A Provincia do Pará 02 de novembro de 1947

1 SEGUNDA SECÇÃO 1 ARTE E LffERATURA BELF-M•PARA' - DOMINGO, ,2 DE NOVEMBRO DE 1947 Notas de um constante leitor A FASE "EURIDICE" 'EuRI De E' DE JosE' uNs_Do -REGO Candido MOITA FILHC ,cop,rta:!lt dOI Otutna AUOC:la406) s PAULO _ Escolhendo para urvlr ao nome de um ro· uni novo cenirto. J~ Lltl5 do mancllta. E ... 1m José L!DJ do mgo ,e mostra uvre dos qua- Rêso •• firmou. A cidade 16 dros onde firmou sua reputa· :~"f.\!=·~ ~ ~:: ção de romanct.sta. Vemo·lu sacudido por tristeza5 e r. .oat.al· agora sentindo os área da Cõr •e 01 proce<601 v1&1ve!a e lnvt- 8 ~;ora, porlm, Jol!é Una do '.ive!a das arandeo cidades, o ,.. mundo carioca de 11.rgos horl· R!so ae oos apsrece diferente t0ntes. com penonacem dea- com outra t'!1çlo, com outru ral.z.adal e parado:ub. r~pa~.O ;:.::• :aui::. Mostrou asaim Utn.'l nova. fel- pelo que a.e preocupa., pel:- que ção de aeu espirtto, uma nova penaa, pelo que escreve. M en· cape.cidade, e com 1560, a cor:.· contri-lo Ulllm, na..s P'8in&a de oequtncta de ,eu longo eat4glo ..EUrldlce", não POl80 deixar de na pat5agem do Rio. Lerulo eatnnhHo. E o estranhando. •Eurídice", entretanto, nlG não posso firmar, de pronto, checo i conclu!lo de que Joat com .., prtmelra tmpresãc d,. Una do ~· lntelectual de leitura ae ele se beneficiou com :t":~q~:U.q~~a!':i as rnodO.S da cidade. matorldade ltte.rirta, melhorou Uma diterença pori.m. ful o seu ..record". A novidade do t!r1: ~:C:1• : =~ tema e a novidade do 1-'"'0CelSO alo realmente rom.anc:a. Neles U!.&dO talvez nlo nos ,eve • tudo trabalha para um m.es· aplaudHo, com o mem'lO entu· mo fim. os per10Q.1.1en1 toram = e:: ~: ~ •:~u=e feitos para a rmrratlva. A pai· livro, que 6 "Foco Mott.J". r.• ~~~ : .ab6m.ln ~e:!.'i~· ~; ~ ~~co 00 ~~ f~~ valoreis que Vlrg1nla \V01r en· l:Jcar. O novo no vt.lho, como ~~~ 1;~~=:ce:u~a~- :.~n~~- ~.Te qu~cta harmoniosa da narrau- fato, com a novidade, anta de :. 8;!~. 0 n~l~~~o~ '=ª~: u~ J~ 1 =º· •~= J~~ bru prtmu do romance rus· atitude mental, uma "tlt.wl, ~º=• 6 ,;,,Gu~• .:UP~;ácf:- etetlva. rtsUea. Ma.a, o que sobrtlc:va no EJt&mol acost.umado6 com romance ~ a sua ea:trutura, ea:· um Jolé Una do IU&o "" at,, u aoll.d&rlec!Ade entr e as crta- mosffra nordetttna, f1la11do a t.uru, germinando de u.mn mes· aua moda, penaando t. 111& mo- ma coccepção oa vid a. 0a qua· da, vendo o mundo atravla doo droa 111celllvoa de "Guerra e cenários pobres e ve>ttJladoa Paz• partem. como direi, de dos deaert.õea brulletroa. En· um& 0051110vtalo ou, como dl· cont.ramos uatm, no autor do zem os alemies. de uma con· ~Peco Morto", o sentido p0é- cepção do mundo. Uco de uma realidade, uma pai- No, rol'D&l1Ce3 nordestinos ea· ~=':'!~:.l=.s.,co:; ae upecto ae revela dentro d• literatura. POI aulm que ele ae ":l'. ~=!~~!?~~~ consagrou, revelando e desco· Rêgo amuaam o berro de CLSll brmdo, na desum&Dldade am a conatróem. o rtnal de aua biente, o cordão de contlnulda- peraonall.d&de 6 do aeu lllLlndo. de do viv er hum ano. N.... U· o 111na1 de aeu mundo l de sua vro, pelo eat.no . pelo coiortdo. personalidade-. Em M Fogo Mar· pela vivaci dade, pela re:urança to• u ttnt&a ae"em pua u :i~tuci;:, o=r i:.~=:: ~~ ~:e ~J~~mvi aCTeaoent<>u uma nota que a 11· de da terra. Na hl!tórl& de seu t.eratura bral1Jetta estava espe- Lula, que to!lla conta ela 1ente, rando. o que h& de dotoroao, eatA a hJJt6r1a do enaenho. OI de exceastvo, de demaatada- dlillogoa ecoam, precisos. Elea mente nltldo, neaae ttvro há (Continua na u.• Pa&,) E. Dayrell de LIMA [Pan OI "DllrtOI ANocla<lO&") Logo que !ll?giu "'Eurídice". algum comentários procu.~ram ressaltar que, com o seu ,ovo Uvrt>, o sr. José L1ns do Rêgo vem realizar um estudo :,..c:lco– tóglco pro!undo, nume .,pécte de pro\·a de togo que o curaa· gra como tk:nico da iotrospec• cão romanesca e não apenas êomo o cronista dos draruu dos canaviais. Faa ambição de re– novar-se. de retomar rwnoi im:· ditos quando o peso dos ~:ios e éas realiza~ prlvla.s Já come· çam a tolher a 8.\·entur~ dos novos c.iminhos. é uma ~ uda– vel caracterlstica de Ju\"Cntude. E o roma.ncl&ta que abriga es· Ets lmpulS05 merece melt~r do que o autor que &e limita a re– correr à sua clicheterta. às suas comprovadas recelt.a5, para dnr à cllentela llterárla a costuma· da ração de romanesco. :..o:npe– tentemente patenteada e r.:.:SU· clzada. Re6ta saber se & re&liiação do romancLsta, neste novo e dill· cll melo, é tão compte,...,.. tão aegura quanto a sua conquista do d.r2ma. regional. Já antes, Josl L1n5 "' lul.v!ll expatmdo do canavial nativo. Mas agora, a sua tentai:!\'& é um despaJ..samento ma.L1 com· pleto, uma revulsão de r-etodos que o tornam quase um tstte– ante. Creio. antes de tudo, 'IUe t fundamental saber·se qual o impulso que levou o escritor a tomar esse curso aventuro10 e inesperado. A obra de um romancista tem aempre qu&lquer colw> de orgAntco, porque vem direta– mente de 111& ,1da de Imagina· ção e eaaa cresce, alimenta.... e perece como • próprl& r.arrelra b!Ológlca do homem que tacn- vei:.so nAo uclue oa :ocõoa bruaoos e as proJeçõeg e de•· vtoa allbltm, a aceler aç&, e o retardamento da veia roma.n.es– ca. POr mais deacOm pasaado, 6 sempre reconhectvel o rftmo, o pulsar vltAI que une, oo:to um foi u obra.a de um meamo es· crltor. Por lsao. cwta-me crer que •rurldlce• aeja um eator,:o de– llber&do de romance lntlospec· Uvo, uma espk1e de exercicto de vtrtuosld&de, de brinco llte· r{Lrto. Dan~e escrevendo trovas em provenç.11 ou a pintura de um médico e poeta. Nem t3m· bem quero ceder à 5U,Spelta. às vezes bastant.e. 1nsld1osa, d-, que o sr. José Llns lenha lentado ca· rlcaturar certa escola Ut.erãrla. 1princ1palmentc carre1ando o retrato do seu intlmlsta cen· trai. o narrador de "Eurtdice". com as cores mallctou;nente patétiC"as de um irreallz!lC::o u– crevtnhador de romances Não acredito ness& Intenção isa.tirtca, porque "Eurtd.lce" tem. bastante ma.reado, o cu· nho de stncerldade. E õe.'.l!> de· felt<>• não w, de manufatura, ma.s do borbulhar crendor, por ,-ezes ioterm.itent.e. do mestre nordestino. Ma5 nem po= isso deLu de ser Jullnho um ,jes,srr ir-rronagens enJelt&d05, c_rlados com desa.mor, como o sao ge• ralmente os Upos caricatos em que o autor descarrega as suu_ ma!QU'Cl'ença.,. José Llru nAo mostra qualquer &impatJ.a. para com esse exen-plar. tAo dl\"e~sn da& suas crlatura.s melhor vm· ga~sdtt.o6o e sombrio como um romanttco: Jullnho M-:> co· bra entretanto a aula sa.tànlca e o paJor trresistivel de um he· rol de B yron. A sua prof~da a.nlquiladora melancolla. fi&O o oondu.z a qualquer reailz.3.çiO, mesmo sublimada. ContJnúa BJTutando-se no sub-sólo da vida., roendo u unhas em fl..nte– ctpação de amores nunca che· gados, a., mulheres cor.ityadu lóra de 111& po... de hOmem falho, •peça.s de ln!llt.o cap,t· cho'", bens tna,,uwveis a.o &eU torpe querer, embora. ao Glcan– ce de su.a.s mãos gulosas, tm&· tlsfel\aa apenu porque desco· nhecem o gesto da conqu!ata. 1 bra Indecisa, depois um i:ouco de carne, perfume e gemidos la.sclvos. pc,r!m nunca mab concreta do que esfas pouca:; marcas de sua presença. Bõa. companheira para o Jullnho. eMa cril\tUTa que o au,c.r dei– xou de olhos &êcos. tn!~unda– da e crispada de indifertnço,. Irrea.Umda oomo ele. a "'lea· dJng lady•. a mocinha do mo· clnho. se conslderassemos o \t– vro de Jos6 Lln5, sob o angulo de um argument<> clnemit!ográ– floo baralo ou como un-;, com· peodlo de preoonjugallsmo no· vellstico. Mas. em tomo ~es!e, abullcos. agltam-oe tipos de re· aUda.S,e balzequeana: o Campos das Aguas de rtqufsslmas tona· Udades; o peqU1'DO gaulelter Parta, patético no seu esforça– do desvio e no seu meUculoso éesatlno; D . Olegárta. com "" seus versos as suas jolas e os se.us amores tardio por e:.cro– que:; uvelhantados; D,. Gloria. mexiriquelra. e maternal ten– tando em vão proteger, debal· xo do seu cacarejar e ertuta:– de penu, as duas crias rebel· des; Moema. a !Ilha liberta. to– da canto e extrovasão, derra– mandc·se gratuitamente e to· mando em sua carne a puniçã.c de &Ua própria • gie.nero.;i:lade dtsplda de cálculo. Enquant<> essa gente se agi– ta. fazendo o d.rama, o heroi Jullnho •e abstem. cruza os braços, encerra-se em seu QU&I· to visitado por lncubOa notur– nos. M &uas noit.ada.5 com os "'monstros", lembram as •·par- ~- ~~ o~=~u~:- <MAts uma vez surge a 1W1,><lta de aátlra- l o ~~ ~~f,..;.1"'~...-.:-:°n~ Esoa &tmoafera de porão bo· Jorento l quase autocante, na tn!Lncla de Jullnho, que formo a primeira parte do 11.vro Para a secunda parte, " ego– centr!amo do prisioneiro a.emc– rall.rta eab&te·ae um pouco na atmoafer& mais clara de uma · venenosa. do asaa.ss1n1o Re!utza– do o seu amor, pela morte de amor em que aacrUlca Eurld.1· ce, cot Jullo na condição Ideal para a sua personalldade uma· gada pela cu lpa origina l de &eUI oomplexos trredim.td.cs . ~o!~h~naca:~ º~:-e~ cedencla aobre o ruminar ln– tranqU11o do menino freu,tano José L1ns qwue ae esquece do aeu prognma. lntrospecttvo nes.s& secund& parte. Surge en· tão Eurldlce, a prtnclplO som· Vai para a. c adeia, esc..-c, •er o 5eu diário, Já agOra. ectregue Etm remédio ao 6t:U destsn..> de condenado. ; Na prlmetr& parte, estt. Jull– nho rememDrando a &U& tu!ln– cla e 6 duplamente prts,onelro, (ContlD.Aa na 10.• pa (l.na ) Gabriel& Mistral, a rrande I>O•tlsarimebUen 1 ,~, ~~t!J:~ d: :«::=ata:,:;,:, de trabalho . O rooto exp e a - -, r~ALANÇANDO :Ji>oema de Gabriela MISTRAL Ti-adução de Mário Faustino ~ A PBOVll<01Á DO PUA') O .~AR SEUS MILHARES DE ONDAS BA.IANÇA DIVINO , ESCUIANDO OS MARES AMANTK BAlAN(O MEU FILHO- N/1, NOITf O VENTO VAGABUNDO BALANÇA OS TRIGOS . ESCU1AN0O OS VENTOS AMANTES BALANÇO ME,U FILHO DEUS PADRE MILHARES OE MUNDE>S BAI ANÇA EM SILENCIO . SENTiNDO NA SOMBRA SUA MÃG BALANÇO MEU FILHO - \LETRAS EARTES! José Lins-d~-- Rego e "Eurídice" Tomou-se o últln:lo romance de José Una do Rego - "Eurldlce" - o cartaz Uteré.rlo do mês e posalvelmente, do ano. E' do que mais se tal~ nos clrculos tntelectuals: da recente aventura do criador do Ciclo da Cana do Açucar no mlltldo da ficção. uma opinião, a respelt.o que mult.o nos lntereaaava era a opi– nião do próprio aut.or, diante do 5UCes5?, da obra Por lsSO t: que lh e perguntamoe se .E:u– rldtcén o satlal&Zla como realização Uterirla, em relação ao conjunt.o de sua obra. _ Trata-se de uma provocação, de um desaflo aos sentlment.os de uma coruja - dfase-nos Jos 6 Llnl do R ego. - Que poderá. dizer uma coruja sobre o último tllho de IUBS entranhas? Que ele lhe parece o mala belo de t.odos os aeua filhos, embora aos outros o filhote a.par a com a cara que Deua lhe deu. se eatlve.ue nu aguu manau de um açude nord~ln~vla orgulbo nu palavru do ro– mancl.lta, mu a conrumça na aua capacida– de de ver e sentir oa homena e u colaaS. A mudança de atmosfera não lhe perturba o lmpet.o criador. Indacamoe qual a criatura que, do olrculo de "Eurldlce", mala lhe a&ra• dara, qual a mala -.ivlda: - E' aquele que aolre por tod01, 6 "'1• linho porque 6 uma criatura aln'-8 d• io– doa os aotrtmentoa 4o Uvro. Atrav~ do mt• nino e do adoleacente Jullo llltram-ae todU u dores de bomena o mulhe~s do romara• l'lcuso nunca 4e11 uma upJlcaçáo exata de Guernloa, multo embora haja declarado que o quadro 1lmbolla ''brutiul d&de e ucurldio". A ale&orll\ parece tar claramente 8XJ>ressa: à dlrdta uma mulhu, 11 roupas em chamas, cal de u1n11 cua lncendJada, os braços abertos em desespero /\' es– qut.rda utnA mãe com UJJUL criança mona nos braço , e no chão os frapnento1 de um cuurelro esculpido, com uma. tlas mãos sustentando uma. ti• pada pa.rtlda. o centro um c.a,-aJo moribundo dobra os Joêlbo,. A' sua esquerda um touro det:em-ac, contrabalançanllo .a cêna . Aohna de tudo brl• lha um olho racllanle, com uma tampad& elétrica à cul!a de pupila, slmbollu.ndo • nol .c. llfats à direita um rosto sulndo de uma janela, obrerva a carnUJclna, uma das mãos contendo o peito, a outra HJl.lrando a lâmpada d4 verdade. Ao plntar "Ouemlca", Picasso usou somente as Untas prcla., branca e clnsenta, cores classlcas do luto . Empre.,ou as distorções do dese.nbo e:zpreulo 1bta, o traçado anrular o o, 1•lano1 transparentes asccn– •le.ntes do cubismo, a Uberdade surrea.ll9ta no emprero do chocante ou do assunto lmpreulo 1antc . Plca.sso, utlUsou•se dessas técnicas modernas nio me.. ramente para expressar sua maestria da forma ou at,u..'Tla emoção peMoal e prlvacl14, m ".s para proclamar publicamente a.través de sua arte, se11 hor– ror e sua furla pela barbara oata.strofe, pela qual foi de3trulda a clda.de de Guernlca, na E pc.nha.. por ordem de Franco, pelos bombardeiros alemães . O quadro fol pJntado em 1031, a oleo. Atualmente enc,utra•se no l\lw cu de Arte ~oderna, de Ncw York, emprestado pelo artbta que nu.oca o auil ---- vendu. ----· ARTE Variaçõe obre pintura P I e A S N!lo hl!. arte abstrata Tem de •e começar sempre por alguma coisa. Depota, pode tlmr-oe t.oda a aparencl~ de realidade; Jà não hà perigo, porque a Idéia do objeto dei– xou uma marca lndelewel. Foi ele que pro vocou o ar'.ls– ta, que exclt.ou u suas ldélns, pôs e m movlm ent.o u ,ua• emoções. Idéia.o e emo.;61,s oerão deflnltlvament.e prtsto– netra.s da sua obra; façam o que fizerem, Jé. não podem.e. fugir do quadro; t.ornaram– se parte Integrante d,1 • mesmo quando Ji não 1eJa pos.,lvel dfs•tniutr a sua pre– aença. Queira ou não que!– ra, o homem 6 um tnstru– ment.o da natureza; esta Im– põe-lhe o seu caràter, a aua aparencla. Noe meus qua– <llros de Dlnard, como nos 111eua quadroa de Pourvllle, exprimi mala ou menos a mesm a vtaão. Ma.a o aenhor not.ou como é diferente a at- mostera doa quadros teltos na Bretanha e na Nonnàr.– dla, pola reconheceu a 11\z das falbla.s de Dleppe. EM& luz, n!lo a copiei, não lhe preatel atenção especial. !"ui stmpleamente banhado por ela; oe meus olhos tinham– na vtat.o e o meu subcons– ciente regl.ttrou a vtaão de– lea; a. m1nhe. mão flxou :us mlnha.s sensações. Nlo se pode contrariar a natu=. Ela é mal4 !orle do quo o mala forte doa homenaI To– doe temoe Interesse em es– tar de bem com ela. Po<!e– mos perm!Ur-nos rugun-.iu liberdades - mo.s apena.s -.o pormenor. Tampouco exlat.e arte !t– gun.Uva e não ltgurattva. Todo.s a.s cot.aaa nos apare– cem aob • forma de llgUr.1s. Moamo em metaflalca. as ldétu s1s e, cpre asu por 11- guru, ~ v~Ja a.ss !m como se- r!ll absurdo pens3r na pin– tura sem as Imagens das 11- guru. Uma petsonagem. .im obJet.o, um circulo, são tlgU– ra.s, que têm uma ação l!'.:1.11 ou menos Intensa sobre nóo. Umas estão mais próx!r.,a, d:is nossa., scnsaçõea, produ- , zem emoçõ.,. que tocam a nossas !acuidades aletll'as; outra dirigem-se mala partt– cula.tmente ao Intelecto. l!:' ncce:!:irto aeeUá•laa todos, porque o meu csplrlt.o nao tem menos necessidade de emoção do que os meus :;en– ttdos. Pcn.sâ que me tntc– rcssa. que este quadro nh,..6- sente duaa personagens? Es– t.lus dua.s personagens cxlst.i– ram, mas l f. nlo ext.stem . A sua visão deu-me uma ~r:10- ção Inicial, pouco t. pouc~ A. sua presença real fol-se e!fu– man<1o, tomaram-se para mim uma ficção e depol• c•- 1aparecerom, ou melho:. lo• s o ram tranerormados cm pro– blemas de todo. a espécie. J a não siio para mim duu per– aona.aens, mas forma., e cú– = ; enteQdamo-n06, porém: rormu e cõres, que resumem. contudo, a Idéia daa dua, pcraonagens e conservam a vtbrc.çõ.o da suo. vida . Comporto-me com o. mtnh!l pintura tal quo.1 como peran– te a.s coisa.,. Faço uma Jane– lo. c.utamente como ólho através duma. janela. Se c.<ta Janela aberta não fica bem no meu quarto, corro um cort inado e fecho-a. • E' prc– cl.so aslr tal qual como ua vida , diretamente. Bem cn• t.endldo a pintura tem as ~uu co'nvenções, que é ne– cessário ter em conta. pola que não é posslvel fazer de outr o modo . E portu o é prc– cl.so ter coMtantemente diante doe olhos a preaença da vida . O artista é um receptllculo de emoções vtnda.s seJa don– de fõr: do céu, da terra. de um pedo.ço de papel, de unia fig ura que p assa, de um& tela. de aranho. . Porlsso é que n!lo se deve distinguir entre M colsaa. Para elu não nll. cartas de nobreza . Toda a gente quer com– preender a pintura. Por que não lentam compreender o cant.o dos páauroe? Por ~u• é que se ~osta de uma noite, de uma flôr, de tudo o que ro– deln o homem, sem se ten– tar compreendê-los Mo.s quo.ndo se trata de pintura, querem compreender. ~ue sobretudo compreendam Que o artista cria por neccastde.– cle; que ele é tambem um ln– timo element.o do mundo. o.o qual não se deveria atrtbult mais tmportancta cio q•10 a tant:is cotsu da naturem que nos. encantam, ma.a pD.ra que não pedimos expllcaçiio. Aqueles que procuram expll– c:ir um quadro seguem qua– se sempre o caminho errado. Gertrude Stcln anunciou– me t.oda contente, hé. tem– pos, ter compreendido por fim o que representavo. o meu Quadro ''Três músicos"; Era uma. natureza morta I" (Fragmentos de conversa– çlo, recolllldoe por Cbr11t1an Zervos, e publicados no volu– me "PlcMSO - 1930-3i" - CCt>.hlera d'Art, Pari.&) oe. Por último, ainda percunt.am01 a Jo1' LLI do Rego ee J lt. eatarla panaando em obra nova para a proxlma aarra de IIK8: _ E como ae deu com a mudança de am– biente? - Ai eetá uma pergunta lmpertlnmte, meu caro - ruponde11 o romancllla, oom uma gargalhada. , - E' como .. yoc6 f011e vllttar uma N– nhora de suu relações que tlveaae tido me• nino novo e 11 lhe dluesae: "Então, quan• 4o aeri o proxlmo?" Em todo o cuo, eu Ule agradeço ean con!lança que voca m&nlf•la pela minha c,pacl4ade de procrlaQlo... _ Ora, poeao lhe falar como um peixe a quem tivessem mudado 4e p oço ou de rio. Nadei como MI a a111& fO&&e da me.ma . natu– reia, com o mesmo calor, com a meam a -pro– fundidade. Niio eatranhel u correntezaa e garant.o-lhe que cheguei ao fim de tudo como (Do "O Jornal") BUENO DE RIVBRA A oriUca brulletr&, por ln• term6dlo de Antonio Cl\,c,dldO, um dOI ICIUI grande& expoente. na 1tualldado. au1n&lou oom ~~ !JJ~~ ~t!."'~~ Bueno de Rtvera, cuJo Uvro do 111\161& - •MUndo Subo•tr10• - ooostJ.tu1u uma aut.enUca r... '11llaçio em todos OI ~..nt.ad01. Sulmente, nu poucu l)Aatnu Grwe volume, a cr!Ua 1Glr) dncobrlu uma naluru& !trio& prtvDertada, e uma !0r1,a ffl'O- ~:~~~d:=~~:~ çk do -tu brullelro,.• \,<> ii~i:1l'tii!~Llvr~J, t rUvera p:romet.e--nos um n:ny livro de poema.a - •Luz do Pant.ano• - que sem dU:vtd& al1wna lri oontlrmar • 111pe- ~nai.fuand«;.1:ua1~=,.. ': eatrlta reveladort. o tetls de •Mundo Submerao". Num doa últimos nwneroa deale Suple– mento pubUcamoa bilo fA>Cm& de Bueno de Rivera. lnalol.ulado -ulnerirlo de Anaelt.•.• n CONGRESSO DE E80!UTORES Realtz&r-lC"l em Belo Horl- f.Dl1t.e, de 12 a IS de outubrO o II CoDÇOIIO BruUelro CI& E6cr!torea. prOmOVldo pe1& A. B. D. ]p.. O Oonar&UO, qu• 6 patrocina&> pelo 1ovarno do = ~ d::..i=~= rto da ~ d& cidade •• Belo Bort&ont.e. E' o ae ll\lln· 1e o wnirlo reoomendado pela A, .e,. D '" ·- - re1lllll0 que lavazi l capll&I mineira eacrttoreo e tntelectuala de to– do o BruU alm> de dlver101 nome& da maior projeção :>& literatura untvora&J contenpo– noa : DlrelU. autorata - lnterc&mbto cultural - O oo– crlt<>r e • luta pela paz - O ucrltor • • defesa da Demo– cr&cl& - A dlflllão do Uvro e a altuação econõmlc& do pala - o llvro dldatlco - Te&l<0, ridlo, tmpmua e cinema - Problem;,a de arte U~. 6erf, livre, no entanto, • apro– ,enta.çio de qualquu trabt.Ibo referente à dele&& da cult.ura e IOS Inter- do eacrtt<>r. Aa teaea para u quala a D1- i-etorla ae VIU Obr!i&da & fi– xar o tam&nbo mix1mo de n folhU. formato o!tclal, deverão aer dactllOJ]'&fadu com eaps– to duplo e apeou de um lado. Em face da nperCUIAlo al– cançada pelo I Conrreuo reu– nido em 8&o Paulo no mh de Janeiro de 1~ e no decorrer do qual, pela primeira vez, ae formul&ram de público voto& peta volt& do pata ao rqlme lcaal pod.... prever, deade Ji, r. tmport&nala de que se revea– t.!ri eaae II OODgreuo, cujoa rrep&rat.1- tanto Inter.... ,em dmpert&ndo. OlJR80 DE LITERATURA BR.ASILIURA Informam de 8 . Paulo que o Departamento da Jnforma– ç6ea dO (IJ'&nde Estado vai na– llzar at<avú do Interior, um ~~~=~~1eq,:i ~ entrerue • atsuna do& nouoo ~lorea Merltoru d& a!Mal!O.. do 1' N!aldon~,. O euno,f!M conotari de oito contoreDCIM. abranseri : lntroduçlo, Jllat6- rl& da lllmlklra colonial, Ro– mont.tamo o R.omanct catnoro e •voluçAol, Pa1Dutanlam0 t llmbOllamo., A proa& modtrna, A poul& ll>Oderna e Teatro brullolro. Entra out.roc eacrl• tora convld&doo pelo D.• .I. para a rcalll&ção d- lanfa, ri;, ~ todoo O& 10\lVOl'II, ~an:_: = :w~·J..: Ooraldo . Vieira, Owlb,nn. ele Almalda, Orwaldo do An4r&cle. o curao. quo DOI ..... moldlt , wna &blolut& novidade ~· ~ ~-:.ndo ~~~ IA, i.n4o uolm • mall ampla trrac11&9'o cultural. um -• pio a aer ICll\lldo em IOCI<> • pala 1 O ROMANCE DE 11M POSTA Mirlo Donat,,, poeta de valor que há atauna anos •Iria noe dc.u um belo volume de Ytr• IOI - "Ttrra. - aoaba dl f'D• trepr à ICdltora Jot6 OIJlllplo oa orlstnala do ... 101n&DCe - •PrMença de Anita•, com que utra&ri O& ftoçlo em ptOI&. O novo romanc!N s-ulllta, que 6 um clot a~ - r.. d& awal p11IÇlo lle - 14ru o Jornallatu llo 111& - \'lucl& D&lal, portonce ao ~-~tor.:...~~0-:: u 111&& quallc!Adea do loll- racrttor, não •- e. -- ce&lo&r-lhe wna Mirei& promi.,ra no ... nero que nl 18DtAr pola Fi– .... ,. .._

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