A Província do Pará 23 de novembro de 1947

Pãglna 10 A :!'ROVINCIA DO PARA' Domingo, 2S &I O diabo - -nao , e tão ~eio como se pinta F ragmen d· i O detunto, ainda quen– te, e3tlcado em cima de uma mesa da varanda, acuardava providencias pa– ra gua viagem ao cemlt,!– r1o. 8erlam 16 hora.s de uma quarta-feira . Pela casa toda havia um cochlco, um falatório aurdo, que nlnguem entendia. - Eu por mim acho que devem comunicar, lmedlata– mente, à vlüva. Seja qual tõr o reaultado - !alava a.s– slm o chleó doa Remédios, morador nu proxlmldades, um mulato barbeiro, tocador de clarinete e que, aos aába– dos, costumava tomar parte, como müalco, nas !estaa do.n– çantea da Pedreira. - Eu eatou de acordo com o senhor. Devem comunicar, ji e Jà, à policia e à viúva. A gente morre em qualquer parte. E' dizer 'que ele vltúa paasando pela rua quando teve uma coisa e caiu. En– tão foi carregado para den– tro da casa, onde faleceu an– tea de chegar a Amstencla. Pronto! Isto é certo. · Nln– guem eatá mentindo . Ago– ra ficar eacondendo é pior - tudo lst.o era dito baixinho, num ciclo, como quem ~..m ~o de ouvidos lndl.tcretoa. r..t& era a oplnlão do seu Gadelha, o proprietário da mercearia da eaqulna. Dona·Llna, sentada numa ?"Me, no quarto, não tinha inlmo para nada . Nãó podia dlscemlr, pensa.ri em co!u alguma . De vez em quando, enxugava uma hi.grlma e continuava na meama poal- ção. Por fim falou dlrlglndo-se a uma aenhora que, numa cadeira, eatava sentada a aeu lado: - Comadre, faça como a senhora achar melhor. Nem o MJgoellto eatá em casa. Seja tudo pelo amor de Deua! - E, pondo o lenço sobre oa olhos, continuou na mesma poalção de deaconaolo . Então, a dona DadA (a ae– nhora que estava ao lado) levantou-se e foi procurar o Chico. - Sea Chico, a comadre eatá de acordo que se deve a..taar a vl6va... - Bem. Isso sim. Se fõr colaa de haver bolo, hà. Se– não fõr, não hà... - O aenhor sabe onde ela mora? - Sei, sim aenhora. E' na avenida São Braz. Maa eu acho melhor comunicar ao fflho, que é empregado num eacrttórlo lá na 15 de Agos– to... E o Chico encamlnhou– ae rumo da porta da rua . Neaae imtante, o delegado·de policia. o mM!co leglata e o eoc:rlvio Iam entrando no corredor da casa, afim de aerem cumpridas as formali– dades legais. José Coimbra da-Cost.ãêra um cidadão de 58 anoa, na– tural da Murtosa e que de sua terra, o velho Portugal. v!éra para o Brasil com n 1dade de 13 anoa. Trabalha– dor como o é a maloria d11 sente lusa, o José da Costa ao atingir 9 luatros de exls– tencla já estava co111 a sua poalçlo definida no comér– cio paraense. Fõra feliz. lõ– ral Trabalhára multo, é !a– to. Levára multo cascudo. muJto pescoção dos empre- 1ados mala velhos e dos pa– t.r6ea, mas, agora. lembrando o passado, olhando a rõt::. Era noite escura de out.nno. O velho bapqudro andava de um la.do para outro em aua bt· bilo~. lembrando-se da resta que dera no outono hA qultue &n01 at.ri.a. Achanm-se prf!en· tea vartu peg.,oa5 de talento e " convuaa corria a!p" a.da ,•etmen– te. PaJou-se entre 01rtras co™l!. na pena capital. 0 $ ho~pedes, mtre cs qual5 se Achavam dl– vet'IOI unh-uaitarlos e Jom&lJs· tas. enm con~. na malon3 l pena d€! morte! Taxava·m-na de amc>leta como punção, inadequada para um E!tado crtatlo e lmoral. Alguns ~ram de oplntlo que a pena de morte devia ser 1Ubstltu1da untverul· mente J>Oia prlsão J>Orpelua. - Nlo estou de acordo - dl!1- ae o anUtrllo. Pessoalment,. Ja· ma.la Uve oPOrtunldade de ex– perimentar qualquer da.o duu maa se ,. pode Jw,;nr • priori ent.Ao a minha oplntlo ~ d! que a pena de morte é mala humana que a prl.!"io perJ>e: t.ua. A ue• cu;lo mata tnstantaneamtnle. o enca.rcetamento mata a0& :,ou· cos. Qual o flm m■Ls humano: o que noa liquida em atcrJna ~ ~:n°te~n::.' d~~: .,_7 -Ambos são lmorat. - n,– trucou um dos convldadoa - porque 6eU objeth·o f o mem10: tirar a ,1da. O E!tado não f Deua. Nlo tem o dlrelto d• ti· rar o que nlo poderia devolver. cuo vtea&e a dt!$eJa-lo. Entre os presentes mcontra va-a um ad,-opdo, Jovem d~ aeua vinte e cinco anos Como lhe pedlMem a opinião, re.s;,on· deu: - A pena de morte e • prl· 1110 perpetua alo. amblu lmo-. ra1L Mas. se eu t.h'HSC de HCO· 1her entn elaa. certamente pre– feria a aegunda. Eº melhor vi· ver de qualquer Jeito, do que nlo viver. Surgiu. então, uma dlscua>ão tnnndaveL O banqueiro que nu 6poca t:ra mz.Ls moço e ma ls impulsh'O, !llbitaD'l!Dte J:'e,{d~U O controle. deu um IOOO tia mtta e vtrando-se para o jovem ad• topdo. exclamou: - E' m,nt.lral Apo,1.o dolJ m.Uhõea em como vod :iAo corueru1rla tlcar numa celul:t, alnda que !O&Se par cinco anos. - Se voe! eatá falando u– namente - retrucou o advo– pdo - aposto que não ficarei dn00. mal qUlme anos. - Quinze?! F'«:hado! - ex· clamou o banqueiro - Stnho· •'':ii. '°,!:u~~munhu; aposto percorrida, podia ae comlde– rar um triunfador. Chefe da r.tnna Colmbrll & Santoa, estabelecida com :.un grande armazem de Importa– ção e exportação, José da Costa, com o rendimento Que auferia de vários imóvela, Já quaae não ae importava c.:,:n a marcha doa aeua negócloa . Estea que atenu&Mem a pa– clencla do seu sócio, ar. Joa– quim Santos de Almeida. De !ato, o José. com a vida cal– ma, com a vida aem lnquleta– çõea que levava, parecia que estava ae cobrando, em bem eatar e comodidade, da gran– de Juta, da enorme tra·oa– Jhelra que tlv~ra para che– gar àqvela aua Invejável si– tuação . · Cuára, a contra-gosto. só para atender a011 patrões, aos 38 anoo de Idade, e ,sua espoaa, dona Clotilde, aem– pre ae conduzira como ótima dona de cua, de maneira a não lhe ca\Wlr aborrecimen– tos . Aborreclmentoa, e ,nul– toa, tlvéra ela com a vida !:– regular de aeu marido. D.tdo a conatantes conquistas, José da Coata - Isto é verdade - fllzéra a pobre da dona Clo– tilde derramar coplooas lá– grimas, num deaconsolo b•m facil de ae avallar. Rolda de ciumes, sofrendo a mágua de um lnJuato abandono, a tudo ela suportára, se d~ra por cor.formada, manter.do firme a dignidade do lar. Do casal apena., havia um filho, o Florlsmundo, que, ao tempo em que ocorreu este !ato, contava 20 anos. C-On– tabillsta formado pela Eaco– la Prática do Com~rclo, Flo– rlsmundo estava empreg, Go no eacrttóilo da Agencia de uma Companhia de Segun,e, Instalada à avenida 15 de Agoato. O casal Joaé X Clotilde, apesar do reprovavel modo de vida do marido. viveu em relativa união at6 o dia em que, pelo Inesperado aconte– cimento que ae vai saber, não fot poss!vel mais continuar essa hal']Donl& . E nlnguem de bom senso, em sá consctencla, delx!lri de dar razão à dona Clotilde, pela atitude que tomou . Realmente, ela tinha conhe– cimento, tinha certeza da boa bisca qne era o senhor aeu marido . Mas, embora saben– do dlaso, não ae dava por achada . Vivia, é certo. ~= oa ouvldoa cheloa de máa no– ticias e de !uchlcoa, a res– peito da conduta nada reco– mendavel de aeu esix,so, quando fóra de casa. Quase todo o dia era un:a novidade . Que ae11 Joaé fõi visto, Íio me?C&do, em col qulo am9roso com uma m - lata. Que ae11 José estava todo embeiçado por uma ca– bocla, que morava no Telé– grafo Sem Fio. Que seu Joaé tinha dola filhos com uma preta moradora nos Covões de São Braz. E assim por diante . Dona Olotllde, com um temperamento que cau– sava uma verdadeira adml– ração entre u de seu sexo, aorrla. trlatemente, sacudia os ombros e era como se na– da Uvesae ouvido. Um en– canto de mulher. dona Clo– tilde! Pensava ela: se na·da me falta em casa e ae eu ainda nada vi do que :nc cantam. para que diabo vou eu ba~r bõca, discutir. zangar com o meu marido E com e,ta opinião. ela de- - De acordo. vore apoab 2 milhões contra a mlnh~ llber· dade - disse o ad--do. .E uslm efetivara-se aquet, apcsta ealuplda e r1dicul&. o banqueiro que na QC.L._-t4o poe– .aula enorme fortuna e era vo· lunlaTtoso e cheio de caprichos, nlo cabia em gl de entuatumo. Durante a cela db.ae tom'ban· do. para. o advogado. - Refita um pouco, 1ovtm, antes que aejà tarde. Dois mi· lhões nada reprue.ntam µA.ra. mim. maa ~ i,oderi i>trdtt tru ou quatro do, m!lhctres anos de sua vld&. Digo 3 ou 4 porque voe~ nio COn&eCfUlrt .ru· portar mau do que L,ao. Nlo .esqueça alem dl.sso. meu pabre homem que o encarceramento voluntario ~ muJto maL" dlr!cU de aguentar do que o rorç.,do. A ilmpeg le.mbranca de que , oc~ tem o direito de llbertar--M: a qualquer momento. envenennA toda a sua vida na cela. 'Tenho pena dt voe~. E agora o bctnquetro. camf.. 1.lhando de um canto para o ou– tro, lembrava-se de tudo l!.Y> e ze ind:1.ga va: "Porque fui faur eM:i .LlX)S· tal Qual a vanla~•m? O ori· .Yocrado perde quinze ,mo.s dr. vida e cu foto fora dol.s mi· lhõe.s, Isto s-ervtrt para conven· ~,:i r=r~ud~i~:r 8 dl~~ a prlslo perpetua? Nio e n,o! .Que ,nnd• unelra ! De mlnhn. parte tudo não pa.'\5011 dr. um caork.ho de homem bem me • .talado na ,1da.: qu3nt.o 30 ;,.d– =~:· te-lo pela :tmblçio do Reco:d.OU •St" do qU! I\CO;.\ te.ce– ra at>óa, a festa d3qucla nJlte Fol decidido que o ndVOG"acb ~t– ca.ue encarcerado. t:ob a m:t.Ls. cstru.a vtgllancb. numl'\ :tl:\ do Jardim da. resl~encta do br:.n quelro. E.stabeleceu·ae que dn· rante todo o perlodo o i,resJ ~l– carta privado •do direito etc cru– z.ar o porta.! de wa cela. ver outra., pe&.soa.a. ouvlr vou5 hu· ma.na.a e receber cart.a.s ou jor– n~ls. Era-lhe permltlrto po1.5ulr .um instrumento muaical. ler 11- vroa. ucrever carta.•. btber vt– rhoe e fumar. Segundo o ac, r– do. ele l)Oderl& comunlc.lr- a c1m o mundo exte:tor -- m.11 sempre Etm dtur urtu ró pala· vra - •atravfs de Uffll\ m~utna. Janela conatruJda para aqur.– le llm. Tudo o que d..c– Juse - fmsem livros m11- alcu. vinho - podi.l. rebeber •m quanlldl\d~. b&stan~.o pari\ tal enviar uma nota pela Ja.nellntu. O contrato prC\ 1 1& 01 meno:-es Conto de Jacques FLORES aarm&V& u tuchlquelras, as lntrlgantea que lhe apare– ciam em casa. Um dia, porém, lhe foi v!– altar um esplrlto de porco em forma de mulher: a sua costureira, a Emlllana. Che– gou. Sentou-se e haja con– versa sobre lato, aquilo e aquilo otrtro. Em dado mo– mento, a paleatra resvalou para o caso de homens casa– dos que sã.o ruelro•, que têm amantea. - Ah! dona CloWdel A aenhora nem queira saber. Parece que agora todos os maridos perderam & cabeça. Ainda na terça-feira, hoje faz oito diu, a minha aobrl– nha Belóca deacobrlu que o marido - coitada, casada há quatro meses! .- vive com uma mulher com quem tem dola filhos . Mu eu Já dla!e pra ela: Olha, minha !Ilha, não te faz de molongó . ✓ai logo na ca.sa dusa sujeita e declara a ela que tu és a mu– lher legal, que tu és dele, e que, asalm, quanto antea, ela deve deixá-lo em paz. Para os filhos que ele dê uma me– sada. Agora continuar a vi– ver amasiado, ah! Isso é que não! Ou a Belóca ou ela . .. Dona Clotilde ouviu tudo em silencio, aem emitir opi– nião . Emiliana pediu um copo de água, como para criar ànlmo e, dando um suapl!o, continuou a debulhar o as– sunto, cujmlnando com a tremenda dendncla que es– tava doida para fazer. - Olhe, dona Clotilde! Eu a6 lhe conto porque a senho– ra é minha a.mia& e não U'e– rece Isto .• . Olhou em derr~– dor, como a verificar se nlo havia nlnguem ali por perto e, tomando um ar mtsterl-,– "°· prosseguiu: - Se a senhora não se mostraaae minha amiga eu não lhe contava. Maa, com franqueza, não posao ficar calada . Há quatro dw mu– dou-se Já para junto de casa uma cabocla gorda cha– mada Llna e que parece oer mie de um rapaz de una de– zoito anos. 86 os dois mo– ram na casa. Todas estas tardes eu tenho ouvido fala de portugués na varanda. A senhora sabe, parede de ta– bique não é dlficll a gente ouvir o voz dos vizinhos, so– bretudo quando eles falam IJ)ala alto . Pola, dona Clotil– de, ontem tive a dolorosa surpresa de ver!Ilcar que a voz do tal homem era a do seu José . VI, dona Clotilde! Ele, após falar sobre gali– nhas, foi olhar o gallnh•lro da casa da cabocla, e eu t!Tc oportunidade de ver. de ne certificar que o ae11 José é o amante dela . Eu sei quo a senhora não acredita, mas não cuata nada Ir li ,m casa... Dona Clotilde, j à acostu– mada com denúncias ~fotl– cas àquela, não deu 1010 atenção ao que lhe acabava de declarar a Emllla.na. Lev•,ntou-se . Foi à cu.oi• nha . Deu qualquer ordem à coo:lnhelra e voltou. VoJt,,u melo apreensiva. com a teata franzld&, num sinal de pr,o– cupação. Não sentou-se. Foi à sala e, ali, sozinha, come– çou a refletir: E' verdade que até aquele dia nlo acre– dltàra em nada do que lhe contavan, sobre as donjua- ces de seu marido. Entre– to, o que acabava de sa- ber. contadt pela Emlllana, era umo colaa mais séria . Ela, ae qulaeaae, podia Ir ver, podia Ir ae certificar. Pois entlo Iria e, aaslm, açabarla de vez com aquela situação de espooa enganada . De uma vez para sempre. Faria meamo tudo para ser vista, para que seua olhos se en– contrassem, e, deste moâo, ele não vlesae mala.tarde di– zer que e:ra mentira, que era tnràmla o que lhe haviam contado . Combinou com a Emllla– na . Iria no dia seguinte, Jogo apóg o almoço. E foi. o ieu relógio de pulao mar– cava 13,30 horu quando che– gou à caaa da coaturelra. Sentada numa cadeira de vime, na varanda, dona Clo– tilde ficou aguardando o mo– mento que decidiria o desti– no de sua vida . Embora apa– rentando calma.., ela se sen– tia melo nervosa, melo ator– doada . Branca e magra, o seu aspecto era de quem se Jevantára de uma demoradn enfermidade. Havia decorrido segura– mente uma hora, quando •• ouviu que alguem abria a porta da rua da casa da vi– zinha . D. Clotilde ficou !ria. Se– Dona Clotilde ficou fria . Se– ria ele, nlo eeria? Era ele. A prova tlv~ra quando o seu José começou a falar, Já na varanda. Reconheceu-lhe a voz. Então, um lmpeto, um deaejo louco de si se apode– rou: o de Ir ao quintal, ar– rancar uma estaca do cerca– do e, passando pelo buraco, pegar em flagrante o aeu marido . Chegou a encaml– nhar-ae rumo dos fundoa da caaa, pronta para põr em execução a sua ld&a. Foi a Emiliana quem evitou. Que Uvesae paclencla, que nlo !1- zease ~ndalo, que se aguardasae para a salda. Quando seu .Joaé salase, ela tambem sairia. Infalivel– mente, um tinha que vêr o outro. Maa se mQlltrasoe cal– ma. Nada de emas. o que tlvease a fazer, flzesae em caaa. Se mostraase superior. Dona Clotilde conformou-se. ~~:J'a~-•e novamente na Enquanto Isso o José,~a1e- 1re, cheio de vida, conversn– va, ria, dava gargalhadaa. Pelo barulho do S na eacá– pula, ele devia estar de rêde., se embalando. Dona CloWde pensava:: para ver só esae semvergo– nha! Em caaa, quase não fala . Não ri . E gargalhada, então, não me lembro de tê– lo ouvido dar,. Na casa da amante, e11'1'etanto, era~· aquilo que se ouvia. E jágri– mas sentidas começaram a correr doa olhoa da desolada senhora. -Como num cinema. lembrou aa principais Iases de sua vida . Viu-se namo– rando, depola noiva, a seguir o dia e o ato do cuamento. O nascimento de aeu primei– ro e único fllho o Florlllmun– do, sempre tão obediente, tão carinhoso I E ae o Floris– mundo soubesae? E quem sabe se ele nlo sabia e não lhe contava nada para não lhe causar desgoatos? Em certos momentoa dona Clo– tilde não pensava coisa al– guma . Havia 11111 embara– lhamento de Idéias em sua cabeça que ela ficava como quem eatá fóra de si. Quan– to temoo Isso levou, não •• CONTO ESTRANGEIRO recorda . Lembra-se que ha– via acabado de tomar uma Xlcrlnha de café, que a Eml– llana lhe trouxéra, quando a voo: de seu José despertou– a daquela espécie de sono– lência. Ele procedia como se tlvesae acordado naquele Instante. Dizia que la tomar um banho. E, logo a seguir, encaminhou-se ao quintal, onde estava Instalado o ba– nheiro . Dona Clotilde esta– va percebendo tudo, mas não qula se levantar da cadeira em que estava . Aguardava a salda . Emlllana falou : - Ele está para sair. Te– nha calma, dona CloWdel A's 17,30 horas, mala ou menos, as duas ouviram uns passos de sapatos no soalho, sinal evidente de que o sen José estava pronto para sair. De lato. dai a minutos, uma voz forte, com acentuado to– que luso. dizia do outro lado da parede: - Até amanhã! - Até amanhã - respon- deu uma voz de mulher. E houve um estalido chõcho como que de um be(Jo. Fa– lou ainda o homem: - Não te esqueças de man– dar o Mtguelito ao escritó– rio ... - Sim. Ele vai Jogo de manhã.. . AI, dona Clotilde levantou– se e, despedindo-se da Emi– liana. encaminhou-se para a porta da rua . Saindo ao meamo que o seu José, mala rápido do que se esperavá: ocorreu uma cêna que apenu ae póde Imaginar e não descrever. Já na rua, José entabolou ainda ligeira palestra com a sua amasia, ficando de cos– tas para onde estava dona Clotilde. Ao virar-se, porém, para vêr se já vinha o onl– bus, verl!lcou-se o ponto cul– minante do fato . Os aeu., olhos se encontraram. Dona Clotilde manteve-se fria, lm– pasalvel, vencendo a explo– são .da sua grande dõr. ,rosf. ntordoado, empalideceu e baixou os olhos procurando um buraco para nele se me• ter. ' Dona Clotilde retirou da bolaa o seu lenço e enxugou as lágrlmaa aentldas que lhe ensopavam os olhos. - Adeus, Emiliana. - Adeus, dona Clotilde! E a pobre senhora, tomando rumo oposto àquele em que estava seu marido, seguiu para sua casa. A cêna não demorou mais de três minutos. - Olhe, seu Florlamundo, eu venho lhe contar um caso um bocadd chato. Maa te– nha paclencla. Isso é da vida . .. - Que foi? - Seu pai acaba de mor- rer Já perto de caaa ... - Mas como? Que !oi Isto, meu Deus? - Falando um pouco alto, os companheiros de escritório foram se apro– ximando, curiosos para saber de que se tratava. Floris– mundo, atarantado e cho– rando, Jà vinha de falar com o agente de qu, m obtlvé;n llcença para sair. Enquanto Isso, Chico dos Remédios ex– pllcava: - Seu José vinha andando pela rua, quando lhe deu uma coisa que fez ele cair desamparadamente ao chio. Correu gente e levaram-no para a caaa de dona Llna, onde foi deitado na cama. Nada mala puderam fazer. Quando a Aaslatencla che– gou, ele JA estava morto . Disque rol congestão... - Mas em casa de quem foi recolhido? - perguntou Florlamundo, Jâ de salda. - Na da dona Llna, Já na travessa doa Jurunas. Quem eatava perto de Flo– rlsmundo de certo viu ele arregalar oa olhos num es– panto e. a seguir, dizer: - Oh! meu Deua, como vai ser Isto? 1 E, falando con– sigo mesmo, perguntou: - E a mamãe? Salram. Defronte do edl– llclo Bern, meteram-se num automovel e rumaram pam a avenlda São Bru. casa de dona Clotilde, a mãe de Flo– rlsmundo. Passadoa momen– toa. viu-se o aegulnte: Num canto· da sala, dona Clotilde e Florlsmundo, abraçados, choravam copio– samente. Perto, o Chico dos Remédloa com uma cara de bacuráu triste, aguardava ordem. esperava uma deci– são dos dois. - Olha, -meu filho, por mim o José eatá perdoado. Sofri multo. Hà mala' de anô que tu sabes como nós vivia– moa em casa'. Não nos falà– vamos. Eu sei que tu com– preendias tudo, mas nunca me toca.te nada. Eu perdõo o José . Ele, de qualquer for– ma, era meu marido e era teu pai. Por Isso o enterro sa1ri daqui. O corpo deverá vir quanto antea para casa. Vai 1010 tratar disso, meu filho... Dez horas da manhã do dia seguinte. O enterro está para sair. O trecho da ave– nida São Braz, onde fica a resldencla do morto, está cheia de automóvela. Dentro da casa, nlnguem póde mala entrar. Está guperlotada. Começam a sair. Todoa aguardam a chegada do pa– dre . Próximo à porta da rua fomos encontrar, num gru– po de outras senhoru, dona Llna e dona Dadi. Dona Llna estava acompanhada de aeu fllho - o Mlguellto. Chega o padre. Entra. Retllza a cerimonia fúnebre e ~ál . De dentro da casa vem o rumor de um chõro sufo– cado. O enterro põe-ae em movimento. O carro do de– tun~ à fre1>te, o do padre e, a aegulr, os automóvela dos parentes e amigos . Num dos últlmoa autoa, dona Llna e dona Dadá conversam. - Ah! Comadre Dadá! A aenhora nem sabe como eu rlquel quando vi don• Clo– Wdel Tive uma dõr no meu coração que a senhora nem calcula. Meu deaejo ~ só o de pedir perdão pra dona Clotilde. Como eu tenho pena dela! Parece ser uma senhora tão b6a !... - Ora, comadre, a aenho– ra não é culpada do que hou– ve. Isso tudo tinha que acon– tecer. Seu José cumpriu seu 11 ~ito~:i:a:;;r ·M;.; meu coraçãi só ficará aoaaegado depola de eu ter pedido per– dão pra dona Clotilde... O-enterro chegou ao ceml– t~rlo de Santa Isabel . O cor– po, carregado por mlos pie– dosas, entrou na Capela, saiu da Capela e, ap6g, foi condu– zido à cóva. Estava o reve– rendo aaperglndo Agua ben- A AP OS TA dcl.&lh!s. tornando a recluAão ab Mluta.mente !011tarla e obr11mn· .do o advogado a permiuiect!t' exatamente quinze ano, - do meto dia de 14 de novembro 1e 1i70 ao meto dia de 14 de no· vembro de l&M, A meno:- ttn– .btln, de ,ua. parte em vk>l■r eSl3.J condlcões., s.alndo ~lndn. aue por dot.s minutos antes da d3ta prev1.stA. ltbertava o ',lin• nuetro da obrls:racio de paç:ttr· .lhe 03 dois mllhõe!. Ouranlt- o prlmtlro nno. o 1d,-ol(lldo, ugundo &e podt11 tul· gu por IUru curta5 me.n.'3~c:u. M>frla terr1ve1m!nte a !0lldâo t o t~h Dia. e noite vinha de .su" cel3 o som do plano. RJoc'-".lra o vinho e o fu:no. NO Vinho... escreveu. .. exc.t~ o, d~scdns e os d~Jo.~ sêo o m,lor Inimigo do prhlonel:-o: li'lem dt.,ro. nada ~ mals cacrte do nue a gente beber !oz.lnh-, um bom vtnho'"; e o rum, t·m· r,:i,tav11. o Pr do quano. N"!"SC.S prfmelro\ dou me!es o :t.~·,o– tzndo !0llcltou livros de u..•un· to.s ll~elro~: novel,, de arr.or. <ont.o1 de crime e fll'1ta61a. co· .me.:ib e c:'Jl!&.s cem!lhant.e~. 1'10 ~egundo ano o pi3no nac, nuils t:11 faz.la ouvir e o adC'c:;rt· c!.1 ptdia 50:nente obru cla~\f· ca:. Nn oulnt.o ano tornou·::t " ouvi: mll!lca na !.ab dr reem·. ri.o t o rrt.;foneL"'O mandou p:· dlr vinho. Qs que o vli:tlnvam c1l'",:erarn C\U" duran:c tcdo n n.n::> c 1 e uteve n.pe.na. , a coni.::r a het:c:- 011 dc!U"t1o na r'1:na . Ndo 1111 11r.cz . A's v,::e.,. & r,,t. te. r1nwva~e p3ra e :c.rr ,·tr ~– crcvt" dur1-nte to~o tf:moo I'! .rn.: r.wa t:1C:O na mnnhl :-•-n1:n~ t,. ?.ibta ao oue um1 vez f.)t r:u· vl~o ., chorar. N'o. ~scandn met:ide d.1 ~~xto nno o p:-Utonelro começa. ulo• ::amente " estujar tln.-;-=::. '-t!o• w!Ja. e hl.:t.o;-ta. Entrer;otl-!.C d.e t3l man~lra a !rto que o t-an· ('JUelro maI fln~ t~M...,.. •hrn. co:i:."'f'Jt- e~ ltr.c~. o•·• cJ- ,.,..•1- c1tava. 1:0 c:.spaço ~e qucuo Anton TCHEKOV (Ttoduçlo de JON \J ullberme MENDES) anos cerca de selacento1 volll"' mes toram comprados a aeu l>t– dldo. Durante eS&e perlodo o banqueiro recebeu a aegu1nte carta de aeu J)t'l5ionelro : "Meu i,tt2ado carcereiro. Es· crevo-lhe ata em ,sela lln:rnas r peço-lhe most;&·la aos erucn· dldoa nos diferentes tdlott'U'.5. Que elu examinem e, no caro de nlo ser encontn.do qualquer ero. peço-lhe mandar desca:re· Hr uma garrucha no Jardim, Polo ruido ficarei n bendo nã,-. te.rem atdo em vi.o oa meu, es· forços, 05 gentos de todas u ~pocu e de todoa os pa l.scs ta~ Iam llncruas dlferrntes: mu ne· tu brilha a mesma ch.a.mA. o· se pudesse tma~inar a fntlii\U\ felicidade que alntn airora que OA ;o:-.::.o comJ)Tee.nder I" O de.selo de prisioneiro foi sa– t1.tr ,-1to. E dol:ó tlroa ,.001tr:1m no jnrdlm. por ord,.m do bo.nquel· . ro. Ma.Is tarde. no dcctmo 11no o advo~d,, :.enbvn.~s!! lmovel o. mc:!a e ila 1-orn!!nt.e e Novo Tt"t· to.mento. O banqueiro ach".\'n .e!.tranho que um homem que cm i,ui.trO anos l'\avh lido r•lc-• rentos volume, r!e obra~ cwrl I· tu pud~cte G3'U1r nuosc I m ""'º lf'ndo um ür.tro livro de "-· cn comtirc,ns.'°lo e d,. neout'1:i. ,.~ne~·un. O Novo T e !lt.rr .:t>.,tJ foi dr~oh 11utrUt:..ilC:n nc·a h'~· t:,rls dos religiões e da te~lo:,b 0-Jr::nt.e o~ ul~lmos '1oh t!:"\'J"; r'le sLl reclu&l'o o n!'t·lo~":ro teu fJrta e ln'115Cr'rntr::: ~-:r-:.en· ,e. 0 :-3 havert, rlc d::C:l,;.Jt •·e 11., clenclas n,turels. or;, .!;~ ,n– l.regaria á. leitura c;e B:,-ro·t , Shlllte'"peore. As \'C::t1, O'J.ITI'\ !"\e.:-m'\ noto.. pcdh 11m ,lvrn c'c qulrr.lca. um;, otr.1 ca~ ~ot.!ca. de m!1!d~3. U!n'l r"· vela e algur.i t:·at:!.:!;:, •obr.? 11- lo.:o:b oa t~ 1 :,--!:l L'.:i r::,:,:"'I !~ e.:tlv:::::e n;1-:i"ndo no in:ir ,.ntr~ o; clc! tro..r~ d" um ,1:>.u· frp=lll r. :ia r-,·h '1~ ~.-·va~ :t. vld .. , ' " 1110.rr: itc a. t.ui ::o o que ,aursluc. rr o banqueiro recordan·se de tudo Lsso e ptn.sava: Amanhã. ao melo-dia. 1-le eatará livre. De acordo com o contrato terei de pagar·lh" 2 milhões. Se o rtzer uni o meu fim. Estuel arruinado para a:mpre .. . "' Quln1..e an03 ante.a DOS6U!a va– rias mllhõe.s. mu hoje temia verlrtca.r o que tinha mn.ls · dl· nhelro ou dividas. O Jogo da Bolsa. os rlsoos da e.,peculação, " negltgencla de que não c-:rue:– ~ulra se livrar me:;m9 na vc:lhí· ce haviam gradualmente pro\-o• te de Deus que me v~. declaro l'JUe desprezo a liberdade. a vi· da. a aaude e tudo aquilo qu~ o~ llvro1 dominam d6dh·as deste mundo. o urante quinze anos e..Uve ~lllgentemente a t!ltudar a vi– ,1a. t.enestre. Em ve.rdad~. r.Ao via nem a terra nem as ou:.c"c· rna.s cm VOSIOS llr.os htbl v1· nhos de intensa fra.iJ':incla. cant.e.l belos oa."ltlcos. cact?I vead05 e Javalis nu florestas. nmel mulheres .. E belas ·nu· lh::re\. pareciam nuvens eti– r~as crioda.s pela magln. do ge- 1110 ~os poetas. vlslt.an1m-me n nolte e me S!Gredaram htsto• rl:11; rrui.ravt!hosaa que me cm h7ll~arrm. Cm VO"S03 livros 01·nJ"{Uel o come do I:lbnu e do n:mte Branco e dnlf oude vc.r c-:i:-r.o o !OI u tevn.nto de mnnhfl. t" cor.ia à noite, vertenc!o CI ré:J, ccc: :i.no e as montahha:. es· rrlam·&"' ele ouro purpurina On.· li eu vi como cintilam as lui's. \'&.rando as nu.vens: vi ver.:,,es flo 1c:;lc!, cJmpos. rios. la9,0J. ci~tn· rle:: cuvt a~ rerehs contar e as nauta.., de Pan: toque:l as e.os d'! bt!os demcnk>:i flU! vler:im \'o,ndo falar·me de Deus... Dn vo::os Jtvroa penetfel em .,i:.1.-.. n:o~ u m rtm. perfiz ml:n,ires. quctm?I cidades preru-el no•Jas rt'l!i!õe:, conqulst.et pt1fae.a ln· l ~I:·,;,-., . . "VoJtos llv101 deram·mc: fl!L• bedorl■. Tudo o que o lnlatlp– vel pensar humano criou r.tza.· vta dos seculoa acha-ae oomprl inJdo numa pequena mas.a, dentro do meu craneo. Sei que oou mais sabia de todoa vós. "E dtiJ)TelO todos OS VOIOI livro,, l.odu u d6dlvu !erres• tru e a ubodorla. Tudo lato ó va&Jo, fragll, vl&lonArlo e !alu como uma miragem Ainda =1ue seJalJ orgulhoGo, lliblo e belo. ainda P6lm a morte UmJtar-,-os– A da faC6 da terra da mama forma que aos ratoa que vivem nos buracos e • vosaa postfflda• de de \"0!.608 homens de Renlo seri uma borra. endurecjda q~e se consumlri Juntamente com o globo terreatre. "'Esta.Is louco e extravhdo. Tomai. o falao pelo ver:!adel· ro e o feio pelo belo. Ma;avl· lhar·voa-el &e aublta.me.nte, u macieiras e lanngclru come· ÇILMem a produzir ris e lo.rta· tos em vez de rrutoa, ou ,;e r.1 rc-au começas.sem a expeUr o odor de caval0g suadoa. Atlslm tambt m. me admiro de vós que trccutu o úu pela urra. N6o \"OS quero compreender. "Pa.ra mo1tra·v01 meu deldem por aquilo que 6 a vou& radl') de ter. desbt.o dos dota mllhbeJ que outrora r.onhet como equl· valendo ft. um paraisa e q\le agorB '1espreso. Afim de m,. privar do direito a elM. sal:-el cinco mintos a.nt.e1 da hora es• tloulada e violarei, antm, o con· tr,Plo. Quando terminou a leitura. ., banqueiro p6s a folha de papel na m:?!a beijou a cabeça do e.s– trn.nho homem e começou n. chorar. Jamais, em tempo •1- ITilffl, nem mesmo após t.errlvels perdas na Bolsa. aenUra tama· nho desdem de ai mesmo, comn &&;Ora. Chegando cm . cu., !oi 'pJ!'n a cama mas a aa:ttac;.Ac, a u lagrlma.s fiz.eram com que Ie· \'~U.e um 1:irgo tempo J>'ra dor· mi:. Ne m:inM aei\,llnte o J)Ohre l"l&li> volu correndo d!Ur-lh• meu !0-9-194... Llleratura "fas-N quer hora do dia ou da noite. llterárloa ae eues •arupos'' alo eatouram à maneira de bolu de cheia& de ar? · Aponaa cultl.-ar as amlladea que - cego para o que poua checar a ''ftr", parr, o que poua chegar a "cnr,tr". O • lhar. Trabalhar, trabalhar, aW que ~ mais mover de tio calejadol. ----- 5-10-194... Quanta "1ente" • - ,.. llterár!oa! E tal acontecimento ao col!re de ._, nar !un~reo. quando III c:onatata a IDelr:lllimliW ~ mP>D.o antes deaaa "sente• entrar ~ de cemitérios. 5-10-194... Horrlftl aenUr ~- de li conheci uma mulher ftdalgalallma qu IDflw 41! 1111111--•, fflDL 8-10-194... A cnia do pednlro 6 a gramatlco é o aoleclmlo alheio, a cru do lll&dlo· acerca da sinceridade da mlllher, Por que 1llo caneta a crus do eKrltor? 17111a IIJlllllar era qiaa se brnr-os nem tio pouco srtnaldu? 8-10-194•.• Nio cuar com mlllber que ...., dapés de critica. Nem tio pouco_, - saiba f uer nada. 7-10-194..• Para que nos utllllarmGI dM1os atravesaar o r1o a nade? 8-10-1114-... Rir com f~ chmv abraçai a bem-àmada ae dedaNr de tadu u 8-10-194 .•• Jamall a.eiar _. abde de Pola todo chefe ,por melllor que ..ia, 111111111 dia sê-lo. 10-10-lM.•. - lC - era tio podl-, 4118 podll1a ú6 IIIIÍIIII'. apodrecer oa tnteatmaa de 'IIIIP'elo, éuo - ele U. -..;; nhnase a batata da perna. • 11-10-lM..• Sofro ao ftlUlcR llllo poder__,. realmente llnto. P&aa- COllll&D o 11118 'ftrla a• J11a11P uma sonambulo que ~ aar ~ e ..... • i:udease ~onatatar da aua nadei. 11-10-lM•.. IIIDtre D llÓnto 'Valno ftadlllo .. O lllilllD,i– ce "Montanha Millca" de TlalNa Mann - ~ o &iilt.; 12-10-194..• O. Jornala n1o flJam de tell .-, éM cabelos, de tua c6r, nau tio pgao talam - Ilabel· de - de teua natldos. Apenae filam de ._ j~ 'ftis de almi-111U", apéuaa ~ das t11a dmaltlD ,-. mim, revelam uma abldorla de lrlnta. Kallda-me 1llll autógrafo - Iabel de outro - e w dlr-.... 111D 4eQ sado. IS-10-194... Com990 ncmllMIIIII a...,. "Dlalu"': persc-nagens aerlo oa m--. o -to _.. o ._. fo~~ -que difere do ana., e IDCIDeraao raaflmot ~ . H-1~-194 . . . Acabo de receber uma carta da llrta li': • tlnlco, terrtvel e lncon11tyeJ defeito da IDteJlsema JllllÍ1laÍâ não pomiJr pernu. AI auu pemu alo dolll auttillldclllJ ... nlçoa ae vergando aob o deacomunal PIIO de ea llaaJlo. ta sobre o caduer e prof.. rindo o Req11leean ln paoe, quando todoa os preaeni., atónltos, asslatlram eatt qua– dro: uma senhora, cabocla gorda, que estaV& junto da cabeça do defunto, cal11 IMII pés de dona Clotllde, e, aJoe-. lhada, entre soluÇOI, dlae : - Me perdõe, dona Clotil– de, me perdõe, dona Clotll– de l AI, a viúva do José da Coi– ta, numa voz que traduala a aua !menu. trlateza, talou: - Levante-ae, dona Llnal A aenhora nunca me ts mal. Não tem porque me pedir perdão. Não hi motivo de haver zanga entre nóa. De– vemos ser amigas. Levante– se, dona Llnal... B, fica– ram, abraçadu, chorando, IÓ ~~&~ .:0pJ.,. bo.:,' Ja1: la do Jardim, -r pelo por– Uo e deaa;,a,ecer. O banquei– ro, lmedlatamen• foi _, .,. empreaadoo at6 ao l.-1 • 00111- tataram a :u,a do prlJlonelro. Afim de eYltar nm-.ono dMne• c... tno.. loirou o papel de oo– bre n ~ •· quaado wltou trancou-o no ootre. cada a queda de aeua nesoctao, • o homem de n..,.,SO. &lida& confiante • orsulboto \rana– lormara... num banqueiro oo– mum que tem1a a cada elna· çlo ou balu. do mercado. - ES&a maldlla apo&t& - :=~:• d~~ 10 á cabeça. - Ora. por que nlo morrera o homem 7 Tem ape– nas quarenta anoa? Levui o meu Ultimo vlntem, minha ale– RTla. o gosto de viver, a PõMI· b!Udade de Jopr na Boi.la. ,: !tcarel parecendo um mendillo. cheio de lnveJa, a. ou'rlr·be .. meamaa palavru l.odoa os dtu: "Devo-Ih! a mlnha feUctdnde Dtlxe que o ajude". Nlo. era demat. 1o wll00 meto de miar " banca.nota. e a dea,:raç& ~ ria se o homem morreue. O reJoglo acabava de dar u trêJ. Na eu& todos eala.vam adormectdoa e apenu N ouvi· am as arvore. selada, a 1.1:mer 10b o vento, li tora. Procl.lr.m~ do evitar o mencr ruido. !Irou do cofre a cha.. da porta ~ue nlo .. abrira durante qatnte ano.,, veat.Ju o aobretudo e ahJ'. O Jar<!lm e.st.ava eacuro • !rio \1m vento umldo e penetrante uivava no Jardim nlo delundo puodu II an-oru. Mesmo ror– ç>ndo a. vi.ta o banqueiro ui<> cons?gUia dtvtur o teremo. as b:"ancu estatuaa. Ls 6rv0!'1la ou n. ala de reeludo. Qua11d? acntlu que estava proxlmo d•s· b charnou o vigia por dua, ve· ut. Nlo obteve respoata.. i-:atu· ralment.e ele. procura.ra abrl:;3r- 5!1 conta o mau tempo e ':\&?!'& c1b.rla l"'ormtnM ca cozinh'\ tAa n., e.,tufa de noru. "Se eu Uver 1\ çora1em de 'l!Xe– cutar a minh.l ln~nçlo"'• .>?.."'\• N>U o vi lho l#nqueJro...o mal· or ausptlt.o t.e:i. o vlila•. N,1 es– curldlo !oi tatcalldo rom 01 l'f• até enconlru a porta e entrar pelo oorredor di> ala do J•:llm. onde penetro• f.s apolpa:!e1.._ actndendo um fosforo quindo eatava li dentro. Ali nlo havia viva alm•. 01 ferrolhos d& por• :~:!~va :~:a: qu 1 ~?c~:. Quando o looloro H N>&l:OII. o "°"''--._..., .. .... lado, - ...... flt. nela. Ko quarto-~ lhan Jus dlftl& O utavaMDtadoi– lbe U CC111U, o _....,1 mloo. l,IYfaa &lllrtol' .... la-,duull&dalNil • - ~.:.:.m:,.g..,. :,:,e ni:.t~t.="'• do ~ ba- ~ doalfllt&NelmeNI.OIID- quetro bateu~=- - - declol.muo =! QUalQaffllnalem • Uo o bulqeulrO reUrou oo ferrolllol da ,.,,._ p enfiou a cban na feati&daa: A ferrupm - .._ 1lill rrunhtdo upero o a 1)Cllta nn> JmL o banquotro - .-tr lmedlatamenta - lll'flO de 11111'• pr... e o nnnn, de-· 1'r4I minutos se puurai:, • lA ~ tro conllnuon. tudo ~ .nen– dQSO quanto anl•- Preparo,a. 11 para n:lnr. Diante d& meM Ul&Y& omla– do um bomem que IM& 'IIIIL, de um ,er humano comum ar& um eaqu"1oto com • lltlo ..-1..,._ d&.tonao,,.,.--...... ... helOI do mulhtt e a :.,,,O ~ luda. Seu ,..,.:.e, tn -•to, r::. eo.=":.!a.. .. --:: Jonsu • uttttta, •• ..., bre a qual _,.. • ••"- Uo ai,auloa I d_.111&â, cauaava pet11. • sua - O... belo Ji eetaTa prateando • =- 1\lem que olhaaoe -para . – roato am,uado po<lfflll aarMti lar qu• ele '6 ll'lha ~ '""'· Na m.,.. dlant.1 de r• e.abe<;a Inclinada. -• ,_ folha •• papel na QD11 il1IIIÍl!l!I "''•• ..lava acrtto por mlt l~~~bro dl bo", Pfllll!II Ô ball– quelro. •••ti aclorintoldO •• .,_. vavetmente a ver ~ .-a ,..us ,onhõo. - 11111 • > gue eJta COI!& ~ H leito e a ,utoque ~ em momtnto com n ira.,..iro -f: ~"i.,'l':,~:::.,11 .:!i"'~ ' força. MU antn. flDIQs Wt o qurt eJCJ'fl'fU•. o banqueiro aDlll!loa o lllPll "'~.:.:..=-...• .=. -- minha llllmlad • O dlNltO dt ~~"=• to • ..,. • 111s do d. - .....rt•dlftMOSalall!DU vru.Emll_......8

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