ue Joyce seria sen1pre Joyce, estivesse onde estivesse. Se não 'tivesse nascido en1 Du– blin, mas em Londres êle sabe– ria utilízar-se também ,da exp·e- 1·iê.nci1l londrina. Njo ·se mo~trava como ú.m p.roduto do in!l'io. que .sé de'ix.a_va: explicAr facilmente pelos argumentos de Taine. Par– tindo de Dublin, êle partia, com seu ln vulgar destino, para o.s proble,n::is universais. O que aprendeu em Alberto Magno el'a, pa.ra ele. in1portantissi-1no. Mas a me-.sma . imi;>ortância tínha a vida prO$áic.'a em su·a cidade natal, as conversas qt'..Le oúvia · nos ' recan– tos iiamiliares, aquelas pequeni– i\as e désprezaqas dificuldades do trágico cotidia1io, Era 'assiln un\ devóra.dor da vida. t<1J qual era ela .e se · tornava aquêle sâ– b10 confügurado .por JYienct.LíS, que traz na vida de um instante a éxperiêncla de cem sêcúJos ! O segrêdo de sua desenvoltu– ra não estav,1 no 'qujã, adquiria. à inedi.ôa que sua vidá avançava .nQ tempo. O segrêct•o p.rovinha de si mesmo, do embrião que formou o seu ser. de suas qua– lidades· inatas. no seu destino arquitetado pelo se.u próprio sõ– pro ' vital. Dêsse 1nodo êle super– punha-se. Crescia, con10-.as plan– tas, de dentro para fóra. Dcsen- O ,ESCRITOR MARQUES REB!l:LO NUMA. CARICATURA EXPRESSIVA JJE P AEZ TORRES ,, ( . DOIS POEMAS -DE- PAULO PLINIO ABREU A BALADA Hoje, ~ue dizei, da balada da chuva Que :ficou µa infância · como um inséto entr,e as árvores? A balada da chuva em que havia a penumbra calm;:1 das [varand;is 'fechadas E a alegria sem e"pressão do menino que se deixou. ficàr [na cadeira deitado, A balaâa da éhuva gue passou em sllêncio Col)lo os insétos açoitados pelo vento frio, Como a re.ssúreição da árvore morta em cogun1elos venCnQtiOS, .l"RAGMENTO DE UM POEMA Eu te esperei na vida e -na morte e não vieste E eu vaguei ~õ m:n ca'dáver Perseguido dos cardumes enbrmes Quando. a luz se apagou sôbt;e o mar. . . , • • ;éflsihilidade, poderosamente sen– siv e-1, co1neçou -1 transpôr, pela Jógic~, o mundo lógico e con– vencionàl. Raciocinando. dentro das 1·egra.s escolásticas, êl'e sen– tia il insul:icÁênc~a do Tàzoavel. E<1la;t;tdO várias linguas, com per– feição, êle sentia a Insuficiência da Jin.guagem vulg}l:r para· tta, dutir os embates da v ,ída. .:U~ava para fsso da linguagem simbóli– ca, dit linguagem húa e c 1'úà, da p:rópl'ia sonoridade como suges• tão, , da pró_pi'ia .sugestão como linln:iage,n. lbse:n t.eve no seu espktto, a mes1na influêncill nutridora. El;a um escrit6.r de fórmas belas , e fqrte, que sugeria. nos seus dra– mas, as grandes in1potênci:Js da vida. E f oi principalmente êsse aspecto ciue 9 im px;essionava: Quando Há Santo. Tbomaz for essa 'a sua in\p11e5são. A escolás– tica -estava ao serviço das !mpo– fências· da vtda e. _principahn~n– te, dos absurdos da' vida. _Quando deixou Dublin, e1n 1!102, não era apenas un\. literáto Lorn a alfl'a c heia de sonhos. Não saia p·a).'a proc.urar faina e ouro em out~as ter,ras. Safa para as~egu– rar a sua Jibérdàd,e, espl1-!.tual. Forn1ad9 cm·' fi~osofia e letras, com· o espJrito allarr.otado cte leituras. cóm os olhos fât tos d-e observações pequenina:,, êle ti– nha sêde de universalidadé. Por êsse tempo êJe. pensava qu~ i•s Irlandeses constituíam o povo mais ·atrasado da Europa. Porén:i. êle é que era o adiantado~ F •)F..t• da ;fflanda; nos· grandês ruido.~ de Londres ou nas maravilhas llumirladá-s de Paris, o mundo êra o inesmQ. Apinas .o esuú;\to provinclano se dilatava. Ape,,as, num pa_lco .maior, o homém <;on– tinua:va a representár o n1e~n10 pa.pél. , 'l'ôdas as rrusenas germin,avam para i:le, na: incapacidade expres- . . Em Pa,:is, onde vi ve 5eus me• lhores dias, J'oyce. ai·ma et}táel– defínitivamente ·sua luta contra o Pl'é.conceito. A sua obra ·..Úfys– ses~ nasce como um fruto. É a sua próp1ia- pet,sonalidade· pas• séando -pelos abismos· do muf!qo, aquêle mesmo inventário do abjsmo, que faz agora, em sua ll'elhice, o delícioso Georges Du– han1el. E nesses passeios. nessa análi– se, êle ,._ se si tua além do bem e do mal como · a v.ida em si mes– n1a. Não toma uma atitude como Osear Wilde. Ni\o q.ogmatiza como WeTis, n,io :ironiza eomo Chesterton, não b;rinca como Shaw, não en1bruteee como La,vre.nce. Ná.o irit;eleftualiza como Huxley. É êle o graude prQvocador, mostt·ando a vida com seus inespe1ad.os. A ·b!?1eza vai chegando e não. chega. A fellcida,de vem ch.egando e . não chega. O mundo hurnano muti– ladô e sofrido, que comj:>r.eende sem co,npreender, passa ·diante dos nosso.~ olhos. A J.Ínguagem. elar~ de J'a_n:ies Joyce, que· é parà ê'.Je, um dom!niç, e · u.m p:re– do.m ínio, apa_r~e pata todos nós obseura e absurda · Há. nesse estranho hornem de es_pírtt9, ai;ti$1:a e pensador ao me.smo tempo, nos disparates -e atropelos de sua linguagem, uma gran.de e ~omo:vedora luta, con– tra as jnsufid ..ênci.'ls· bu1nana~. O c;>rigJnal . ~tá .a ser:vigo da banal\dade. E a liberta·cão inte– gral do espírito ao sei;viçQ das necessárias acoll)oâaçôi!s ,11:uma• nas.. Por i§so, ao termina,mOI! a . leltuJ·a de Joyce, irritados e curiosos, sentimos .a n.e<:éssidad• de prosse·guir nos encantos é de– ~ncantos ' ~o nosso destino. G.ênese Do Mundo· Através D0 Kalevala E Salambo ' ,,~ - Cecil Meira - O ,estudo comp.arado das Jite- diz Scbaliabariro que a maten• raturas dá-nos a . oportunidade um dia se condensou "éla tornou. de. muitas vezes,. observar certa se um õvo. 1::le quebrou-se . Uma semelhança existente nas rela- parte formou .a Terra, a outra ções socfais dos povos, be1n 'i'.!O• ,metade o firmamento . o .sol, a mo ídenti_ficar a narrâtiva de lúa, os ventos, as nuvens apare– C!'-rta.s tradJções, que aparecem ceram; e· com o eetr1,tglr d(! m,1is ou menos iguai~, embo.ra ~aio, os animais inteligentes acoz– dist:,intes no tempo e no el;l)aço daram. Então Esclunoun . . , ~ Toman\OS para exemplo neste O l]'niverso aparece, iniciai.. artlgo um fato interessãnte, da mente, na exposição sagrada de origem do M:undo. segundo a Schahabarim~ çomo um grande versão de dois grandes- escrito- ôvo, que se desmembra em duas r.es ô.e pátrias distintas. O tema partes, uma formando a Terra, desenvolve-se em tõrno do apa- com seus mares, ocea110s ·e mon– recin1ento da TE\rra e seu pro- tes, e a outra conformando o cesso de formação _ E' m\1ito co- céü. as estrêlas, os astros, o sol nhecjda a gêneae do Mundo re- e a lua. g ist;lda nas páginas bil)licas, po- No poêma popular finlan~ês, o rém nas duás obra's que exami- Kalevala, taml;l'ém se o!5serva a naremos o fenômeno, .surge . de formação do Mundo , através di, mane ir à.- c.SinguJar.- ,.,indicando o um ôvo. Um gra'llde pá'ssnro de– surpreen dente processo imagina- -posítou nos joe11i.ó.s da virgem tivo · dêsses -povos. Referimg- nmatar seté· ovos. sendo seis de nos ao "Kalevala" , de Elias Lon- ouro e um de 1etto". "i':le pôs– rot, epopéia popular fi11landesa, e Sé a aquentar 01 ovos, quêiman– o conhecido poêma em prosa "Sa- ,lo o joelho da virgem. A mãe lam,bô'', dé Gustave Flaube-rt. das ãguas, a aot;erba virgem do E' estranho que·dois poê.mas 'dls- ar, ,;enti~ um calor udente, urn parei}, eJJJ, sua :to'rina, em seu to- aquecl'mento s&bre sua pele • do, em sua própria substância, julgóu que ieu Joelho queimasse, se assemelhassem. de moei.o· tão que todas as SU!lf vei11s se fun• ~nt.irrio na parte r~ferente à_.nar- dlam; 1àcúdiu ae.1.ls ' Joelhos .,.,_ rat.iva da for..tn;iça'o do Mun.do. tende.u bruscam.ente seus mem• ;!lá uma pa8'~31íe.m do romance broa.: os ovos roluam ~.as ond1lS, de Flaubert, em que Sálambô de$ápareceram ~o selo das va– taz um -patético apelo a Sc~aha- • gas e quebraram-se· em pedaç09 baJ.im. espécie d.e mago cartagi- - e ficaram l'~duzldos em mU nês. O adivinho, levantando os partículas !" braços. narra a gênese do Uni- E prossegue em sua oração; verso: "Todos os pedaços se trans- "Ayant le.s Dieux, les tenebres formaram em coisas bôas e úteis: eta!enl seules, et uil souffle uma parte formou a Terra. a OU• flÕUaú, lourd et Jndtstincl co~- tr'a o Flrml!D)ento 11ubllme, a g.. me Jà consclense d'um homme· ma lor,nóu-se o sol tirllhante, • dans un rêve~. , Cont19ua:ndo sua decla):X)ação, ~ ,Continó.a na. 3,a p6ght,a ~,.....,.,~~,,.,.,~.....,.,,~~~-,#,#<#...,.....,.,.,,..,.,~ ,...,.,,,.,.._.,;...,.,,;..'., .,;.,.... ,,. . ........ ,.,.. . ,. .,,. . ,,,,,, ...... ,,. .. ,,, .. ,;.,,,.,...,. . ...... ,, . ,,,...,..,,,.,.,,. ...;. •,. .. .......... ,, ..,,,,_ .........._ .....,,. ... ..... ,,. .,,.,,,.,,,,..,,...,.,,, ... ,.,,,.,.,,, ... .,.......... #4 ............... #4 ...... # ... #,.#,,,#.,...,.,,. . .. ,,, .. .,.,4,;. .. ,;. .. ,;.,,.,.,,,_ .. ,..,,, .....,. . ... ~,N# ...... ,, .. ,.,.1 TRÊS POETAS f ·RANCÊSES .. VALERY LÀRBAUD ME R.S - E L - KE B IR \ Amo esta aldeia em que, >Sob larangeil:as-, Sem se verem, duas moças i;e. contam seus amore.a • • • Em dois infinitamente queixosos bandolins. E amo -êste a lb.ergue, porq,ue as criad.as no· pâtio Cantam na do.çura da tarde essa âria tão doce t>a ..P aloma", Es_çutai a paloma que bate. asas .•• Desejo dà minha própria aldeia, -tão longe; nostalgia Dos' antipodas, da grande avenida dos . vulcões imensos.: ó -~grhnas que subis, lavai todos os meus pecado.e, Eu sou a dolorid,a paloma, llOU as ..laranjeiras, ~u. êSlle il~tante que passa -e ·o entardecer .africa:n°'– 'Mmha alma é -as vozes 1mida11 dl)S ' .bandoijnS: JULES SUPERVIELLE ROSTOS Ba.ralho a contrag.osto Como cartas-"os rdstos. E todos me· são, caros. As vezes algum tomba. lnúül 1>:r0<:itrá-lo. D'es.apar ece- a carta. .Na'da se1 a re~ito. :Entretanto era um r.osto Que eu amava, e tãi>, belo. Ba;ralho. i>S outras cartas. o Inquieto do meu quarto, Ou seja, o cor-açâo. A arder co)lt~úo, Não já por essa carta, Por outra em ·seu l ugar. ~ um, novo semblante. E o baralho, compíeto, Ma11 sempre desf.alcado. .Eis- tudo quanto sei, .E -nineuêm sabe mais. • Tnduçõee de cAR't..os Dll'UMMORD IJE A!IDRADZ LÉON - PAHL FARGU.E QUIOSQUES , En1,vão o mar :faz a viagem Do fundo dó horizonte para beijar tellS pé,s p.rudente.s: Tu os -retiras -Sempre ·a tempo. Calas-te, eu não digo nada. , Talyez nem ~nsemos mais. »illSO. ·)f_as os vagalumes, pouco ,a pouco, Sac'àm suas lantemas de bolso Expr essamente para fazer brílbar El'n teus olhos. calmos e.ssa lág;iima Que flli um. dia obrigado a bebér. E o· mâr se -torna bem salgado. De_pois, certa med.usa ouro e· azul, Que quer instruir-~ e?\trl!;tecendo-se, Corta as J ojas 11barrotadas do . mar, Clà'ra e n1tida como um éleva,;lor, E destouca sua :!fimpada à flor d ãgua, .Pará te v er, êom -uma -somb"rinha, Cbo,;ando, :repres!!:ntar· na areía Os três easos de Jgualdatle dos triângµl os. " ' •
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