Folha do Norte: Suplemento, Arte, Literatura - 1946

.., 2.<I Página . . - ' ' • FOLHA DO ll©RTE 1 / • 1 ., , - - DE'$GRAÇA So'.Bl:IE De Joe1 .s,1ve1loa, nu1n" <;xõ'n1- ca: ''Pôr falta .â,e trigo o Rió ga– nhou novas filas : as filas do pjo. A ãgua, que o pi-efeito Hil– debrando vai. fazer , está, cá.da vez mais premente. Mal\ ;o,o Ja– pão é ,1>lor. dizem, e pior ainqa é em Berli,1n. l3a,sta dizer que de– pois de tanto bé>ll)bardeio e tan. ta miséria, a càpitál, do e,x-Reich acaba de sofrer a visita dp sr, Elo! Pontes.,." ·r~--~MENTOLÍ 7 ~~-=-.i cultu,(a. _nac 1.e111 lUc. ! X;Jc;:, tio que seja :tal ftlosófia Platonismo :P,ira certa~ pessó.as é contentar-se com o soaho; numà atitttai passiva, qu :µi.do n,adá mâis dinâmico dó que os ideáls 'dêsse "divino" fi)ósofo. ~ ·conclusão da 11lt. pãg•, riacl).os · que .aesagu'.Un no rnar, (Conclusão <;la últitllil página) na or.la de Santo$, quando dais mais néla tomaxá parte ativa, iJfglese~•. ton1anclo-o por um cai– nem mesmo na qualidade de elei- cara, pedira1nc1he para att·aves– tru·. 'finba, nessa data, 26 anos e sã-los de um h,do p,ira o outro 5 meses de idade. • . d,a pi:aia em sua cai,ôa. Isso t:ei- (:J incidente não podi;i. ficar to, pagaram-llte o · trabál,ho com nisso. Era preç,iso desfázex: a ca- um niquel de duzentas réis ... - Iúni.<I, Co'1Stitui-se, por interfe- No dia segu;rite, o próp·.,io. V!· rência de,ariilgos, um: tr-tbuná.l de cente, •achahdo. ·graça ·\'.lo caso, horp.ens dignqs, inteligentes e escr.evia, a 1·e~peít:0, uma ci:'ô~– probos, portadores dos aéata'dos· ca através do ·ot,1rio tia · ?vla- ho1nei; de 'r,fano~l Joaquim Go- nhã", de santos. . ~ dolfiín, _-gene:i;al J .. V. Couto de * * * ,, i - Mwtall).aes• e dr. Viei.ra -de Carva- "Indaia" foi o nome .bem b;ram- 1ho. E!;tudam o malsinado caso leiro do·sítio na Ee.ttioga, que se e eis o laqdo que assinaram a 4·•-a riinhava pítotescamerite "na cur– de nove1nbro dé 1892: "Nas ci.r- va da pFaia, tendo ao fundo o eunstârt11i11s · ocórtentes na ·com- paredão da Sei,i-a dó Mar" ·.e ·onde pra p.o ,ten·eno rnenclonado, não viveu o ~al da . sua vida. Sô.bi;e llá fundamento •para·· d'uvidar.,se · as pedras da entrada da enaan– ·a,a prób(dade do. dr. Vicente de .tadorá vivenda de· n\adeira, H.ain- C;u;vaU'lo". se: * ., ·>f< "Mar, belo mar si,l•{,ag<1\n De no~saS pr'aía~ ~olitáriUS . ... " úL-TIMOS L~NÇ~ENTOS ps melhores livFos dl! escrito– ra norte:-amer.ic.ana J;>earl Buck, já f!>ratn traduzidos. pa)<a a · nos– sa lingua . Seu romance "A Pro– messa ", que acaba de ser lança– do, estã obtendo à mesma reper– cussão dos ánteriores. ''Pearl Buék ·- diz \'.alde'mar Cavalcanti - tem feito muito P,àra qué o_ mundo volte os 'ç,lhos para a China- e P,rocure com-pr e– en<tê~Ja· a amã-la". - Acaba de sail:: "Poesias", de Antonio Rangel Bandeix:a. O li– vro está dividido em ~rê:; par– tes:• ''Poemas de Jane.iro, Músa Avent11rei'ra e o :Baralho". Ran– gel ',Bandeira é da, nova gep;1ção de po·etas brasileiros . "O n_ome dêste poetá - dis,se um ci:í1'ico ·'-deve );er culda.dosamente guar– dado ;,,or- quantos se interess~m vertlaqeira1n eiite pela pqesia". · -:--U!P bom ll.vro; ''Pin.tQres e Esct.1ltorés de .Rax:is" (1900-1945). de Michel Georges--.Michel. "Não é -m:eu desejo fazer aqui um tra– balh_o de crtuc·a, muito menos de biQgrafia", d,i.z 'ó autor nQ pref~cio. "Tenciol).o l'é}atar .con– versas ·que tive, dur.,ai:ite q_uaren– ta ános, com -ses~enta .pintores ·e esculto!'.e,s, em ·çHferenJes ~po– cas, de:· ~uas· vid;is". U-ma tradu- º . ' , cão ,de Ac!oly Netto e Maria s-tellà B1•uce. A CRiTICA E <;> ~XITO EDITORIAL J'á 'não se pode dizer; co:mo se ãf.il 'Jl:lava oi\t-rol'a, que a criticl! nã.o ~onc;orre para o êx;ij;o .edi– roría:l de um ltvto: 'No aia se– gú:lnté à publicação d.ci rodapé_de .Alv;u:o Lins sgbx:e- ''Sagarana" a o'b,r,a db sr. Gu.il;n.aiães' Rosa passou a se.r ·p-rocuradíssimà nas UvFaÍ'fas. E e$sii ·procuta cont,1núa cada fVez ma·is intensa. Tãp pron– to eleíto não• se vei'iflcaria de certo há, dez anos atrãs, quando a crítica milttal'lte estava, p,or al)sim dizer, em crise, entre nós. l A , RENACENÇA DO .PLA– TONISMO Publicações como essa ga Li• vraria do Globo mer.ecen1 es• pecial registo. pela .sua sjgnifi-ea• ção pa"ra o mundo d3 tnteUgén– ciá e da cultur.a OS POE~AS DE JACY Cr. 'RÍCARDO . , A senJ1ora Jacy G. Ricardo, esposa do poeta Çassiano Rica:r-, do e autor:i de "Bóbageris !)ra mecê!', acaba de pubJ!oar' um novo livró de versos caipiras. ln• tiw,lado "Frô de pena''. Esse vo– lume contém um prefácio de Jru'ge de Lima , que aplaude lar– g3n1eº'te o 9ue "existe de humil– dade . e p1,1reza em seu e~tro. co.nsequ~.nteme,nte no ci!)ncreto de sua à:r~· consubstancial. à sua vida singela cfe cà1ninlios claros, rét9s, planos". ,, 1\.proveitando qs fexiados do <:;arnaval de 19Q.7, o poet:a rea)i– zou ,1?eséar~às em alto · mar, como era de :;eu hãb1to. Em suas mãõs Ali. uma tar.de, Benedíto ·Ar– ~ - formáram, :em consequência, naldo, filho de V;centé, que brjn– peqttenas bo!l).as dagua. Para ali- , càva no chão, levantando ll\Oll· via'!', furou-as com um alfinete. tes d,e areia, indagou de r epent{!c: As do dedo médio da mão es- - ,P(\pai, qual- o maior í)Oeta : quêrda a'l'rutharam. Recorreu ao o senhor <>U· Camões ? ,..., - c4'urgJii,Ó Carlos• Botélllo, então - Filho, vês aqu.é}a ~erra !lZltl secretário d"I :Agr,icuitu:ra. F'ói lã longe.? Es.tâs vendo ,ii l~ste di.a;gtíosticadlil uma .carte ôssea, montinpo de, areia com que btin- l ~ .....,~....... ~.Ó~{)-(l_,,~...-.(~~•~-.-.0....►.1~ 1 Raridades Biblio;rãficas GASTÃO VIEIRA · ' ~parece.u, re.c,ente1n.ente, lança– do pela Livraria do Globo, um volume dos . "Diálogos" de Pla– tão, tradução divéta do grego pelo sr. Jorge Palaika:t: cáte.a.rá– tico - da Univ.e,:s,tdade de P orto Alegre, circ.unst~pcia que em• :prest.1 ao em,t>reehdiJrtento gran– de relevo. ~m um tei·teno de :fábula e de um Pitoresco que .atinge por vê. zes . o mãra;vilhosp, situa-se a poesia de Jacy G. Ricro:do, toda ela plantada em ral$es lirlcas po– pulares, e grafada -na urópria pr.osódia caipira E' um 1111'1:o que mer.ece · :.ser lido, polii t,oca P,rofun.dament~ º'ª sensjbl1fdade de todo,s. - No pan oran1a da poesia bra• sileira. marcada pela in:quJeta– çãO ,hu·mana e pelas convulsõest do mundo, â senhora Jacy-. e;.. Ricardo ocupa um ,lugar• bem ,pfissoál, pelo seu estilo p_rôprio ~ ,pera .d.oçura feminina de que se impre~narh se\l,S versos de feftio caipira e lirfsmo univer– sal. cain, _sint<'>mas d.e gangren!l, ln• caJ 0 ·? Po,ís bem: aql!e\a é ; ,Ca– ~erql?,u-se ~-~ -Santa Casa. Fez"se .moes; êsse sou eu 1 'Entendes• preciso sec1o;t;1ar o :})~aço. O aci- te ·ll ' d.epte cónsterrtou sobremodo a • * * • família• e os antigos. ;Quem, p,o- Estava anunciada, para o dia r,ém, .não se abateu, f oi' Vicente · 25 de setembro d e 1915, uma d e. Carvalb.o, que- gracej ava de,- conferência de: Vicente de Car– po1s,. quando -se referia à perda valho sôbre a cultura ale.mã. d~ _braço, ~ .come!)tava, entr.e Atr!3ves$amos ó perloqo da gue r– fron1c9, e ~oruotmas:to: do, quando vecebeu um r~_çad9 O terceiro volume · da preciosa co)eção .a que me referi no escrito ánteriQr-, é "Naté~cia", 'publicação par.acuse. or-~ahizada, qom– posta e impre~sa el!} ·' ,BeIJm..np ano de 1904. Qrganizou-a A:rtur V.,iana, que escreveu um prefácio magistral sõbre o célebre sone• to, encar\·egando-se da parte 1natériál Alftedo Augusto da Silva, po~ugµê,s de nascímentó, "g,ue aqui t eve 'óficina tippgráfica duran– te muitos artos. e · era um"grande artista, tendo, depois, se transfe– rido ;para o Rio. Vále lembrar que qua.ndo conclui o ·curso méd.i– co; . já êle estava instalado ua càpital do pais, coin 'uma pe_quena tipograffa, 1!,e- hã9 )'.11~ ,talh~ a leml:i~apça, na rua de s. José, e :t-01 quem 1mpr1miu a mi~a tese de ·.,dp;uforament.o. E trata-se de. unia obra de i:nuita·· o-portu.nidade. Platão está na 9,rden;i 4-9 dia:. Platotiico é Charles Morgan, um do's maio• res roh)ancistàs da awalidad,e. E verifica-se .um movimento· de t enascença do idealismo plató– ~ico e1n todo mundÕ. 'Enquanto muit,1 gente, mesmo de regulax . . , .....)411!.. ,:o..-.,~-•~)~••~O:"M11-'1~t~~~_,.,.,,~ ll--:-'1)-~>«a>.,......)O--l.-. - Camões pão foi, i;nai,co .de telefônico. do vice-presídet,1,t'é em 11cm olho ? Eu,' sou· caolho ,de um exetcfêiq, Gàrlos Guimarães, bráço... c9n,vi~an!:lo-o a • co.mparecer a E, •nem. p_9r isso, abandonou o _Palâ c ro. O magistl'.ado llgoµ J, U\ll• e spofte•de _su.a predileção. f11to a outro e ~ ui>llS" que º" pre- *, * * · . sidente desejasse impedir •a con- Por duas vezesi Vicen,te de fe;rência, e comentou na mtimi– Carva)ho- tentara o ingresso na d,âd.e da f amilia : "Eu saio d e ,casa· A~demia Brasileira de I.;eti:as na• Juiz e. não sei se volt.arei ,Tuizl v aga de Márt!ns Junior, ém 19@, .Eu não nasci Juiz I O aj;surito e na de M_achado de '.Assis; em d e que desejava tratar Carlos 1908. Por Jlm, a 11 de maio d e Guimi1rães ·-erá bem outro: uma 1909, COITI a mor-te de Ârtut Aie- cµiter.pretàção .da .;lei d a' lb.orató– veào, 't~lf P J an'if,âdí>' as. "Poe1nas ria . A , confer.l!µci;i ,sôbi e a eul – ~ Cp~ço,i,s", );(ue se es,:_otaráhi em 1u;a_qtemã ~não .de'.ixo\l., assim:, de · O .tomo é · priroorosal)'lente irilpl'e,sl,o. em papel "cóucné!•/ e adorp.ado de .formosas vinhetas : A edição , toi, de, somente., dUzén– toii e~em.l!liires . .?f~sta clpade sei da exlstêuéi,a vde três:· um na •Qi– b-Uotéoa._ quf perte,l) .c.eu . ao -,sr. barãt> ·de Guajarã, hoje proprieda– 'de do Institui-o I{istôl'iCO · e - deografico do Par(\, e sob' a guarda c_uidadosa d9 ·.m~u prezado amig9 majo.r Adolfo !>ourado;_ outr.o per~nce ao •sr. comaIJ..dante Braz Dias de. A-gu.1-ar, e o terceiro es– tá nurna das estantes do; 1:neu estilnado Haroldo Mar.an}'tão. J PARODIA EREs:posTA J?.OtJCOS meses,. ·era eleitp pâr~ s'e1·· realizada, . . · qcupar a . c~delra n. 29, · <ie ,que * * ! ~ -patr.0!10 M:attins Peivi. Y·icente qe Ointal.ho, nãô : era J amais, l?Orém. ..t_?~ou . ,pos~.e , u~ poet~ r'epentiSta. ,Co5t\lmava Jla P!)lttona áéadêm1ca. Cer.tà vez, dizer que "el~ aparélle.m quan-– Al"ai>t~e J'unto-r, 9ue ·ha~; a_ sic;!_o d ~ eles querem 'e _não q1,1an·do éscalado para. r'ec.e~ê-lo, rec1a-- quero estr.e:vê,los". No entanto, "' mava ern ca,vtà que lhe ,.dii;ig:lu: ·uma noite, a J?.edfdó de Guio.– :sabe que-âmda.. estou à espêr.a .n1ar Novais,, improvJSõu' uns yer• u e !lué v. se diSpOnlia a ~r re• sos (ji,ante d.o esP,etá'culo. :do nll,l!I• ceJi>X4,<i> sql_en.em.~-te· n,â A'cade-' ·cer da lua, à beira-mar: ' ,· nifa: QJ.lando serã isto ? .Poise um . 1 4~s l)la}o.x;es ,poet~ brasi:leir9s, "Q~ l~ª _b_en.~ita, ([tle vens. ç1;· ,~ ];lao. me ha de d,at q prazer d'.e a·so:mbra infinita d·a noite no ·ar• tazer.,Jhe. o · elogio no -ct:tme do .Pa.t>n'aso ?H · De passagem por Llsbõ~. nJ.11n11 . "' * • de suas numerosas Viagens à -Eu- As . notas .que ·se vão sego.ir .s~ó condensadas do pi-e;fãclo de Artur Vjl'}na, que precede as traduç<i'es dó' sohéto t,,alma minha gentil..." . Can;iôe~ nu.tna. ~ex:t;i.:feil.'a s·anta:, pen,etra, .em L.bjbôa, em ur:i;1 templ9, e àf y ê: pela' p»imel»a, vez. •'à m:µ1her g_ue, devia se,r a sua grande pai;1ci\o. A, t~adfção i;e estribá .no soneto. LXXVII, em que. o poeta na~ra, o seu encon1:l:'o•: O culto divinal se celeqr;i.v'a n o . templo donde tbda,'et\atura ~..-.0~► - Q.- (~ l R_IO - Via a~ r.ea (A.U.) - O p,oeta Manuel Bandejra escx~– veu q seguinte artigo no 'último suplemento literário da "1),ano Ca:rioéa": E1n 1904, quando eu inicíava com eh,tusiasmo o cur~o d~ ~– colâ 'Politéénica de Sãó Paulo, ·caf tãd, g:ravemente _doente,-.,que d wande J?rQ.blen;ia•da ._minh~ ~ida era mç,ri:.er coin, a PO!isíyel _dec:ên• e.ia . Doia-:me deixar âe eínstir ser.n• ter 'fe1to naga. E como a doen• ç ;i. .me f<:>i .cozinhàn:do' em. água ff~à. , tl:ye, tepip~ lie ir_> co_mpon:e.o louva Q Feitor div,ino,. :que a feitura com seu sagrado sangue restaurava. uil!l · ve.tsurho~. em que ,punl1a as. conf1ssoes de x~eu~ padec1m~t-0s, de mi~hás ttL<it!á)zas, <te _lnin.lias ~gúst i:as , .Escreyra-os rea1n1e.nt_e cpnio -quem cont,ava mor1:er. F.screvxa-os co1no qu~t? xµ_or,l'ia. M~s y nãd morri, muito obrigado, que .1:J,0;1:ra para a fanuha, etc. Correram os ·anos, e ó mês passado Jorge Medauar - que nom~;bqp ito! - me manpou, com o seµ abraço. pelo meu aniver– sãvió, um poema i'ntit'uiadÓ "Esperança", }1a 1 r6dia _admirá.v~l do me1,l p_oei'nil "Desalento" . ·Peço lice1iça ao ·poeta para tsanscreve_r l!S sua.<i estfo(es. assegurap.cl.o-I):les desde já a m~tade 'fil!S roeu!i éhre1tos de autor ,'desta crônica: ~ J Arriar ali ql,le o te1nplo me aguarçtava, onde a vontade -tiah~, ip.ais _segura:, cotr1 uma rara e. ange~1ca :f;JgUra a, vís\a da •razãt> me S.ljlfeava. Eu .crenà.Ó que o lugar me difeúdia ~ " . ..... . de seu costu1ne, a.inda nao· sabendo que nenhum cón:fiadó lh·e fug'ia deixei-me ~tivar; mas haje vendo. s enhora, que por vosso me "qúéria, do tempo que fui liVFe me arrependo, ~e soneto é imitado de Petrarcha: ,I l!!U. laco versos ·como. quem luta De a1'màS em punho.. . de armas nas For,ha ao meu lado, .Pois na labuta Os c.omplinheiros são como irmãos . mãos.••• Meu ver so é aço. •Fornalha ardente..• Pt'lito ou bigorna. . . Braço ou trator.,. Cor1·e entre o povo. Salgado e quente. Cai gota a gota. porque é suor. ' Ciuno juiz cr1m:1nal, conta-se r:opa, Vicen;'te avist<>'u-se com d~ 'Vicente. de Carvalho um epi- Guerra Junqueiro.. Q"grande poe:– sodr~, que bem den;ion.sti·a a for- ta l1;1si~no; exaltando as belezas ll'.t,açao mor.a! dct seu caráter. de Bom Jesus do Monte .e.,. do Apre,sentou•se ao Jµri qma ré Bussaco, teve est a expressão: "O ~ue ttaziil co;lisil!_o, ao ,colo, u-i;n Bom J'~sus d~· l.VI.Onte àbre o._ape– filh:1nllo. naS'cido no cárcere. . o tite- e dá vontade de comer; o .f>r,o;r.noior · p,rotest<1u convra o Bussaco abré a alma, e dá von- Era 1 1· glorrto ch'a1 sol ·s1 scoloraro pe, la pjetá del .sua .Fattor i rai'. - E nei.'teli verso,s de luta ou~ad!1 Deix:o , a esper.ança que sernpre tive Nas tintas r ubras da madrug,adà. fató. alegando' que aquHo lria ln- tade de rezar''. · . fiuil· ,fat!a1mente •·no 'ânimo dos · * * • qüando io fui pi;eso e non l)ie ne. guardai che i be' vostr' occhi, donna, mi legarol • • • ;jurádô~ Como firzer; então ·? A Ronald de Carvallio; oier~en- ~llc\nça. fic~'ijà sem a neçes.,ãr,ia' dp a Viicente de Carvalho Q. s-eli "" ~ssistêncµa materna, durante as livro ."Poemas e So1\etos", edita– ~ongàs horas dó j úlga1nento. o do em. 1!!19, escreveu' a ..seguinte Jutz· Vicente de Carvalho teve dedicatória.: "Ao 1naior 'poeta li– uma_ s.o~u9(io. humana . para . ô r.ico da• nossa · raça, . Vicente de 'caso. Sa;bendo da ex-istência de l valho, 'homenagem de Ronald uma ama ' d.e leite, ,rias viziphan- Car..valho, Rfo, !halo; 1920". i:cas, lt'landou chamã. 0 la e entre- . e_mpos depois, e1;1vi:ou-lh:e· um A traq.lção se ampara, tarn_béi;n, no soneto cccm, i.l)spi(ado mesmo model9, más, menos jungido a êle literalmente: · Todas as almas tristes se 1nostravam, pela piedade do Feitor Pivino, onde ante o seu aspe_cto benigno o de;',ido tributo lhe pagavam; meus sentid.os então livres estavrun, que ate hi to.i constante o -seu aest_i110~ qua,ndo uns ollio.s de que eu não era diho a furto da , rázão me- salteavam; g'ou 0 J.he a .re.Cl;,'f!l-nàscicla. - c·art~õ nos segum,tes terinos: - .De ·p_utFa .;feita, xefere Plitiio "Com o$ re.speitõsós cümprimen~ B_arrtt~. :i,tn,I :fl¾racfó, . p~·etextan'- tos .d.e Ró!!-áld qe' Carvalho, _,q_(l~ do_m"?1to;; afa,zeF<?S 1 re.gueté1:1, dis- !\J>l'ove\ta o ens,ejo p,ira e_nylar o .t>.ens~ <te · comparecé:r ·ào· J;urJ. 1:Sr~ve· estudo .inc.lu1,q ,qµe teve ,o O .d~s~~cha, ,do jl,liz fo, Incisivo gi,a_nde_ prazei: ,de escre.ver sl}bré e:_.1:ron1co: "II).Ji~erid.o. .As :fun- a sua obra n1aravilh,osa, na ~ ., çoe~ dos jurad◊s não s.ão ·priva- Folna'', ,de 30 de. abril ú1titl!o.". tivas de vagaoundos". , Ronatd fez ainda referêncta ' * ,.: * ' · elogiosas ao nome, de Vicente· de a nova vista me cegou de todo, , nasceu do déscosturne a· estranheza da suave e angélica presença. P·ara remediar-me não ha hí ,modo? Oh porque fez a liuma· natureza ént!,:e ós n;,iscidos tanta -dffeí·enç~I Roj:J.r,igo ,Ptãvio Filho já Feme- Carvalho na prirne!r.a edição da · moro.u êste . .Plsódio: ".Certa vez, sua ":Pequena História da Liteta- ·ªº calt da: 't,arde, vinha Vicente tura· Bras!leii'a''. como. porém,. 0 Teria sido Naté.rcia, citada vãrias, vezes. pelo poeta .a .II\SPlra• _de• C11,rv:~lho_ , dei uma ·.pescaria, poeta· santi$tà i:iãiielogia'ra· i:> seu· dora de tál ,amor? Déve s~r, pois, Ca1nóe~, em mu,.itas ocasiõ~s a quand,Q,, em lúgap, ~rm.9 _de urn,a livro- . cí.e. "versos, cortou-lhe, , em b;1voca,'.como no soneto cm, àludindo a Latu:a e na ,églóga XV, c:uja das Pt:aras de Satitos,. u'm C'abo- rep.rt ,s~ha, . o nome -?ª~ o.utt<as dedicatória é clara·: :tglogà de L. d.e C. à: tl}orte· de d. Cathed"!à, 'élç .~orte e c_;,!\:rr.ã.ncµdo Gfr{o~1• e~lç.oes daquela hist.oria ht~r~- Palllã da ~lnha, aliãs ca,herma d,e P/,Íhaide• .o qu_e .ficou"patente lhe, a .frente, ap,o:ntando.,fue , uma ria. com o achado df: um J?egu<_!no · manúsc~ito com o .acr.ôsHcõ cont~~- espinga1'.da e9g•ªtl!hada. Vicet 'i.te *. * * . do o nome da divina. 1nspirado17.3. Mas: h a duas , Cate'r1oas Ata1p.e 1 efot:i!cou surpreso. . E · cóm os-,olhos A$. 23 boi;:as e 50 1;ninutos do a'tµbas dos .P:i!ÇOS rça1s. Qual delas fo, a que apaixonou o •V,tte? ilios .?<>S olho$ do <;aboclci, pôs dia 21 de aliril d!!! 1924, falecia Nenhuma ·pesctuisa d'.'s· ln.ú.~~t_as feitas ? eu resuJta<io, tendo de se um clg;it,ro à: boca e tirando os ,em Santos o poeta Vicente . de c9ncluir com o e.rudito inqu1ndor , da y1d!} de Camoes, ManueJ de fõ~f()rOs d q l;>olso, ~céndeu-o lep- C~rvâlho, . em meio à con~tevn:a,- , fatia• e Sousa: "Yo no. -!llcanç·o mas;_ quién lo ~/cançare, lo reso1- tame!),te,0 cam tocla a cah;na. , O ç.ao .da sua esposa e dos seus, tre- -va ri,e1or, me lo comunique P,ª!'·ª que lo apla~?ª . O que é certo é agressor 1 : •vencido pela se~en.tda- ~~ filho,!!, a. quem sempre çostu- ·q_ye a morte de Naté,rc1.a insp,1~ou o cele!)érr1mo sonéto, .e outr?,S de ~º .!!t•:c>ue ó. pqeta etic.atava; 0 · -mav,a .<i1zer: , . · tao. célel;>:res como, êsse, c~mo o que esc-..eveu no clircere1 olhando o p .e,r-1go, foi b.aix-ánda a a:tma e · ..., Se eu S'ou, o que · sou, dev<> passarinho que chorava livre a su.a magpa: ,. cwt~'~ im:i:>11op<fiilos re:s)nungàdo!( tud9 ·\\ sua Jnâe í" ' ' , ,ta ll)14•191'8: <:i jornai •i..;. Pla- Iletxou p,or .ter,min,ar o ·seu ·Q.uem t:ôsse aco,m.parihapdo ju\\t amente !téia", e~ su~toi e:onientara a , p.oerria intitulado ' ;Fausto". . P.<>r ·êfil!es ye-r.d.es c·aro~os a ·aye:i;lnha, inqp;ortu,nfà,l!de,do .á,sstuíto"d a .p'a- .Su<1, .senh'ora, •dona Ermell.nct;l q µ,e deJ?Ols- çl.e perder u,m ben:i, q1,1e t!_nha. • l~tr.a. Vicente estava alinpçan- Mesquita de Carvalho: a dana. Bt- n ão sape tnaís que cousa é ser. contentei 101- :g.anl.1.ándo' ·o caminho, rumo J<>ca? corq. os .seus iuc19.9s 77~:u,ps ao mato''. , de idade, -1:ed.orda, ainda ho,1e, • * * com. . ,os seus 11 filllos vivos. os . Ul!\;a m,anliã, Yiceqte çl.e Cai.• episód:ios principais da existên– Vljlho, -~<Wl roupas de pesca.dor, eia de Vicente ~ e Ca~vn\h<l, e .c;\í~P~,ao~, ~n\ll!>lr)brançl..o-lhe ó que :nos foram 'i·eve)a<:ti)s, com ·r~to ~~o. g~~9~ ,d:espreoc1,1pa• en)b,çao, para ei;ia cilôl.l.fca, ' i:ia dos _e $l!1J.PÍ~~. c(gfr,rc "01ga" ao • tarde · calit;la « 114µ.el, a êlqµiingo C!Í,nto da b.o~a . t')e~cav.a num .dos: bei;n paulistano.. •, -€ançã·o ' Noturna ' ' . , P<?,~ quo:,de ,e.s~anhas tonas ey-'~~ ac<>~p~ho l~a solitária t e dut<mo q11,vlndo <>.!' te.~ l!ª•J~ ~e · an10 . pel!l !'olt,e gujlndo. ó~ vell;i:•;ís <!elie,lõj! /f~apar~ ldl?JI vollam à flor él.,a ondas e , a .·noU~ , do exiJ~o levanta u !(~~. atvor&'s de so~o', - De . úm :tempo: im,i,mB,l'ial e~ .a..compa.,~.9- afl: tu~ _ylagens, ' 1 fu ,tue -v:esl~• o~ m:orto11 ,com o qul' cai -do coraçao dos ' 'ri,ros 1 E'u te acomP,.ahho pelo céu osc.aro ·e -ouço fo-qibarem as· nuvens ,sõt>re (µm mar distante qaJandó asi e!>fre1as d~sceni ·PVl!- os 1 t,úmulos . ' · Qs dese{os ,amargos sobem como ~ ·teznpesf'ad!)jl - 'f'ú que de .um , te'm,P9 eten;to ei:~es teus olhos ilôbl-'é a morte e ,ayenas . ~allf~agol; apofl;tt~ êsse .P9:is eslran!>o e~ que tu nves Séi ·qµ;. tep: ,cerRl? dOrJ!:le à ~ira. d!\l~ esh-ànllo v,ale e tua alma clirifa ~ -"wm:0$ do s:llllnçlo · , " l)UO que O c~u·'se d'eÚ<i< s&l>N 11 ço~o :Um aepulêfQ e ~ , estteiaa· tirilHenf Ji,oiin. noíti!·. eSC\l.,:a .cioino "~endtos. ,, r .,, ,, . ,, -· . 1 , :PAULQ rl"l;l{U() ABBEtJ \ • ' E quem ;fôSSe ·apartando-se da gente. ela por compànJ-feira e· por _visinha, me aJu(iaSl;e a chorar a pena n:,ipha, e · eu a ela ta1nbé:m ;ª que ela sentei Bitos.,. a:vel, que a):5 menos se . a , natura., a ,seti ' prinieiro .bem n'lío· dã ' segundó; . dá-i h~ o ser." ~.iirte a seu ·e,órite'nta'ment'<l. ' ' . ~. ' ' MllS tri!;te quem de ' longe ®is ventu.ra . que , para r.eS}'.\Ü'a.r lp.é falte .o ·vento, e ·para· tudo. enfim, lhe falte o mundof ~~ so.neto a m.im .me p·a.i:ece; mais !:!elo que o "alma minha gentil"... Term'inado o admiravel prefácio de' Artur Viana, vem transcrito a lónga poesia "A .memó'ria de Camões; de au toria do . p<ieta paráens_e Júlio Cesar .Rib11iro de Sousa, autór do volult\e '.'·Pi– rau~'"; escrita especialm·ente pax:a, ,tiguraJ; -,:10. liyi:o de literatos. b r asileiros e portugueses, publl.cado em· 1880 Piira, cómemoraI'.. <> tr.i-centenário, era ·morte de ca·mõ&§• Hã, tambfom, tnn.a variante do. soneto Natérciii achad'a n9,. manuscrito, de ;r..ul:21 ;Franco, , onde }\ã ap!'nas .duás' pálaVJ;afi to.u<1adãs: "cotpo'' eq1 -:\fez cí.e ''vl<'la•"~ e ~pe– de." em lugar de ' 'roga" ,.;(:,,Seguem,se< 35 tradi!,ç_ões: l .ern nnran(J~ por :t. Eeite de. Vasconceiõs: 2 em castelh'ano, 'por- D. Laraberto Gil e senhorita d. Máthilde P:erry Coro.nado; 2 em ·gàlego, pôr D. Rgt_r:rion del VaHe e anônhno; .9 ltalla,oas. poli A., "J . -,vial.e, e .8 p0,1; J:>rospero Pergãlo;. 1_ em "reggjtauo" (<i,ialetó de, "reg!o dt C~abrla''). P,.Qr A. Cuv.ó Cx,ea·; 1 em cecilfano, -pelo· dr. S'alvii,tore ?vlil'tu;j:ld~: 1 em b-Olónhez, por, Alfredo Testoni; -1 .em 'veneziano, por. Gtulfo Cesàre; 1 ém ;fu:lnl;,1no; peld' );riésl!lO; 1 e111 mllanez, pélp w- Fra– gUUa~ 1 ·elll, genovez, pelo JJ,V.V . B ., G. Ceresetó~ l !!!tl cnwtlm;· .pqr D,. ,F·. Matheu; ·-3 ei:n.':(rartcês, por Cµa'rles. lV.lagnin,. Fetdii)an<t Denis e, Leo.noe .5:as;inbõn: ,5 em lngl~s, _por. 31!ôniroo, ._R. SOu!~ey:, Fel~– ç:ia Er:~an!J, J'. iT. A~bél'tio, l;f,. }i!U;rto~; e .5 em a1~r:nao. ppr. J. ~inteJi:t l>oui/i. v.on.Arentsschil_dt, :IN1edt-1ch Noíter, W:1lhelm Storck e h~ ~t1.cn W:ilhelm Hoffmàtm,. · ~Eu faço versos · como quem Vive ' Eu podia me li1n itar a agl'adecer ao )?Oeta o -abl'aÇO e di;i:el.'- lhe que lhe ficam muito bern os sentimento$ expressos nê,sses ver– sos. Mas, em 1nim, pelo menos, verl;o pu..xa verso. Aquelas "t.intalf da matirugada" me alvo.roçaram o ·que ainda me teiita de boça poé– tica, no co-ração c9ntrito. O ·resu1tàdo foi esta msignlficancia, que ofereço, dedico e coni;agto A JORGE 1'/JED~U.Al\ Há trint'anos (tanto co.rre' O tempo!.) escr,év.! a poesia Onde disse que fazia Meus vers()s como quem mqrre. Ajnda não eras nascido. Ago~a, brgu•lhosamente Moço, ao poeta velho e doente :í?arod.iaste destemido: "Das batalhas em que estive - "E o sl½or qµe em meu. verso escorrél ''::V.u o f,azes có*.o,, quem . mo~e: ..E u o -faço co1n qpern vive! F,açain, no como quem mot:re ·au que:rn vivi, <iue í!le viva! Vive o que é belo e de,:i\1'a Da alma e para outra alma cor1,e, Ver.so que dela se prive, Ai, dêle! quem lhe saéo.rre? Nem Marx nem Deus! me m,; Só. o verso com alma:' v,ive. Dêsee ou daquele pensar, Esta ine P.are-ce a ret~, ~ justa llnb.à do poeta, Poeta Joi:ge ' Metiauar( ·~ll tl (i - 1 Desenc~deia, em ceu azu.l,, tão f:c,r~ A. p.roce1a, ameaçando mar e, tert;\,, MàS• o vão temor tétrico da morte ''Foge co,n a ,Fé, na. paz, na. luta e guerra...... 'E o espirlto, sem luz, latente encerra A infirtda no.ite, !Jêiifeclíando -o , éó~é N1;1 alm:i. instint'iyá cujo miil se a•fe ·r.ra, . 1 P.ri: vando da cultü.tt~ de liurea sprte, •• . . Estr'êlas fulgein no alto firtll)lmento, Ónde Há uqia qruz luzin.ilo em orbe, e mais Na pomJ.>a da Natura: e voz do vento••• -A maio'ir: cintil~o dos filb.!15 seus E' a síntesé d,1!1 Íetras ~livmâis, Piir ser • maior cónstélM~ dC; De~l tlN'JONIO GON.Qmt; J.IN.lf • ..... •

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