A Provincia do Pará 21 de Setembro de 1947
• 1 SEGUNDA SECÇÃO _ ___, 1 OITO P.l &I ARTE E UTERATURA BELÉM-PARA - DOMINGO, 21 DE SETEMBRO DE 1947 Figuras e fatos da vida londrina Aspecto dà literatura na ESPERA POR. MIM Inglaterra contemporznea Mary__ CARDOSO E' sempre Imprudente gene– ralizar, çm mltlrla de compor· tamcnto huma.no , com base em Clburv&ÇlO a-"'16temátJca. De– duzir, por uma atJtude mal& ou menos conttante em certo mo– mento cu em ceru tpoca, tra– çcs caract.er !JtlCClS de uma ..,. cledade cu de um povo, nem ,empre repreienta acerto de Julgamento. M3.s creio bem que na.o estArel multo longe da verdade to afirmar aqui que .o povo !nglts deve ser um dcs malcres · devoraderes de livro, de<te mundo. E alfm de aer talvez o que ltl31J M. o Inglês deve aer também o povo que ma.b escreve, carta& pelo me– ~ . Todo mundo se corres– ponde, comtanr.emente, a. pro– _póo!to de tudo : com a mO.!ma frequencla com que reccrremo1 ~ telefone, vlzinhoa de bairro comentam por eacr!tc os Oltl– mos •potlns" e u 111 tlmaa no– vidades na. cn,e de criada&. O correio brl!An!co, máqutna n:&l't.vllhoaa de precl!Ao e de !ldedli;nldade, conta nas cento· nas de mUhõea o nllmero de urw que faz circular ~larla– mente, nas sua, multlpla& ál· letas e dlatrlbulçõcs l!6 nas áreas compreendldu pela. Orl!.- Bretanha. e Irlanda, · E J.aac, n1o a.contou porque 11. lnglts robrcm Iozeres. por- 6U! uslm como nlo exl!te de– uprovettado um palmo de ter· ra. na exiguidade de &eu terri– tório ,multo pouooa aerl!.o os minutos aem deatlnaçl!.o na vida. d&4uele povo hlper-ocupado. A explicação talvez ae enoontre no tAc !amoaa timidez anglo· uxónlcu : o mêdc do rldfculo, que tolhe a. !ala e, via de re– ara, faz do lnglú um mau con– vertador, é compenaado por um arando pendor para a. palavra ucrlta e o de,recalque ae pro· Cetli na maau abundante da correspondcncla. E o mwlva: ta Jnalés é quase aempre t.Ao lelleloso quanto o 11 cauuur i trio e deslntercuante : o Idio– ma rico, prectw. atntétlco, é um l.rutrumento lneatlmAvet, que fie usa com graça e meatrJa . Esse ledor tncorrtrlvel tem t. aua dtapoalçio o que multo pot• atvelmente terf. o melhor aer– vlço de dlatrtbutçl!.o de ltvro• cm exlaténcla, na abundAncla· de Uvrortaa e casa, editoras, que te estendem por quarteirões tmensoo. na.s blbltotecas, publt– cu e partJculares de tõda aor– t,. noa numero= "book clubl", 3~ ';,° 1l:~~~~~ ~~c~en~ sotto do leitor, na enorme Charlna Croaa Rcad, toda ela dedicada ao comércio de ltvr03 de segunda n1,lc e M que! é pot.slvel enoontrar deade per– aamtnhos de Plt.Agoraa até o mata recente manual de cuU– nArlo. aplicad ao• rigores dCl nclonamenlo. E que nlo ae pensa. que 6 aõ em Londres que há e a.cc• •· slbWdade ao Uvro : na menor das povoaçõee, ~ lado da a en– cla. do correio e ilo • pub", onde o lnglh vai buaoar o confórto ootJdlano da aua corveJa, há a loJa do ltverlro e a biblioteca pllbllca. Ora.çu t. Umldei e t. reaerva. que lhe !acUltarn a concentra– çAo e o lsolamenk>, o lnglh é capu de ler em qualquer par– te e a qualquer momento. na beira da calçada, em melo . A crn!usão atordoante do trifeao. noa ónibus e "°" trens, oeJa qual !0r o oonfortc em que viaje, naa . !lia.e, 110b qualquer espécie de tempo, noo lnt.erva· 10& de um e,petáculo teatral noa reat.aurantes. e n q u a n \ Ó muU,a uma refeição quase tempn, apn,&tada, noo melan– cóllooa Balõea de aeua bote~ ,·twrtanoa, onde um dõa cri· térloo oeauroo para encontrar o estrangeiro 6 procurar aempre o 1rup0 que conversa ou o so· lltf.rto que !u ea!orçoa Ingen– te• para ananca, a1iJO mais que monos.,Qaboa ao "VU!nho 1n r te• mala proxJmo. .. O "pocket booJ<• oe asJaanta em Jmport.ancla. quando a gente v6 o ..,petacW.o daquelas muIU– dõea atarefadas. &equtosa, do leitura, •sanadas ao IhTo nos llapenhoo de tempo que •• ea– gu~lram entre a maeaa das obrlaaç6ff. Até o J)Ollto em que P.:>600 confiar em minha• observações nlo me parece que o !enomeoo "beat oellcr• eeJa tio aenslvel nl\ Inalai.erra quo.nto o 6 nos EotadO& Unldoa. Talvu por te alcançado um Ntt.gio mata annçado de maturidade Inte– lectual, o Inglês médio como que exibe m&Jor lndependencJa de gosto e aU). pre!ettncla llte– rvt• oe ma.nl! eota mala difusa Dustra. bem eaoa clrcunstancl~ e caao da novela •Forever Am– ber•· que tez delirar O pül>ltco americano e que teve umo. acolhida das mais dlacretas por parte do leitor lnglt•, tio dls· ereta que um doo matutinos de Londres ,_h-eu publlcl.-ia condenuda, em. folhetins do~ nlnlcals, e&elarecendo na apre· tentação que us1m faria no propósito de oferecer a se!Jlf leitores uma daa mala caricatas lnterpretaç()ea da hlstóm e do temperamente Ingleses, o que eoclarece baatante a0bre o par– e., suceaao da obra no ambiente • ~~: em que a •ltuou sua A ltteratura lngle,a dÕ' perto– do que medeia entre as duas grandes guerras dbte skulo é de um.a riqueza e de uma. vi· talidade Jmen.,as e pena ~ que haja t.Ao pouoo Interesse em ,ua. dlvulraçlo para além da• fronteira, do Império BritA- :conoa~ifill~ .'"~!P!::~~~ rlralclade pela produção Uterárta d• outros paues, é poealvel &fir– mar. u.m exagero, que de.scc,. nhecemos qua.ae todoo os cran– dea vulto& e as grande> obras da literatura tngteaa desse pe. rlodo, tAc angustiado e tio te– cu:,do. Em matéria de Uvroo e autores modernos e contemp0. ra.neos. o leitor lllédJo bruJ. lelro, depola da pa.ra.da obr!– aat.õm na logend& que f Shaw, rea atgumaa ucalu em eomer– ""t Maugham, em Aldous Hux– ley. em A J . cronln. conhece o extraV&iQte t&leDIO de ao- bert Ora vos por at,úru de !eUS menoo brilhante& trabalho& e '6 relativamente hA pouco tempo começou a famUJartza.r-se com Charles Morga.n, hoje na Ingla– terra Já . razoavelmente paa– •ado. No entanto, que ·mundo opu– lento não oon&tltut a produçl!.o literária atual daquelas Uhas de,concertantu ! Em todos oa generoa, nas obr.. de anA!l!e, de pe,qulaa e lnterpretaçl!.o hl!· t.õrtca. de ficção ; na poesia, no cGnto, eapeclalldade em que o lngtts é mestre, mercê talvez de •~u temperamento objetivo e •Jntétlco; na literatura tea– tral com sem trts grupos nltl• damente definido&, o tnglêS: com Coward. PrlesUey e muitos outros; o galenae, onde 60 des– taca o talento !ut=a.nte de Emtyn Wllllama: o lrlandb, cujo valor mau alto é, para mult.01, sean O'Caaey. Uma da5 mJnhaa maiores per– plexidades no, prtmelro6 meses de vlalt.a à& llvra.rlaa l~le&ao era escolhtt o que comprar, na– quela multldlo de nomes des· conhecidos nas minha& lettul'u anter!ores. Achei dopou que um critério rãzoável aerla 'procurar concluir alguma coua do níl– mero de ed~• de cada. obra, rnaa aprendi ~•pressa que, para. •etJsfuer a voracidade Intelec– tual daquele povo que vive len– do, as edlçõea oe contam por dezenu e· que a repetlç!o ti· pogrt!lca de um livro nlo atg– nl!lca, llA!Ces6&rlamenl.e, que êle aeJa bom; maa tio 6()mente que tot lido por um gra.nde nwnero de peeao... Nl!.o obltante, cedo a gente aprende a a.dmlrar a. i:oeala de SUIIOOn .e de John Drlnlcwater, o llrl&mo tl!.o amarro de A. E . Housman . No romance descobre a inspl– r&Çl!.o estranha de Walter de la Mare, a gra:,deu de Sir Osbert Sltwell; no conto a m,,atrla de H. H . Munro, William Frey Harvey, Eltzabet.h Bowen. Slo tantos os gTandes nc!mes e tl!.o vut.a a produçlo, que a dlvul– saçl,o melhor •• faria com um simples relacionar de autores e de tltutos. !!:' curloec observar a. marca. da guerra. na personalld&de Jt. defJnlda de autores famo.."Os .... sun como na.a primeiras obru publlCàda.3 apól & ce.uaçlo du hootllldadea, procurar dlA 1111\llr alguna rum03 para a literatura lngleu contempora.nea. Numa. oplnllo puramente pes,oal e que ae baaelA em elemento. de observaçlo evdentemente limi– tados. a mim me parece que se esboça uma reação contra. o sur– re•llamo lntroepectlvo de Joyce. mu1to comprome Ido e ucrt!I• cado na !orça ,primitiva de aeu tmpeto pelo caboUSmo de ai· ~ '"d01 ea. d u- tra.nho lrlande..; a n 1- canalltlca em que a Utera ura reflete vida anl(Ulltlada da Ori·Bretanl'la de nouoo dJaa. há. necesaarlamente multo rea– lwno e a detlnlçlc de novo. canones. mu nlo pa:ece que vmha a predominar .o gero de certas forma.a a que em arte ae cx,nvenc.kmou chamar ..mo,. derna• . E nlo hA alntoaiu lmedllltoa de nenhuma. tran,. pla.ntaçllo. pare. aquele lado de Canal. do eaqultlto exl, nela· llamo de Jean Paul Sartre. Para quem tran conhUl– mento com o.a no de maior prestJslo na liter•tura tn1t•111 contemporanea, está reaer\ "a.da uma das mala dellcl01&s ,ur- ~~~ ~U:t •~tr! ta~ de glória que desponta, mas de talento illlrn\ldo em mais de vinte anoa de tra~hc• U– temlos. Com multo do en- ~!~~U~~• lei ~~~da.~u~ gham, maa · sem a f:h-olldade que oste !Ao frequentemente exibe. Waugh talvez seJ~ o mala tuclnante dos autores do gtupo tnglh contemporaneo. Cheloa daquele humor acre e "blasé~. tão próprio dos mem– bl'06 dai clas,es culw de sua terra. seu.. llvroe alo sobretudo de sátira aos preconceitos e ar– tl!lclos que definem os padrOd eocals de =• dlos. H4 mui· to de Eça de QueJroi na Umpl– du e elegancla de seu estuo. no humor ferino que dJ\ tanta graça e tanta vltolldod! t.s suas cbra.a, na mestria d: desmho de ieu.. personagens. T>l como o criador d' •o. Mata," cato'.1- t<:,;l~~.:~â \~i'tfc~ ~~i~ crlslas da sociedade de que tu r!t~e~ :~q~ebu! ~~ :~·ote~: fl't~ ~~ta~eto! :"f~t~: lho.n~ tal~n os. e ~ obra do El'elyn Waugh. por oi sõ. a fa– :ia no!Avel e rica. LETRAS F. ARTES A i\llOEl\~n,A E o n CO;,i– ORESSO DE ESCRITORES Nota-se grand• Inter...,, en- tre os lnt.e!eotuals pelo II Con– aresso Brasileiro de E.scr!tore,. a re.inlr-Ee em outubro próximo na cidade d• Belo Horizonte. cartas de Buenos Alre& ln! r· num que to::-marao a delega~Ao argentina, entre outros, Eduardo Mallea.. romanc15ta e um do• dl– retcru de .. La Naci~n ''.· autor de "La B:lb de Silencio" e • História de w= Pulon Ar••n· llua•; Max Dlckmo.n. tombém romnhclsta, a.uto·r de "I\t4dre AmE.rtca, ""Gente" e Esta Gene– raelon Perdida". volume rece:n– temente tra<luztdo e publicado llO•~ Oompar.hla Editora Naclo· nal: R3ul Navarro, poeta e tra– dutor, que Jà verteu para o cas– telhano va,r10:; romances e Ora– clll&IIO Ramoo. vorge Arnadc e Josf Llns de Rego e tern pronta para o prelo Um& AntolOlll& de Poeta. a modomoa brullelroa. Rtul Novarro eat.eve no BraaU hã menoo do um ano . Fala.•ae tatnWm na vinda de critico Hcctor ,\goltl. E consta. me&mo te Vl!ttari o COnllfesao, taun• ~ con!ermcla., o próprio ~- º ~a.:i'm:'i:. e:. =~ me conlldera.do um d°' sran– ~ hlatortactores da Republica Poema de SIMONOV (Tn.duztdo do tn.nck J)or M.AIUO FAUSTINO, para A PROVINCIA DO PARA') ESPERA POR M IM, QUE HEI DE VOLTAR! TENS POREM DE:· ESPERAR COM FE' E DE fODO o CORACÃO! ESPERA POR MIM • NA MELANCOLIA SEM FIM DOS DIAS CHUVOSOS; ESPERA POR M •M NAS HORAS UIVANTES EM QUE A NEVE CAI; ESPERA POR MIM NA ANSIA SUFOCANTE DOS DIAS DE CA~OR; ESP!:RA ~OR J-.•JM QUANDO TODAS AS OUTRAS QUE POR OUTROS ESPERAM CANSAREM-SE DE ESPERAR .. • ESPERA POR hf M ESPERA, SIM ? • QUE ENFRENTAREI A MORTE . MA.S VOLTAREI! Prelúdio de "L'Apres Mldi d' ún Faune'' l'ol em 1893 que o Paris mmt– cal ou pelo menos o que de re– finado ha.vla em sua plateia. ~~ .i:aÚda~'~!'"'" ~ooÊ DEBUSSY. po\5 !oi n!soe ano que o aeu " String Quartet" e " La Demowele !lue" !oram pe· la primeira Vel: executadoo em púbico. o resultado dlaso foi a organização de um concerte só com obras auu, em Bruxelas - onde eu aú entlo com– p~amente d esconh ec.ld o - em ma.rço de 1894. Tu– de ficou a. carao de Eugene Yuy,,. os novoa trabalho, eu– pra cltadoa e duu ca.nções ••· riam executados e no flm do programa. umt1 partttllra manus– crita e lnMlta: " PRELUDIO, INTERLUDE et PARAPHRASE PINALE POUR "L'APRESMIDI D1JN PAUNE". E6se llltlmo traba.lho foi reUrado pelo com– poattcr por nio estar ainda. prontc pua. aer executado. De• buasy, seguindo a divisa que por ~~ ~: -~~~-~~ib:~: tu ruas pattltllras a. multa re· ~1:4:~~~=~~ ~: ~~ Vítor MARQUES (Pua A PROVlNCIA DO PAR.~') ele o afortunado reclplonte de uma vl!lta de nln!aG alvas e douradas, dh1namente tenru e · Indulgentes? Ou seria a lem– brança que ele parecia reter. sómente a· sombra da visto não ma is subrtancial que a .. chuva arlda" de notas de sua nauta ? Ele nt.o nbe ao certo. Mas ha· · vi-- certameilte ou ·certamente ht. entre os Junco~ escuros do lago que brilha ao fundo. ai· guma testemunha . Talvez que !o>sem oa cisnes. Não I To,;vez Natdas . Quem o sabe ao ce.rt.o ? Oada vu mlt!& lmprecl6Cls eis reaqutcloo de..a deliciosa expe– rl~ncla ". • Gosse segue avante com ambiguidade no aasunlo procurant'!o descrever com suu palavra, o cenário e a ação pln· ta<IC• por Mallarmf. " O aol está ffl".'TDO e acolhedora a grama e ele preguiçosamente requebra– se .e ergue-se depois de render seu prel de reverencia à efi– caz estrela do vinho, para que po!.sa continuar seu dublo extase no ma.Is esperançoso bosquejo de =a~º ~~~~ºv~u~ i:~:.r.~ mldl d'un !aune" que aconipa– nbsdo como está com uma per· feita ~uavldatle de linguagem e ritmo melodlco, forma um todo do qual nadll mais se pode e,– perar. Supre uma lmpressl!.o almRl•s e dlret3 da beleza fl· s!ca, da harmonia e da cór: é oxcessll'amente mellfluo quan· do o ouvido compreende que o poeta ao oontrárlo de ser um escravo dos Alenxandrlnos, en– trelaça suu variações como ao fõra um composltcr musical". De acórdo com uma Unha at:lbutda a Debussy, o "'Prelu– de ·• evoca "as cenas wcesstvas dos de•eJos e acnhos do Pauno nc.quele morno ..aprh-mldl ". Nao há _em no!!a terr•, melhor diremos. no Bra . · ril. q •••m nao C11arde na memória o nome d~ Rer meto Uma . · pequeninos detalhes, nessa busca etuna. que Impele os verdàdelros artutaa em demandll do allpre· mo ldea.l da perfeição e da be– leza, que é a Arte . Vinha Já trabalhando nessa obra a dois a.nos quando no verão de 1894, achou que o trabalho Ji estava em condlçõea de aer apresentado ~ publico. Aa aegunda e ter– cdra partes foram abandona– das. A peça de Debu58}' !oi en· tio ui.ado. 6Clb o presente mulo de "Prelude" no concerte ·da "Socmé Natlonate••, 10b a batuta de Gustavo Doret. Char· , lea Koechlln narra que a acúa· tlu da Sala d 'Harcourt era de– ficiente. e a execução nlo !oi da1 melhores eipedalmente por tal'. de ensálOII. Mesmo alllm r,,eta ~u,. se celebrlsou pelo seu formoso so– neto ··sautr.", Uer:neto Lima, paraense de nascl– ,nento. no ,rrdor da mocidade transferiu sua resl– dênch para " Capital do País, onde se formou em Direito e v•nccu no mundo das letras, tendo ali ta – iocld•, nã o faz multo tempo . De seu livro "Estala rmttce" o primeiro publicado, fomos buscar "Sonha Uáu" sonel.o em ·rujos versos o poeta, a par da éx pressivldad• <la roncepção, nos extasio. com áa efu– rões llr"c,u de' um atormenla~o cja fórma . - J . F . i.•, ~onl,el Que te via docemente n • teu le\to d~ vtrg m repousada. Dor111 i~e a sorrú' . . J é. no orlente ·,lnha rc,mp~r<:o a luz da madrugada. V.?Otrava~ o teu colo lateleente e cs contornos oa perna burllada, t ~1s catetos r,um brilho refulgente e'I, óndas &e espraiavam na almofada . a " Prelude" obteve Imediato auceaso. tmdo lldo bludo neua primeira. apreaentaçt.c,. Andrf M•ua1er e l!:douard Oolonne 10110 lnclulra.m em aeua prorra• ma~ a nova compos!çlo que de· pola de lmpreasa tornou·&e co– nhecida no est.ranaelro. O "Pre!ude •· pance ter so– brevivido aoa a. quea e lmlta– çõe . aem perder aeu encant? e :~ez:. P:a~i~esc1e:t. 6 ~e •~~ aparecimento. Quanto à -.tola.· çlo felt.:i pelo 13,\llet Russo de Dli>glúlev em 1913. a. desaprova– ção d Debu,sy foi completa. co– mo deve er aldo a de Mallarm6. A vlsua.Jlaação c,rbltrárla e ai- · tamente eatm, da. de NIJlnsky. ~':~~a'°"~~eo~"l1~~e(ne';W!~ velmen e o lragll e dellcado so· nho do poeta e não me a sua sutU reveren e translação para os lona . As pala,Tas de Debussy sob:e a creaçto de NIJlnsky Co– ram ao •e~ulntes : " E' Ido, é realmente Dalcrozlano ,.. Mallarmé havia publicado ,eu Ec<>gle "l.,"Aprh·mldl C:l"un fau– be" em 1878 em forma. de pan– fleto. com Ilustrações de Manet, foe;;~• ~c~:t~~~;~tr,,do rf.: b= cutarnenle segutu ,eus melhor a lnatlntca em evitar qwtlquer pintura Interlinear do p: ema. Sua. música coloca·oc cuidadosamente ao lado das de· llcadaa e emplrlcaa lmagons so– nhadora• do poeta e a,senta run própria reflexão mais rem~ta. cerno ae à parte. ~m anteclpa~ão ou prepa.raç!o. Mallarm~ ficou enru.lum d~ com a parti llr, e é c!tado por Debuuy - em car- ~t! :J~.ª~t:u!'J,t~ c~~n:d; em ão do meu poema e flxa a cena multo mel.a vivamente do que a cór poderis ter conse– gutdo" . E o poeta tn,creveu o seguinte verso numa cóplo : " 6ylvaJn, d'haleJne premtere :::: L'\ nute a réussl- Quls toute la Jumlêre Qu·y sou!flera Debu,sy" . Sômente um poeta do grande pe:lcla e mal:r segurança pode· ria a.tender k traduçt.o das eco· · gus rlmad,s de Matlatmé, reu complexo de sugestões, seu "la.· blrlnto" com ele próprio cha – ma ·a •·:uioni.ado de flores " . Arthur Symons·.em seu •• Tfie Svmbollst Movement !n Modern Llterature" escreveu : Chego a supõr que o veno nio p: derta ser traduz.fdfl" e tal a.ss !.rtlva d.eve ser tida como verdadeira. Cttaremõõ m, entanto a tte.1 slnópse do Edmund Go&se !eito. em seu "Quctfom, at Issue" : - " Apsreceu no florll~ge que aca· ba de rs i::1:, : •do. e eu o ll outra ve; c:mo Já havia feito' tant-as vezes a.ntes. Pa.ra d.iz2r qlje eu comp,·eendl pedoço por pedaço. Ira.ao por frase, serio excessivo. . Ma1 !e for pergun– tado ae hte famoso milagre de Ininteligibilidade m~ foi de ai· gum deleite, cordlolmente re•– pooderel : Sim . Eu até tma~no obter dele tio definitiva e acllda tmpresalo como a que. Mallarmé ~va produalr. EI! o que U : Um fauno - a!mples, aensual. e apatxonado eer - acorda~ae na floreata ao nucer da aurora e procura. reco,dar-e daa experl– encla.a da. tarde puaada. . . , Fõra A;,.'lVés 1't ~o,r-1~ - um puro linho - v; teus teloa 1a 1 tando de mansinho... Que sei·,! dtv111elsl Eram dois jambos .. . ~ a' ,' de vã quimera Isso não passai s~ f?&;e rea!IC:ade!.. : Que desgraça! Que d{>; ,,tl'c, meu Deus! para nós ambos! · HERMETO LlMA A America --.Como ela , e Regina PESCE NOVA IORQOE - Agoat.:, de 1947 - Nova Iorque es tá deprimida. resfolegando com o calor Irreverente que tf! abateu sobre a cidade . Os ponteiros dos grandes termos me r . nas vé.rlas praças p11- blizas, contlnúam apontan– do, Impiedosamente, para 1>s 80. os 90 grãus . . . E o po , o, julgando combater o suor 111- comodo. mul ipllca o const•· mo de sorvetes e refrescos. 0 3 "drug-stores". com seus belos e gostosos "ice-crearr – sodas" : " Nedlcks". com seu célebre "orange-drink"; car– rinhos ambulantes com &0r– ve e - enfim. todo lugdr onde houver algo gelado, e1- tá rodeado de gente Porém. nos rtns de semc.– na é que o povo encontra verdadeiro alivio para ·essa tensão. Ealndo da cidade . .% praias de L:mg Island. Con~y Island. e mesmo as mais dl!:– tantes. tanto no Estad" de New York como no d e New J ersey, ficam salpicadas 'd~ pontinhos coloridos. Assim lambem cs parques públlcr,z, onde multa~ vezes h á uma pequena lagôa que q po o usa para nadar, e onde há sempre boa sorr.:1ra para um plc-nh: e relva macia para uma sonéca. Aos domingos, esses parques ficam replet<Js de carros e é interessante ver aquela perção de gente. aos grupos, organlzando o car.– tlnho escolhido, sem se preo– cupar com os que os rodelan, Em' gerai, esses lugares w– tlnados a plc-ulcr. possuel" uns rústicos fogões de pe– dra, e ai! preparam . seu li– geiro almoço. Assim, pas– sando por um parque, tem– se um espetáculo variado : aqui, uma toalha esterldl:I:. sobre .a relva, com uma tur– mlnha !am!nta saboreándo os petiscos; adiante, dois na– morados se beijam e se aca– riciam, felizes e despreocu– pados, alheios ao mundo que os cerca; acolá. alguem lé compenetrado utn livro c~=– tamente Interessante; e há ainda aquele cidadão dor- mindo placidamente, e um grupo de moças gargalhan– do, e duas senhcras que con– versam, enquanto as crian– ças correm e constroem cas– telos de areia, aem con t.c.r com os banhistas que nó.o acham na.da melhor do que um mergulho na água fres- qulnha . •. . Quando o domingo está ti terminar e todos voltam â. cidade. para recomeçar a se– mana de trabalho. é qi;~ realmente se vê quanto é usado. aqui. o "week-end". Nas estradas principais que rodeiam New York, juntam– se milhares de carros, afluin– do de todas as partes e, par a se percorrer um trecho de 8 ou lO qullometros, demora– s~. às veFG, mais de ur.,a hora, pois é preciso mover-.se aos m ct:os, paranJo a toJc, Instante. em melo a filas de automóveis cujo tlm não é possivel ver-se. Podemos 11- zer que lo! a primeira cida– de em que vimos tantos car– ros - _o· que, atinai, é natu– ral con:zquencla de sua po– pubçii:> E entii.o. com calor ou n ãt., New Yorlr ret'omeça sua vld?, agitada . El -Moroco, copa– cabana. Stork Club e o Quar – tler Latln, voltam a ter seus salões congestionados. No ·•roo!" do Hotel Astor sempre h i gente suficiente para aplaudir as boas orquestras que ali se fazem ouvir. assim como no "Cascadea"': do BII· tmore Hote l, salão onde juntamente. com a m\Í41r.l\ !.em:se a melodia ae uma nll• n~ula cascata que ali ,ar– ranjaram, Justlflcand.o-lhe o nome ... O "Tlco-tlco" contlnúP. aparecendo nos salões di: dança, tendo-o nós ouvldc. em vários ritmos dlterenteR, até mesmo melo clássico! Outro samba, porém, está s~ Impondo: nosso velho "Nãc .tenho lé.grlmaa". Em várias casas de música de Times Square e da Rua 42, ouve-s~ essa música tão seguldamen- (Oonthiúa na lOa. p&J,) NOTAS DE UM CONSTANTE LEITOR ·Emily Bronte e o romantismo ingfê 6AO PAULO. Agõsto - R.e· lendo agora •o morro do& vm– t.os ull'ante•"· na bela tradu– ção de Rachel de Queiroz. •ln• to ,-oltar em mim a senoaçlo especJa.l que nos provoca a ro– ma.ntismo Inglês ! Prlnclpalniente a. · partir de 1830, a. literatura Inglesa defi– ne sua& caracterlstlcas roman· tJM.S. Quando Eml!y Bronte publica. · em 1847 a, primeira edlçl!.o do "Wllt.hering HeJght&• ~~cle'.'°:nf"l:1!. a u~~ ~r~lni:1~: ~enelas dominantes do mundo romantlco . E' mais uma das t.endenclas da proprla literatura Inglesa. AiOra. ao aproximar-se o centenário desse llvro tl!.o tos– ·teJado pelo fen-or romanUoo dos nossos djas. podemos. de !a te. ao fazer a aferição dos ,•aJores dlur que e5'e lnTO não é l!6 o !rutc de uma. época, a expre&Slo fiel da senslbUldade de um determinado tempo, mas é também um documente de cultura que não faz outra. -001- sa senão acentuar um dos » · pectos peculiares da senalblll– dade Inglesa. revelada desde os tempos de Shakospeare. Hoje es!A multo em moda. o !alar-se em angúsl,10,, oom um acento de verdade unl~eual. TJnamuno vtu-a. como a. pro– prla. definição da alma. caste– lhana . Mas, por sua vez. po– demos ver uma angústia, que se projeta por aua vu na ai– .ma lngleoa. Nesse lnalês prosaico. coloni– zador, obJttl>'o, multo chegado ~ realismo. 1" sugestões do mundo ,vl51vel, hA, entretanto, um a ngustJado. um ••r que nt.o se conforma cem o visto e que procura pela aventura, pela lmaglna.çlo e pelo sonho, en– trar em contacte com o lnex– pltcavel, com o estranho. oom o exótioo. Aaslm, vemos que ledo o dan– d!Emo lnglfs tudo o que ex· pJcla OScar Wilde e Bernard Shaw oomo explicava Tonkeray Byron, vem dessa lut.a contra o preclao, aceito, definido. E hlL sempre qualquer ool.a de sério e de profundo que vai além do poeltJvl151no, do expe– rimentalismo e do puritanis– mo. Ma.a nl!.o é 1!6. ! :a.se re,speltc, espontaneo e tradicional que tem o 1ng1e,. pelas 6Cllenldade• e pompu e&Sa preocupação pe– lo tra,Je que !e,; oom que Ca.r– lyle, de!tnl&6e o homem como o arumal que ae veste vem dea– aa. 110bra. pr!mttJva. de sua alma do respeito qu-e lhe inspira 0~ mlsterioa da vida. • · Dlzl& Talne que "dentro de um cerebro 1ng1e. há mutk>• falos e poucas Idéias•. Ma.a é Justamente ...a falta de ld61u que conduz a. sua Imaginação para o apl\rak>, para o mundo desconhecido, para. o lrrevolado, para o exótloo e o fant.áotle<r. A leitura de ll:mlly Bronl'e, nlo 6Ó pelo valor literário da. aut,ora, lllAS principalmente pelo modc com que conduziu o a&auntc noa aproxlm& da raiz comum da Uteratma Inglesa, d-. literatura que produz no romantJamo o "Wanderley" de Walter Scott e, em noaaos dl... o "Ulisse&º de Joyce e ºMn. Dalloway" de Vlrtrlnla Wool!. Talvez a paisagem de Thor– lon, onde nasceu EmUy aeJa. uma pal&agem e,tranha. Tal– vez me mo sejam 6Clmbrlos. oo– mo gemidos de alma& penadas, 01 ventos em York-shlre. MM !i<I uma. lngleu como EmUy, desconfiada e arredia, poderia sugerir tudo aqu11o que os aa– peroa vefltoa •ugerem. onde baUam vivos e mortos, !antaa– maa e duendes . Vivendo, no seu Isolamento, fechada em 11 mesma. e.nvol- ~~u"ca""~ :i~:g~e• i,r;rr'!ro! contam que nllo exlaUu, em dia algum, o leite da urnura hu– mana, Emlly sentiu que ro po– dia espiar a vida pela poesia e pelo romance. O deserte que a envolvia Uumlnava a\lll alma o• temas doo desesperos da vi• da . O silencio, a.s longa, hcraa calldaa, augeriam-lhe a exla– tencla de cotAaa Jnexlatentea a auper!lclalldade do real, o de- 5Bpareclmento na ltnha entre a realidade e o oonho EmUy de!lnJu·&e num de aeua poemas quando falava em almaa que se agitavam em regiõea ob&cu– ru: "Thy mlnd la ever mogtng•. "ln reslons dark te t.hee" . Ma.a é ai que &e aviva a. fe- bre lngleaa pelo de&eonhecldo. pela avontura, pela &eduçlo doa mundoa lrreveladoo, essa von– tade de espiar à8 trevas, multo pecullor ao genlo feminino . Não é t. toa com efeltc, a pre– sença em relevo do elemento feminino na ltteratura tniilesa. da !orça de uma GeQrges Ellot, daa lrml!.e Bront. de Jeane Aus– t.en ou de uma Vlrglnla Woolf. Ioolados nos paramo, agres– tes e 6Clmbrfos de York.shlre EmUy, aos dezessela anos, ••· tava entregue à leitura dos grandes meatres, como Sha· kespeare, Ooldsmlth. MÚton, Pope, ~yron. Wortúworth, sout, etc. Em Hawort.h, durante o Not.al os projetos. entre aa Ir– mã.e Bronte eram llterll.rloS. A ease cltma mental e cultural somavam-se os influxos do tempo e da região. Charlotte Bronte revelava urna porção de upecloa !nte• reasantes da vida de sua Ir– mã esqu1va e arredia, dentro desse cenário. Ela recorda que, . numa manhi, qua.ndo ainda ti• nha. quatcrze anos, um desco· nhecldo alarmou. com suas ba– tidas, a porta da cozinha de au-a casa . Tobby !oi quem a a.brlu, estabelecendo com o des– conhecido, o a,gulnte dialogo : - Vive aqui um pastor ? -Sim. -Quero ve·lo. .- Ea!A doente. - Tenho uma mensarem pa- ra ele. -De quem? -De Deua. -De quem ? -De Deua. Maa, multu ve,.ea, a mensa– gem nlo era ~e Deus. Os ven• toe lnalnua.vam w: r.ea de além tumulo e a escurldlo daa noi– tes eram povoadas pelu aa- 110mbraçõea. Neaaa Jovem delt.errad& doa Cândido MOTTA FILHO (Para oo "Olirloo Aao<>Cla400") arandeo aconteclmentca, com a sua. pstoologl& Irritada e nos· talalca de tuberouloae, eatanm u mesmas lnsplraçõea do ae– nJo shakeapearea.no , a IDHl!lt. • a.ngllstl& de Hamlet<>. O amor que ela descreve é um deaes– _pero que a.roe oomo uma. eh&· ma. Ele nlo f , llOI aeua ta.n– eta romantlcos um 110nhc de fellcldade. um ·aconchego um.a compreent&o mas um conflito, um anta,onlamo, um Inferno de sentlrnontoa lnexpllcavels . •o morro dos venloa utvan– tes• é assim um rornence em que o amor l!6 serve para acen · tuar, por entre figura.a cruela e selvagens, a. força dra.m4tlca doo destinos lnoompreendldos Nease romance. a.greste desde , a• prlmelru pqlnu. os hc– mons, os animais e a paJsa1em alo a.penas aspectos agreallvos da. vida. E as !IJUr&l! centra.Is, Catherine e Hea.t.hcl!Jf, na ter– rlvel paixão que os dõmina. ne· ceS$ltam como no teatro wa.a• nerla.no, da colabora.ção central da pal.acem. Nlo basta para Emlly o espantoso conflito des– sas pobres alma.s cheia& de odlos tenebrosos. E' necessário ~r:1:=d~~~~~e :~; desesperos pelas mil vozes dCl ,,ento.. . Que ndo ele senie peloo bel· r&ls, noite a dentro, ·o gemido é também de Catherine e de Heat.hcll!!. Aproximaram-se es· sas dua.a criaturas para. criar o mais trágioo esplrtto de &epa– raçlo I Quando &e pensa que eles Sio dota amores, vitimas das condições de momento ou das oondlções formadas pela ordem aoclal ou pelo capricho tempero.menta). e n e o n t r a-se duas almas, oen, oonclllaç&o posslvel, a aerv!ç0 do um tra· ma obscuro de !orças 1nvenc1- vels. Há oomo que um odlo coamloo de permeio ne&Se casal smoroso, um odto cogo e bru– tal que provem de !ontea lna– tJngll'e\5 t. curiosidada huma.– na. He"at.hcll!t vitima do aban– dono lnfanW acumul& o aeu despeito nc deoorrer da exta– tencla . Sua. preaenç& no mun– do, descendo um dia aujo e ca· beludo de um saco como um cl!.oslnho du ruaa de Liverpool o para semear desentendlmen– loa, d~pertar repulsas e vin– gança.a. Afinal, quando Oat.he• r1lle m«rf e ele laD IIOlldll de sua morte a ,ua atltade • • quem, no aeu trenarlO, lllo compreende a Vide NDlo com uma eequencla de vuiau,oa. Ao ter conbeclmenlo que • morreu, aem referlr·M ao 1111 nome exclama. Beatbclltf, - J)IIYOl'OI& veemencl&: - •To- mara que aoonle em - toa 1· & acreocml& num ID• sensato ruror: - •Po1a f~ uma oraçlc e bit de repeti·!& a\6 que mJnb& Jtnrua ie para• llae: · cat.herlne E&rn,bsw, praza. a Deua que nlo tenhu deacaneo enquanto eu 'W j ,er 1 Dtaseste que eu te m1 t:1. poli peraegue-me arora com o i.. fantasma I Sei que a v,ttma peraeaue o &IIUltno, E tel qa andam al~f;,nadas p,1a ter• ra . Fica para lffllJII'-. toma. qualquer fomu, entoq– ce-me I Maa nlo me delx ,: ~ te abismo onde nlo te enoontrar I Oh Benllt>r I N– o aieJ axpllc&r I Nlo P0S10 Yl– ,er aem a mJnb& vlú I NIO poMO viver 1e111 a mlnb& almA J•. Em 1847, tudo ~ pu'Nla 11 Ir da alma romani. de Emlly Bronte. &aMa c1uu fl,. IUfl.6 vlnha.m de IU&I &Dlllltlaa numa emoclona.nte oonfullO entre o ,onbo e a. realldade. O deeeapero Ira.do de He&tdlff. de um hOmem que foi lllllado e que !oi educado pela earlda/19 provem entretanto dessa tem– vel ang1!Jtl& que di ao hom– o aenUdo de ,ua mlaerl&. O&• t.herlne era aua ílntca e,poran– ça. E quando e espera.nça desapareceu, a vida transtor• mou-se num Inferno. O mundo perdeu em !l(lnl.tlcado e oa mor• toa se con!undlram oom OI Yl– vos. B Hea.t.hclUf a.nela pela pat. ugem arrepiada. doa vmloa 111• vantea como um loulX> culU• vando e lutando com fantu– mu. Em)ly Bronle, im pi- ro– manúamo, sarante deue modo, a co01tante oportunidade de sua crla.çio pela fldelIda<!, IIO temperamento lngl6a a oue &1• peoto alngular da ,lt.eratura ID• alosa qu11 tu do sonho • do mlatérto uma das felç6"..1 da realidade . Eml!y Bronte t1ola, como o criv.dor do Mamlolo, qu~ 10mo1 feltoe da muma ma• delra oom qua • !a1em oa ao• nhoa. ·como surgiu o Teatro Sarah Bernhardth por Léon TREICH (Copf111bt do 11.1'1.I 1111 dunnte - arúar JaU• mo. ~ qual oompa.recttam Lu· clen Oultry, Jear, RJoheptft, Prançola de Nlon, atgumu ae– nhoraa wr. Jovem parisiense, Pierre t.chenal, pintor e poeta, que oferecera.m a Barah Ber– nhal'dt o teatro que Iria batl– aar com o aeu nome e que ago– ra Charles Dullln 6 óbrl&ldc a. a ba.ndonar. Sarah, com aua. e!.em• Juven• tude, ae queixava. da lncompre– enalo de oer1o1 diretor.. de teatro, multe a.wrment&dOI oom preocupações materiais, pouco propenaoa a. dar oportunidade a obra, verdadeiramente artla• tlcaa : - Dois e dota alo qua.trc t dllle Luclen Oultry, oom um sorriso amorelo. Nada lllllla atm11tes que urna ooma. e nada menoo &e preate a devenei,,. art.lattcoa. - Pa~e-me, dllle Sarah, re– pentinamente mergulhada nlO &e sabe em que 6Clnho, que, p.,-a nó,, artl.ataa, tudo deve !a.zer quatro, oxoeto dela e dei.a. - como ... 1m I gritou lmpe– tuooa.mente Pierre Lachenal. o,uo riAo tinha. ainda. t,rlnt& a.no , e era tio !a.ntaallta e amável como cm aua. moclda.de . Por• que nAo tema você . mesma a. dlreçl!.o de um !-'atro ? Luclen Oultry tinha Jf. dl– rlrldo a ~naacença; com um oorrlso de mota, aquleaceu sen· tilmente: - Se há um comediante, ou uma comediante, com capa.ci – dade para dirigir um tea.tro, êste é você. Seu nome 6 um.a lnalgnl& de ouro. Sarah desalou a. rir. - Eu, dlrelora. 1.. . Seu rl6CI cortáva. u r....... - Eu diretora 1. . . Mu qua !arei qua.ndo .nl!.o puder rnels me zansar com o meu dlretDr ? - Você tert. sempre o recur– ao de &e zangar com os seus ~,{~{a ~~g~\~n. amavelmente A aegunda re!lexlo da gran– de tnglca !oi mala favorável; encarava, então. com aua fui· gurante lmagJna.Çáo, toda& u :n~~~t:!!f l~~71rtam dos- -Iate aerla, pelo menoa, um lugar !orçadõ para mim. Quan– do tu tiver conta$ a. paaar. tal– vez me tome económica. -Novamente u li u1õe1, m=urou a.legremcnte Luclen Oultry, acer\dendo um ctaarro. Talvel:. ma.a Sarah para!u– uva. no aaaunto.. . - Por outro la.do , meu pe– queno ·Pierre. respondeu ela. a Lachenal, é uma bela ldél& fundar um Teatro, mu. ~uai Teatro? -O Teatro da.1 Naçõea. No entretantc, naquela t&rcle.. u cotau nlo !oram multo além. Deade oa !lnl de 11181, a. aran• de a.rtJata estava. de a.cõrclo com a !dila. Deate modo, oonflõu, certc dia, a Pierre Lachen&1 : -Bate teatro eu o betllarel com o meu nome. Nlo por or– guthO, nlo IIOU tio tela, DIU. para entregar-me a tle de oor– PO e alma.. lato 6 uma pi-an. tia 1u• eu otereoerel a todos OI parlslemea. Estou certa · que e1ea OOD!la.r&o em mim. o Oonaelho KUnlcl~ .. quem pertencia - u1a, ~ LETRAS E ARTES l'BOXIMAI IDIÇOU VOO& B A mmn-t'AllD– DADE, 2.a edlClo da PODQlaf obra. de Alnram llchelllfe!I( Q1II !oi auxUtad~. n parte da 1w– tlca, pelo PT'Clf. Morlon D. llch– weltar da VnlVenld&de de Coi:,, nell. Volume da Ooleclo A O!– encle de HnJe, com 1:13 llultra• çõea. Tra.duçlO' do Dr. A. Prli– rede Carvalho. ARCO DO TIU• UNFO, o motf.vel 11en-.11er c11 Erich Mar!& Remarqae. em tra• duç&o de Wanda Mor1e1 de Outro A BALA DE OURO <hll– tõrla de um tcrtme n>IJl&ntta,), por Pedro oatmon. Ooleçto o Romance da I Vida. 08 Ax.a– MAES <Dupla hlaWr!a ele uma nação/. por Ema Llldwls, 2.a edlçio. Uma dai obru D11111 bem realladaa do conhecido - ~~a) ~Livraria JOl6 Olymple Ellll'ALBADO VIVO Nlo é c:oatwne entra OI .crt– torea a.mertcanoa eaperar a mor• te doo bomena celebru dcs Es– taáoo Ullldo• para eacrner ,ua bloarafla. Ntnruem. entretanto, leva a mal ~ que a nóe, IMID01o pllrecerJa ezc:Nllvamente apr.– aado. John Wlnll:ler. entre outroa, eapecl&llaou-M em llvr01 conaa- ~~ S:,0-ba:" cio.~ a.llu tr&dllàb eapanhol, - HearateRocllfell9. nenhum deaea ~ .-. dorea da Jndúatrla a-rema lnaplrou Uteratun tio lm~ l:ct~:,~~~-~ Quando atsuem lbe f&J&va - eacrttorea %ue lbe COllUll'UUII =~11ci:..,r:~ aon1a • -"Bem dl)vld&. sem ddvlda•• empalharam-me vtYO 1.•• LIVKOI PUA A -o Nerltor tos. da dei.. t. mi.co . da lmprena lem para OI edllorea, DO Vl4nm auu ollru. pooaa ele d.e panllaem~ •belWlció• -· lll'ullalra. o IIIICllr,co • "lllr. A. D -Vlllleo- 111-A'Nlllll
RkJQdWJsaXNoZXIy MjU4NjU0