A Provincia do Pará de 28 de março de 1947

Pãglna 8 A PROV1NCIA DO PARA a eem a ■ a or1zaçao. Comissão Economica Findo o inquerito policial em torno do de Beatriz • • assass1n10 Confirmou na Polícia o tenente Lobato o seu depoimento feito à nossa reportagem - Outras pessôas ouvidas ontem Com o intuito de elucidar compJ.e– tamente o assasslnio de Beatriz Co– lares, reavivando todas as clrcun•– tanclas que prepararam a trágica de– cisão do tenente Miguel Corrêa Lo– bato, o el!mlnador da celebre com– panheira de Red Lucler, as autori– dades policiais têm realizado dlll– genclas no sentido de serem escla– recidos todo& os pormenores do ru– moroso caso. FINALIZADO O INQUÉRITO O Inquérito policial processado sob a pres!dencla <:10 delegado João Fer– nandes, !oi ontem concluldo, ane– xando " autoridade a representação estipulada por Lei, na qual mostra a obrigatoriedade da aplicação da prisão preventiva ao tenente Lobato, como incurso nas penas do art. 121 do Código Penal (homicldlo). No decorrer do Inquérito, presta– ram declarações, além do assassino, as seguintes pessôas: Maria Dolores Barro~. companheira de Be~,trlz, e llnlca t estemunha ocular do crime; Cmt. Benedito Corrêa Lobato, Irmão · do assassino, a quem o advogado Ga– briel Hermes se referiu em seu de– poimento; V!rg!l!o C. Lobato, tam– bem Irmão do homicida; Carl""!ta Afonso, Irmão da vitima; os m'uto– rlstas José Ollnto d e O!ivP.lra e João l\' 1rques de Araujo, que sem o sa– berem facllltaram em seu automo– vel, a fnga do criminoso; e o advo– gado Gabriel Herme~. que foi pro– curado pelo assassino logo após sua espetacular fuga. O DEPOIMENTO DO ADVO• GADO Foi, em resumo, e, seguinte, o de– poimento do advogado Gabriel Her.– mes, tambem proprietário da Far– macla "Sempre Viva•·. paraenae, ca– M<lo, de 37 anos e residente à AI– cindo Cacela, 678. · --A• 12 horas do dia 24 p. p . foi procurado na Farmacia "Sempre Vi– va", de sua propriedade, por um co– :wandante de navios fluviais, Irmão do tenente · Miguel Lobato, que lhe Informou ter Mls:uel atirado em Bea– tri'I Colares. Ao.mesmo tempo pediu– lhe que patrocinasse a causa do ir– ip.ão. Respondeu-lhe, então,. o ad– vogado Gabriel Hermes, que não queria tal patroclnlo, porque não a– ceit ava <lemandM criminais. Acon– eelhou, tambem, o comandante a le– var seu irmão ao Comando da For– ,;a. Policial, da qual' é oficial refor– mado o criminoso e que contrataese os serviços de outro proflselonal. Informou, então, o Irmão do te– nente Lobato, cujo nome desconhece qup, eate se encontrava na Alclndo Cacela, esquina com a São Jeronl– mo, próximo à resldencla do causl– dlco. Em sua casa tambl)m estivera o criminoso, tendo sido recebido pela ,ma esposa·, mas não 11e avistando com o depoente. O PRINCIPIO DA FUGA Viu, entretanto - continua em seu depoimento - que o comandante Lo– bato mandara. buscar um carro para lAv.,_,- ~.,,, irmão à Forca Policial, i;e- de a censurou e admoestou-a, não tomando outras providen– cias em virtude do estado de saúde da presidiária.. No mes– mo ano, após esse fato, cha– mou Beatriz o administrador à sua célula. dizendo querer falar com ele sobre a costura que vinha fazendo para sua familia , no que foi atendida. Em lá chegando, a vitima se abraçou com o depoente. POSTA EM LIBERDADE Ainda em 1945, após esse en– contro, o tenente Lobato pro– curou o advogado Emilio Mar– tins, pedindo-lhe que melho– rasse a situação de Beatriz, o qual lhe comunicou que com dinheil J e pessoas influentes poderia tomar novo rumo. Após . árias demarches e ou– tros entendimentos, o referido causidico visitou, ainda em 1945, a Beatriz, comunicando– lhe que seria posta em liber– dade. Escreveu, então, a viti– ma_um longo bilhete a ele, agradecendo-lhe o que fez com ela e dieendo que como agra– decimento,. ainda, queria vi– ver com ele, o tenente Lobato. Acreditando sinceramente que Beatriz lhe dispensasse forte estima, passou a ceder. Ainda no ano de 1945, foi concedido "habeas-corpus" à vitima, pas– i.ando a manter relações inti– mas. Foi então internada na Santa Casa, para receber o tratamento indicado pelo dr. Acilino de Leão, passando-se depois para a Ordem Terceira voltando ao Presidio por deli– bêração judiciária. Em am• bos os hospitais esteve por conta do depoente. FUGIU PARA O MARANHAO Em novembro de 1945 foi defini– tivamente po,;ta em liberdade, por– que o Supremo Tribunal Federal deferiu e o requerimento que lhe fizera o advogado Emilío Martins. Passou, então, Beatriz a residir em Castanhal, mantida pelo tenente Lobato, de onde voltou a residir com sua genitora, à rua Angelo Custodio n. 88. Dias depois, a– bandon~ . s~a ~e~i~ora, . ~ fu0iu ainda o ex-administrador, que Beatriz mantinha relações com 2 detentos, que eram Red Lucier e um outr() de nome Macario. Nãc obstante, continuou a lhe dar rou• pas, calçados, alimentos, etc. DEFINITIVAMENTE LIVRE Enquanto isso, continuava a trabalhar pela sua liberdade, o que se deu a 1 do corrente m~s daí em diante, passando a morai com ela em ca11a de sua genitora à rua Angelo Custodio. Beatri2: parecia estar mais ajuizada e tor– nara-se uma pessoa cordata. Foi quando entrou em cena Maria Dolores. IAM PARA SOURE Lobato tinha combinado sPguir para Soure com Beattiz, no sába– do passado, o que não sucedeu, porque Beatriz, a última hora, re– solveu em contrario, apresentando desculpas varias. Passou, mais a– .nda, o tenente à déséonfiar de sua amante, porque tinha-,;i, visto falar com um cidadão que. desconhecia, alem de ter encontrado em seu po– der uma cedula de 600 cruzeiros, alem de uma carta de Dolores na qual falava em um aspirante da F. A. B. A TRAGEDIA No dia 24 p .p ., às 10 horas, es– teve na residencia de Beatriz, : o.ão a encontrando. Leu, · entretanto, um b!lhete que esta deixara, pe– dindo que a fosse buscar no Hos– pital D. Luiz I, onde se encontra– va hospitalisado o pai da vitima. Para lá. seguiu o depoente, não a encontrando, embora espera!!se até às 11,40 horas. Dispunha-11e a sair, quando entrou Beatriz acompanhada de Maria Dolores. Fez-lhe uma pergunta. Beatriz retrucou : "Você já vem com a mania de andar atrás de mim?" Respondeu Lobato: "Você não disse que a viesse buscar?" Ao que lhe diSBe a vitima : "Sou senhora de mim". Após isso, seguiram pà– ra o interior, onde não demora– ram, saindo todos juntos. A' al– tura da praça Felife Patroni, Ao alto, um grupo de bn!grantes· portu1ueses, que se dítigem a . Caracas, dão também suas impressões ao rt!!pórt11r. Em baixo, no salio de IeJ.tura do Grande Hotel, a reportagem de A PROVINCÍA DO PARA' ouve dlia1 Joven! francesas, Dentro eJn breve elas estarão ll& terra de Simão Bollvar, empenhadas na grande Juta · pelo restabelecimento da agricultura no vizinho paíll, quando se dirigiam para a resl- E ■ t • h d dencla de Beatriz, se separaram, m1gran es a cam1n o a l),',1' e.ne seguindo o depoente pela 16 de ';,,/ Novembro, em vista de sua sogra p B J' • ta d • d ' J d ' morar junto da casa da amante . &SS&Dl por e em trm europeus estma OS a avoura O paIS Em lá chegando primeiro, passou •• h v· . - a conversar com a genitora dei VlZlll. 0 - mte e ClllCO S80 portugueses Beatriz, dizendo-lhe que não a deixas.se mais sair com Dolores. Ia Todas as· repúblicas sul-ameri-1 à Belém, via.Jando em avião da I Hotel, onde formavam pequenos se ret1ran<!_o,. quand~ dão ~ntr~da canas estão empenhadas, desen- Aerovias Brasil, que aterrisou em grupos empenhados em animada • • • • .,..,_ ,. ..111 - - - -- -A--A -1,. ,f.,...;,.,,+o .c1"1'1i- l'ln'nUA-l'.1::a:i. · Seét-ll'eira, 28 de Mar§o de 194:T ar o Plano Amazon· o Conh cer as neces id de; · fim da visita r 1 ·IOR • I Mensagem dirigida ao governador do Estado pelos deputados Leopoldo Peres e João Botelho De conformidade com o que dispõe a vigente Constituição Fe– deral, a região amazônica mere– cerá do Govêmo Central e11pecial cuidado visando a sua· valoriza– ção econômica, pois que na ela– l'.10ração da nossa Carta Magna !oi prevista a organizacão de um grande plano tendente àquele fim e que, dentro de pouco tempo, será posto em execução pela Co– missão Parlamentar. 11, qup foi acometida essa importante tarefa. Iniciando os seus trabalhos de observação e estudos dos proble– mas amazônicos no que re~peita à economia. a Comissão Parlamen– t A,r brevemente empreenderá umr< viagem à vasta região, com o fim de colher oplniõeii úteis não 116 do govêrno como de todos os or– ganismos que a ela e~tão l.igactos diretamente, bem como·para bus– car elementos e dados qne 1;irvinn de subsidio para o trabalho de aproveitamento do projeto de. lei organizado pela referida Comis– são e que será subml'ttdo à apro– vação final da Câmara Fedl'!ral. A propósito do assunto, que ~ de inegavel interesse para todas ai!' clases rep;r-esenta tivas da AmazôniR,. o major Moura Car– valho, governador do Estado. re– cebeu dos deputados Leopoldo Perez e João B.otelho, presidente e relator geral, respectivamente, da Comissão Parlamentar encar– regada de executar o grandioso plano, o seguinte telegrama de comunicação e apêlo ao govêrno local: "RIO - Dev.-ndo a Comissiio Parlamentar do plano de valori– zação econômica da Amazônia. dentro das responsabilidades que lhe cabem, de conformidade com () disposto na Constituição vlgen– te. percorrer nos próximos dias a resião amazônica, buscando aus– cultar a opinião dos govêrnos lo– cais, das entidades das classes conservadoras, dos organismos culturais, no sentido de coligir elementos, dados. memoriais. en– fim, subsidias oportunos, que sir– vam para o aproveitamento do projeto de lei da dita Comissão, o qual, no mais curto espaço de tempo, deverá oferecer à Câma– ra dos Deputados, referentemente ao plano de vá.lorização econômi- dios reunidos pela escla.recida 'bõa vontade do govêrno de v. excla.. A viagem da comissão tem o alto alcance patriótico de demonstrai' aos habitantes desse imem:o tre• cho de nossr,, PátriR que deseja• mos elaborar o plano de acôrdc> com as necessidades regionais e o pensamento de seu govêrno, da– queles organismo« e das dassP.a conservadoras e culturais. Embo• ra a Comissão Já possue Iarto nmnancial. capaz rlP- r;ervlr da base àquele. projeto de lei qu• cuidará do plano de valorização. achamo~ de ,ü:isoluta importân• cia a audiên~L, . ora encai-ecida. que por certo cogit ;i.rá dos prc:i.– blemas de saúde, de ensino. de tr.ansJl::>rtes, de ::oltmlzagão. de o,uto suficiência, do aproveita.• mento das complexidade~ cio~ aa• suntos relacionado,; com a valo• rizaçãc, da lmpren,sa local para conhecimenl-0 geral. Avisaren101 a dat.a da partida da ComissãQ. Cordiais s,i,c;.dações. < aa) J:i'ti• pntaclo LEOPOLDO PEREZ, prc– sidfmte, e deputado JOAO BO} TELHO, relator geral da Oomil• são do plano•·. Chineses em massa vão visitar a pátria UTILIZARAM-SE D E U MA FROTA DE "CLIPPERR'' E 0 AEROPORTO TEVE QUE ~ ?' DIAR NO IDIOMA DAQUELES VIAJANTES Há poucos dias n aeroporto <1- Miami tornou-se, por algumas hd'• ras, centro de admiração públi• ca., Os seus microfones irradiavam. pela primeira vez. em lingua chi• nesa, anunciando a chegada. ait de 214 cidadãos daquela naciolia• lidade, residentes em Cuba, no Panamá e em Trinldad, os quaí, pouco depois desembarcavam de uma frota de "elippers" da Pap Amerlcan World Airways. Forll da pátria há. muitos anos, eMe& viajantes, a maioria homens: de negócios na. América Central e nas Antilhas. vão agora, muitos neles com @as familias, em vi.si • ta à pátria que tanto sofreu com a invasão japonesa e continúa a debater-se numa terrivel ~uerra civil. Os 214 chineses, após o dt'– .."-"'-n't'Vln.o m MiA,mi . .. à:.ttiram

RkJQdWJsaXNoZXIy MjU4NjU0