A Provincia do Pará de 27 de março de 1947

Pâgina 8 A PROV1NCIA DO PADA Quinta-Feka, 27 de Mar~ <!e -~ ---- -------- ------------------------------------------------------------------------------------------------ gredo odepoime • ~~-----------,-=-:----------=,--...-;---=~,._---=-~---=-=,,.---------- --- - --- ---- ---------------------- OS CARAú, ESTEVAO E OSORIO, QUANDO FAZIAM SEUS PEDIDOS, EM PALACIO, AO GOVERNADOR DO Z.8TADO, l ndios do Tocantins ferramentas para a vieram pedir sua lavoura Querem também lanternas e espingardas - Flexa não mata mais nada. diz o selvícola - Recebidos em Palácio pelo governador Moura Carvalho -- .Papai Grande, nós queremos enxadas, machados, facas de cin– tura, terçados e lanternas. Que– remos também missangas para enfeitar as curimans e passagens para regressarmos à taba. Este foi o estranho pedido di– rigido, ontem à tarde, ao gover– nador do Estado, major Moura Carvalho, na excepcional audi– ência concedida a dois índios fia tribu Oarau. ESTEVAO E OSôRIO a altura do joelho, os longos ca- de termos para expressar, res– belos cobrindo as orelhas defei- pondeu: tuosas pela ciruriia obrigatória - Falar com Papai Gr[j,nde. da tribu, despertava a .atenção Vamo;; pedir-lhe instrumentos dos populares ao atravessar ruas para trabalhar na lavoura. - e praças de Belém. O outro, tra- Disse-nos o nome da tribu a que jando camisa de meia e calças ~J:)t tenciam e os motivos que os compridas, seguia sem tomar o • i:rouxeram a Belém. mínimo conhecimento dos olh:;., Os Caraü, tribu outrora nu– res curiosos que acompanhavam merosa, está, hoje, totalmente di– os passos do extraordinário par. vid!da e a maior parte morta. Nossa reportagem aproximou- - As febres levaram nossos se dos selvicolas, interrogando-os: companheiros. Já tomos fortes e 0 d ~ ? lutadores. Hoje, queremos apenas - n e vao · trabalhar e para trabalhar pre- nador dirigiu a Esteváo a seguin•. te pergunta: - Por que vocês, que vivem no Estado do Maranhão, nas proxi– midades de Carol!na, não se di– rigem ao govêrno de lá em vez de procurar-nos ? '.Estevão respondeu: - Papai Grande, o prefeito de Carolina, não pode atender a gen– te em tudo que pedimos e para ir a. São Luiz tem muita água brava. Preferimos vir até aqui. O major Moura Carvalho tomou providências. imediatamente, a• fim rle ou~ fossem entreil\les aos Esp ra-se que divulgada ainda hoje po·ssa ser Q portante peç • l Diligencia policial refaz o itinerário· do criminoso à procura da arma homicida e de uma pasta - Identificação criminal - Não teve c.ontaeto oom o assassino - Fala-nos o proprietário da vivenda "Bethania" uam a■ dllleencill8 pollçials o do 8lllaN1Dl> de Beatrlli! Oo– ldr•, iitaUcaclO à8 11.30 hl. dó dia. 24, pelo awndo tenetlte retormado MigUel odi'rk Lobe.to, f(!,to .,..., am– plarnent.e dlYUlpdo pela imprensa dlitlà de■ta. caplte.I. .sm poder da Policia. o criminoso, cuja lóéalllla.ç'° naa matas de oupu– ao-C, na Bltr&da de J'erro de Bra– glSlQa, dffe•N à pequena caravana cornpoett. da repona.gem deste ma– tuthio e do comtteúlo de Policia de Ben1ylde1, ar. Proteatato Eutróplo, contlriM.&ln as :nonas autoridades d1• llgenctlndo amn de elucidar, com– pltw.~a o crime, tendo aberto rlgoróilõ inquêtlto, no decorrer do qual eatao aendo ouvidas nrlas pee– sõaa, entre aa quais Maria Dolores de aarroa Anto, amiga lntlma da assa– stnada, que, pelo■ tatoa ,là conhecidos e Pe&IN! J;iala\lraj! do tenenie Lobato, ê ~eratla 001110 o "plvot" da ~ . -..ai!Jl como t9.tnbem o ex– adlli'lzUllk'Mlõr do l'reiddlo 810 Joa6, jl !)reatou depoimento perante o Chefe de Policia e o delegado Jolo Fernandes. O depoimento do crlml– n0t0 nlfo !oi da<io a conhecer à re– portagem, alegando M autoridades estar o mesmo ainda incompleto. Espera-se, contudo, que ainda ho– je permitam as autoridades compe– tentes a sua divulgação, desde que ll!SO não venha a prejudicar a mar- cha das lriv~tlgaçõês. · A' PR.OCUn,A DE UMA PASTA E DA. ARMA HOMtCIDA Por determlnaçã.o superior, seguiu na manhã de ontem para o local onde se homlslara o tenente Lobato pe– quemi. diligencia policial, composta do comlsaárlo Raimundo Viana e dos lnTestlgadores Orozlmbo e Mala, da Delegacia de Investigações e Captu– ras, os quais viajaram em caminhão. Foram os policiais, Incumbidos de seguir o mtlSmO Itinerário percorrido pelo criminoso em sua fuga, afim de procurarem a arma com que foi co– metido o crlme e tambem uma pe- quena past a de COUl'O de que 11e u ,1- Uzs.ra o tenente Lobato, a qual, ae– gundo soubemos, contem documentos e papeis da lmportancla. Atê a hom de encerrarmos o nos– so expediente não haviam regre!IBado os policiais nem tambem se sabia qualquer noticia II respeito de suas atividades. IDENTIFICAÇAO CRil\111-AL Ontem, às 10 horas, o tenente Mi– guel Corrêa Lobato, submeteu-se à ldentl!lcação criminal pelo processo de.tl! oscóplco, como autor do as~assi– nlo de ,sua amante Beatriz Colare... O criminoso atexidet\ aem relutar aos policiais encarregados dessa t are– fa, quo !oi realizada 1,elo datilosco– pista Eretiano Caldas Llnb, auxlllado pelo funcionário José Maria Veras e o Investigador .Raimundo Silva. t.odoa pertencentes ao Servlçu d e ldentlíl– cr.çáo Criminal e Estatlstlca - CICE. "° com a leitura de A :PROVINOIA, da.ndo noticia da passagem do te– nente Lobato. por aquela. sua pro– priedade. Tivera noticia do crime por comentário de rua e pela leitura dos jo1·nals. Ignorando, como todo o pú– blico, qual o rumo por ela tomado após o coment lmento do crime. Atrlbue a um ardlL a um estrata– gema do tenente Lobato a lnvoeaçilo do seu nome "º locatário da TIHD – da "Bethanla", para lf. conseguir guarida. Mas, como era nablt0, o 11r. Jos• Oliveira. d e Sourn, morador naqur.la. propriedade, somente dava cumpri• n.ento à ordem do sr. Jura.e! Rei■ Costa. quando en.m elas feitas por escrito. O DIREI!I'O E O FORO Na mesma ocasião, o protlsslonal Me.rio Silva, do Sen lço de Identifi– cação Civil, fotografou o criminoso. que se mostrou sereno ao enfrentar a camara fotograflca. Dai. 10er ..1e ""l1,ldn. que o adven• tlclo lhe mostrasse o. autorl,m9ã.o pat·" o uernolte naouelP lncal. E como essê. " utorlzuçllo "nã0 tivesse sido ed• bido.. o ar. José Oliveira de Sousa rec11sou-se a receber o tenenlie Lo• bato, encamlnhe.ndo-~c ele para lo casa do lrwra.dor T1n.gü RamO!, morà.– dor a cêrca de cais quilómetros da. vivenda "Eethanla". Informou-nus mais o sr. Juraci Reis costa não ter recebido qualquer intimação da autoridade encarrega– da do inquérito policial para apura - ção desse fato que reputa de facll p~rccpçáo como um eitpedlente d!' que se procurou valer o homicida, Lob"t o. Esteve espontaneamente, l!. Policia, logo que teve conhec!ment_o do fato pela leitura dos noR~oa jo, • nata. tendo a auwrldado policial qu• preside ao Inquérito. Julgf\dO desne– cessário qualquer depoimento teu n esse sentido O Tri·bu.nal pleno julgai~á um ma,ndado de segurança. Entretant.o. o teu ente Lobato t-,v~ regalias q:rn n llo são concedidas aos demais criminosos. Afim de setem cumpridas essas exigências legais, os funcionários policiais deslocaram-ue para o local em que o criminoso se encontr1> Instalado, isto é em c0m– partlmento contiguo i'. Primeira De– legaola Amdlla~ e que senta. até o momento de ~ua prisão, parn pernoi– te, na Central de Policia, dos dele– gados de plantáó. Conclusões ·de acordãos - O movimento de ontem no fôro da cidade Conclusão do AoórcU!.o CiTel, assi– nado e entregue em eesno wdlttárla, de ontem, da segunda Oamara do Tributtal de Justiça: Acordio n. Ili. 53' Apelação olvel - Obldos - Ape– lantes, Laudellno da Costa Lima, Judith de Lima Machado e ■eu ma– rido; apelado■, oa mesmga - Rela– tor, sr. desembargador lnacio Gul– lhon de Oliveira. \l'l■toa, relatados • discutidos eates autoa de apelação civel da Comarca de Obldos, em que aio apelantes Laudellno da Coeta Lima, Judith de Lima Machado e aeu marido Joa6 Tavares Machado •· apelantea, os mesmo■. ·Acordam, por maioria, os membros da Segunda. C1imara Clvel do Tri– bunal de Justiça, dar provimento á apelação interposta por Laudellno da. ·Ooeta Lima, e ne11ar à de Judith de Lima Machado e seu marido. Belém, 21 de março de 1947 - (a.a) Nogueirt. de Parla, presidente. Ina– clo Guilhon, relator. Arnaldo Lobo. Antonino Melo, venci4o. Secretaria do Tribunal de Juatlça do Estado do Pará - Bel6m, :.u de maroo de 1947 - (a) Moaclr Santia– go, aecretúio. AnU1acio de Julgamento do Tri– bunal Pleno Faço público, para conhecimento de quem 1nteret1Sar possa, que, pelo - ....~ ,., ª"" .-láoaamh-.,-aA.r.tnl'" nl"PRltipni,. Julzo de Direito da Segunda Vãra, ao. pelo titular da Terceira - Juiz - NÃO 'l'l\'ll: \:ONTACTO TENENTE: LOBATO" COM O Complot para ... Dr. Sadi Montenegro l)uar:-e. A nossa reportagem procurou ou- Mandando aeja designado dia para. vir. ontem o advogado Gabriel Her- (Continuaçli.o d'\ primeira P 1ma1 aud1encla especial em que deverá roes, figura conhecida no fô1·0 dos– ser entregue o titulo dEi naturall- ta capital e proprietário, juntamen– zação concedida a Severino Santos te com seu Irmão o médico Eduardo Baralha. Hermes, dr, Farmacla "Sempre Vi- culares em cooperação com _?S dois paises cujos nomes nao Ioram revelados. ARMAS CLANDESTINAS Escrivão Romano - Ação ordluã- va", sita à a.venldú Independenclr<, ria movida por H. Barra contra a esquina da avenida Alclndo Cacela. Fazenda Nacional. Mandou seJa re- Fomos encontra-lo em sua reslden– qulsltada copia do processo a que ela onde O ouvimos a respeito d a se refere o ex-diretor dos Core1os tragédia de segunda-feira. culn1l11ada e Telegrafo;. com o assasslnlo d e Beatriz Colaras Um porta voz do Depart:i:- &crivão Pepee - Arrolamento de f d 1 1 t d E t do disse ma1 - Mimuel Dias da Silva. Em avalia- e a consequente uga o cr m no30, n1en O e S a ' ., uma vez que o nome de 8eu estabele- tarde, que os embaixadores,h_a- çã.o. cimento comercial, fôra citado no t Idem - Açã.o executiva hlpotecA- noticiário do caso. Dl&se, lnlclalmen- viam entregue ao secre ano ria movida por Farld Mekedec0 e ou- te, 0 advogado Gabriel Hermes : .interino um memorandum codna- tros contra. Manuel Alve~ e sua mu- . ·t lher e outros. Vista aos autoreõ. --"Não tive contacto com o te- 1 tendo queixas a respel o Juizo de Direito da Terceira vara nente Lobato. 1<1;11 procurado, sim, quantidade de am1as clandes- - Juiz - Dr. Sadí Montenegro Du-1 por um dos irmaos do ex-admlnl~- t1·na..," descobertas nas cidades arte. tradm· do Presidio São Josó e o acon- Escrivã sarmento - 111 0 requeri- selhel a taz«1· apresentar o tenente do Mexico e Nova Orlea_ns. O mento de Me.rio Nerl santos costa. Lobato ao c0mando dá Forçu Poli" docu!iiento entretanto, nao es- "N. A, _ como requer". clal. 1!l <-um e~~e Intuit o ? Irm ão do f' dest1 Escrivã.o Leáo - No requerimento tenente Corr&a Lobato cnawou um tabeelcia O 1m a que se • de otavlo Freitas Lóbato e sua mu- carro de praça." navan1 os referidos armamen- lher. "•N . A. - como requer, com o Após_ Ili.eira . pau~" prosseguiu o tos. A sua finalidade era.~ ai,e- prazo de 30 dias". conhecido caus1d1co : nas, a de cha1nar a atençao ~o Idem - Açào executlvr,. movida pe- "Como vê, eu ni!.o tive coutac::to ai- Depart.amento, para ª. S not1- Io dr. Mar!o Brae;a Henriques contra gum com o militar honilclda. Além - Maria carolina Guerreiro da cunha disso, recusei aceitar a. defesa do cias primitivas já antenormen– e Silva e outro. Homologou, por ~en- acusado, pol~ não trabalho ei.1 quro- te 1:)Ublicadas. "Não s!'-be1~•J_;; tença. a deslstencli,, da ação. tões criminais, téndo aconselh>tdo ao i e· ..,,n1.. m0nto de José Leocadlo Cha- 1 ~ u. ir~.~? qu., procurasse outrn pro- de nenhuma consp raça::, .-~· - "" '"M" ... rlerr.ubar o gov ,_ ;.-11 u

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