A Província do Pará 16 de novembro de 1947

SEGUNDA SEC~OJ AR'l'E E LITERATURA "LA URPILA" - Grande Prêmlo "P residente da Nação Argen Llna" de Ramón Gómez Comet CXXXVI Salão Nacional de Buenos Aires, inaugurado a 21 de Setembro do cor– rente ano) POE1'AS PARAENSES POEMA João MENDES ELE VEM DE ONDE AS ARVORES SÃO LONGAS E SONOLENTAS DESFEZ OS CABELOS OE MARIA PASSA POR MIM E DIZ: " O TEU AMOR TE ESPERA JOÃO" . ELE VEM DETRÁS DAS GRA.NDES MONTANHAS BEIJOU OS LÃBIOS RÚSl lCOS Df: ISABEL BALANÇOU O BARCO DE MANOEL PASSA FOR.MIM E DIZ: POETAS PARAENSES L E T CI A Haroldo MARANHÃO (~ deu.:itnnhado de um.1 crõnlea de ?J.AIUe P'AU8'TINO) LETICIA FURTt'✓A LETICIA DOL!:NTE LETICIA MEDROSA ESPIANDO NA i ARDE (FOGE, LET1CIA) TUA INUTIL TERi\lURA M!: CONFRANGE LH'C'IA TEUS LABIOS GU.ALlOS ME i:XA!iPl'RAN., LEltCIA . TEUS CABELOS SEM ~FAGO ME CORTAM, ME HREIA, ME SUCUMBEM, LETICIA (VOA, VÕA, LHICIA) TEU MUNDO i'ROFA~ O TEU MUNl)O Sl:RENO, SEM BE:RRO, SEM TOSSE NAO E' ESSE (FOGE, LETICIA) A VIDA TE ESPERA AS ROSAS TE l:S?ERAM AS AURORAS 'fE ESPERAM (DEPRESSA, LETICIA\ AS MADRUGADI\S TE ESPE:RAM (DEPRESSA, DEPRESSA) OS VENTOS EOS PEIXES TE cSPERAM (DEPRESSA, LETICIA) AS ESTRELAS, LETIC.IA AS VIAGENS, LETl<;iA OS POETAS, LEllCIA. NEM VEN:os, N~M NOITES, NEM VOZES TE LEMBRARÃO O PASSADO, LETICIA (A D151ANC.IA t~lOP.PECER.6-' TUA MEMORIA) VOARA'S, CANTARA'S, GRITAllft.'S GESTICULARA·S (SERA'S INCONTROLAVEL, 1.ETICIA) E' TUA A VIDA; E' 'IEI. O AMOR. FOGE, LETICIA. VÕA, LETICIA. AMA, LET:CIA. DOCUMENTO CONTO ESTRANGEtRO RISADA William SAROYAN (Traduç&o d1 JOSW' 01J'ILIIBltlO lllllnl'Dl - A aenbora quer que eu na t Sentiu,.. abondonado e tndta– po,to ~ sal& de &U1aa vula. to· doo o• outros Jl oe Unham Ido embora. Dan ~. Ja.rnM, M'fs· =· = =doio:·~:. go dos trUhol da Soulhern Pacl- llc, brlna.ndo e rindo, e aque– la ldtla. m&Juc:a <le Mlsa WW1- delxando-<> doente. - Sim. Os labi06 aeve.I'O$, o t.remor, os olhco. aquela mel&noolia pati!- 1.lca. - Ma.s eu nlo tenho •onta– de de rir. Era eotr&nbo. o mundo Intel· ro, o suceder d.u ~ a ma– ueira por que acontectam. - RI&. A cre&eent.e t.eru&o, eletl'ica.. sua rigidez, os movimentos ner– voao de 5eU corpo, a fr1eza que ela cauaara e o mal-.estar no !&rliU'O dele. - MM por que? Par que ? Todu u oolau amarrad.u, tudo aem graça e feio. o eSJ)lrlto &prl&lon&do, qualque.r cotsa. numa annadtltui. !em nehum sentido, nenhuma algnlllcação. - eomo castigo. Voc6 riu dn• rante a au1a, agora, com.o C&i· t110 \'oc6 terâ que rtr uma ho– r~ fiOZinho, sx,r ai meamo. Va· moo voce Jl <lelxou pusar QU&· tro minutos. Aquilo era. de.a,ogradavel; n&o = fe~ ~~1:iiO: efl~ci': por clma ser obrigado a rir. Não havia nenhuma lógica, Por qut1 haveria de rir ? Um suJet-. to não pode rir '-·toa. Tem de haver algum motivo, qualquer oolsa devertJda ou pomposo, qualquer 001.Y. com.Jca. 15.._-.o cn. tão ea:trando. por couM de seua modos, a maneira r,or que etn otha.va. paro ele, a t-Ut.Ueza, e.ra. de Arrertar. Que querert& ela ? E o ch~lro da e.scola, o olwlo no ch!o, pó de giz, o chWo da Ideia. os mentno. Jf. dlsw,tes : & tolldlo, & triste- ""· - Peço cleoculpaa por ter rido, A fJõr curva.ndo-5e, e.nvergo. nha.da .. Ele lamentara o que acont.ecera. nlo e.atava a.penu l.apl&ndo, lamentava. não por ele, DlM por ela.~ um& mo– cinha, prolUaor& aubltltuta, e havia. nela aquela trllteza !Ao extraterrena e l&o dlllcU de .., compreender ; el& eat.ava aem· pre .... 1m e elo se rira daqui· to, er& cómioo, &IIJIJ"ln& colaa que el& dJa&er&, a maneira por que dJMera, o modo ccmo fitara. cada um. seu &nd&r. Ele não tinha. tido vont.do do rir, mas de repente dera uma 1&r1&1ha– da e e111 lhe olh&r& e ele a 11· tara no rooto o por um _,. to houve aquel& vaca oomu– nll&o o em aquldA a rana, o odlo, em seu,, ~ . •Depo11 d& &u!a voc6 contlnllà aqui" Ele não qulzer& rir, aqullo alm– plumente aoonl.ecera e ele aed– tl& multo, utava onver10nhado do, ela devtJ, saber-, ele lhe es· tava dizendo, ora eua - Você oatA perdendo tempo. OOmece a rir, Ela eotava de-coota, apqan• do PIÀ\TU no quadro,_ : Atna. Cairo. u plnualllr, a l~~Íllro~ur:.,. na:-=. alo, meamo com - COIIU ,oll.adu: permaneci& llllld& m s&I&, &emtuw.d& pelo .......... rra,,decld&. - ,.-. - e.,plrlto e o dei&, - D1111111,. de um l&do e de Oll1ZO. - conlllto: por que, me deleJara ~~ .::".!:'1:1a"':~ :: = •le -J&r& !uer 11111!-, - ela: ele o aentlra lmedte...,,.. :: ~~m;::-:,.. ~ l'or que iülo ...,ntae de mo– do l&lao ? Porq1W b&- de - ele quem a-~ re&lmenl.eeb_J&___ to deade o pr1ndplo ? ~lo~l~~·lqrl-. verso- em - - Par. que direito lerl& lldo ele leito para destrir \mi& ootM b»• unte dentro de li t Klo ll'flii& a tnt.ençlo c1e ... cnw: t,or que haveria de COllllll'ND,del " começou a -111r ocllo pe1a - ~=a d:,~ '"....:l:.i:'":: rir•!, pmsoa; e!& POde cbam&r Mt. o.a,reu e fuer com - me 11a1.am : nJo t.ornant a rlw, Foi um enpno. Eu teaclOnara chor&r: OU Olllr& cala, enflal; nlo penava 110 que """"'– por Deus que do~ mu Dia - DMl lslo, Jl expertna) t.el - I& correi& no meu _,.,, li& q":~1.'t!m. ~~ DII 11&-, que me lmport& ? Atcrdaaft • ele sentiria a dor acuda ftrbl dlu depoll ~~ mu que elea .._......., e • CUl'VURID. não rir!&. Viu-a sentai& •m IU& mea fila. lo e, de tanto llrllar, eJp. parecia doente> e -. • a boo& .._u...,-11,. """'• menta de pl8dade, & piedade ~~~tan"::~ = pobre prof...,... 111bltl-, 11111 wna nlb& • !ela, mu - mocinha que deade o prlmm'O dia estava amedrontada t - Rla, por I&-. m~n~~~lo~a~ pedir-lhe que ae rlae (lllllllle nlo qu•rla rir. Qla poda am • Jell.O ! az.er, bon..,m-..: - oolsa !arta um np,a - f-. ,. certa, por MI& _. - tal~. nlo. ac.Jclentalmei:de como • aoootecem u -. arndaa t • que pretendi& el& t Que. pn,, zer poder!& ler OU-.0 a rlrt QUo numdo IIIIUpdo, ,. Olln- ~~~ =:i.: e dentro de 11 meoma, ~ llgum&lola$&1eaDo Ç&ndo outra d- I& lllp,, ma oolsa e dando - Ira, Bem, ele ha-..r1& de rir, A&Or&elerlllaDlopr-·– -el&.W-.OaelCjldloodll• ,r._ doente, ele riria. Quarta oonhecer & --., - - Ela não o -•a lcqando 8'rlr, utava pedlndo.llle ~ lhe que rla&e. Pe1110u. Taha mt- ~ e~=--d•• ~ ":- tentar lembrar-ae lodu u 111.– t.orl&a cngraç&du que Jf. o,m,, ra, ma.a. era estn.nbo, Dlo • lembrava de nenhum& S u ou• tzu oolau en~ modo :, ":C".: = ~ ''O TEU AMOR TE ESPERA JO.\O". Ei.E VEÍA C:ORRENDO FELOS PRADOS JUNlAN0O AS ALMA5 PWADAS S o I i 1 • oqu10 de rramado • Hemy Ma.Yo .,mbaado do HJ,&watha, reclt&ndo OI - deturpodamante; IAml>em alo era engraçado, Aquilo mnuma,a 1~-lo rir &1.6 ficar oom a cara vermelha e perder a resplraçlo, mu qora era um& ooll& !ri& ~ ,.m 1e11Udo, pelu 11\Jak do grande mar, pelU a,uu do .grande mar, velu o poderoeo. mu. puxa, não era •n-do: não podia rir. Poli bem. elo podla rir almpleamente, uma rt• a&da Idiota, !uer-ae de &tm, ha, ha, ha. Meu Deue, oomo era dl· tlcll. a oola& ID&I• facll n•te mundo pai& elo e agora nâo oonaegula nem um IOITllo. QUE DORMIAM E:!-TENDIDA5 NOS GALHOS, VEM TRAZENDO-'\S f:.M 11~:.JEMOI HO, ENTP.E FOLHAS E PO' DAQUELE PO' PRIMITIVO Q 1 JE so· o VELHO CACTUS CONHEC[ EI.E PASSA POR MIY. 'l 0 12: " O TEU AMOR TE E5PEkA JOÃO". Depois da longa agonla. CO TO Documento de Importar,. .:b para a compreeMáo da obra. e dos pontos de vlsla de Graclliano Ramo, é a carta que ele d.Jrlg:lu ao H· Luls sentiu. ainda deste la– do, que tudo estava solucio– nado . Fot a Ultima sen.sarlo Porque, logo depois. ,iu que permanecia vi\~o. e entris– tecido, baixou a cabeça, nzlo do ar Então, reconhe– cendo-se morto. st:a memó– ria procurou reconstHulr co– mo ~ria sido a e-ena dP u próprio enterro A mãe cho– rando. en'•olvldn em pano! preto,. as Irmãs em lágrimas. arrumando as flõres em tor• no dP ~~u corpo mnrto Lu.1s o valdo..~ rapaz da Acarle– mla. Pncanto das vizinhas alunas da Escola de Comér– cio. lmnglnou como teria fi– cado seu rosto. pálldo e 11\er– te. O.'- olhos t:llve7 semt– aberto.,. tudo coroado de Clê– res roxas_ Uma comls.s.io àe academlcos d.via er Ido ao enterro. o Amparo, orador le\·a,1do uma corôa e fa"'Pn– do a oração fúnebre. emper– tigado, exaltando-lhe quall - dades lnexistent,s e e5Ccn– dendo-lhe os deCelt~s 1la– s:rantr · Lai· '.';O!'riu à 1°~1 brança das ,,Jzlnhas. Deviam ter ficado 5'itlsfeltlsslmas ante a perspectiva de nm!l longa ,•iager, gra ls de 0:11 - bu.,. para o cemitério dls•~n– te METEMPSICOSE Ainda não ll'!n.sara em olhar pa ra si proprlo (J quel.xo , ao abal.xar-5P. a ,~a – beça. não encontrou a resl,;– tencla do pello, Então L•us levantou a mil.o e apalpm1 o que devia ser o rosto . No entanto. malgrado Vl.s..<c as partes de seu corpo, tudo co– mo que desaparecera. perde– ra a cons1stencla Olhe• testa. cabeloo. Apeoar dl. • sentla na cabeça o sópro 110 vento errante Encolheu os om~ros . Foi então que a força d:\ gra,·1dade (a Terr:i estava. 1~ em baixo> agiu em sentlóo centrá.rio. como Sf' o mundo ttv...e mudado de posição. Sentiu-se de repente empur– rado pa ra cima. por uma torça lrres1stlvel e, como sempre fõra um homem-~r– busto. lnquebrnnt:ivel por curvar-se aos ventos. deixou. se lt var sem qunlquer re t~• tencla Gostou da sensação da u– blda e lembrou-se de um p ,r– sonagem antigo que conhe– cera em uns livrinhos de ca– pa verde, há multo tempo . E. se, agora. o sol. tão próximo, tão itrande. lhe derretesse os asas? Sentlu. porém. que não havia asru; e voltou â. tran– aullldadr, à sua velha e pas– siva tranqnllldade Como se fôsse mergu!har em uma plsclna vasla, levon as duas mão.,:; à cnbt(o.. Precaução Inútil Luls afogou-se em uma :t1ontanha de a lgodão. A principio. dormiu pro– Jfflldamente. Quando o sóno se foi, e.spregulçou,se e. na rotina de procurar o chinelo em baixo da cama, senUu o Com uma sacudidela na cabeça leve. afastou a lem– brança Incomoda d boca– dos de terra caindo sobre seu corpo de defunto Olhou em torno. Até onde a ,·tsta .:1- cançava. ns nuvens. co:nc lentos elefantes. vagavam. calmas, os bordoo brilhantes de sol . Aqui e all, á rvores de tronco avermelhado e 'l"ai– zcs expostas, deixavam u lr a espaços Iguais. frutos tão bonitos que niio davam von– tade d, comer. Céu azul não havia. por cima, como Luls esperava . Tudo claro, e os ralos de luz. multo próximos, rocem-saldos de um sol, mos– travam-se como as corren ti– nha~ com que as mães pren– dem os pescoços das crian– ça., Teve vontade de dar uma olhada para a terra . Deitou-se no chão e cavou um buraco na.s nu\·ens. Df':– pols de al~m trabalho 1 as Mário FAUSTINO nurens eram escorreg3dt– ças,. pronto, lá estava . A forma arredondada em cima e bicuda em baixo. como no livro de Flammarlon, apre– sent.at ·a a.s manchlnhas das cidades que ele sempre :1ve– ra vontade de ,isltar . Paris, Roma. Nova Iorque. Pequtrn, Bombaim. Constantinopla , .. Luls. porém. · não sentiu a menor .saudade da Terra Como os náufra~os procu– rando conhecer os amblen – es solltárlos Luls camlnhcu algum tempo. a é que ouvi 1 mús!ca _Música fina. em .:ur– dlna, diferente de tudo o que ouvira nos concertos lá de baixo. t,,go depois, un a nuvtm afastou -se de stibtto e Luis pôde ver os mais gor– duchos anj lnhos. verdadel– ra.1 confirmações da vtden - ela dos fJustradores sacros. soprando em cornetas r..s– QtHi.lldas, tangendo liras di – minutas. ao compasso do ra– mo que um anjo ma,..tor sus– ent:iva . Luís parou. delicia– do. Um aperto ao longo de seu tronco. chamou-o, po– rém, à realidade: - Como é, Luls, tú por aqui, afinal? Era o último de!unto da Academia. que figurava ~m um dos quadros de colação e ao qual foram prestadas as devidas honras póstuma.,, a ele, ao mais amarelo de to– dos os Ambróslos . - Estás a ver. respondeu a 9tm ~ ~~. ~ii~ Gõt~– nhando o ar diferente . Fi– nalmente, como dJzta o ncs– ao prot~r de Dlr~to Ro- mano. consegui libertar-,"!! daquele ,·ale de lágrimas - Que vale de lágrimas, que nadai Da minha parte. o que eu quero é ver se ar– ranjo um Jeito de dar o fóra disto aqui. O diabo é que es · sa h1stórla de ser criança de novo não é nada agradável. Mesmo as.sim. prefiro voltar a ser beliscado pelas amas nos corredores a suporta:– esla vida. ou melhor, ~sto morte . Há pouco tempo ~1- rlgl urna petição ao Senhc.r, manifestando minha vonta– de. mas. como aquJ é como na Terra uma burocracia horrosa. ainda não recebi nem espero resposla . Mas há de haver umn maneira qual~ quer Tudo ,e descobre - Pois eu eSUJu até go., • tando. disse Lu1s rma"1i:a que D. Morte llvrou-me jas ma.is assustadoras provas parciais. Só a lembrança de que não terei de enfrentar. novamente. 2.quele3 professo• res Cóuels. Já é um lenltlsn bastante agradavel - E'?. . . A morte !ee-t 0 fala r dl rtcll ... Pois, meu '" lho, eu lambem gostei mul– to. nos primeiros dias. te.1- Lf!l mesmo namorar uma \~ su: santas carola.a que nem com a morte largaram o mis– sal. E não foi de pouca coi– sa que me livrei. Só as per– guntM do pai da minha pe– quena, as contM lntermlnli– vels do alfaiate e do "bar– man" eram bastantes para qt.-:lquec ~ <!eseJac e, morte Agora. por~m. minha única obcessão é ,·olta, à Terra. àquela Terra. boazl• Graciliano RAMOS crltor Allyrlo \leira Wan – denley, pedindo a este transmitisse a Monte Hrl– t~ o que o grande roman– cista chamou de 11 solllóqulo nha, dos passeio&na,, praças enluaradas e doa banhos as piscinas pouco frequentada,<. - Ah .. Tú és o tal que, na Academia, dlscutlas a fa– vor da Metempflcose.. , Acontrceu como Ambrósio dl e Luí.a cansou-se da fal– ta d• trabalho. das longln– q~as vl;i(Jeo::: da Terra, aborre C"U-~e da múslra dos anil – nhos prosaicos e das frutas m rla!=i dn~ árvor es untfor– mr-:. O ar tran lúcido do ciu trnux.,-JhP ~ '-tlUdadP do chrirn fort,. da ddad~. d:"! poeira dos aumotóvels e das carrocas. da fumaça das ', brlc:i:; P dos clp.a rros. do P~'" · fume da.s con feitarias e do.; cabelos das namorada,i . A calma e a unidade do lugar r~-lo lembrar-re, melancó!: – ro das s.?re·;,: n:i Faculd tdr. ~os rnt..rroa polltlcoa que or– Ranlza\·a, dos comlctos em praça públlca. em prol da• campanhaa eAtudantls Luls suspirou pela Terra distante. pela• namoradas, pelos cigarros. pelas partlclas de bilhar. Considerou ,1uc uma vida como a que cst' l.va levando não era para ho• mr.m, nem mc.'imo defunto P ~vc uma pena enorme ~e a ~fctcmp~lcosc não ser ver– dadeJr:i. como esoer~va r, Ambróolo. Suportaria de no– "º todos o.; lmprevl&tos, to:i,, ;')3 prrocup.-.çõe toda .. ~ clrsctraças da vida , toleraria novamente as preleções dos porf PMOT€:'i reacionário.-;, a~uentarla tudo para Jlvrar– se dos cântico• dos anJo• e da... vozes dos santos de co– roinha Igual à sua própria Vida enjoada, a Morte. Reaolveu. então. voltar atrá.s do que dlMera a Am– brósio, tomou a.sento em sua 1- 1 ,..,ln– Pft:': 1t tlll!llr· onde ~àn– trára o amigo pela primeira vez Alobró~lo estau. dLsollllil· derramado" . O modo tomn Oracillano Ramos encara a critica literária e espe. clalmente 01 crJUcos que estudaram 01 seus roman- do com um companheiro de má aorte a melhor maneira de escapar daquela situação. Luís sentou-se &0 lado dei... - Então, que t.al, não te dlMe? perguntou Ambró,lo, satisfeito . Els-te ai, com 11 ce ra comprida como todos nós. com easa peclnha que o bom Senhor nos pregou. :ao é como eu te dl&ee? Ainda achas bonitos eaaes crimes de lesa-música que eaeaa be– lezas de anjinhos cometem? Ainda aguentas a doçura doe frutos sempre m11duroa? Bs– te aqui. que chegou um pou– co antes de li. lambem era a551m . Volt.aram-lhe, po– rém, agora, oa velhos ardo– res revolucionários e esta– (moa, eu e ele, combinando uma boa grevezlnha daque– laa que punham dõres de ca– beça nos governadores. Que achas? Feita., aa apresentações ("Lule. ex-academlco de Dt– relto. aluai habitante do Prl • melro Céu" - "Sebutláo, antigo desordeiro de bairros afastadoa, ex-benfeitor do povo") , Luls lntereasou-se: - Uma greve, aqui no céu? E Deus? - Calma. homem . Quan– to ao Senhor, não llga lá multo para nós, do mala bai– xo Céu. Anda lá por cima. no Sétimo, e nem nos dá confiança, ocupado como ea– tá com o que se eatá pa.&San– do em um duse• mundos mat., adlantadoa que a Ter– ra, de que oa anJlnhoe b&rr!– gudos falam . - Por falar em anjinhos, dlase Sebutlão, sabem o que foi que um dele& me conlou há pouco tempo? Que eata• va admirado como 11 gente, aqui no cfo, anda l!.Mlm tilo triste . Outro dia, segundo afumou. deu 1UD pulinho, às eacondldaa, ali no Interno e v1u que os de lá andam 11le- < _ _,, - --- -) . ees e a "concordáncla de Ju.bos" que obaenou exla• tlr entre os dele e os Jul– •oa de lllonte Brllo dio alnrular lnteruse a esse depoimento, que a Negulr publicamos: Rio, 22 de outubro de 1947 . Presado Allyrto: Tenho procurado avistar-me com Monte Brito, mas esse seu amigo é vaporoso, é abstrato, abala-me aa convlcçõea, ,.ti– ra-me ao ldealt..mo, Insinua– me a sUSIJ'!lta de que um ser llvre de carne e oaso é ca– paz de escrever ex-tenso.s ro• dapés. Na llvrarla e no Jor– nal percebemos a sombra de Monte Brito; em vão n011 ••· forçamos por ver-lhe a figu– ra, pondcravel. com aa sua.o fraqueeas e ao suas lncon– gruenclaa, lmpercepllvels na folha onde se alarga e apro– funda o pensamento. Voe e, ótimo Allyrlo, me afirma r.o– nhecer de perto o v1vente singular. Não Indago mis– térios - e, como a asserção me é utll, peço-lhe uue trall4mlta à personagem !u– gltl•a, peloa meios conve– nientes, este solilóquio der• ramado . Quero referir-me ao longo e1Ualo de Monte Brito, •~– poalo no "O Jornal" em sei• domingos . Tendo fornecido asaunto ao homem. deverln achar-me vaidoso, Imaginar haver ganho neate& últimos tempos alguma. polegadM Não sucede. porém, l&so, pot, u minha., letras apenas ,ea– v1ram de pretexto ao adml– ravel estudo; com ela., ou com outra qualquer maMrla– prtma, as largas colunas te. riam aldo lançadaa no suple– mento, graves e valiosas. As – sim, recolho-me dlscreto, dou a Fablano, Luiz da SIiva e Paulo Honório o mérito es– caaso que eles tiveram na vida . Ao ler Monte Brito, multas vet:ea me p,-receu dlatlngul, 011 meus Insetos soclala atra– véa de uma lente de mlcró•– cóplo. Nuae aumento exces– alvo com certez11 surgiram (~lfl!la Da"'"'-,.,..., De qualquer man,lra, oomeçoU a rlr, sentindo-se mveraonhado o chateado. Temia olha-1& noe olhoa de modo que olhaV& J elogio e procurava continuar & rir • ela eapant.osa pedir um mentno pua rir durante um& hora oem moUvo, pedlr-lbe que rl.\&e sem lhe dar qual~ ra– z&o, Mu ele o f&rla, talvez ,o&o uma hora mu ientarta, de qu&I• quer Jeito: 1l11UD1& ootaa !&ria. A colaa mata enaraçada era VOll, a f&laldade de IUI 'ª'P• Jhada e, d.entro em poueo. come– çou a ae rar.er realmente en«ra. çaóo. uma cola& comlca e fe-10 aenUr-ae feliz porque o fez rar de verdade e a,ara eatava rin• do como costumava raU-lo, com toda. 1ua força, todo o aeu san– gue. rtndo•se da r&111dede de aua rlaada, e a vergoruu ,. • .. va deaaperece-ndo porque • ri• aada não era Jnventada e ela de-verdade. e a gala vatta e\• tava cheio. com su• rtu.da e tu– do parecia tr bem. tudo estava uplêndldo e dol, mlnutoa Jf. •• tlnh&m puudo. .E coIDeQOu a peruar em co1• a&1 realmente comJco toda a ct.. dlde, as pe110as oamlnhanclb ~~~. ~~~ !':;:'~nni: o Podiam tapear, aabta como e!as eram tmp0rtantã e o modo co– mo !alavam, grande. ntgocto, e tudo era pompo~ e pretencto– -JJO e o Cazla rir. 1 p.msou no prtgador da Igreja pre,bl~:1.a· na. ~ lalsa m&nelra por que reuva, O tenhor. se é "º"° de-– aeJo, e nlnguem acreditando '4m aua prece&. ~ u P&ou tmpor. t &nt.ea oom 11"&Ildea automo\'tls. OldWM:a C P&elw'ds. OOl'Tendo ba lxo , acima pelo pais, como ae Uvea.sem Bllf\llll Jurar para onde !r. e cs concertos publl,. cos. da banda toda &<jUel• e&• toro UW10rlo, laundo-o l'f&IIDen• te rir. e os menJ009 txmuo, cor– rendo alru das menlnu stl• ttnas por cauaa do caJ'lr t OI carro, aubtndo. e descenec pe• la cidade. ltn.ndo apen .. a11 puaa1e1ro&. aquilo 01'II - çado, aquele., CVOI tnormu condlDlndo uma velha • um ~m::.:\:~ei. ~~ ,ua raoe !tear .. rme111a • 111111- wnen~ roda v._i,a -pa– r__.. e tlt e.alava rlDdo • • lnodo otTI Mlu Wlsst1 e enllo (COIIIIII.. M li.• -

RkJQdWJsaXNoZXIy MjU4NjU0