A Provincia do Pará 09 de novembro de 1947

Página 10 !LETRAS EARTES! Remani~e~ --de~ · ~ grande romance da Primeira Guerra MUndlal •Nada de Novo na !"rente Oeste", ainda hoje relido com igual 6tttmecimento e dando-nos. tantoa anoa depol.1, o mesmo amargo a mesma protund& deaUu!lo do h.erolamo, a mesma ~'"" cert,za da inAnldade de t.odaa .,. cuerr... Aquele lnfo· ILI Jq)dadinho que morre na flor d05 anos, ferido por wn& bala per. d.ida numa doce manhã 15eDl novidade, no "'tront" octdenbl - e uma Ução lnesqueclvel Nio apenas ele: todas as ptglnas do ande livro estão marcaaas da lama das tzlnchelras de 191H918 ~ revelam toda uma cruei tragM!a, atrav9 de seu humor e seu rd ";. p:irece que O mesmo Erich Marl& nos vem trazer o rran– de roms.née da Guerra MUndial n. 2, com eate pe.lpltant.e e dolo· roe.o • Arco do Trtun/o" en1 que puna:e, desde o tftulo, a ironia. ~ 0 reall5mo 1mµa.cavel de Remarque. A ht.stória. desta ~ ~ anã história de retaauatd.a, como a tragédia maior dt-11& erra to~ tambem, prtnc1palmente, de re-da - a tragtdt,. ~ bor:,.ba.rdeios, GOS evacuados. das ocupa.çõ !s, dos refugiad<Xt, da Juta subtttrànea, dos campo5 de concentraçto. etc. A guemi nos en.,Jnar:> que o :,oldado da trincheira, voltara à cuerra de movi· mento mesmo quando la d.e "fox bole•, a .. ,ox bole". a auerra he- •rólca poc assim d!Zer, guerra que se de.,envolvla rápida, ou lnterua e em geral, ao mt!mo tempo rtplda e intenM. Não ~ ~mpo dt tof.rer multo. SOfrúm. sim as retagUarda&. aob u bUtz.s , u JlOpulaç/los oom oonttnuu corrertu, fugindo ao ln!mlgo, ou oeu· padas~:.,rr:n:~~•J=~~!;... ml5el"ávels que a guerra toriurou. egpr~ reduziu a bagaço. Joan Ma.dou tem a. sua belu.a, 0 teu cigarro. Ravtc t.em o &eu ..kirach•, oa &e\15 '"Calvados• : alo dois lesg:raçados que a mWria aproximou para um momento de amor Em tomo desaas afaturu humanas e próxlma.s. a v1d.a oompõe à sua fana trig!c& E aquele pano de fundo ,obre o qual el•• se debatem. oomo ti teres manipulados pelo dest.lno lmplacavel '_. é um mundo dec,ompoato e sórdido, onde a grandeza. do UCo v.tuntal Ee t.cJt)OU uma pungente ironia. • Joan Madou - que o cinema U&OClOU via:oroaamente ao encanto domlna1<>r de Ingrtd Bergman - i uma criatura de palxio. de ta· talidade. Ravlc t um tracasaado terrtvel, e>;&e homem perdido nos desviorda ,ocledade, consciente de ,ua mlaeria, e aua objeção, por "'º duas vezes mal.< trigloo. E em redor deles, a vida parlalenae, deu& Paria que se deaagrtga como toda a Europa, d.ansa a ac.a pantpmJma macabra c.om mústca de Saint 5a.en &, como a "'Noite no J!onte C&Jvo". de Berllc'.L. ARCO oo TRIUNFO t, &em dQvlda, uma obra-prima do ro- .mance atual. - EM& ac!mlravel ooleçio de POEMAS NEO.R06, de Jo1'11e de Lima,. publicada por lnlcla· tiva de M'Urllo Miranda, com Uustraçõea de IAuar BegaJJ, deu· noa a oportunldade de uma no– n tcmada de contato com o melh« de poesia daquele ta· lJuloao 1>o=m-de-sete-lnltru· mentos. E oque dla:!O rerulta i o reoonhedmento da vitalidade ex· traol'CllnArla da vert.ente !!rica do meu conterrlneo DU5t.re. Estio :iaut~ ~~te~n;'poct~~ no entanto estão todos vivos, oom a mes::ne. cór e o mtamo aõsto de antes: o tempo nada lhea tirou que pudesse torná· 100 trtst.onhaa peças de um mu– eeu Uterâr1o. Hâ neste volume . um ·Essa Nqa Pul6" que nio um data., porque l de todos os temp05. Há o •Mndoma de Ia· J.i•, que ae pede Incorporar ao patrlmonlo da llrlca brwlelra como documento da maior va· lia, Confesso que !ui dos que temeram pela poesia de Jorge de Lima, em virtude da excusl· va riqueza de pitoresco que ele. acumuJava; temi que a multa cor local, aJm da multa melo. dia, Y!esae prejudicar " pure,a da substancia. LIVROS BRASILEIR08 NO PlttLO A llt.eratun brasileira, este ano, apresenta1e num perlodo fella de grande aLIY!dade edltl>– rtal, apesar de todu a.a clrcuns· ta.nelas de:11tavorave.Ls, do mo– mento que atravessamo&, nlo só .no que ae refere à.s edltoru e llvrarlaa como t.ambem em re· Jaçio à crise eoonomlca e li· nancelra de todo o pais. A Livraria José Ollmplo E<II· t4ra. por exemplo, tem pl'()gra– mado para bre-ve l&nça.mtnt.o, os se11.1tnte1 llvroa de aut4n& naclonats: "Jornal de Critica", 5... úm dos eatudoa crltloos de Alvaro Lln.1: • A' Sombr& da eatan~". ensaioa de Auausto Meyer; .. Noh-"OS e esposoa", O Onlbus arrancou v)Olent.a– m.ente e preclpllou1e pela ave· nlda . Os pasagelnlo fOTam Jo· gadoa uns oont.ra os outroe, ea– maa:ando--ae. Dunnte aJgun1 1e· ,undo1 houve a eostumelra con– fuaio. maa logo os p:lsagelroo se ajeita.mm o mala comoda– mente posJvel e baixaram aa cabeçu: una para o jornal da tarde. outros simplesmente para pensar. Os •oito em ~- tenta· vam alnd& o equlllbrlo dlflcil, aa mão., levant.ada., agarrando que parecia um aluclnado, ;,res· fortemente II corre.las que pen· dlam da trave. Havia. um rJ. lenclo absoluto. pareciam enver· sonhadoe por não se terem a· trevldo a levantar uma un1ca obJeçio aontm o "cllaurteur· te.a a Jogar o Onlbtu de encon . tro ao prlmelro obst.Acuk> que lhe parecesse ..apropriado... Tal· vez al1uns ae Ju.sUflca.aum ln· tJmament.e com o pensamento de que era lnuW perder tempo. arrtacando♦se ao memlO temp.> ~ u~s::=~s d=~rt~ •chauzteura" (de õnJbua, de ca.r– r e at.6 mesmo os partlcula· :ea> alo U&lm me.smo. Possuem o dellrk> da ,·elocldade. pouco &e 1rnportam com a ,1da huma• na - e nlo ad1anta recla.mar. De te.ato. faz mpo q_ue a ,·lda no Wo ae tomou l.nauport.a,·el. O po,-o não tem direito • nada, nem aequ,r de fuer uma r~ln.· maçlo. Parece que a popuU\- ~- vt~~~:!_ffr!~u~~J';! repartlç6u púbUcaa. loJu e caf9 •- todos atlldcm ao po,-u por favor. Quem não qul.Rr u· :::,de~ue flC\ue em caaa ou ae Naquele momento o OnlblU aprme.nta\'a um upe,cto co1r\ 1.un - a lebrtl •altação d!Arl de· p0ls da& cinco e meta . Uma ve~ acomodadoa. O& pa.s.,_~tJ.roa cor. ruam oa olhoa pelo Interior do õnlbu.s. rapldame.nte. como •e ql.lbeMem. cada um por sua vu. averiguar qua.la m que ha· viam "'vencido.. na luta pelo dia . Qualqu•r pe,soa que oboet-' vuse, mesmo 11uperrtclalmente. teria logo a lmp,re.ssão de que em cada rosto eatampava.,c wna. hoetwdade lrrepa.ravcl. ~~~ ... d::~1:a~: '':r:• ~ Jando os pauagelr01. rccolhtdoa num lndlvlduallamo feroz, lndl· ferente e qualquer cotsa que eu. ~ra1~ ~ m:1~mhi;,•~a f=~ &&Ilha quem mala corre. Vence aque.le que se dlapl.W!r a mal· tratar. Eº neceaEárlo ser duro... Um cume at.ento !evarta um observador a adJvtnhar eu.ta mente esse pemamento come uma idéia [lxa em todas aa ca– oeçu. Um ca.nalÇO! Agora, comptet.amt.nte l11t.ado, , OnJbus corria vert.J&lnoumen· :-.e oo longo tla Praia do Plamen· ~: ~:rio! 1 ~~c~a=:ª~~~d:'cfu :notar parecla mais forte: e ga• :thava relevo um jornal que de vez em quando se dobrava es· lraJando. Em contr'-'le com a- 1ue~ vlslvel sentumnto de au· lo-defua hostil contr> tudo. no· lava-u na, llslonomw alro 1.utm como uma. doloro!a ne· cutldade de meditação e repou · ,o. .Er'6 como se, vencidos os ~robltmaa do dia, cada criatuTR <Problema& do matrtmonlol . do Padre Alvaro Necromonte: •canr.oa da AnailStia•• poemu de Adalglaa Nuy; "MaraJ6", romance de D&lctd.Jo Jura.ndtr; •o Grio de Areia" e "!:>tudos Bruile.tros•, ensaJol de GUber· to Amado; •Oauchoo e BedU!· noa•, estudo hlltortco-!Ocl&! d.e ManOellto de omeu.., a sair na Coleçio Documentos Brul· lelros; "A Vida de esus para a Intancl& e & Juventude... pelo Padre Alva.ro Nq?OmDnte, em edição ilustrada por Sant.a Rosa; · Imitação de Crato·. em traduçio do Padre Leo– nel Prança S. J . terceira edl· ç&o. "VOU e a s exual1· da.de " (Mulheres e Homeru> por Amram Sch,lnfeld, &utor de .. Voe~ e a HeredJtartedade" tradução de A. L. Nobre de Melo para a coleçio a Clencla de Hoje, Belo volume com 100 Uwtra· çõea. •Mercador de llusõeo·. ro- mance de Fredertc Walceman, tnduçio de Waldemar Torres. ~Mercador de UU6Õe.S• se.rã um doo pr6x1m05 lançamentos da M. O. Mayer, sendo os prlnelpals lntirpret.es Clark Oable e De· borah Ken-. (Livraria Jost 0- Umplo Editora>. - OUtJ'os Uvroa bra.silelroa a serem publica.doa brevemente pela Livraria José Ollmplo F.dl– tora.: -0a Renepdoa", romance de otaVk> de .Faria, em pros.,,e-– gulmento à grande .trte da Trag~ia Burguesa. "Galo Bran· co.., volume de memórtu do poeta AllfUltO l'redertco Sch· ~dtJ~~e.: t ~,;';: aa ·, estudos crltlcos de Agrtppl · no Otieco, em proSMguimento à publlcaçio de auaa Obrai Completu, programadu em 11 volu.mu . "'Historia da Eloquen· cl& Universal•, por Hélio SOdrl. • R&tzes do Bruil•, 2.• edlçio do admlravel livro d<o Berglo Buarque de Holanda, lnt.elra– mente revt.,:ta e aument.da . Com '65& obra, aJIM, !oi Iniciada a Coleç&o Ooeument.oe Bruliel• &e volt.aase para o Incomodo • "nece56Ãrk>" egolamo, envereo· nhada e anteclpad&mente arre• pendida. A maioria das~ que se comprimiam ali n&o dis· punham d um unlco momento para meditar e olhar a vtda a· hnngendo as cota.u altm do aeu circulo de lnt.ereMU. E nAo conhecia a vida aenlo aob o ànguJo das proprlu necesslda· de.s. Desconheciam completa– me.nt.e o r.ent.tdo profundo que liga na terra cada cobà. cada ldfla, cada aentlmento, a milha· rea e mllhare.5 de outros tle· mentos de categorta e forma aparentemente diversa-, mas perfeitamente 1lncronlzadas. for·• mando um todo unlvtr&al. Nln• guem ie apercebia, nlnl(Uem t.o 4 mava conheclme.oto de tudo que se pauva em t.Orno de sua pes· :~&çf:d:m~mc:.~ ~~~tra 0 ce~~ dla e queimava . Os olhos gri– tavam apenas: "eu! eul euro Paz. aos.sego, tranquutdade - C'ls a malor uplraçio de todos. Maf era como se a certem da que es....q aaplraçlo rosae aosur· da na atual fase da vlda brul· Jelra. tranaformuse a alma da claa&e média em veneno - Dea· !e modo - deaeJando ardent.t,. mente a paz, a tranquilidade i o aouego - agiam e pen.sa ·nm no Mntido de agravar o desta· pero. tornando a vida maLs a· maria e mala dl!lcll. Talvez f015e e.ata a raZllo do &Uenck> que retna,·a no On1bus. E dentro do allenck>. a rt1ura de Ezequiel era uma lnstgn1Il· canela medre»& e 3Cllta, que u comprat\la maLs do que o n~u– tàrlo a Um de nlo tomu u· paço, como se ach856C que to· dos tinham "mals direito" do que ele. A campainha IOÕU. WTL'\ fretada violenta dlmJnulu Dnu· cam,nte o Impulso da march:1. Houve um ranger de forros - e o corpo de Ezequiel projetou– se para a !ren\.e. A mão agar· rada Clrmementc! â correta que pendta da t:-avc SU5tentou o puo do corpo. A outra porem. que se conservava no encõsto dA Poltrona. em frent.e, correu lna• d,·erUdamente, tocando 01 c:i• be:04 de uma k:nhora. Tio <!e te,•e, que Et.equlel mal deu pelo rato. Quls reUur a mão rapt– dament.e. preocupado com o ges• to involuntário, mas um p:usa· x~II~ q~~~~~:o d:~a~fiad~~ mente e espremeu-o de encon· tro a Poltrona. em que !e acha– va a mulher. Fol·lhe lmP0$1l· vel I retirar a mlo que agora austentava todo o puo do cor· po. O homem Mhou, o ..chl\uf– reure arrancou de no,-o, com a tmpet.uOl.ldade do costume Com a vlalencla da partida, a cabeça da aenhora tocou o en· costo e 06 cabelos se despren. ~~meio ~~~t; :~=•1n:: ramente a mio de E-uqulel . Eram Ioneoe. macios e 1ed010s ~~~v~en~ ef~er~nru~ Rtsto para arrumu.u. Eu· qulel. que mal ae apercebt.ra do fato e deaeJara tirar raptda• mente a mA.o, Ji aaora ~nU1 um prazer tnflnlto em coe.ser· vd-la no mesmo lugar, roçada de leve pelos negr05 cabelos de roa. atualmente uma dai nouu mala Importante, braalllanas. •um refom:iadot- na cidade do vicio", romance de Jos6 Vtelro. que obteve magnifico aucesao ll· teririo com seu ultimo romance "Vida e aventura de Pedro Ma· Jaurt.e". • Hlat.órl& admlnlatra– tlva do Braail na RepQbllca (1888-1945) •. por A!mlr de An· drade. "lnterpretaçto do Brasil" em Portugal - O que diz a crltl· ca portu~ea do livro brasi- leiro. . LISBOA - Oo jornaLI portu aueses vm ae- ocupando da t.radUçlo braa0elra de " lnt.or· pretação do Brasll .. , eKrlto em lngb pelo ar. Gilberto Preyre, membro da Academia POrt\l· guesa por nomeação do Gover– no Portugub_ o • Jornal do comercio" de Llsbõa, em Jonco edltortal, recorda ..o a550mbro que ca\1.50u tios meios cultos portuguees. hã ma.1a de dez •noa, o aparecimento da "C3,5a• Grande & Senzala•. sallenta.nd1J que desde ent.lo o Bra.sll e Por· sal contam nio só eom •um novo b.1.stortador e roclólogo do gtnero de Oliveira. Martins pottm oom · um artlsta cinze· lador da l.lngu& e um poeta ■urpreendente pela sua vlaio do conjunto tira.da de pequeno, pormenores que escapam 0.0 O· aervador mal.s arguto•. Diz o "Jornal do com.ereto• que esaa.s qualidades do sr. GUberto Prey· re ae. rea.tlrmam em ..Interpre· taçlo do BiuU•, destacando a 1,p.r.erpretaçã.o nova da mane.ira do br..Uelro Jogar •foot-ball • oferecida pelo autor. Conclue que o livro merece ser "lido com ~~~~s;: ~~~ · Diário de U.,bó&• se ocupa lambem de "lnterpretaçio do Braall" que oonsider& "alntese (Co11t1Al\a a.& ,,., . 14) Qve,m quet que tome a si o encargo de organl– .a, Ull,:> espéel• de florllé(lo dos que, umblan,lo o .1,upta.cordJo, soubemm cantar as emoções da ·1ld.1. e ~ beleaus no amor sob o céu da A.mazonla. de certo !a.rá con.~tar, romo um dos primeiros dcss:, Ãtduzld& e stlr'Clonada coorte, o nome nunca cs• \ltc:cJdo de Jo,i da Rocha l\1orelra . Prosador que, ~obrel:.ufo, sr di!UnJÜla pelo modo com que orna.,, e rondun& o a"5unto: Rocha More.ira foi, antes de mala nada, o enamorado das musas, reverenchtnrlo• , iilu ,,, subJlmtr tncantos com a firmeza lnab1.hnrl Jc u.&J verdade!ro·rre..nte. De um lirismo que podt'· temob cbam3.r lntxr.cdivel, a sua obra opu.Jtnt.a. ~ TU.lto,a, em número de sete volumes de versos, n1 e.a.tá rara ~testar a nossa a.flrmativa . Cearen:ie de 113:»elmento, o :roeto.t entretanto, viveu a maior 1u1rtc üe sua niste.ncb tm nossa terra, onde, pelos ful– iou.s de seu 6J)frito, deixou gratas recordat ôesi àqueles q 1 1e. como nós, tiveram a ventura de parti– :Jpar tle .;eu convivfo . E' de seu livro '"Pan", o lindo ;u,do "'~atureza". - J . F . N.11. T U RE ZA Est.a e a suprema Blol!a, em cujo exemplo leio E aJ.,re:id:,, nesse .neu fanatismo pagão, A vlr c:.. Deus Crca,.!or. e, qual, segundo ereto, OU i'ant.eLSmo tez ro, religião . 5,,!jo-~. beijo-a com lürln, amo-lhe o ventre, o stli,, "Í!t.e p:-odw: os trlrals de onde côlho o meu pão, NGvu Pan, só me falta a avena que o gorgelo Mt 1.:n.;;lnu:1a e qut: tent,.: aprender em vão. Oes!;O e:.Jes em flôr .. . penso qu• sonho... 'vh•c (;vmo L1lI1 tauno r.agão a correr novos mundos E r;o <'Spl•mlor do nada o olhar em logo orlvo. Rku1 tullya., de owo entre as moitas clieirosa.5 E ercam germens em mas, palpitando fecundos, Nc. 0010 zi,10 e ,utll dr. áureo pólen das· rosas. ROCHA MOREik.-. A· America Como DES MOINES, IOWA, Outu– bro de 1947 - Pusamoo rap!· damente pelo E>tado de lndl•· na e por ~"Olta. do mekrdta. e&· tavamo1 entrando em. Chicago, Dllnals. c h 1 c a I o, contando com quul quatro mllh6eo de habl· tant.ea, 6 a 6egunda cidade dos Eotadoo Unidos, em populaçio e tmportncla.. Na verd&de, en out.ra New York que tl.nh& mos à nosoa frente. Apenaa, multo, mult.o mais linda!... Peroorremos uma avenida ao lon10 da coei& banhada pelo lago Miclú&an, Uvemos oporwnt· .da.de de ver um pouco de suu. . pralaa. bastante trequentadai, nesae dia claro de aol. De •· aguu multo uues e c&lmu, o lago formava um quadro real· mente encantador, em conjun· :O 'rado O - ~ ~~•P::,t ~ onde & Buck:1ngham Pountaln1. oom seus multlploa ugulcbos. -~": eumond~ª~rf.::"dt· .flores dá vida ao gramado. E assim, tendo .... lonro Jardim, de um lado, e o laJo, do outro, que a avenida ae estende em dtreçlo ao centro da cidade, cortansl<> Jargaa .rua.,. enlreçru– zando·H com outra.a belaa a,e- nldl.5. • • ~~r-~i .pala. Oarfleld, Hum=--w... .h!ngton Puk - e uma lnflnl· CONTO Regina PESCE clade de outro.. todos com la· gou a.rtJtlcl&LI e belas font.es e com uma 1nfln1dade de flores em arnnJoo esmer&dos. Chica· go pode ufanar... de t.er apro· vellado seu enrlqueotmento, não aamente para comercfallsar-se, .mas para enfeltar·ae com·- :e– qulnt.es de graça e beleza. E' .n..... Jal'Cllna que o habitante .de Chicago se retugia, nos mo– meJllos de calma, tugindo ao congestionamento du ruas: u pralla podem esta, cheias, mas nesae.a lug&rea sempre hi um ~_:;.,:•~~çaasern~~ carem... Conhecida como a "cidade. daa torres", Chicago poasue um .grupo de arranha-c6UJ à manei • .ra de New Yor1<. :a:ntre outros. o edlflclo de "A Tribuna", t.er – mlnAndo numa bela lorre traba· lhada em ponta,; • Wrtgley / Bulldlng, o edlflclo .da Palmo· llve; o l"leld Bullclln&, etc. Neat.ea llltlmos cem anos. Chi· cago tra.natormou♦ee, de uma cidadeslnha mode.ta , ut.lm cen· . tro Industrial do tio grande lm· portancla, que aeua produto, .ab&a~em o mundo inteiro. Por .menor que uma cidade seja, 4 quase ~ enoontrar·se ai· IIW!la &ilia que trata o cartnho de Chlaaco. l!elu eataçCea de su.u 38 terrovtu, entram e sum. dia· riamente, 38.000 vagões de ca.r· 11a. tr&n>po{t&ndo =rcadorlaa. a 800 pontos. nos 48 E>tados. Maior ainda do que a lnc!us.♦ trta 6 seu movimento comercial. pois Chicago é o maior mer– cado de cereats e madeira., o que representa mais de tr!s bi– lhões de dólares anuai.s. Chicago tornou-se conhecida como uma cidade de grandes lnatltu1çõ,s de enalno e cultu– ra. De falo, conta com um cor· po de mais de IS.000 proles:,ores.. sendo que 56 nu escola& pU– bUcas o número de alunos so· be a 470,000! Pusa.mos um dia na cidade. vendo u be.lu vitrinas de 51.lU loJu luxuosu, apr~laQdo o .movlmenk:I de suas ruaa, vis!· tando♦lhe os pontos de maior Interesse. Q'J&ndo, no outro dia, relnl· ela.mos viagem, levavamos a me– lhor das tmpressõe1. Com Was·. h1ngton e. Miami, Chicago fazia , pa-rte du cldadts mnis lindas d: ~Dr:i::l.L"l\OS vistv nos Esta, Ao nos &ta.stannoa. 01 .. ,a· chta" alvos e os barqumho., ~ Jorfdoa que se embalavam no .lago. c-,ram como lenços re1tt· \>-OS a no:1 acenar um adeus.., Pa.s.samos o dta vlaJan~ ... l , na JlOM& .. marcha. para o •OM"' te", po.sam.ç)S llllnolà D come9a-. 1111111' pd:o..~er o Esbdo de IOWft., a camlnh".l de O,.._s M,v.– nes, ,ua capital. Um doa maiores produtores de milho do pais, Iowa nos oi,,. ' ,. POESIA Simpli•cidade e Despo).a · Paulo Mend?s CAMPOS o mito e.a slmpllcldede sempre produziu poesia n:ó.. o que há de mais conv•n· clona! em t<Y.ias as llteraLu– ras. os poemas que as moças copiam em aJbuns. os ••;ne– tos que cavalheiros •~ntl · mentais recitam depois do tercelro ulsque, !nvarl~vel– mente. seguem a Unha Ja slm-pli-cl-dade. Volt.a e mela, lemos em um "rtlco louvores a um poeta porque seus versos são simples Um ou outro cronista mals argu– to nos ch!UTlll a a tenção 1,~ rn a esoécle de s!mpllcldade de que ·nos !ala, dlz•ndo, 90.r exemplo. que a nrdaddro s!mpUcidode é dlficll. qt.e sf. conseguimos obtê-la depois de laboriosas tareias estll\s· Ucas. Entretanto, c1 elo que o equivoco permanece. E' ne– cessário lr um pouco mais adiante em nessas distin– ções. Se procedermos assim. a conclusão é lnevltavel: a arte é lncompatlvel e<>m a simplicidade, é o contrário da simplicidade. Sem (l,'n•!– da, um poema pode apresen– tar certas virtudes orga!'J.l!l· das de tal forma que o leit.or pouco habituado à pesquisa poética "reconheça" log~ • ela , e receu um cenirlo uniforuv. onde as plantaç6e! de m!lho rormavam uma b&rrelra sólida a se perder de~ vista, dando·~ a impressão de que essa muro.lha verde se abria un1cam~te para .nos de.lxar pus.ar, Juntando-se novamente, logo em seguida, num bloco &6. Era domingo, um dom.tna:o cinzento e triste, quando che· gamos a Dei Moines. Uma chu· vinha tina e monótona molha· va lentamente, pregul90samen– te, a cidade_, pe~b"~ªreC~:S :e:-· demos ter uma ligeira lmpre6· são do lugar: cidade lnteres· .sante, oom belos p<tdlas,e balr- • ro.s residenciais modernos. Des Moines tem o prtvll~lo de ur a primeira casa du W. A. e. - o ..Women's AimY Corpa" (Corpo Feminino do E· xircltol - pois foi oll que, em tempo1 passados nasceu a idéia. .I>un\Ilte a Guerra CIVIi, 100 'multíeres de oe. Moines pedi· ram ao governador licença para substituir os homens em .seu .trobalh1>, permitindo-lhes, as– sim, que segu!Me.m par& a !ren· te rte batalha, Depois, quando a 2. 4 Guerra Mundial rompeu. · fot Se.,· Moina que" acolheu ·o i prime.Iro oônUngmU: aaa W . Aº. -e.. emas br&TU mu.lheres que. :-en 1 mclando ao cantort.o de uma vliu..JI111114s vu.es faoil e des· (Cont\n(H, u par:. 14) slmpllcldade. .Entretanto, i:6o em geral neueam- poe– mas. que o antipoda d– lelt.or dlatraldo ftl "1CQntrar maior riqueza, lnte1ecwal, poética e emotiva. Quando o l•ltor comum fala na ll'l\pll• cidade du canções de Ver– lalne, acredito que, em cer– tos casos, Isso venha atsnltl• ca r um elOllo ao autor de "Sagesse". O poeta é o cri– tico. porffl!, 116 podem Ter conscle.ntemente noe vtnos de Verlalne uma reunli(i pn,. fusa de lnvulp- qua)Jda• des, uma riqueza, um ex• cesso. Entre o venso une dos modernos e o verso de Ver– lalne, esse nouo leitor co– mum advogaria a llmpllcl– dade p!lra o segundo. O "OI!• tro" leitor, pelo contl'ârlo, sabe que dlaclpllna nio 6 slmpllcldt.de , e sim um va– lor que o poeta pode acrta• centar a seus poema. A simplicidade reside justa– menu nos venoa que nos parecem mal5 obscuroa e complicados. O nosso mvdernlsmo t•.11 fértil em mal • entenclldpa com respeito à atmpllcldade. Os primeiros poema ' <i"I poetas de 22 procuram eir. geral a poesia em rt.pldas anotações llrlcu, em simples lampejos. E, o que 6 pior, eles encontravam º~a." com seus rápidos solpes de pouca.. palavras. Os pró– prios poemas 6 que ficavam prejudicados, quer dizer. ti– nhamas emoção po6tlca. mu não tlnhamos conatruçlo poética. o orgulho eap.,c!O– co do poeta é o poeme., e n~ apena., a poesia. A 111posl• ção de que a poesia estA em toda parte d pode ser cozue– gulda de todos os modos mul– to prejudicou a produçlo mod•mlata. Rica de poesia e pobre de poema&, eua prl• melra fue dos modernistas explicou-nos alguna tem;,c– ramentos em fruea mala ou menos gracloau e p!tcrea– cu, mu, por outro lado, nunca .oa valore, pecullal'l!S à obra poética foram .111. prezadoa com tamanha sltl– vez. Ora, ~ claro que a ºemo– ção" é fundamentalmente Importante em um poema. Isto não slgnlflca,.entrttan– to, que o poeta deve trana– formar-se em um procura– dor d,e emoções. Acho Q'll t. virtude prlmordlal de wr. poeta é ter uma noção ae– gura e tão ampla qusnto passivei de todos os valore, tradicionais com que se pod, fazer de um poema um ob• Jeto de continuo encanta– mento,·o poema perfello se- . ria um aproveltamenló ade– quado de todu as qualida– des u tllludat em todu Ili épocu a fim de alcançgr-1e poesia. E !no aerla o COD• ti do lnatlntlvamenta que ele proa· segulaae. o TIMIDO E-ZEOU I EL Logo que caira em ai - de– pois que ERQU!el _. • mio pelos aeua cabelo• uma, clnao ve,,es - ela dlaMra a.,.. naa: "Que atrevi.mentol• -- e encolhera-se mau no canto. Para Ezequiel tudo era aboolu· tamente stmplea e natural. ara oomo ••· posado o primeiro 1111· lante de vacilação, nada mau lhe lmporta.sae. Nio ae preoeu· pa va com as oonaequenctu. O gesto Inicial exlglr1a um srande clforço, mas uma vez conruma· do. " atitude lhe -ecl& de uma naturalidade espantou. ::'.J:~L~ reape11&r nmlber dl Bloloul:ctl•S - lllllJtlan.kW&:"lllo.-• Olhw com Plll& pua o i..a de brancO, t•-.1111&1~.!!I: ~ !1!.~,ã!°;-..;. madame. Depois teve mtdo de que deau na vtsta e tu um geato lento, estorçando--ae para parecer natural. &futando 11. mão devaga.rlnho. Havia nele um Jeito cauteloao ablotutamen· te de1necusárlo, pob nlnguem se apercebia de nada, nln~e.m queria ver nada . .Num segundo EuqU!el se re· lei da situação emb&raçoaa que tanto o Intimidara a principio - e firmou-se tranqullame.nte . Eatava mala ou menos no melo do ônibus. luadvertldamente Je..-ou a . mio a.o to&to - WR.do, p,()Mlvelmente para acariciar .a te1ta quente - um geato que 11\tenuava u auaa preocupações . . Talvu J)enaú>e nas dlllculda· dcs da vtda. no orçame.nto ftlbu· Josamcnte desproporclooal com o ordenado pequeno para at,n• der à.s despesas forçada.a. Mas tua tLstonomla ae modlflcou tru– tlntaneamente . sorriu de lc,·e e oJhou de ma.netra dLs.slmulada para 01 cabelos da mulher. Co· locou a mão em concha SObre 01 llblos. u narlnu se dllataran1 :,1~r~n~r~~e f~~~~e m;~e cr~; ficara na alma . Era um cheiro gosto.to de mulher b0nlt1. alao pcJ.:oal e leve, que lhe 1>3rtcl de.Ucio50 e se concentrava, aba· rando o Corte cheiro de suor que exala,·a de lodos O& lados. Sua• v.:mente aquele aroma.. (suUI. mu concentrado) Unha o Pl"* der de anular o cheiro aUvo que se desprendia da.s axilas. dbpcn:ando·5e lnconelstente e rraco. dlssoh·endo-se ràptda– men~. D15-se·la que Euqulcl só Unho. olfato para. aquele per. rume tuav1ss1mo. cuja esaencb. re adensa,·a em t.õrno dele. E nào pôde mais arastar oa olho"' dos cabe!os de madome . Prt· r.1.:lro contentou-se em ,·&·los. m:u 1010 senUu o desejo de o– b:ervar a cara . Era um rosto o,·al e aveludado de traços be.· llsalmos. Contra.stava eom u outras ca.ras.. tresandava a vto. letas mar.tnals. atnd:i gotejantes de orvalho. Um aspecto ndfo e rresco dava à mulher uma !U· perlortdade ~nlrtca entre tanta aente can.sada e suarent.a. Ezequiel contemplou Jringamen . te a c:ibeça de madarn!, uma cabeça esplendlda~nte decora· tiva . Seu senso esU!tlco era tnsttnUva. mu ele a Fl b t ,1 multo bem que nenhuma mu· lhz.r poderia. ser mais bonlt..a NA.o penaava preclumente na. riua belez:i .. nobre", mas no que ela poderia. propOrctona.r. Seu lrutlnto se. expandia, faundo com que ele tmag1nuse a dell· ela que seria repc,u!lr a cabeça dolorida numa almorada bem m11.cla. forrada. par aque,Ja ca, te.leira ne,ra, perfumada e brt lha.nte. Part.tdos ao melo os ca· beloa del.xa.vam um rbco multu brnnco, que destacava. :\lndr. mais o negro da c.a.belelra e..– parsa ~lo encoAto da poltron, . Subitamente velo·lhe o dea,Jo Oswaldo ALVES lnaeruato de aca.rtciar a.que.la ca· beça adoravel, pau.r a mão de leve, enfiar os dedos magros •~ o fundo . E>ta lantula se delilobr&va. E alguna aegundos depaia El.equ.Jel pensava que de~ via ser a melhor coisa do mun · do, debruçar.se, 10bre a muU1er, pegar aquele queixo maravilho· 10 - e ro.s-a.r o., dedos pelos seuà ouvidoa, belJar·lhe a ca· beç,a multaa vezea aem dizer uma unlca palavra. Os pe.nu – mentos eram rf.pldoa:, OOO'rre– ram durante um trajeto relati– vamente curto - mais ou me· 001 da. prata do l"Jamengo , ate o ttm da Av. Osvaldo cr.iz. Maa por mala lncr1vel que pa. reça, es&ea pen&amentos nõo eram Impuros. Havia no cora· çlo de Ezequiel uma ternura que ele Jamals sentira. Na ver· dade, nunca Uvera uma l>por · tunldade aenllment.al e ató a– quele ln.,tante: nada lhe acont.c· cera capaz de de.spertar·ll1e oa 1en,t,lment0t, aqueles me:Jmos aentlmento1 que a1ora lhe pa · reclam tão estranhamente bons. A mulher levantou um poucd a cabeça, olhou a praia - e Ez.cqulel buscou anslosament.c os olhos. Arora queria vil-los, Carta tudo pua ve-los. E con· aervou·se na mesma poslç!\o atê que ela ae voltou. rart.o. da paisagem. Nesse lrut.ant.e r.ln. cruz.ou com o olhar flm1! de E.zequlel que, 1provtlt.ando a ll1elra curva. deixara o corpo pender para a frente, Ele flcou pualllado, uma vaga sell!.açlt? ~ que sua vida começara na– quele lruu.nte . Olhava tAo fl· xament.c. que a mulher cravou nele os olhos neços e grandes, LAo ne!P"OI como 01 cabeloJ. Dlant.e da. tnslst.!ncla de Eze· qulel. madame senUu·se inquie– ta, compreendeu que o olhar dele não tinha nada dos olhare.. ca.,uail que tantas vez!s se cru· zam. Era tfmtdo ~ tndU.Creto. ao mesmo tempo; atrevido e hu· mllde . Ntnguem poderia com– preender os sentlm!ntos de Eu· qulel, mu na verdade ele era lodo e:plrito. Se lhe pergu,1tu· sem o qu~ mais de&ejava n:i vida, responderia s.lmplesmente que se contenta.ria com o enl~· vo de vf.Ja bem no fundo fjo.. olhos e. pu.!ar os dedos de lev~ pelos sew cabelos. Er11. umA loucura tudo aquilo um dúvt· da, mas tle nlo conseguia dei· xa.r de penur. Ni; sua p.:i!>rt vida de auxiliar de cscrlt.órlo, a. bsorvldo pelas contas das oito da m.anhà às ula da tarde, a. quela td~ta era. t4o absurda que o Cu.la c.remer. E. no ent.nnto. n!o se ientia com Corças para afa.atá.·la . Por mats esrorç0 qtie flus.se, nlo conaevutn deixar de lma.alnar o prazer que lhe eau.!arla poder ao menoa passar a.s mãos de leve pelos cabeloa da mada.me. ~ pe.nsamento era tão forte que ele nA.o deu a menor lmpc,rtancla ao cava.· lhe.iro de branco que estaw, ao lado da mulher . De resto, des· de o momento em que a.sptrou -aquele per!ume suave o dellcto. ao, nada mais na vida Unha Importa neta para ele. Altm dla:!O, durante todo o trajeto feito. um ao lado.do outro. não haviam trocado uma unlca pa· lavra. Portanto, ainda que Eu· qulel Uvesse reparado na pre · 1ença do homem de branco, Ja. mais poderia Imaginar que hou· vesse algo em comum ent.re 01 dois. ' E a Idéia de acariciar os ca· bcloa de madame - a prlnclplo vaga. e conlwa - tomou cont~ da aua cabeça. Havia momentoa em que a mão chea;ava a res· valar para mata perto, nervosa. mentc. Os gestos timld<>.! se esboçavam tndtrcrentea aos a· pel03 mentais. lmJ)O&alvel rtsls· Llr à tent.o.ção, lnuUl querer fu· glr ao rata116Dl0 daquela obccs– iA.o. Ourante una dola ~gundo, Fuqulel rcneuu sobre a.s po3aJ· vets oonaequenclas dcsae gc!to Jouoo e prel!lte& a reaUiar·se COtwderou-o quue um crime, mas sentiu que acabaria comf• tendo ease crtme. Subitamente, cm meio às comlderaçõeJ d~ ordem puramente pslcológlcu. começou a pensar em c::,lsaJ e.la sua vida. A principio foi como alguem que em dado momento se sen1.ls &e tomado de uma lntl· nlta pie.da.de por !l próprlo Pa· zto. deacoberta.s amargas e tJ· pantosa.s: "então um homem C'hega. assim aos t.rlnt.a, traba– lhando estupidamente e ao vol· tar·ae para a vida que viveu nA<· encontra um unlco motivo de alegria!" Havia nele um tndcfl· nlveJ &entJmenLO de mtgoa, CO· mo se pela primeira vez aLen· t.as. !e para a injustiça ..que lhe raziam". E pela primeira ,·ez !e.ntlu t.ambcm al10 o.s.sim como revolta em face da vida mut.l· lada . "Aqui estou eu, um mi· aero auxUtar de escrlt.érto, que Jamab conheceu um mome.ntr, de praurl Que viveu t.rlnta a• n~ &em conhecer compensaçA<' de e.sp6cle alguma!" Ao deaco· brlr Isto, &entJu que tudo era cruel e Injusto. Só aa:ora com· preendla que a.s coius mais tn· sl1n1rtcant.es lhe eram negadu E concluta. mentalmente...A~ m?~mo o prazer de almlr ~ ca. belos de madame" . A vida lhe parecia tAo amarga, tão cheh de mágoa, que ele t.eve vontade de chorar. "Tudo que exLste ~ proibido para mim". A mulher se conservava na mesma post· çllo e. aa vues, tomava a olhar a prata". "Que devo raz.cr da vida?" Dentro dele havia t.a.m· bem uma sinceridade enorme uma ternura sem limites pele mulher. pelos pauageiroa aua· dos. A~ memto pelo "'chaur– teur" ITTesponsavel, que corria •ertta:tnosamente, aem se Impor' tar com a possibilidade de um choque ou um atropelamento. Era umo t!rnu:-11 que ienlia pe– la prlmelra vez e que alaeava a aua alma, fazendo com que ele experlmenta66e um se.ntlment.u desoonhecido, um desejo de pro· teger, uma aru.la de aJUdar 1 humanldadt Inteira. O. olhas de EzeqU!el não se ara.st.avam da cabeça de mada– me e em aeu ooraçio havia ale grta e mágoa ao mesmo tempo. O mundo se desgarra, todos são louooa:". A campainha to· cou com força, alguem deveria "8ltar no próximo ponto. "Mas hi momento. mU!to bona, o necessirto ~ &aber ,1- vê-lda". Atrú dele hou,·e um 1,urdo !'Umor de paa.sos t.rõpego.,, ul.guem tentava pusar entre u pea50as apinhadas no melo do ônlbuJi. ··Por que 6 que aou t.60 lnuUI o tão Infeliz? Por que não aprendo alguma coisa para ajudar os homens?" Teve a lmprel&Ao de q 1 1e o "chauleur" dlmlnulra um pau· co a marcha.' ..M:11 par que me negam uma cola tão pequena? Pormulaa, oonvençõea. &oeleda· de f" Nonmente uma rrciada ,·lclenta e o ranger dos tretas, enquanto 01 p&.s,!&gelros se proje– tavam para todoJ os lado• pro– curando. éamlnho q"br h EAOJ curando equUlbrlo. Ezequiel e.1· tava at.urdJdo, emocionado, 01 olhos fixos nos cabeloa de ma· daroe. Agora começava a duea· perar-Ee um minuto mata e tudo esta.ria. ~_rdido. "'O mudo be desgarra. todos alo loucos. HA momentos bons, mas ~ necu.&A– r1o saber vlv6·los. Que momeu– t.o estarei vivendo?• O homem 68.ltou. nova'mente a marcha. - e Euqulel teria que &altar no próximo pc,nt.o. ..Um minuto mais e tudo estará perdido•. O Onlbus acabava de at.rave&ulr o tuneJ novo. Então. timida– mente. e com uma ternura tntl· nlta. ele começou a allaar a ca· beça da mulher. O primeiro contacto t!·lo tremer todo. Tomnou-e paUdo, mas lmervt.– mc.nU, tellz. Tinha a ce.ruza de que nun· ca havia. tocado na.da tAo macio em toda a 1ua vida . sob a emoç.Ao enorme. Ezc· qulel nlo tinha &enUdoo p ra nada, 3ltm daqueles cabelos ne- fe~:. et~Jf::~raT~!!5z"ª~a~~~ me tive.ue Jul~ado que tóra por m~ra ctuualldade. Mas es. impressão se dWez logo, parque o geato de Ez.eq1.teJ ae precJpl· tava com rapidez. a mio Ja e vinha bra.ndnmente. Ent.Ao ma· dome teve um ge..to de a&SOm• bro - e cravou 01 olhos cheloJ de surpresa naquele homem "audaclou". Apeaar de sentir rah·a, uma. ratva 1ublta, e Jul– gar uma lncrlvtl ousadia. o roa· to de Ezequiel pareceu·lhc e:· t.r::Lnho . Em cont.raste com o &eu ~••to. Linha a lmprtssAo de que hnvla naquele f'<llto uma e,:. pretdo dt pureza e respeito, Era algo astlm como uma U:r· oura quac rcll:;io:a. A mulher ac •!aaiara, el'.ltan· Por lato. foi aom ._nlo qia recebeu a agre.ui.o do homem de branco - um lmprevltto murro na cara. Nlo doera mul– to porque era dltlcll acertar bem com o õnlbul e.m movimen· to. O que ma.la o admirava era que, se lhe perguntallf!m como proces.saram u reaç6et no homem de branco, ele nlo aa• be.rta explicar. Só Unha olhos e ouvido1 par& a mulher. E&tava perto do J)On· to em que deveria Nltar - e lato dava-lhe uma grande Hna&olo de alivio, embora nio se preo• cupaa&e multo com o que atnda estava por aoonte:cr. O ho- mem de branco qull da.r·lhe wn no\--o IOCO, ma1 alsun1 J)Ul&.... 1. roa ae Jnterpuze.ram, pedlndo que não o fizeae. Ma.s o ouJel– to c,t.ava rurk>ao e gritava &tm cusar: •AI.revido! qutro lhe on· 1Jnar a respeitar uma ae.nhora ! • Quis avançar de novo, de1vencl lhando-ae doa braço, doa pu.sa· a:elroa que agora o aeguravan1 mala tortement.e, m.u oa freio, rangeram, o OnlbUJ dlmJnuJu a marcha e parou bru1eamente. O homem gritou tora de 111 - QL.ero quebra.r·lhe a ca:-a1 A mulher Jl recuperara a cal· ma e pedla. ao marido para c;,ue de!JUWO aquilo. MUltoa p,111· t~:~~s ::O~ !'b~~or°ta~-o~ Ez.equlel acarlcl:lr a cab:ç1 da mulher. O "<bauteur• gritou: - Acabem com 1:to qu~ eu nlo J)OHO p?rder tempo, iC.llho· re:;J Ezequiel queria &altar, ma, não encontrava um mdo. p:n-· que o homem de bra.nco nura• va•lhe o caminho, disposto 11 eabotetear.lhe mais. Ent&o. a• chou que devia dar uma explt· c~çlo: - O aenhor estA enganado. O tUJelto !laou poueLSO. ea torçou--se para livrar-se dt'1 bra· ço.: que o preodta.m berrou. - Clnlco, patife; Quero lhe quebrar a cara! Alnda quer ne· gari Todo mundo viu! - o "' nhcfr nlo VIU? (dlrlrta-se a um dca homens que o seguravar., ma.s o homem na.da vtn >• o ae. nhor tl.mbem? Querer neprl E:~u!el vcltou·1e paro. ele ten· !~ru~:~~~'l: ~U1~xpUcaçlo ab• n;.i:i~u:~hor, eú n1:> quao h<>!~m~ 1 ::0uf~~~~u.J~ov~ IODO. - Patllel Ne1a. depois ,w, ll"l&I LeVRntou de novo o bn90. o "chaurt,.ur" berrou : - Vou t-:cu o c:irr:-, •e:ihortsl Con!uto. deJOrbnta~. Eze.- qulel ~lzla para li meamo: tado I t.lo " ;,T~ ,....._. toa eram eaJmoo. _. ....-. de ablolulo domllllo= mesmo. 11:ra tio trio • • que conqullta•• a lodos. ,. IIIIIDm coôllimaft • pedir o muldo que • ..... ao. queria acabtr c:om • _.,. llio. Bloqulel olbou pen • abanando • calNlpl. BaYla •• amnma...,.....,,dt~ Dine : - -"luça, .. valhelnl : eu DIO queria dureoptltar - lallln, ent.endl ? :ai queria apeau,... ..... mio peloe ...... dfla. ualn oomo ao tu com uma Ir- mi, nl»? • Depall, OOIII ar clllOJadO, ..... DOU ■ ~ SIOftlllate, ~ clU!u: -Ob1,1nuw~----. o ...,bnr nlo compreeadidl. ~u licença e foi andalldl oom dlllculdade, tentando • do -,r-Jl;w. ,.,, _,, o homem delllUl– co alnr.a lhe acertou mn -. na DOC'&. lllraqulel J)U'OU 11111 Inalante, olheu-o com a - ~~m~~~ aa, lllllou a mio Da ..... rou o Jer.ço e comeóOU a Oaantue QUe -- 0 ·-ut• leur" lu um paio de~ ela, '1'ltou que la arrancar O ca.rr. >. Ao ••r o l&Dl',MI aoarNI' da btca de !Cieqlllet o hmlt.111 de branc,, acalmou·•· Sr& COIDO M preclluae ver unsne pua acal• mar~- Queria "laYar u b<'ll• ra tm aansue". certa-. 1:111- 1.io Zzequlel ~ QUI tudo cnava termlbado. .16 na eatrel• do onlbua olMII pela ul– tima vez oo puaaplrol. IIDl - aulda fixou oa olhoo na nmlber e de;,ula no homem de branco. Havia nele um todo da martlr. Um1 11\Utude 11Uva. maa ..,.. nlsslrna. umae,cpreo6ol)W'&..,._ ae -'P0&tollca, como•se IIUt'alll P•auJo um tributo ,....,.,., para rf"d1m1r a burn3.:llda"!' Elbt.çou um gorrts"' tnnciutlO. d• qo,em perdoa tudo. t fÕl Ili olutando devaprtnbo. ._. •e feliz. o spmamentoa •adl ma.1:1a, um a~ enoreit: Andsv■ lrnt nt• u ldtta, eram nulclu. - cc1 1 ' Parou para que um automovel. olbOu I lilla ~rOIJ o, r1'1"'• J"'bff I f calm*'! ·•T~11.. , b.. ru!hri os cJUIII dl uma coi!a Uo ata•. A&ra,_. : ..~~:.~º• um~ f::. na.n:!o a cabeça cam .,.._ ._. mura11dc : qulel tirou uma bafGnd&. mur- - i::· precLlo aablr -· A J<morança doo calltlce de madnme tra tAo n:ontonan– Le e !lo boa. 111.1 ele J& nlo li lemorna do nida do qDt -· tece1·.1 s,u mlG alDdà caG!er– vava aquel• perfWIII lida • deUl.:c.~ Levo..a·n "\.::s 1aDloa que CODtl• nuu·;,,,. °"'!:.rrando. t upltoa profW\, tli(ale. •1.oucoa•&

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