A Provincia do Pará de 30 de março de 1947

Domingo, 30 de Março de 1947 VIDA SOCIAL T E O SE A O Do'ha Estréla, mãe de Neusa, morreu justamente num sábado de Aleluia_. quando a 11Wlecagem, na rua, berrava, ao redor de um ju~ pendurado num poste e que a vinnhança em pêso furava ser direi– tfnho a caricatura de seu Abraão. Morreu com a co~ia tran– qmfo., após abençoar a filha e receber um betjo cto etpoao. Houvr. muito chóro, muita afobação. pancadinhas nas costas e proi,idên– rir;:, rr.ra o enterro, pois. como garantia o sábio doutor Azevedo, ll(!fíct mais se podia fazer. Neusa chorava no me·u ômbro_. lamen- 1 lat'(,:-se. P.. arandecissima egoísta, dizia que sabia, tinha certeza. ·· qu,; morria a mlie de todo mundo mas que nunca pud~a imagiriar quP '> ;,i:a. morresse também". Eu, desajeitado, ia consolando-a c<nno po,,ia;. ccmo minhas fôrças o permitiam. A vida era autm •rn9,:·:,w, t1 fi~;-,w,,x1, convicto de que estava dizendo alguma cousa dP. noiJre e profundo. .Ma.~, um silêncio se impunha entre nós e nem ao m,rnos o; ~o!u.ços ~ Neusa eram ouvidos. Fazia uma pausa. como ee ,;i,ti– •;e.7.c catma, para depois cair novamente num chóro desP.sf)era·lo. z ,o;u.z Cc>ncr;içlio se aproximava, de vez em quando, acar-Jc:ia~a a e.a.beça de Neusa e nada mais dizia além do "conforme-se, resigne-;e· ·. A/t f!r:mei n dia. inteiro eu que, contando com a doe'nca c!e donr. E;:;trela, estívéra no dia anterior premeditando tr a um,a /esta ao Casino. sem ser obrigado a dansar unicamente com NCll,Sa. Porifo. . reio a inesperada pióra. melhoroti mais tarde, nova recaída, a noite i n~t::i"l nesia agoni:J. até que, pela manhd, fechou 0 .3 olhose ?, foi ah e:1.r,ontro da. eternidade. Lá se foram meus planos. ma.•. para ser ~ir:u ,1:0, 11.aquelr. 1nomento _ Já n,fo p<:nsa~a neles. o s_ofrlmento áe 1 .rv, 1.1,•c, tomara conta de mim. Aquelas lagrtmas tinham uma :;ígni– fir;ru;no. r.ram -sinceras e me atraiam, Senti mesmo uma vontade vh.n;:·:fo de que Ne1:-sa se conservasse chor~ndo, chorando -t!mpre_. j c 1 Jr., ,n ,11;mente. pedir.d.o meu lenço a todo mstante. , Nii.o :;ei :;1; 1:istes iá a vossa namorada chorar. Ma176a, sim. nuzs j h.c ",: certo prazer nisso. Temos tt impressão de que ~omos os 1w.ico.r a possuir f6rças para conter aquelas ld.grl.mas. Pensamos ser '1 f.l,1 :.ll-:ico,) 1,tHJll.~es de dar mn fim àqu·eze sofrimento. T'!mo~. dP. t>ez em r,;1w.ndo, estcit -pensamentos, pois estamos sujeitos todos a pen,dr ÕOàil-vns. (,{J. pel<,.~ d1tas florél,S d-a /.arde houve um intervalo nos lamento.~. Su ~•ira r,1. ui1i cafézinho, n~uito quente. Neusa continuava a me•~ lad,0. f.'ão falávamos, nada diziamos. Apertei sua mão num gesto tJ.e .~ol idarfci!ade que me envergonhou dai a pouco. No' c!ia seguin– u . nuo iriamas à matin.é como de costume, lá não voltariam.os talvez dw·_tJ.nte c!oza meses. Isso era uma grande preocupaçtto minha, pois e.stav-:.1,m_os acon_ipanhando um filme em séries, do qual cada episódio era v_um emocionante do que o anterior. No último, por exemplo, o artz.sta. estava dentro de um barractlo que explodia e, agora, a não ~!;1" que, nos rebaixássemo.~ pedindo informações u. Clotilde. não tabertawos como tle se livraria daquela aituaç/io. Tão cêdo r.ão tor– naria a :1entir a mito de Neusa apertando meu braço quando Tom não i~ de que invadia o qu~r~o onde gangsters deshm~anos se reuniam 1 -parr1, tr-a.,1ar planos /z.orrtpilantes: eram assassinatos, assaltos a ban– e.os , r ápto,, de crianças. Tão cêdo não voltaria a ouvtr os gritinhc . de Neu1;a, quando a m-OÇa dormia sossegada e, na parede de seu quar– t~, ;surgia a sombra ameaçadora do chefe dos bandidos que. para cumul o, ntngueni sabia atnda quem ~4 e mesmo eu, conciente de m,:nhae- qualidades detetive11cas, conseguira suspettar d-o verdadeiro bfJ;ndfrlo. Desconfiava um bocadinho do lord, é verdade, mas era uma desconfiança seni fundamentos. .Fôsse eu um rapaz corajoso, capaz dr. obedrcer a.o~ r.tP.Us im– f)ulsos, terút esquecido a presença da morta e a <tôr cte Neusa para lhe_ perg~mtar se ;ie le~brava de quando Tom catra no alçapão, ~ t,ma ae ,uma '!-rmadüha que lhe fôra armada pelos bandidos. Neusa_ gritara mais forte e, tão encabulada ficou com seu grito, que &con!teu o rosto entre as mãos. Mas, dona Jfatrêla ali, irremedia– t1elmente morta, nfio fica,va be,m eu /a~ uma -ptm,:;mnta destas " 'Neusa. - M. • • • ANIVERSARIOS ffl'i'.4, EVA ANDERSEN .... O 4i.a. de amanhã ~erâ de grande alegr!~ tiara o lai- do sr, Anders VJilly Wlssing Andersen, figura de grande prestigio em nosso co– mércio, t!iretor da :firma w. An– der;;m • da. Alto '1'"• A., e de " d Ultin1a 4 not te no Mex1co Clube dos Aliados A diret-or :a co C• ub2 do.s Aliados. r.onvida seus L-tssociactc 3 e e;,:rna[. fami!ias e possuidores de con– vites permancnt ::; (p:•imeiro semestre de 47), para a ;esta a s0r r eaiiz~dn no próximo di:a 5 de abril (sá– b~.do de Aleluia,. TRAJE: . - Pa••p'. o ou rcnt1~.:• TNIC!O - · 22 hO'. . ·, OR{~UES'rr,A - '!.1;:1.~::; nr, 1.;:., . -, ;, : t.,. ovo TIIff'•l'A'.Y. F. MELO •.4.R7 ~ CRsD SU.,,/;.-1_ ·· 1;~n1. n d t!1':l 111.:.1!nr 1 .~ivJ do tl~)Vo estabelecinicnto rl~ p1,:~~,~-f:. (lU~ c ~:r~:eir'J (;.:"' U •, 1 ~ ai oft" "cc.er A ~ocieâade bele– mJn, ~, o (!Ual s;:!r,;. im, .,, :<1dn ;, nn Trr:-,.~ d~ Maio, 138, estando marcac.:i SU'.\ !n::>.t.,r;t:ra~;,·, para o pni;;lmo dia 1.º de Abril. Grane P estvqu~ C::: L.1:..~•- _. ~-, p,~-:fu111·1.r!rt::-;. A Ul11 0ortimento des– lumbrau .,e r~-~ r :·ttg-1),;, ~cr·• e::pe~.t."l u ,(",~f-;?1. nnva casa de modas. Esü• nutir:ü, terá , por cc:r· ·J. grn.,de t·epercussão no seio da kOCiedad!'.' rle B elcm. (Jl!e rún r;,.ixar{, dr ?.poiar a magnífica lniclativ:.i de ~ o:·J e' 0 ':1 Gil ·,1, visitando r«)U nov" estn~ele– clmeni,1 Ruri 13 n ESPETACULO DE OCULTISMO E PRESTIDIGITAÇÃO - Pri-s.:;e, guindo na séri?. de exibições de seus trabalhos de prestidigitaçl o e ocultismo, tôdas coru;-üas de pleno sucesso, o casal Cbaman-Betty realizou, na man1ü rlc ontem, mais uma demonstração de seus im– pressionantes con.hecimentos, proporcionando aos oficiais e praç:1s do Comando Naval, horas d.e agradável diversão, em espetáculo ef~tuado no Arsenal de li1arü:ha. Nêsse local, em que se via, al~m dos ele– mento'1 de nos.,;a M:c.rinha de Guerra. destacados nesta cid3àe. a pr~– sença de interessantes figuras da sociedade paraen5e, o casal de artistas apresentou. variados números de seu programa, colhend-1 inúmeros aplaué>os 1fos assistentes da. !'gradáve,l reunião. ~o pr~gra– ma constou, especialmente, a execuçao de numeros de h1pnotISmo, destacando-se aquêle em que Chaman obrigava a sentar um dos presentes sem permitir-lhe, em seguidit, qualquer gesto. Chama.o usou, em vários de sam, números, o sabonete "Pará", apresentando Pá~i a Ama_hã e terça-feira, à tarde e à P.J oit,,, 4 ;.a 5 ª •a '· 6° 7° 8° 9 ° . . . e ti. series - . , . . . , . . e O isódios do sensacional ser: d o. ____ _ _ ___1ru~1e,;_~:~:'!~ª:.n=t.::ís:s:im~~os~::::..~7..i;;-;_;-:,i7.i~-;;-;_--- --- ---- R E G l S T R 01 DE ôBITOSI Na;; repartiçõe, ,,om,1r1,~r:.t 0 , rt·· gistaram-se. ontem. oi: se-;•untes óbitos : A 1:1 venid::i Generalíssimo Deo– doro. 157. Isabel Pires Brito, pa– raense: branca, v11iva, d0mést1cu, com 92 anos; à aveniàa 26 de Se– tembro. 754. ,Jor.qulm de Jesús Corilho. paraense. pardo, casado, estivador. com 55 anos; à traves– sa Alferes da Costa, 958, um féto. branco. do sexo masrulin,J, e à avenida Tito Franco, 539. Judi da Cunha Sarmento, paraense. bran– co, casado, funcionário federal, com 59 anos. Total - 4 óbit.'.ls. sendo I féto P. 3 de adultos. --------------1 MOVIMENTO HOSPITALAR D. LUIZ 1. ENTRAR.él >'l" -- Oyam llc Hen• derson, Tufic Sali;11, Suzana Ma– tos, Tomaria C. da Sllvn, José C. Gomes. Elias M~ssud Ruffeil, Má- _...... ..:11 .... 1'fr- "'--•r- ,. _,_4.Jlj.,.,.41- - C(dN .L 1'' • 2X:J: FEI1V.S SANTA 'J'ARDB e. • NOIT quinta e sexta-feira ,:\ ntas-de manhã, à tarde e à noite , ~ .· ·_ ~rrARI -·,f '

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