A Provincia do Pará 30 de novembro de 1947
Pãgfna 10 A PROVtNC !A DO P A R A "INDISPENSAVEL O OBJET-IVO SOCIAL NA LITERATU !LETRAS EARTES! A SAGA DE GALSWORTHY Brito BROCA Só a pouca repereu!MO que tlm aempre entre nó& u eol&a.s lttttiriaS expUca que a no,.,.ga critica nAo ae ocupuse convenien– temente de uma obra clcllca de tanta 1mp0rtlncla, como a ·• Crõ-– nlca das Fonyte", de John Gúworthf· cuJoo volumu " O Pro· pnetárlo", u1rene'" e "Deaperta.r"', fora.m traduztdol com tallto carinho pela e=1tora Raquel de QUelr<>z (Livraria Joeé Ollmplo Editora). Nas colunas de •~ta•, Ant.'nlo Constantino rol um doa pouC06 crfttcoa a ee ocuparem de t&l obra. Na verdade, os romances de Oabworthy, à aemelha.nça dos de Jane AU!ten. fogem a um certo aemaclonallmlo. Todo o lnt.erfsoe vem da delicadeza das anA!l.,es, da capa.e.Idade do autor de retratar po!colbgjcamente as personagena. o. uma p&cologla que, dlgamoa de pooaagem, nada tem com o "J~liemgreennl.mlo" e o ,rub-pru.stlmlo" doo"°"""" dlaS. ~ descrevendo a hls– t;lrla de uma !amJlla, a. exemplo de Zola, GalavrorU,y úa.sta-.. Inteiramente desta, nlo aó no plano da obra, como na ma.nelra de tratar as pen,onagen.s. Pode--ae, entret&Dto, fazer um dlag– nóetlco dos Forsyte. d& mesm& manelr& que Ji ,e o rez dos Rongon-M&cquart. Ess& tare!& tentou o critico rrancH Edouard Ouyo'- num livro, que recomendo como o guia maia aeguro para r.-"ua"'tró'l:;g":;,": ~-obra, não <ó de rom&nelsta, como )l,<preasão perte!bmente caracterfstlca. da burguesia Inglesa, Da Ponyte tbn, não sbmente, um códlao de conduta, como de oentlrnento. C&da lllffllbro da respdt&vel clA deve sentir de u'a ma.netra - perdõem·me a lmprovlz&ção do ~rmo - de u 'a maneira "fonytica". E t eaaa luta entre o .. forsyttsmo" de um dOS peraonaaena prtnctpais, Soames, com o amõr, ou melhor, a natureza, encarnada na peasó& mave e ollmplca que comUtút, de manetra geral, ..o tema da obra. Soames, em deatntellg!ncia intima com a gua e3])Õ5&, manda constnlir uma cua de canrpo, em que pretendi& encerri·la. reeolvendo, a.sslm, em - de propriedade, o que aó poderi ser reaolvtdo em ~rmos afeUvos. Pua corueguJr o seu desiderato e nngar-se da .,pós&, fie n1o hesita em lev&r à ruJna o a.rqult.eto encarregado da construção da ca.sa - e que MI tornára. amante de Irene - mas, a mu.lher lhe escapa aenttment&lmente. Os anos paa,sam, aur1e uma nova ..,,._çAo de Porsyte e a figura de Irene !la a dominar o romance - tmaaem da Belt2& e do Am<lr, em tõrno dos qua!a se debate o Instinto material de propriedade, fundamento de uma. burguesia perfeitamente conaolldad&. Jato, porm>, n1o chej& a dar uma. 1atts, mesmo !mperfelta, da aag& dos Porsyte. RAOBEL DE QUEmoz R&chel de Queiroz. cuja atl· vtdado de escritora está hoje em dia ae desenvolvendo atravb de jorna!a, rev!Jtas, num& colabo– ração pemw,ente de crclntc&.s e artlaos e atravb de traduçõe, do Uvros, atividade que tambffl, exerce continua.mente. d ea d e º M Três M.ar1a.s", nada prom~ tia ao seu pábllco tio numeroso por todo ~sae Brull. No entan• to, a roma.nc! ata cea.rense f hoje em dia um& das ma.lares llguns femininas das letras braa!lelru, e ,rua ma.turtdade de estilo e pensamento Ji estava a. exigir um novo livro em que pud6ue· moa sent.tr a escritora na pJenl· tude de todoa os aeus recur!OS artistJcoa e humanos. 't..ue novo livro, podemos agora anuncl,·lo. Rachel de Queiroz acaba do en· ~i:/ osu;l~ai;°3: "~!~~~ zela e a. Moura TOrt&" Ccrõnl• caa e rem1nlsdnclu), em que ae reunem as melhores p'atnu da escrllora pubUcada& no " Cor· reto da Manhã" e em " O Jor· nal ". Por outro lado, a mesma edJtora anuncia para breve o aparecJmento de •urrb Raman· ces ,.• em que eatarlo reunidos num IÓ volume .. O Qulnu", ..Joio Mtsue.1" e ºCamlnhoa de Pedras". os trts primeiros llvros de llcçlo da snndo tradutora de "Santa Terba" e de .. Doa-– tolevül. Rachel do QUelroz estA ulllm&ndo um novo romance e uma peça de teátro. EDITORES JAPONESES H' no Japão. atualmente. ape– gar das destrulçõe, cauaadu ~'!"nc1~1:-:.·Jr~ec!l:~;"J:~~ tu cua.s editoras que publlca.m, pelo men01. cinco Uvroa por àno. t;.sse numero. considerado com razão pequmo em v1st.a da ~ pulação d- pala. Ji represen· ta. contudo- um indlce do enor· me estõrço que vem sendo de--– genvolvldo pelas cu.as editoras do Japão, no sentido de retor– nar ao movlmento. bem grande. de auu publicações antes da f\lerra. Entretanto, o maior pro– blema enfrentado pelos editores Japoneses. muitos dos quais fo• ram obrljados a fechar suas pariu, 6 o problema do papel, que prlUcameote nlo vcLate no te.rrtt6rto met:ropoUtano do Ja· pio. Por outro la.do , o nümero de oflclnu Impressoras locnUaa· das principalmente em Tóquio. Osaka e Kioto- d!mtnulu consl· dttànlmente em comequtnc.ta dos bombardeias aéreoa e dos lncfnc!l01. pol5 que hà quatro anc». aqundo dadoa estatf.Gtlcos. aomavam &6 lmpruson1 JapG• nesu, 18.225 e em novembro de 194e t.xistlam apenas 3.t.?3, cl• ~ª~~~~~=~~ curto de quarenta e ollo me6U aJ)fflü. " EtrllmICE" Z A OPINIAO DE RACIIZL DE QUEIROZ Num excelente artigo publica· do no "Dtir1o de Noticias"· do Rio, Rachel de QUelroz, escre· vendo abbre o novo romance de José L1ns do IUiO - "=dl· f~o-su~~ ~~~.:t. va':s~ ae manifestou : ..Qu4ndo. há quatro anos atrú foi publicado "l"õgo Morto", peru,,! que o Josi L1ns do 1U10 hOU\t•Ue, com aquêle livro, atingido o seu pon· to mixlmo, o aeu zentte de ro• manct1ta. Mu iste recém-saido ••Eurídice", velo provar que o fabuloso Uns do l!'go aind& tem muJt& rtqueza ruardad& dentro de af e que fazendo embora o seu romance dklmo primeiro, 1 tlo capaz. de crlar cotaa nova e. grande como ae ~te f6s.!e agota o zseu 1egundo ou aeu terceiro encontro com o pübilco. Em • 1 E\lrldtceº, o roma.ncbta aUn– ge, no plano da J)rofund.Jdade. uma. grandeza ld!ntlca ou ma.lor à que ji conseguira antes al– cançar em atenslo". "A SONATA A Xltl!:UTZER" NO CINEM!I Os clnemu carlocU estio ext· blndo o filme araectino ..Tri– glca Suspeita", recebido pela critica especlaU..da com os maiores louvores, e cujo enrMo est'. baseado no famoso roman• co de Leon Tolstoi - " A sona– ta a Kreutur" - cuja traduç&o brutlelra, te.lta pelo roma.nctata Amando l"ontes, autor de .. Os ff~:aa;cJº 1 ofl~~\~ªdMJf::: na aua Coleção Fogos Cruzados. Os princlpa.ls paplls do rume. que i uma grande vitória do cinema argentino, llo deaempe· nhados pelos artistas Pedro Lo· pez e ZuUy Moreno. "BLITZ·POEMA • Como exemplo e modlli de. " blltz·poema", tlnhamos, na li• teratura braallelra, aquele famo– !O " A Batalha de lta.rar! ••, de Mutilo Mendes : A maior batalha da Am!rlca do [Sul Nio houve. MaLs breve alnda ! um pofma de Ptrtclts Eug!nlo da Silva Ra· Dlõl• tncluJdo no livro ·•Lamen· taçlo Floral'', que mereceu o PrlmJo l""iblo Prado do ino pu– udo. t: o " Epl;rama n. :I" , que tem o sub-tftulo de " Terra Na· la.! ": Infàncla, lrmi dozs pu!aros.. A e A s A D E s u D D (Colltln.U(IO 43 r,as. ,, '6o aos arranoos, e em voz tr!mula, que o pretenso gra· vador era um fe.ttlcelro da 6· pecle mais pura: que todo& os d1aa lhe dava noUclaa do filho enfermo em Peshawa.r, malJ depresM que o relAmp&go, e que eMU notlclaa eram 8ffll• pre conflrmad.u pela.a cartas D!.!ae-me mais que o felUcetro fl.ura·lbe yber qu.e um g:-a.n1e perigo ameaça,·• seu filho, ~– rtgo bse que podia ser ata.atado pelo Jo.doo puro e. natu.ralmen· te, por uma grande 10ma em dinheiro. Eu começava a en· trever exatamente o que ~e pu– eava. e dl5.e a Suddhoo que tam~m conhecia. uma pauco do /adoo á maneira. ocidental. e que 1r1A é.sua cau provtdencm para que tudo M! pa..ssa.sse de· centemente e em orcem. PartJ· mos Juntoa. Em caminho, Sud· dhoo me d1Me que ji pagara ao governador de cento e cinqueo· ta a duzentas rupias, t que o jadoo daquela noite lhe cwt.a– rta mata duzentas. Era barav, dJzJ.a !le. corulderando·se o pe· rlgo que corria seu filho, mas não ereto que f~e essa sua ,·erdade.tra oplnllo. Tõdas :JZS luzes ~tava.m ,•elada.s na !a· chada da casa. quando chegn• mos. Eu ou,'1.& muito bem tu. rtve.is rutdos que partiam d~ trá.6 da loja que o gravador ocupava. Dlr·se·la um homem atarefado em entregar a almn a fôrça de gemer. Suddhoo es• tremeda d06 pés a ca.beça e, enquanto ~ublamos a escada ,s apalpadela.s, !le me disse que o Jadoo Jé. começara. Janoo e Azi· ..Cl6Tb de Gu.iun~o 6 o beoJamJ..a. do.s poetu puae.o.sei DOf no•os 6 o 61tlmo ~ lclade e J4 um dot prlmelro1 t-m merecimento. Dele se pod~ dlur que com ou por onde ir.ut – tot •c.aba.m. !:' ainda um. adole,unte, mu Ji H tu um nome almpitleo e de T&lor'·. A.1.1lm H proou.nclan sobre o pe.rrtLl.do de hoJe, •I por volt.a de 19Z5-H, pd& "A Semana", do s.audoso .Udde1 Santos, aquele lnolrldan.l, tuliura.nte 10nh.ador que foi JOM 51m6es . Pr'Heotemente, Clól"U de Gusml.o rl•e 011 cap\. tal da Rep6bllea, pua onde tr&n$J>Ortou-ae hi cerca de t:l1 lustros. Ao que pa.nce, aUH.ntou•ae da e~le.ndorou. reslio do JleUcon . IDllu.ndo, e.nuetanto, n.a lmpre.nu. do sul, aobretudo 11• do Rlo. Cl6YU de Gunnlo cr~eoc.lou.1e e.1critor de altos conaetime.ntot, tendo, hi anoa, publlu do "Jtondon", Uno que Ta.Je por fidedJtno roteiro ela 11.d, na seh'a, do rnode, her6lco bandtln.nte do sfculo XX; n.lo fu multo a.nu.ndou-no1 ••Grt– lelros"' - toml.nce de elevado sentido 1ocW em que o autor ae propunha erp6r, aos DO&SOS olho,, 01 Tirloa problemu que aCU .e.tn o bome.m oo tt.rtlo paullata. No "Do meu drama pu. alolUJ'". J)fH.Dla em quatone TU'IOI, de um IU&l'e Urtsmo outo– D..ll. Clóvis de ºGu,mio pro•a a rutilantla da l.nsplnçlo de! quem. como poeta, trou.u do l>e.rto a centelha dtrtn.a. - J . F . DO MEU DRAMA PASSIONAL E ANDO TR16TE A C16KAR, PELAS TARD!:S AMENAS, <;UA.."'f'DO A VJDA, AO eot. POR. DE TRISTEZAS 6E IN1'LÃMA. QO~ A AMAltGt'JRA FEROZ DO MEU INTIMO DRAMA TODO Ml!l ENCHE DE MAGUA E RZMORSOS E PENA&I LlBti.UL.-\ DO AMOR. A VO'r.JAJt JUNTO A' CHAMA DA PREJ,[!'.NT!: U..tT8Ã0 COM QUE. AO LONGE, :Mi: ACENAS COMO INCE?HSO Q'O'EIJ,«I MINHAS HORAS SERENAS E Dl MIL POD4A.8 DEB1'EZ A MINHºALMA QOE TE AMA LOOCO E POBRE O!'. Mnt QtJ'E. D4 MARTUUO INSOP'RIOO. NO SILENCIO ~I MEU 8.EOREDO E MINRA ANMA, eDt Qt:z UM OZ8TO CONTA58?: A a:Pt.OSAO DE UM GEMIDO.• F: !\"Dl SAIBAS 8EQOER PLOR. DE ISUAVJ; P'RAORANCIA, Tl'. - QUJ: z·s LINDA E ?ATAL, COMO UM: eôNBO ESQUECIDO... A1' CANTlOAS DO MAR..• A SAUDADE... A DISTANCIAI Paul Claudel de (Contln~lo da paa. 9) gada a um uabalho de arumal. O sistema doa concursos destrói toda$ a.s Stm5 rtquezM. •o aorrlmento que nos rol tio amplamente dl.strtbuido nestas duas guerras pode 1er um ele- ~=n~ ã~~ d~e al~~àm~ de concentração incendiado, en· controu-.e e,crtto num pedaço · de papel: Alegrial Alegria.! Ale· gria ! Atravb dos horrores, a obra de DeUs continua. UMA CIDADELA ASSEDIADA -Explicando o ardor dos po· lemtstas cat.'llcos do skulo XIX, o aenbor dia.se que durao· r,, dota -s & Igreja Cat.ó· 11u. rol uma. cidadela &S&edta· d&. Nlo tem a lmpresalo d• que hoje em c!la ela triunfa? - Uma cidadela a.osedlad&? Espero que continue a.s.slm, A ~s:1~u: ~to~°:;f;º~!?~ no trtunro temporal da Igreja. Nu ipocas em que ela se apro– ximou dea.se tziun!o, como no - XVII na !"rança e XIX na Austrla, u alma.s dormiam. ..O bem amado engordou", diz o Deute.ronomlo Em auma, t.or~ nou... ldlota. O bel!l &mado t B Jgrejs... Ela nlo deve ae ali· mentar de alhoa do F41to. Os alhos não d.o pua aerem co· mJdos. ma.a para ta.zerem cho· ra.r. Se detxa.a.5em de peraegulr a I,reJa. rica.ria provado que ria n1o t mais nece....,la. - Em todo o cuo o catoll- ~~tu~u~ou ~ ~i::. na - Do ponto de vista 1nte:lec· lua.! e moral, sJm. hA triunfo. Ma.e; ele provtm da fraqueza du objeções que lhe alo opostas. Quando uma coba , fal&a, ab-– aurda. decompõe·se l)Or si mea· ma. Veja em que dá a moral Independente. Leia Sartre. que •111.s tem multo talento. Mas t medonho. E' t.sao. o Inferno I O de Dante nio. na.da ao lado des– u. Como ae pode vt,·er neua. atmosfera de cati. Ge brebedel· ra. de pederastia? .. Evidentemente, no meu tem· po havia poucos escritores ca.· CLOVJS DE GOSMA.O volta a Pa ris tolicoe. Hoje parece que há multo. Apraz·me saudar meu amtgo Maw1ac. Gosto dos &eUIS rorrumc~s. 80bretudo quando ele descreve a região de Bordeaux. E é um grande jornalista, de uma cortezta terrlve.1. Tem o 8iUllhl,O daquelM lruetos de que fala Fabre. que atacam Justa.mente a glândula sen.stvel. de maneira fulminante. - Qu~ outros escritores ca– tollcozs lhe agradam? - HA outroa, Antes eu os ,;o· nhecta bem. Peguy era mals mo· ço que eu. Francis Jammes mor· reu. Disseram-me que há escrl• tona católicos vivos. Ma.Si não conheço mult.ol: nem mesmo conheço muitos escrltorM. B' PRECISO BERRAR O QUE SE PENSA -Foi Andrf Bllly, creio, quem ob.,ervou com mallc1a que os ee· crlt.ores católicos do U:culo pas· sado, de Malstre, Ban>ey d'Au– revilly, Uon Bloy, ~e destaca· vam por outra.a virtudes que não a. caridade. Agora que a lmplração católlca ocupa um lugar eminent.e na Uterat.ura, tah-ez vejamos florescerem cos· lume.a mala amenos.•. - Que entende o senhor por Caridade? A caridade co!II os malfeltorea ou , a caridade com as vlUm&s? VeuUlot dl.s&e: E' preclso berrar o que &e perua. E' precl.&o impedir o mal rom todu as forçu . Não a.mo 0:1 benzedores, os paasadore& de pc· mada. ato os HSalmosN. NA.o hé. um aaJmo onde r.Ao se (ale /de tnJmlgos. O rei D:ivf não vat a. eles de mão abanando e os Pais da I1reJa não &A.o acomodtt tlclos. B!ll'bey d"Aurev1lly e oa out.ros continuam. DUAS GRANDES ALMAS - Pode·ae falar de Péguy :-e.· mo de um verdadelrc, convertido quando ele nunca chegou a Ir é. mwa? zun receberam-nos do alto dos degraus e nos dtsseram que as ope.raçóes do áadoo se realtz.a· nm no seu quarto. porque era mais espaçoso. Jadoo era um:i invenção para explorar Sud· d.l?OO. e que o gra,·ador de si· netes seria alojado. depots de morto. num lugar bem quen· te SUddhOO estava a ponto de chorar de medo e se.nllida<ie. r,,;ã.o cessava de tr e vir ao quarto em penumbra, de repetir a V>• do o momento o nome do fllh'>. e de perguntar a AmW1 se " gnivador de slnetes não poderia razer um abatJmento. porquan· to tratava. com o próprio s,– nhorlo. Janoo chamou-me parn um recanto escuro onde esta· ,·am as Janelas esculpidas da torrezinha do A.ngulo. • .s vene• zianas estavam erguidas. o quar· to estava iluminado apenas por uma pequena làmpada a óleo, e, mantendo-me imóvel. eu não cor ria o risco de ser \'\sto. Em b:.e· ve cessaram os gemidos no rez do chão, e ou,1mos passos que sublam os degraus. Era o grt'.· vador de sinet.e..s. Parou na ro· .leira. enquanto o terrter uivava e Aziz;un desatava a conente, e disse a Suddhoo que apag~ a 1:\mpada. Resultou que o quar· • t.o mergulhou em t:evas. ne· gras como azevlche. onde ape– nas se distinguia a brau ver· melha dos dois hukk.s de Janoo e Azizuo. O gravador entrou e cu,'1. Suddhoo atirar-se ao chão gemendo. Azizun pr~ndta a res· p!.ração. e Janoo a.potava·:.e . a um dos leitos esi.remendo. Ouviu.se um tinido de met.nl. e do chão levantou-se. uma pálida chama de um azul esverdeado. No aposento enxergava·se o su· fletente para perceber Azlzun aninhada a um canto da peça, com o te.rrler entre os joelhos: Janoo, de mãos juntas. tncUnan· do-se para frente, ,gentada na cama: Suddhoo. o rosto volta· do para o chão todo tr!mulo, 2 o grav.1.dor de 5Jnet.es. Espero nunca mais tornar a ver um homem Igual a és.se grava– dor. Estava nú até a cintura. e trazia sobre a. cabeça uma coro& de Ja.smtn branco tAo espessa quanto meu punho. uma tanga de cor salmon em torno dos rlrus, e anéis de ifÇO em cnd!l tornozelo. Isto nada tinha de aterrorizador. Mas era o ro!ito Caquele homem que me fula corer um f.rlo p~a espinha. Em prime.iro lugar era de um azut puchando para o clnza. Em se· gundo. os olhos estavam revira– se via o branco. Por fim, seus traços eram de um de.monto, - de um vampiro, de tudo o que qutzerdes. exceto os do velho pa· tlfe cheio de saúde. de pele o· leosa, que se via. durante o dia manobrando seu torno no rez do chão. Deitado de barriga pa· ra baixo ,os braças levantados e cruzados sõbre o dorso, como ,ge os houvessem jogado por ter• ra todo amarrado. A cabeça e o pescoço eram a.s w1icas p:i.rtes do corpa que não tocavam o r.hã.o. Que.se faziam um A.ngulo reto com o corpo, como a ca· beça de uma vfbora que vat sal· tar. Era de um fantástico ater· rorlzante. No melo da peça, sô· bre o chão de terra nua, est.a– \;a ooTocada uma. grande e fun– da t:acta. de cobre, no centro da qual flut.uava uma luz de um azul verde pálido, como a de um fogo té.tuo. O homem deu três voltas em tomo dessa ba· ela por melo de cóntorsões do corpo. Como conseg>.1tu se.me · lhante: coisa não sei. Eu vta perfeitamente os músculos on· dular ao longo da espinha dor• sal, e cm seguida relo.xar--se,a ma..s não percebia nenhum ou- . tro movimento. Dlr·se·la que naquele corpo só a cabeça ea· tava vtva, com a.s lenta.a !a.ses de d1.steJ'15ão e relaxamento dos musculos do dorso. que t.raba· lhn.vam penosamente. Janoo. sentada na cama. resplr· va hO· ztnha. O que havia de horrtvel em tudo aquUo, era aquela cot· sa que cote.ava, coleava, - :;em ruido. e que cole.ava. cole.ava. cempre. AJém dls.so . recordai· voa que ls&0 durou bem uru 10 minutos. durante O& quais o ter· -1er gania, Azlzun estremecia. Janoo olhava de boca aberta e Suddhoo chorava, Eu sentla os cabelos ertçar·zse 50bre a cabeça e meu coração bater como a PJ• lheta de um aparelho de ven· t1loçAo ,1: ,e~m~~U-se O pef~ª~~º\o~~ "BONS DIAS SENHOR UTRILLO" - NA.o sei o que PoS&a hav!!r de ma.LI crlatão que ele. E em. um combatente, um combativo Teve multa ação, larga e pro– runda. O que faria ele hoje, Isto pertence ao domlnlo da inuglnação da hipótese . Ro· maln Oollano. escreveu um be· ll.Ylmo livro sõbre Péguy, e pâ· tinas expl!ndlda.s sõbre 05 meios lnlelectuat., dos anos c!e 1900. - Correu persistentemente o rumor de que Romaln Rollanc1 morreu rezando a "Ave-Maria", e 1 fo graçu ao senhor. /orce mais próJ)rlo a impressio· nar. e assim. restttuJu-me a calma. Depot& de ter termina– do eNa triplice v1ag:em clrcu· IC\T de nova ea~l'!, ele er· gutu a cabeça, afastando·a do solo tanto quanto pode. lan· çando pelas narinas um jato de chama. Ora, eu &el como :.e executa esse Jato "de chama. wu até capaz de faze·lo: - senti· me pois tranquilizado. Tudo não pauava de uma trapa,;a. Se ele ut !vcs.se 11mJt.ado aquele ar– rutamento. sem experimentar aumentar·lhe o efeito. que nê.o teria eu a.creditado? Só Dcns o Mib!. A!J duas raparigas .solta· um ao mesmo tempo um grito C!trldentc vendo aquele Jato de chama. e a cabeçn tornou il cair batendo com o queixo no eh.ão . e todo o corpo estende-.i· !.e eomo um cadaver cujos b':a· çoa teriam tJdo puxados par:, trM. Houve em 5ea:ulda umn pausa de cinco boN minutos. ! a chama azul uverdeada extin· ;ulu·se. Jonoo abatxou·se pnra. (Cootlnu.a(.lo tia pas. ,, ualstente? A dlnr H:datie. nào era te.mor o que sentia. Era uma eepecie de acanhamento de pu· dor. de tnoüncJa, de cn.:anto que eu mesmo experimentei ao me achar dlante dele, como ou· trwa em Montmartre. -E·, dia.se ele, nada mudaate. E teta trabalhos? Contente? - tou contenLe por ,·er teu u~ uc!lo. disse-lhe eu. Quando me lembro de teu anu– a-o 11pec.to , tenho tmprt554o de que reJuvenecette. - E' porque não te.me preo– cupaçõea An!:lnou P!trtd~s. Nio , verdade.? Utrillo franziu OIS 1uperclllc». -Não. Nunca! disse ele 1u– bllamente aombrlo. Mais um l Ehcheu·lhe o polon!a o cepo de 'rinho que ele bebeu raptda· mente ap6s ae haver aentado , meu. A boa. Luote. fcz·noa al· nal par.a não mais nos ocuparmo! dele. Caiu Utrlllo. em profunda medltaçlo. Com o nartz aobre o prato, pa.rec:eu-noa tal qual. ou· trora aua mie o repreendia. -Jl volta.ste algumm vez a Montmartre? perguntou fie com ar abstrato. Não f mala o mu• mo, alo O VIYI multo bem li no meu tempo, ma& nAo me ten· ta & ldlla de li voltar. - Serraram o acacla do "La· p!n à Olll ". em Montemartre. d1Me eu. Marie Vlzler nlo de,·e mala habitar all. -Morreu, Marie! murmurou fazendo raptda.mente o alnal da cruz. mente, ma.s muJto tarde, P!... trld~. S<nhor Utrlllo . .. _g que. Montm&rte aem Max Jacob. zseQl Chu Laborde . . . Por duas vezes aegutdu. Utrll· lo respeitou o Juramento, mas a. converaa o.lo era. J)03ável e eu nlo aa.bla. em que pe.n.sar. 1e cm Maurlce que multlplleava GI &.lnab da cru.i ou em n06.S0s aml· goa mortos cuJa lembrança pai· rava penosamente: 60bre nós. Graçu a Deus. Luc1e não pensava ae:n1!) em ptr.tura.s e a,uardava. o momento de a e.ln retornar. - E' verdade.Jrammte extra• ordlnúlo, dlsse ela.. Maurlcc tnt teatemunha. Como ele, eu lgno· rava ,udo de minha arte qua.n· do comecet. E hoje os amadores ccmpram-me as telas. " AP'U Suzanne, tu is a mator arUs~ feminina que existe". dl.ue --rr:.e .Utrtllo. Quero moatrar a vuc.6, o que fiz para. que me d!em opinl!o. Maa era. de Otrillo e nào de su11 mulher, cUjos s~1nd~1 tu querta conhecer. - Sabes - dlsae•lhe eu -- que & um rrande pintor e. per l•so. deves procurar viver dentro de tu& fpoca. Orna e~e. de tl!J'T\."T pa.u.1u por aeu.s olhOI. - Nunca vtvi d.Jfe.renhmente, respondeu ele. E' lmp,oul,·el. Voltu ... com oa aser.te.s. •'"un· ca me preocupei de ter negocio com eles... -Ma.a i neceaaárlo . .. - E morreu na m1ú.r1a• acres- • centou Lucle. Sem Valc.don que a ajudou, enquanto o põde... - SimI acredito. Rà sempre agente.a• ou e.ntt~ 1.ipoa do ae– ne.r06 do velho Oay que tru-em como que uma mâacara. no roa· - Pobre s uunne1 - Begundo &lnal da cruz ... agulu-se à minha exclamação. - 111111, llm. dlase Utrlllo. Ju· ""1 r....- o alnal da cruz toda a vez que falasse de um morto. !fio te a.uu, te•. - E 1 necwârlo ndo fala.r dca mortos, advtrllu·me ca.rla00&· ~~t~p~ 0 ::e.~~t: ~::e~ traziam múca.ras. Sorriam de , modo aaradavel e quando eu me la embora... havta. roubo& ter• rlvels. Tenho mtdo de T,,ÚCa• ru ... - E nosao ami10 Ocer? per• runtel oara mudar de usunto. Fala-nos de Ule.r? Creio que te agradCL ... - Era o prote.gtdJ de C:qulo:. Um al.uciano. seu pai era ve· tera.no du guerras da. HállJ .. Mas parou brusc'\mente. -Que ~. " · Utrlllo, d!ase P!· trtdb conciliador. n!to QUc.rcn1 1s que fale mal de U er. Pelo con• tririo. c : nhe.ça muito bem o Ute.r. Tem mt visitado. Um ho– mem encantador, bom pintor... Maurlce fechou os 01h01 De· pob. bebendo outro cop:i de \"l• nho· -Su:anne casou com ele em 1916, durante a guerra pa~do. -E depois? - Não quero Jul11:ar mlnhn mie . rupondeu Utrtllo. Levautou·s!, ag:arrou·me pel: braço e conduziu-me a uma ~– quena aa.la onde o "ma1tre d 'H~ tel" acabava de !erv1r o eaf~. - Pusoalmente. murmurou- ~da tenho contra Ut.r111o. &:m· pre me auxiliou a sair de embrv rac.oa quand~ tive necessldn~c– dele. Apenas Sunnne nAo era feliz com ele, e.speclalm~nte nos llltlmos tempos. - Mas. Maurlce - dlue·lhe voltando-se e fixando 01 olho! nos aeus. Se tu tlvessu podido. ver Utter r..a cUntca, m=mentM após a morte de Valadon- tu lhe J)e.rdoe.rtu. pois ele te te.ria da.do provas de seu gr&nde a.mor por sua mãe. Com~ve.u·me. Utrtllo desviou o olhar &em ruponder e eu ta voltar A car· a11 ouondo Lucle, seguida de P~· trtdb. se reuniu a nós no aa· !lo. - Reln ? Verdadeiras obra.s prtmaal a.flrmou com voz [arte. re!erlndo~ ú telu de Valadon. ,pendurada.s na parede. Esta Su– zonne. que talento o aeul Que atnlol Entretanto, at6 a morte, seus qua.droe quase nlo eram vend1d06. E' lnlmaglnavel, pa· rece aonho. Mata açucar? (Continua "" u.• pa1,) - NA.o g:o.ças a mJm. ma, graça.s às próprtu refl~xões d~l~ Era uma almtL de boa r~. e dlg· na. do maior respello. Nós no.-\ !eparamos quando eu t1nh1 H anos. em 1893. no momento ein que eu embarcava :,ara a Ame· rl:a. E'ncont.ramo·n-:» quarenta e !els anos mais tarde. em 1939. p1ra. nos reconhecermos. r\Ao !!· stcamente. ma, uptr\tualmcn· te. Ttve o prazer de me e.3for· çar p~la , ua r~onclltação com Louls omet. cuja. cadeira n'.l Academia vou ocupar. "Au des-. su.s le a. m!lée'" hu,1a chocadc Olllet. Romaln Rolland. espfrilo rellg1o50, se coloca ,,a do pont.J tfc vt.st.a da humB.nldadt– Louls Olllet. descendente de soldados. ostentava 11m p:'l· trlotl!mo ciumento Reencon~ t:aram·se. reconhecerum·se e •e ;econcUlaram. Er.:im gronde.1 almas Depois de ter reconciliado os LrmAc:. Inimigos. cantlndo ,1 unldade com ,·oz de t.ro\ ;:o e, percorrido o seu caminho at.ra · \'is do.s contJn~ntes e das alm::i~. Paul Claudel, ;rande patriarca. cont.empla do alto do AÇ{)c:11lnsc os anjos tocarem sete t.rombf>· e plan~t.a cm pleno cáos Ouv!·1 tas e a agula que volva no céu 11: rlt.ar "Desgraço. ! Desgraça ! Desgnça 1 :ios ho.bltantes dA terra !" Viu derramarem-ta.. a.:; rete taças to. cólera. e fogo, r.. !angue, a 1 treva.s. Entretanto. mols em paz que nnt.tgamente, ma lA 6CJ'eno nas auas certeu.s, tle dL!tJngue entre :,,essas con· , ulsõe.s o novo úu e a nova Terra. de onde uma voz &e e:r· gue.rá dizendo : .. Els o taberné.· culo de Deua com os homem. Ele enxugará toda.s u léitrlma'õ de aeus olhos e não haverá. dõr. pois a.s primeira, cob.ns de· mais nem lut.o, nem grito, nem 6&parec:eram". colocar no lugar um dos on!ls d.o tornozelo, enquanto Azlxun voltava o rosto para :i parede, o.penando o tcrr!cr entre os braços. Suddhoo estendeu ma· qulnalmente um braço para a huka de J anoo que a fez des· llz.nr pelo chão com o ?é. Ju!.· tamen~ acima do corpo f.Õbre a parede, havta dois retrato! de corea berrantes. em moldu· ra 5 de cartão cm relevo, repre· eentando a rainha e o prlncipe de Gales. Ambo.s contempla· '-Gm a op!raçao, e me parecl!l ( 1 ue iSSo concorria ;:,at a tornar :'l cerimónia mais grote!oCa Exa• tamente no instante em que o llencto começava. a tornar·se 111suportavcl, o corpo ,·oltou·se ~ tastou·s~ da bacia rolando !l>· b:-e si mesmo atA um do, lados do aposento. onóe ~ deteve es· tlcado de costas Houve um 11· i::e1ro ruido. p!op, na bacia, lden· Uco a.o que produz um petxe quando apanha a mo~a. e, a luz verde que havia aparecido no melo do quarto ,novamente surgiu. Voltanao os olhos para a bacia. enxerguei uma cabeça de criança lndlgena, com os g:-andes 01h06 salientei. a pele do cra.nto sêco, enrugada, e3eurecl· da, de olhos abertos. boca aberta e, cranlo raspado. E como o. coisa acontecera bruscamentD, fazla um efeito mals te.rrtvel que a Viagem sóbre o ventre. H o o Mal tJvemos t.e.mpo de re!leUr. Quando a cabeça se pós a falar. Relembre a hlst.órta em que Poe vos fu ouvir a voz do homen-, que morre magnet.tza.do . e não tereis a met.aae da sensa.ção do horror que causa,-. a voz par· tlndo daquela cabeça. 38.vta um intervalo de um ou dois segun· dos entre cada palavra. e uma e..spéc1e de ,1bração prolongad5. como o som de um sino no tJm– bre da \"OZ. Tinha Je.otament~. como te-- falasse a s1 mesmo. e preclse.1 de varios minutos para libertar-me do suor frio que me causava. EntA.o, a solução que me trazia a llbertaçào apare· ceu-me. Olhava o corpo esten· dldo perto da pon.a. e vi mo\'er- se aos arrancas, justamente no lugar onde a depressão clavtcu· lar se confunde com a espa· dua. um mWCulo Que jam,15 intervem na respiração regu.Ju do homem. Tudo aqu0o era uma reprodução cuidadosa desses U· 1 aph.fns eglpclos que se enoon· tram mencionados :iqul e ali. A \'OZ era o resultado de um ,·entrtloquismo tAo perfeito. tão terrivelmente hâbU quanto se podia desejar. Durante todo !ase tt.mpo, a cabeça continuava a. r~roar fazendo vibrar os flan· cos da bacia. e a falar. D1rtg1a- Responde boje l nONa encalte o poata : uma da.a mala espres&ITH e popalarfl n,wu teleclual, cujo1 poemu. lmplnulao em -- r11m ao la.do dos de Jorse de Lima. A101:810 Bruno de Meneua __,. -.... 1111a publicados e.m na IDoclclade e "'8&t11f11N:~ ~••.":ob~ ~~•~ a ~ nordestinos na sona bnaant.laa. Crttleot ....._ prostl«!o cllspeman.m a llnuio de :w- eJot11a o va.lor de n.a JN)eSla.. reoonbeceDdo no aator .. • dH e,rpl'Ul6es m&b -du U -- lltftll~ QUZST IO l'IAa l O l - No mundo at.uaJ. considera lndllpenuvtl a ~ um objetivo 110Clal nos trabalho& lltel'úlOI? ~_J obra de arte ou de !loelo unleamonte em lomcto do .s..::.--•-., 0 2 - Como encara a Influencia du ldeoloS!u polltJcià ia ._.. tur-a. e. em especial. no romlnce? 3 - Exerce o romince- socialmente orlent.ado. lnflu-• ooc.i,. denvel na Oplnl!o pübllea? 4 - Existe algum movimento deflDldo em prol de - ... tura social proceaando-oe no Bta&ll? Cuo ""'=.J: movimento pode ser flllado • a111,11na corrtme ou possulmoa uma escola orlpnal? ! - ~'JO"': cuact.erlatlcas do romànee ~• a ..,... • 6 - Est' de acordo com a a.sserttva de R.IGull~– alderaodo OncUiano Ramoe o .. Poautloe teratura nacional? CUo oontrúio. QUtl a da moderna Uteratura bra.slletra? aES PO STAI · J - A putlclpaçlo de um E •uanto~- * objetivo social nos trAbalhoo li• rrer como B&Udela11'1, tlllf terirlos, .. :ião t lndlspensav~ ortes1a ~ lia à estrUtura daqueles em que a ela da aua - literatura l apenas ornamental, doentia perq'C~ d0- i1~J:~•~.~:i:e~0d! :: c~lm~u::=',.: - se a Suddhoo, sempre gemendo com o rosto ,·oltado para o c.hão. falando da enfermidade de seu filho. di.zendo·lhe em que estado ~le estaria naquela noite mesmo. conservareis sempre alguma e.:;• ttma pelo gravador de slnetes. por motivo elo cuidado que êle tinha em ficar de acórdo com os telegramas de Pesha·war. A \'OZ se pOs novamente a d !T.er que experimentados médle0$ ve· lavam dia e nolr,, pela vida do rapaz., e que êle ficaria bom depressa s,ob a condJçA.o de que fosse dobrada a soma ajustada com o !elttceiro todo poderosn que tinha a. seu serviço a ca.– beça colocada na bacio. Foi en– tAo que se produziu um êrro que prejudicou o erelto artl&tl· co. Pedir que fosse dobrada a quantia ajustada, e tDmar de t-mprestlmo para tsso a voz d~ Laz.aro que sal do túmu.lo, t absurdo. Janoo, mulher que re· olment.e pos.mt uma tntellgencta masculina. percebeu isto t.Ao raptdament.e quanto eu. OUvt·a dizer em tom dt3denhoso. a.ln· da que a meJa voz: .. Aflf nah.fn/ Farefb" e no mesmo instante em que pronunciava tais pala· vras, a luz <la bacia, esttngutu– !e, a cabeça calou-se, e ouvimos <ellgencts e de cultun ~m ln· obra de uw. .,....,._., ..til- . lluencla predominante no mun- otva do -. ~ Ili• O do atual. "belo_... - Clllllll9r O a porta. do quarto gemer nos gonzos. Imediata.mente, Janoo li!cou um fósforo reacendeu a )empada. e vimos que tudo de– saparecera, a cabeça., a bacla e o gravador. Suddhoo torcia u màos, e explicava a quem qui· zesse ouvHo qu.e. ainda mesmo em se t.cot.a.ndo de sua salvação eterna, ser·lhe·la 1.mpossivel en· contrar duzentas rupias a ma.ls . Azizun. a um canto, est.ava. :i ponto de ter uma crise de ner· ,-os. enquanto que Janoo. tran· quilamente sentada no leito pre– parava-se para discutir a pro· bab1lldade de se poder redt.wr todo o negócltJ a um bunao, isto ê, a. uma velhacaria. Expliquei. na medida dos meus conhecimentos. os proees· ros emprea:ados pelo gravador de Eintte5, m&s o argumento de Janoo era mat.s stmple.s: - A magia que pe.~ne t!m pedlr presentes nlo é a ,·erda– delra. magia, dWa ela. Mlnhn. mãe enalnou·me que os únicos encantamento& amorosos que têm poder, são aqueles que se rio., de tal maneira que delea só ruem conhco?r por ilmp:.es afeição. Esse gravador de ,t· net.e.s é um imJ)O.'Stor. um dlabo. NA.o oll50 f&lar. nem agir. nem ~~:- ~u~~::~~:S1rd1~ili~ por dois an!ls de ouro. e um pesado bracelete de tornozelos. Não pos.!o deixar de fazer vJr da loja a minha alimentação. O çavador é amigo de Bh.agwan· Dass e envenenaria minha co· mlda. HA dez dias que pll5e.ram em ação um fadoo de pa~Uarla. e toda noite lato custa a Sud· ~~ 0 av~~~~e":r~:~a~~m~:::: va gallnhns pretas, Um6e.a e fórmulas magicas rltuala. Nun– ca nos fez coisa alguma pareci· da. com o que realizou esta no!· te. Azlzun 6 uma tola e em brfve eat.ará boa para fazer a purdah naahin. Suddhoo n1o tem mais fôrça nem lnte:11· g!ncla . Véde, confiei e.m riue poderia tJ.ra.r de Sudd.ho multa& rupias enquant.o fosse v1vo, e multo ma.is ainda depois de morto. e no entanto eHo a gu· tar tudo em proveito des.se mes· tlço !Ilho de um diabo e de uma Jumenta. desae gravador de ~I netcs. Nessa .iltura. lnt.errompt·a: - Ma:1 o que foi que decidiu Suddhoo a me met.er no nego– cio? Bastarla que eu dl.s!ieMe uma palavra ao gravador. e o obrlgar1a a conJe55ar. Tudo l.5to 6 criancice. E' vergonboao. bto nio tem aen.&0 comum. -Suddhoo é uma crtnnça ve· lha. dia.se Janoo. Dormiu pelos telhados durante setenta ano, e r.ã.o tem mais julzo que uma cabra leiteira. Se ele vos trou– xe aqut, foi para ficar cerlo ~e não estar Incorrendo em cont.ra· nnçio com a1gum regulamento do Blrk.ar. com quem convtv~u há muitos a.nos. Ele se proster· na na poeira oobre a1 pisad11: do gTavador de aloetes e ê.s,ge comedor de vaca proibiu-lhe qui: fosse ver o próprio ftlho. Ser!l que Sudd.hoo conhec~ alrum;. co14a de vosaa lel.l, pouco mal\ que um para-ralo? Será precl&o que eu veja seu dtnhetro desa· parecer moeda a moeda., pe.Ja Influencia da besta mentJrou que vive lá em betxo? Ja.noo bateu violentamente com o pl no cheio de tal modo se encolerizara, enquanto Sudd.hoo g_e.mla oob uma coberta, a um cantD, e Azltun experimentava enfiar na boca do ,·e.lho lm· beclll98d, a boquinha do ca· chlmbo. Els pois, o caso no seu ln.s· ta.nte crtt.tco. Sem dúvida, eu estaria exPost.o á acusação de acumpltctado com o gravador de 1tnet.e1. t.er tentado obter dl· nhelro por motivos qulm!rtcoi. o que ~ protbldo pelo artigo 420 do C6d.lgo do Inder. Nada J)Od1A fazer por dlversY ruões. NI!<> podia ln!orma.r a pollcla. Que testemunhas teria eu para confirmar mlnha.s palavraa? Ja· noo recua.ou pe.rempt.orlamente. Aztzun ~ u'a mulher cuada em alguma. '()&rte nos arredores de Barellly, perdida nMta Inc!la Imensa que é noS60 domtnto. NA.o ou&<> ruer de mlm mesmo o executor da tet e falar do gravador, Pois, estou absolut.a· mente cer t.o, não aó Sunddhoo recusarh acredltar-m e, ma 1 alnd& usa providencia acaba· O momento de translçlo, ao- "belo ~ .- • ,.._ gustloso e aflito, em que eota.mos traem toúl _,....11111&- 'estranguladoa, depola do duU ~la b-. guerras anlqulladons doa mols 2 - l!emprJ ·- • ~ pura& ldea.llsmos. assualnu d& de uma IU-flll )ln- llberdade e da fraternidade hu· tmded~ manas, estimula, de maneira tn· uina e IUU = de ~~~~~~; ~,J=ta~= ~a~ o ~~.~ e r=~~çõel espl· ::..•-== ti Não l dagrra que ocorre tal A Ili' a rencmeno na extstencla du le- &lca ~e O:,. ~;,J~º :.J:! ~e~~~ :".J..ª.,,_ - mundo Dant~. cómo persona- trata, •la ae 11111111. gens ligados l vida em ao:leda· predomlnlllcla, Dlo de, com as suaa ambl:!}e& apa!· trc.s Y8fculoa mmtall XO~~ando ls Idades pretsltu, ~ -=-do,.,,-="'--,~ iremos encontrar um D. Qutzo. co, num eaWo ~~~ºJ'e~~=oo~,.:: ~"'=·u qulméras, que outra cowa nlo 11101 a tnn11IIICI& du eram, senão as noaas ¬u. polltlcu f-W em avataras pr1rn-. em bule& para a meibar fmma • do quanto nos 6~- do uçlo ~ 11111 • que nos r011e d& mio, no tone• oom--1va. ~ Unho das dUerencl196es de elas- romlnce.:1:,. de tJI:. Qiii"ic 605 ciontemporaneammte, ai ..U, :.. ~ uma eo ncnllallõ, J:; rJ-u=~iou:,.>u;DIC~ -=: .m.rm :-..11Upo· • libertação, o plasma - ..do~--~ luclonirlo daa obru dol ucrl· =.,~ ~ » tores russos, lato a mala de melo • oãtail M!culo, enumerando-se Tolalol. lllnlo • __,___ .... _ Dostoles,...kt. Maxlmo 0arqut e Culnl -•- - - os que &e seguiram l nrroluçlo IOD!elo~flil~ ..:t,J~ bolcbevlata. flelo .,. ,.,. No Brasil, sem contundir "es- bwla, ., .ai._ colo realista" oom "aoclalla• Na :,::.-~~ mos'', mas alm, produçlo Ute- cõr", mmo ~ .....– ré.ria ligada à gente do povo, li lnJUltaa nárlçlles felWI 10 r~tratando·lhe o sub-&mblente necr<>, na l'I~~ ~ ~~~ ... ~~m!f:~ ~=-~~Ilia-e--, de Lima Barreto, do &&Ud- dentmclaDda- ~ mestre l"iblo Luz, no "Emanei· aquela odlclo adultflamo, pados". Em outro plano aoclal E 6 par !ao Clll8 o== vamos encontrar um ..Cana&... de mutloa dai ~ de Graça Aranha, um "8ert.6H", contem~ 1111 tola!= de Euclides da CUnha, um "Sei· !&Uva ovtdelld&, •i- s D va.", de Ferreira de Outro. de certu · tdtbloll&f DOH Para mencionar a hora mata ferUllzadu em nGIIO melo. • próxima citaremos al.gun& pro• que. no tempo da ceuura oa- ,eUt! at.aa como Jorge Amado, ela! d& ditadura, nlo padlaa Joeé Llm do Reao. J OMJ Amérl• c:trcular 11-..men&a; pua __. , co. Am&nd:> Fontes, Raquel de llzaç&o do l)OY0 e da burlllllla Queiroz. Oenollno Amado, e 01 banarda • moços que vem se alistando n..- 3 - OI quealto. 1 • 2. &ci. .. vang\larda, em todas u pro- desenvolvldõí, nopcmdla!, éll vtnclas das letra.a nactonala. um modo ,eral, por ... afirma- De certo, que ae cada eacrttõr Uv 4 a. ...... ...,.,,,..., 1 ..._ ,.__ é um temper1.mento, dtvem ba· - na uma ---~..::!:_~ ver aa exceções doa que repu• terária que • vem fw-..........,. gnam deavenda.r à plebe a rea• ca.racterlzada. por &CIDlllldu !Idade das luta.a quo ela ter& de tendenclu, nortoadow para decidir pt:r ,1 mesma mentali· Wl1 panorama IOei&I nu l9Ual zando-se o org&nlaanclo-ae. Z nacional&. Altú, - ndl - • e.ntlo ,urgem oa eacrttor• man· ti.moa. que o BrutL com OI MUI ,os e pac&tol• que contornam dea.Dlvel,I IIOCl&ls e deajlllt&• e.SR ..lndlapen.aavel" com a pro• me:ntoe economlcol, 4i e _., o .. "agua-rtõr-de·laranJa", dum mala fecundo campo para que estilo sem areatu. aem aareaat· ae proceue • robusteça um mo• vldadea. ao gosto llterirlo das vlmmlo em prol d& Utentva revlltaa do artu, modas. elJ)Or· soclal!ala que Ji pouulmoe. tu- letra• e cinema. d~!"~-am: Par1. esoes, o clima aoclal que deste· da ey""4nda 'Ulllllallla• esl•.rla palpitante, que Iria enn· da no hlnterlalld amueaJeo: aellzar, form&r a mistice, por dos "grllelrol" rllldallllU clu ...im c11ur, no esplrllo da mu· terraa de Plrat1nlnp • da Qol&• ... não desp,rta lnteresae; e en- nla· doo hqmena do cala· dai tio e1ea aawnem uma atitude CJ)ert.nos doa D0IIOII ceapoa. bõba e Irritante. criticando en· das mulhtres aploradal 1111 lll- ratlcamente os eacrltores dU dO.trlu r1.brla· doo ..._ do multidões. que buscam seu, ti· Rio Orando dÔ Sul: dill \'JQ!III· poa entre os pirlaa. ros do ManJó: dol ~ Por outro lado, a urna obra de e pacadorea de todas u rill6il arte, flclonlsla ou não, cabe rea· do pall; enfim, eau Vida cirf&• nur o be1o, em geua motlvoa nada, à mlnrua do orp~ID crt,dcres, pola. mult.as represen· que trai& a equação flnAI da taçõea de beleu, tanto no mun· seu, problemas, est& diante da do 1ubJe tvo. como no real, mer• noasoa olhos, atntndo, conquJt- qulham a ,ua lnlJ)lração em ~ tando a noua lma(llnaçlo. D mu que só o talento do a.rttsta nosso trabalho menlal, 1>11'" • transfonr c::1 i::::-:i r.-.:nl1t5ta• concepção de romlncea, de 110e- ção do belo. maa. de peçaa toatnll, de ftl- Quem lmprégna a !unção da mes, de quadr01, OO!DD oo da beleza na Arte é a Vida, como Santa Rosa- de rorto e - JA. se tomou chavão. Eia por· estrutura aoeJar. que. uma cbra qualquer, que reg• Todavia, se uma promlUort, c.umbre ..vtrtuos1Jmo do belo". aeraçio de n~ eecrit.orea • · por li aó, nlo poderi perpe· ti geado convocada pa,- • par• tuar-ae em abaoluta função dea· tictpa~ dea..~ mc.vtmmto, ela ae r.e.nt.ido esU:Uco. não 1e encontra na lnte:rdepftl- 0 homem de letru, que al.n· de.ncla de correntes atranam11. da coruerva aceaa a flama do de vez que a.a peculiaridades 41· IG::J. pam a.crvtr. almboUcamen· quetes problema, Mo de n1olde a te• à Arte. ttm de profeasar. co- lermoa de nos ~b-!berar nu pró- mo Salmoneu. no poem• de Ple• prtu fcnte.s de no 'Wl.5 qut.Jt6el x11 Ribeiro, que lembra o IOUló- coJellvu qulo de Hamlet: - "Sa.lmoneu! SObr! or1iina.u..ad~. na juate- Salmonc:.il A Arte nio 6 So- z.a do termo, nio 'te&ta dUrid.a nh? ! Qub vtver para a Arte e a que há tranaparenclu de certos - Arte me matou!... Ninruem modelos, como Juk London. e pode criar r· "o oorrend'l! ·• deu.ai ,1das aa.crlftcadu, dn-1 eacrtturc-s de oL.tros c-cntlDl'II• ria por fa.z.e.r envenenar J anoo. que. de algum modo, estÁ de pts e mão, llgadu t dlscreçio do bunnto SuddhoO t um ve· lho caduco, e cada vez que nos encontramos ele resmunga mt· nha brincadeira Idiota que o Strkcr antes prot!ge que des· favorece a ma11:la. seu fllho agora está curado. mas SUddhoo está inteiramente sob a lnflu· ncia do gravador, de quem ~le receb? orlentaçA.o para reiUlar todos oa atos de aua vida. Ja– noo ,·~ desU&ar entre u mlos do (P'avador, toQo o dinheiro que ela t?>perava subtrair a Sud· dnoo. e cada dta que pa-. sa.va ele zse: tDrnava mais colerlca., mab aborrecida. Nunca dlré. coisa al· guma, porque na.o t.e.m c:oragem pua tanto. Mas se alguma colu. não contrariar seus de· aejos, receio multo que o gra· \."ll.dor venha a morrer do c6· lera. - sob a forma de ar&&– ntoo branco - pelos melados de ma.10. E 6 utm que eu me tornorc'r cumpllce de um asau· alnato n,. casa de Buddhoo. tea. de quem a cuerra e aewi .a,– !rlmentoa n1o coll5f'illlram 1111>– \'erte:r os :deois de hu.manldfdl, o rotelr:>. J)Or~ru. que aquela se-– raçA:, &e tri,Ç'>U. p,~sue o fanat de Ali per&anttUd•d" • 5 - A part.1r cte l~!0. o rc– mance braallelro, nlo · le\·ando cm conta o lnteresae CQ.IJlltC'la• U&t1 dos edttorts montadOI no sul. atauns del~ ee aprac.nt. .lct com a dl; :r.lt !aoe dt uma at.ltu· de revoluctouirta . 6 - A a~•tnh•a d.a R.aqueJ dl Quelrcz poderá ,er um ponto de vlata pts.aoal. t cem.o tal nlo 11 discute "PontUlcr Mutmo" • urna forea de exprra&lo que CJIJ– ge reverençlu e curvaturaa. Srm use "pontlflctsmo". oom •• re– tervas de um~ stmpatla 1.dmlra– tlva. ,·otartam'l! rot Oll~rto Pretre, usim mr.$ffl0• dbc:irdan· do. em tempo. do modo por quo o n0&50 ttnerlocutor pede um pronunclamen\CI deflnitt,o. eo– bre uma literatura q11r ainda pouüe ,eu1 defeito& orlfllwl, pa.ra ,er medema. CQUQ q'\,,o o tempo est, aJuta.ndo, para po– der .., mant.roatar.
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